Clio0 24/12/2012
Não compre esse livro pela sinopse, você pode se decepcionar.
Robert A. Heinlein é um escritor de ficção científica bem conhecido pra quem gosta do gênero, mas normalmente suas histórias fogem um pouco desse universo.
Friday, uma espécie de ultra-clone, é a personagem principal - uma espiã meio 007, meio agente Bourne. Parece uma premissa razoável, não é? Principalmente quando o autor promete quebrar com alguns clichês e apresentar uma heroína genuínamente forte. Ledo engano.
Tendo "uma mãe como tubo de ensaio e um escalpelo como pai", a personagem não entende muito bem o mundo dos humanos - ou seja, dos gerados pelo método tradicional. Essa é uma grande premissa, mas infelizmente Friday passa o livro inteiro tentando fazer parte dessa sociedade que ela não entende e alegadamente não lhe faz falta.
Embora haja uma avalanche de informações e conspirações, territórios e personagens, não há propriamente um desenvolvimento. Friday faz parte de uma organização de-sei-lá-o-quê, com um ultra-chefe-sabe-se-lá que age a fim de vai-saber. A história é segurada por um fio de trama e quase tudo parece girar em torno da vida sexual da heroína.
Enfim, o livro promete uma revirada ação científica a la Blade Runner, mas termina sendo mais uma história para fanboys, cheia de fatos mal explicados e narrativas mal organizadas.