O Ódio Como Política

O Ódio Como Política Camila Rocha




Resenhas - O ódio como política


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pedrocipoli 19/10/2018

Intelectualmente profundo como um pires
“A esquerda ficou preguiçosa”, uma frase que não lembro quem é o autor (Pondé?), mas é o caso aqui. Organizado por Esther Solano, é composto por uma série de artigos curtos que incorporam a mentalidade de que “autores progressistas politicamente engajados” lutam contra “conservadores protofascistas neoliberais nazistas” em favor “das minorias oprimidas contra o grande capital e o autoritarismo religioso”. Mais um livro idêntico a qualquer outro escrito por autointitulados “guerreiros da justiça social”, como a filosofa petista Márcia Tiburi.
Todos o pensamento classista da esquerda está aqui, do “devemos ter diálogo com a direita, mesmo que nós a consideremos retrógrada, fascista, elitista, lgtbfóbia e racista” e “nós pensamos de um jeito. Se você discorda é porque é da ultra-extremíssima-direita que odeia pobre”. O pessoal que considera o PSOL “esquerda moderada”, PSDB “de direita” (chamam o Alckmin de conservador no livro) e o resto de extrema-direita.
Consideram o impeachment de Dilma não apenas como um golpe contra os pobres, mas que aconteceu somente (nada de fraude fiscal, incompetência profissional e etc) pelo fato de ser uma mulher (“presidentA” é uma constante no livro), assim como o assassinato de Marielle. Ambos também são “culpa do patriarcado-que-não-quer-ver-mulher-em-política”, e, segundo os autores, podem ser equiparados dentro de uma mesma categoria de violência:

“dois atos de violência, trágicos e atuais contra duas mulheres que tiveram suas trajetórias políticas interrompidas: o golpe contra Dilma Rousseff e o assassinato de Marielle Franco. Porque o patriarcado branco não quer a mulher no lugar político, e muito menos a mulher negra, impedindo, portanto, a cidadania plena para as mulheres no Brasil.” - mostra mais uma vez que essa esquerda “intelectual” perdeu completamente o senso de proporções. Tudo vale para atacar.

Acham que a classe média não quer ver pobres subindo na vida, que usam a meritocracia (quase um crime, segundo esse pessoal) como medo de perder o poder:

“discurso renovado da meritocracia veio a calhar sobretudo para as classes médias, que se viam às voltas com seu eterno receio de perder a diferença em relação aos mais pobres.”

e ainda: “Ainda mais grave, porém, é o fato de que a paulatina ampliação do politicamente dizível, com a emergência do discurso contrário à solidariedade social propagado pela extrema-direita, permitiu que uma fatia importante das classes médias assumisse de forma clara seu desconforto com a redução da distância que a separava dos pobres.”

Defender a lei é uma coisa conservadora (de esquerda não deve ser mesmo):

“A defesa do Estado de direito como defesa da legalidade é, no fundo, uma reivindicação conservadora, uma vez que a legalidade é uma das manifestações mais específicas da sociedade capitalista.”

Alguns trechos francamente psicodélicos:

“Que tinha que tomar vergonha na cara e parar de roubar trabalhador, tinha que roubar um banco, pra roubar um banco tem que ter um fuzil, um fuzil custa 50 mil, com isso se monta um comércio.”

