Marjory.Vargas 12/03/2022“[...] uma queda vertiginosa no mercado de ações de uma empresa com uma presidente, e mulheres não sabiam liderar; uma acusação falsa e éramos mentirosas, todas. Porque quando nós falhávamos, era por causa dos nossos cromossomos, e não por causa de uma crise no mercado, uma campanha publicitária ineficaz ou simples má sorte.
Sloane, Gracie e Ardie são advogadas em uma poderosa empresa de materiais esportivos. Quando o chefe delas, Ames Garret é o principal cotado para a presidência da empresa, as três se sentem ameaçadas, pelos constantes ataques de assédio de Ames. No entanto, tudo desanda quando Ames se joga (ou é jogado?) do 18º andar do prédio. Acusadas pela empresa de serem as responsáveis pela morte do executivo, em virtude das acusações “infundadas”, as mulheres precisam permanecer mais unidas do que nunca.
Alternando entre antes e depois da morte de Ames, o livro vai nos apresentar um ambiente de trabalho extremamente tóxico para as mulheres. Onde sua competência está sempre em questionamento, pelo simples fato de serem mulheres. Onde elas se questionam se o fato de ficar trabalhando até mais tarde, as transforma em péssimas mães.
É uma leitura que vai te fazer refletir muito. Intercalando com a história, a autora insere questionamentos que, aposto, já passaram pela mente de toda mulher. O livro deixa explícito como a palavra das mulheres não tem muita relevância. Mesmo com as fofocas sobre assédio, as denúncias contra o executivo, nenhuma investigação foi feita pela empresa. Mas quando as mulheres são constantemente questionadas pelo motivo da acusação.
Eu não achei o livro ruim, mas, pelo marketing, eu esperava bem mais dele. No geral, foi uma leitura bem previsível. Quando nos é revelado o que aconteceu nos últimos minutos de vida de Ames, confesso que não foi nenhuma surpresa. Quando descobrimos porque Ardie o odeia tanto, também não. Quando descobrimos quem é o pai de Salomon, muito menos (aliás, vocês já devem saber sem nem ter lido o livro).