Enfim, um livro escrito por pessoas que estão dentro de uma bolha tão grande que enxergam luta de classes até na Bíblia (não é força de expressão: “Jesus Deus se fez carne e classe. Deus se fez carne porque nós cristãos afirmamos que Ele é o próprio Deus, assumindo plenamente a beleza e as contingências da condição humana.” e “Não tenho como objetivo neste breve texto aprofundar toda a beleza revolucionária que vejo na Bíblia. Compartilho o argumento que a melhor maneira de interpretar a Bíblia é a partir da experiência dos oprimidos, pois esta é a ambiência prevalente de seus textos.”).
Basicamente, um conjunto de “textões de Face” preocupadíssimos com uma possível vitória de Jair Bolsonaro (ué, esse pessoal não vive falando em democracia? Goste-se ou não, parece ser a preferência do povo que eles tanto dizem representar). "O Ódio Como Política” é um livro bobinho, fraco e militante escrito por uma massa amorfa de autores indistinguíveis entre si.
Aparentemente é de uma coleção chamada “Tinta Vermelha”, assim como “Por que gritamos Golpe?”, um livro igualmente bobinho que não responde a pergunta do próprio título em suas 174 páginas. Li a versão eletrônica de "O Ódio Como Política” pois foi disponibilizado gratuitamente pela Boitempo até o segundo turno das eleições. Mesmo assim, e mesmo se tratando de uma leitura que pode ser completada por quem tem insônia e está entendiado, é caro mesmo sendo gratuito e longo mesmo sendo curto.
Samyle 19/10/2018minha estante
Engraçado como vc sempre resenha livros com viés de esquerda só pra poder dizer que é ruim...


Fernando 21/10/2018minha estante
Pois é, o título do livro responde bem a sua análise. Continua a ler Pondé, deve ser bem melhor.


pedrocipoli 22/10/2018minha estante
Não entendi. Mencionei Pondé pois (acho que) a frase é dele. Pondé tem livros bons (Filosofia para corajosos, Filosofia da adúltera) e medíocres (Amor para corajosos, por exemplo). É uma questão de ler os lados e chegar a conclusões. Dizer que o "título responde bem" não contribui em nada, em especial quando vários dos autores ainda insistem na narrativa do "Golpe de 2016" e que o outro lado é tudo de ruim (e os autores, tudo de bom).


Fernando 22/10/2018minha estante
Cara, eu li o livro e não vi essa narrativa de mocinhos contra vilões. Tem uma narrativa abrangente e até com análises mais críticas sobre o PT. O livro foi escrito por pesquisadores e intectuais de esquerda, como se propôs desde o início. Não é "um conjunto de textões do Face", pois você mesmo percebeu que possui inúmeras referências de livros, pesquisas, dissertações e teses.


Julio Alessio 27/11/2018minha estante
Pondé acha que se jogar um gordo e um magro de uma varanda o gordo chega primeiro ao chão...


Claudia Cordeiro 02/08/2019minha estante
Parabéns pela paciência de ler uma droga esquerdista destas, para fazer uma resenha mais que merecida, pois eu não tenho essa paciência. E menos ainda, ouvir esquerdopatas esperneantes reclamando.




Rafael.Martins 02/11/2018

Essencial
Os textos de "O Ódio como Política" são, de maneira geral, excelentes. Nos traz reflexões importantíssimas com True News (ou True facts) com diversas fontes.

A leitura é empolgante. Cada novo artigo era precedido de grande expectativa e, quase sempre, satisfatoriamente atendida. Diversos trechos são dignos de serem citados e compartilhados. A precisão da escrita, da argumentação e dos fatos apresentados são impressionantes. E a leitura é extremamente simples e fluida, apesar dos temas apresentados possuírem certa complexidade.

A abordagem de questões como o gênero, escola sem partido, feminismo, neofacismo, neoliberalismo (ou libertária istmo) são feitas com muita lucidez e argumentos realmente embasados e convincentes.

Contudo, sinto que, embora explicado no prefácio, que todos os escritores eram de esquerda e que tentariam se manter neutros nos argumentos, esse objetivo não foi atingido com êxito. Os artigos são bastantes parciais, mas isso não diminui o seu valor.

Obra fundamental, em 2018, para entender o cenário político que se estabeleceu.
Daniel 07/03/2019minha estante
Senti a mesma coisa quanto a imparcialidade. Como considero que ela não existe não veria problema em assumirem suas posições como fizeram nos textos. Mesmo os maia tecnicoa e quantitativos apresentam algum posicionamento.




Marcelo Caniato 28/05/2019

Nada de novo
Finalmente terminei esse livro que estava há séculos agarrado no meu Kindle. Achei o livro bem fraquinho. Muito artigo mais do mesmo, nada de muito diferente do que a gente já lê no dia-a-dia. Alguns artigos beiravam a pregação política, com frases feitas que são repetidas a esmo por parte da militância. Boa parte do livro soa mais como a esquerda conversando com ela mesma. Nesse sentido, acho o livro desnecessário. Mais útil ler jornal e postagem de blog. Há algumas exceções, naturalmente, que se destacam, como os artigos do Ferréz e do teólogo Henrique Vieira. O texto do Prof. Márcio Moretto, que é uma análise com dados sobre o conservadorismo no Facebook, é em essência interessantíssimo, mas a meu ver peca na apresentação, com uso frequente de termos computacionais, como "grafo" e "cluster", que a maioria desconhece. Mesmo entendendo o vocabulário, a forma como os dados são apresentados é maçante. Eu que sou da área e compreendo os termos achei o texto cansativo.

De maneira geral, pra quem se considera um pouco alheio ao que acontece na política e pretende ter uma visão, sob o ponto de vista da esquerda, das principais pautas em discussão hoje em dia, vale a pena ler o livro. Mas pra quem já acompanha as discussões há algum tempo, acho perda de tempo.
Luciana 19/06/2020minha estante
Pensei o mesmo que você




Talvanes.Faustino 15/04/2021

Importantíssimo
Este pequeno livro, composto por uma série de ensaios, procura fazer um apanhado das razões que nos levaram à catástrofe e a tragédia humanitária que representou a eleição de Jair Miliciano Bolsonaro Genocida.

Não precisa ter conhecimento prévio, em áreas como sociologia e ciências políticas, mas se tiver é melhor.
Marc 16/08/2021minha estante
Kkkk. Consigo até imaginar vc escrevendo "Jair Miliciano Bolsonaro Genocida" com a boca espumando e se sentindo um gênio. Pessoas como vc (até fui dar uma olhada em seu perfil) pensam ser arrasadoras, mas ficam só nos xingamentos, sem argumento algum, o que termina por ser cômico. Sim, eu dei boas risadas lendo suas resenhas.




Ricardo Santos 21/10/2018

Um alerta urgente a favor da democracia
Nesses tempos de ameaça à democracia (e mesmo que o sempre afiado Vladimir Safatle diga que vivemos, na verdade, numa república oligárquica), O Ódio como Política é um livro que convida para uma reflexão urgente. Composto de textos curtos, introdutórios para obras de maior fôlego, o livro serve muito bem como um alerta sobre quem comanda de fato o destino do país. A esquerda errou, o PT errou. Mas o que os neoliberais e protofascistas sempre pretenderam foi criar uma manada de consumidores ávidos e eleitores confusos. Em nome da ordem e do progresso investem numa visão de mundo excludente e rasa, na qual o livre pensamento tem limite e os preconceitos são combustível para a prática de barbaridades institucionais, psicológicas e físicas. O Ódio como Política não trata os conservadores de maneira simplista. A simplicação apenas joga uma cortina de fumaça que retarda uma melhor compreensão de quem são os eleitores de Bolsonaro, por exemplo. Há os extremistas que estão fechados com seu líder, dispostos a derramar sangue nas ruas por uma ideologia nefasta. Há os oportunistas, que buscam ganhar dinheiro, cargos em empresas e eleitores. Mas há também muita gente frustrada com os rumos da política tradicional, que perdeu o emprego, o poder de compra, o status social, inclusive petistas de carteirinha, convertidos ao bolsonarismo. O eleitor protofascista do Coiso é coerente em seu discurso do ódio. O eleitor médio dele, não, tornando-se uma contradição ambulante. Há gay, negros e mulheres que o apoiam. Porém há evangélicos que o desprezam. Bolsonaro é um avatar de forças econômicas maiores. Institutos neoliberais com um verniz democrático, de livre mercado, como Mises e Ethos, promovem sistematicamente uma doutrina falaciosa, enaltecendo a meritocracia e o esforço individual, contrários à organização coletiva da sociedade. Ao mesmo tempo, políticas governamentais de austeridade fragilizam os serviços públicos, levando a população, acuada, a recorrer às alternativas oferecidas pela iniciativa privada. As estruturas judiciárias mantêm, desde a escravidão, seu ranço histórico de “naturalização da desigualdade e da hierarquização das pessoas”, produzindo decisões midiáticas e populistas, geralmente, contra o direito do cidadão “comum”. O problema não é só Bolsonaro. Ele é um sintoma de nossas injustiças e mazelas jogadas para debaixo do tapete por décadas e que agora veio cobrar o preço pelo o que não fizemos, não corrigimos, sob a forma de uma espécie de “ditadura voluntária”.
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DaniM 24/10/2018

Livro essencial pra entender todos os atores e ações envolvidos nessa situação que eu defino como “que porréssa que estamos vivendo”?
Importante entender que uma sociedade não chega ao ponto em que chegamos por culpa de um só fator. A orquestra tá tocando há muitos anos, as pessoas só não entendiam a música. E pelo que podemos perceber, ainda não entenderam. Triste será o momento do “eu avisei”, torço muito pra que ele não chegue.
Este livro ainda está grátis para kindle na Amazon. Corre que dá tempo.
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Adriana Scarpin 25/10/2018

Primeiramente parabenizo quem está conseguindo ler no presente erigir das trevas, eu, outrora uma leitora compulsiva, estou à beira da indigência, sem conseguir focar em nada, excluindo coisas necessárias ao momento como este livro O ódio como política, uma junção de artigos organizada por Esther Solano, que é uma leitura fundamental sobre como a movimentação política da última década chegou nesse ponto tenebroso em que estamos hoje.
Apesar de ter sido amplamente difundido como ebook gratuito, também vale a pena comprá-lo, especialmente tendo em vista a campanha de levarmos um livro na votação de domingo - acho-o especialmente adequado para o momento.
Aliás, qualquer livro publicado pela editora Boitempo seria bem vindo no domingo, já que ontem mesmo a Ivana Jinkings declarou que a editora sofreu ameaças por telefone de um bolsominion raivoso dizendo que a editora veria quando o cramulhão tomasse o poder. Portanto, levar um livro da editora é uma afronta dupla.
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Lethycia Dias 19/11/2018

Para um senso crítico
"O ódio como política" é uma coletânea de ensaios escritos por diversos autores e pesquisadores brasileiros e se propõe a analisar as diferentes facetas sob as quais as direitas se orientam e se articulam hoje em no Brasil. As direitas, porque são formadas diferentes pensamentos e formas de atuação política, não podendo ser classificada numa coisa só. Mas apesar de diferentes, parecem ser movidas por uma coisa em comum: ódio.
Ódio por quem pensa diferente, ódio pela corrupção, ódio por quem não é cristão, ódio por LGBTs, ódio pelos direitos das mulheres, ódio por programas de benefício social, ódio por pobres, por movimentos sociais, por um ou outro partido, pela inclusão no acesso às universidades públicas.
Os textos trabalham temáticas muito diferentes entre si, mas que se interconectam na atualidade e nos debates políticos recentes. Alguns dos assuntos são o crescimento da extrema direita ao longo do tempo, o antipetismo, as semelhanças entre discursos atuais com o nazismo e o fascismo, a forma com que organizações políticas se popularizaram nos últimos anos, os discursos econômicos de austeridade, o fundamentalismo religioso, o combate ao avanço de direitos de das mulheres e de pessoas LGBT, e por fim, o caráter persecutório do projeto Escola Sem Partido.
Eu já estava familiarizada com alguns dos assuntos abordados, mas com outros, como os ligados à economia, foi minha primeira leitura a respeito. Alguns dos textos me proporcionaram várias reflexões novas. Todos são escritos por pessoas que estudam as áreas abordadas, incluindo fontes de referência e alguns são, inclusive, resultado de pesquisas acadêmicas.
O livro proporciona uma boa oportunidade para pensar sobre com que os debates públicos têm se desenvolvido recentemente, além de apontar falhas e indicar novos caminhos para os campos progressistas. Necessário lembrar que numa leitura em busca de senso crítico, os textos devem ser tomados como análises e olhares, e não como uma "resposta" definitiva. Deve sugerir novas leituras.

site: https://www.instagram.com/p/BqTPUcagGq2/
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Raony 04/12/2018

É raro ter uma coletânea de artigos dos quais eu leia todos os artigos. Sempre tem aqueles mais e aqueles menos interessantes. Por isso eu quase nunca os coloco como lidos aqui. Pq leio só uma parte. Esse não. Li o livro inteiro e posso afirmar sem medo que todos os artigos são bons e importantes. E, o que é mais incrível, de leitura fácil sem perder a precisão das análises. Realmente um feito louvável da Boitempo e dos autores.
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Vanessa - @livrices 13/12/2018

Excelente
Esse livro superou minhas expectativas. A minha vontade é de obrigar o país inteiro a lê-lo! Kkk
Extremamente necessário para o entendimento dos dias atuais. Como chegamos a esse ponto? Certamente não foi do dia pra noite.
O ódio como política vem sendo construido, por vezes meticulosamente, por vezes inconscientemente, por agentes políticos e ?cidadãos comuns?, que acabam por virar massa de manobra pra uma direita inescrupulosa.
O livro é um compilado de artigos, sobre temas como educação, marginalidade, LGBT, feminismo, nascimento e manutenção de certos partidos políticos, manobras da direita brasileira, teorias da conspiração, autoritarismo, e, principalmente, terrenos férteis para o crescimento do ódio na política.
Destaco o artigo ?A nova direita e a normalização do fascismo e do nazismo?, do Carapanã. Um dos melhores, na minha opinião.
A editora Boitempo está de parabéns com as duas publicações!!!
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PH 28/01/2019

Uma armadilha para engajados
Recentemente a categoria de ódio voltou a figurar nas análises de intelectuais de esquerda como a chave para compreender a conjuntura política mundial. Nesse livro em específico os autores tentam (em níveis diferentes) responder os problemas do Brasil através dessa primeira noção, ligando-a aos movimentos de direita.

Antes de tudo é preciso dizer que toda tese que procura trabalhar com a ideia de que o ódio tem dono está equivocada. Pelo contrário, o ódio é filho de Ninguém. Não há nada mais averso à psicanálise do que rostificar os afetos. "A direita odeia... Nós não".

É possível odiar gritando "vai ter copa sim", dando munição para polícia reprimir os nossos junhos, falando que tem que desapropriar casa, que é pra ter Belo Monte, que é preciso destruir floresta e barraco com trator. Ou pior, e aqui talvez seja mais especificamente o nosso caso brasileiro: é possível dizer e fazer tudo isso sem nenhum tipo de afetação, utilizando argumentos técnicos, um "veja bem, isso tudo tem uma razão".

Se a direita talvez teve um maior sucesso na instrumentalização do ódio, a nossa esquerda se acostumou a instrumentalizar a nossa apatia, a domar qualquer indignação popular através do argumento frio e raso de que para nos salvar seria preciso antes salvar um governo.

A grande questão é que o ódio enquanto categoria de análise parece muito mais jogar uma cortina de fumaça em nosso cenário, obstruindo assim a compreensão não só da direita, mas também daquilo que nós chamamos de esquerda aqui no Brasil, ou seja, o PT, que nada mais é do que uma "esquerda" liberal. Entender o fracasso dessa esquerda é imprescindível para o nosso debate, caso contrário ficamos reféns de uma leitura que terceiriza responsabilidades e entra em um psicologismo raso de análise.

A categoria de ódio só pode nos servir enquanto esteja conjugada com a teorização acerca da luta de classes.
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Daniel 07/03/2019

Pertinente mas só um começo
Os textos batem em questões muito pertinentes na busca de compreender o ódio no meio politico, sua disseminação e propagação. A maioria dos textos são curtos o que acaba carecendo de análise mais profunda. Tiro duas observações: 1) foram textos feitos de forma que fossem maia acessíveis, seguindo o formato de blogs e jornais, longe do academicismo. O lado bom é atrair mais leitores sobre o tema.
2) por serem curtos falta aprofundamento o que pode frustrar até certo ponto alguns leitores mais engajados, pq mesmo que alguns textos seja superficiais nos temas ainda servem como fonte para análise.
3) Poucos textos são fracos, quase jargões batidos o que não compromete a qualidade do livro, subebtebdo q talvez os autores tenham sido prejudicados pela limitação da exposição da ideia.
4) Existe textos extremamente técnicos e densos com dados quantitativos o que os torna preciosos para pesquisas futuras como o texto "antipetismo e conservadorismo no Facebook" de Márcio Mpretto Ribeiro.

No geral é um bom livro, com alguns bons escritos e outros que são mais do mesmo.
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Su 15/07/2019

O ódio como política

Esse livro tem sido um esclarecedor político para mim. Devorei aos poucos, cada linha, estrofe, cada informação. E nada mais justo do que nesse dia turbulento entre uma direita louca por endemonizar todo e qualquer movimento social pautado em achismo e mentiras e ao antipetismo que nos joga na vala daqueles que morreram em outros tempos exatamente num momento como esse. Gostaria de fazer uma resenha sobre esse livro maravilhoso, mas não hoje, hoje ele é símbolo da democracia. Não quero que vc seja perseguido por ser candomblé, ateu ou evangélico. Não quero que vc seja perseguido por ter concepções de esquerda e direita e suas respectivas vertentes. Não quero que vc seja perseguido por ser LGBT+ e nem por achar errado isso (desde que haja respeito, né colega). Quero liberdade de ser eu e vc de ser vc. Quero educação, saúde, segurança. Quero empregos e lugares para lazer. Quero proteção a Amazônia. Quero tudo isso não só nos centros e nas grandes cidades, mas nas favelas e nos campos também. Quero muita coisa e dessas muitas coisas, ele não representa porra nenhuma. Se representasse a base eleitoral dele conversaria com o povo, se repreeentasse os planos dele não seriam mais do que algumas linhas fulas e sem perspectiva de um futuro e de um passado. Espero que essa despolitizaçao mude, que passemos a ser mais políticos a cada dia e isso não envolve política eleitoral, mas sim política humana. Se vc tem os direitos que tem hoje foi pq muitas pessoas escravizadas morreram Grécia e Roma antiga, muitos escravizados africanos morreram ao renegar o destino que deles roubaram, muitos deficientes foram excluídos (mais do que são hoje) por serem diferentes, muitas mulheres foram mortas e espancadas por terem pensamento próprio. E não quero que esses direitos e outros sejam tirados ou diminuídos. Parece exagero, pra quem não estudou o passado e não olha para os países que estão em guerras ou em recessões. Não os culpo, fomos educados para sermos cavalos domesticados, mas o ato de ser selvagem é revolucionário.

site: https://www.instagram.com/p/BpfDlDWn7jz/
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Gustavo.Borba 22/12/2019

O ódio como explicação de um país
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O ódio como política: A reinvenção das direitas no Brasil, organizado por Esther Solano Gallego. Ed. Boitempo. Este importante livro apresenta alguns aspectos que nos dão um panorama do quanto o ódio, a ignorância, o revanchismo, a retaliação, a manipulação e a cegueira política atuaram para tornar o país no caos em que vivemos hoje. Um livro essencial para o Brasil de hoje. Ele apresenta os aspectos que caracterizam a ascensão da direita neste momento histórico, destacando aspectos relacionados à militância, ao financiamento, à atuação jurídica, à ala ligada ao campo evangélico, ao antipetismo. Senti falta de análises mais abrangentes sobre o papel da mídia no processo. Em geral, são artigos muito bem escritos e fundamentados, cujos autores são pesquisadores ou agentes sociais com experiência na militância e na análise social. Enfim, como Duvivier expressa no prólogo, a direita tentou de tudo com a gente, ?e a gente é a prova viva do fracasso de ambos?. Este livro é essencial para entendermos o momento em que vivemos sob a égide do milicianismo de ultra-direita! Leiam!





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lexsouza 20/03/2020

Debate sempre válido
Em tempos de polarização política
é necessário ampliar a visão e conversar sobre tudo, sair da bolha e do senso comum. Coletânea de opiniões, com viés mais a esquerda, alguns exagerados mas boa parte com análises e argumentos válidos e interessantes.
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