Resenhas - O Deserto dos Tártaros

Ingrid Bays 21/05/2020

Nosso nunca ser, nunca alcançar... Acomodação, tempo desperdiçado, vãs esperanças... Devo ficar ou devo ir? E se for, como teria sido ficar? E se ficar, como teria sido ir?
@lendoedestacando

Rafaella.Grenfell 07/05/2020

Este livro retrata a vida de um oficial, Giovanni Drogo, que após terminar seu curso de formação para tenentes da escola militar e destinado a servir em um forte fronteiriço com o Estado do Norte.

O livro começa relatando os anseios do jovem tenente ao se preparar para a viagem que o leva para seu destino. Conta com detalhes as etapas desse preparo, seus pensamentos.

Durante essa viagem, Drogo, conhece o Capitão Ortiz, e descobre que a maioria dos oficiais do destacamento do forte são voluntários com prazo de estadia de dois anos, mas ele não, fora destacado sem prazo e não sabia o motivo.

site: https://rafaellagrenfell.blogspot.com/2020/01/o-deserto-dos-tartaros.html

JP 02/05/2020

Para pensar.
Giovanni Drogo é um oficial de um serviço militar que é convocado à prestar serviço na fronteira de seu país, por onde podem chegar inimigos. Ao chegar no forte para o qual foi indicado, o oficial tem receio de permanecer neste, visto que a rotina é bastante monótona e quase nada acontece. A partir daí ele opta por ficar pelo menos um pouco mais, já que isso seria bom para sua carreira. Passado um tempo o oficial ouve sobre aparentes inimigos que surgiram no horizonte e isso atiça todos no forte, como se a ameaça de uma guerra fosse iminente. A partir desse ponto já considero que seria spoiler.
Bom, o livro trata muito bem o tema do tempo e como nós gastamos ele, e até o perdemos, esperando por coisas que podem nem chegar a acontecer. O livro também nos leva a pensar sobre o que nós, leitores, estamos fazendo com nossas próprias vidas e se no final, não nos arrependermos da vida que levamos. Recomendo muito esse livro, para todos.

Silvania.Saldanha 20/04/2020

A vida é breve
A mim pareceu dolorido. Um livro sobre a acomodação, sobre o tempo desperdiçado, sobre a urgência da vida. Me identifiquei em alguns momentos com Drogo. Por vezes percebi que também eu fiquei/estou tempo demais no meu forte, no alto das montanhas das idealizações à espera do magnífico acontecer. O livro é um lembrete de que é necessário fazer acontecer, da brevidade da vida, da fugacidade da juventude. Uma alegoria sensível e profunda para refletirmos sobre a vida e a espera.

Metáfora da vida passada na espera do que não chega, pessimismo existencial, e, sobretudo, o ensinamento a respeito do fato que são sempre atuais as palavras da música de Geraldo Vandré: ?Vem vamos embora que esperar nao e saber
Quem sabe faz a hora nao espera acontecer"...

Rafael.Domingues 04/04/2020

Surpreendentemente bom
Não tinha muitas expectativas para este livro. A sinopse não me cativou. Fico feliz por não ter deixado meu preconceito falar mais alto.

Este livro é excelente. Ao longo da leitura, com muito pesar no coração, não pude deixar de me identificar com várias passagens.

Essencialmente, o livro é uma alegoria sobre o desperdício do tempo. Não é possível identificar onde ou em qual época se passa a história.

Há basicamente duas partes no livro. Na primeira, Drogo têm a oportunidade de sair do forte, construir uma vida nova, mas por vários motivos acaba se acomodando, na crença de que coisas boas virão. Na segunda parte, Drogo já se vê como velho demais para perseguir novos horizontes e deseja permanecer "confinado" no forte. Quando finalmente um grande momento surge, Drogo se vê obrigado a sair da fortaleza, perdendo a oportunidade que tanto sonhou para coroar uma vida marcada por nada: nenhuma conquista, nenhuma família, nenhuma riqueza.

Drogo queria dar significado à sua vida através de alguma grande realização, a qual fizesse com que os outros o vissem como importante. Apenas através da aprovação dos outros, ele passaria a acreditar em si mesmo.

Ao longo do livro ele aprende que apenas em si mesmo ele achará a auto-realização. Infelizmente apenas em seu derradeiro momento, ante à morte, ele consegue dar significado a sua vida.

Yerka 31/03/2020

O deserto somos nós
O deserto dos tártaros foi uma descoberta maravilhosa. A descoberta é de que o protagonista sou eu mesmo. É o homem moderno, que arrrebatado pela expectativa futura da glória e da redenção vê-se estatelado num presente que não suporta e do qual não consegue se desvencilhar. Pois me proponho a sair do forte. Vou deixar essa morada que habito. Não morrerei sem antes ter visto a guerra de perto.

Fernanda Sleiman 28/02/2020

Necessário
Como deixamos a vida passar sem perceber, esperando que algo extraordinário venha e nunca vem

Jean Bernard 27/02/2020

Perfeito
O tempo não nos dará trégua. Lindo. Perfeito.

Cris 27/02/2020

Brevidade da vida
"Parecia ontem, entretanto o tempo se consumira com seu ritmo imóvel, idêntico para todos os homens, nem mais lento para quem é feliz nem mais veloz para os desventurados." Pág. 62

Neste livro acompanhamos a história do jovem soldado Giovanni Drogo, que é escalado para integrar uma equipe responsável pela vigilância de um forte.

O forte Bastiani é afastado da cidade e fica no meio de um deserto, de lá, os vigias devem cuidar para que não sejam invadidos pelos tártaros.

E assim nós acompanhamos a melancólica história deste soldado e as diferentes fases da sua vida. Quando ele chega ao forte, ele está empolgado com o novo cargo, e aceita a missão pelo breve tempo que lhe é proposto. Porém, conforme o tempo vai passando, ele vai percebendo que as coisas não se encaminham da forma como ele esperava e também percebe que viver naquele ambiente isolado não é tão ruim como ele sentiu assim que chegou lá.

Eu adorei esta história, e achei a narrativa do autor maravilhosa. É um tipo de livro que me fez gostar nem tanto pela história que estava sendo contada em si, mas pelas mensagens que o autor nos transmite conforme observamos o tempo passar: a brevidade da vida, o comodismo, a falta de perspectiva, e a valorização do significado de pertencimento.

Achei o começo um pouco arrastado, mas quando me acostumei com a narrativa, me envolvi pela forma melancólica e realista que o autor nos conta a história.

Uma história triste e que nos faz parar pra avaliar nossa própria vida.

"Justamente naquela época Drogo deu-se conta de que os homens, ainda que possam se querer bem, permanecem sempre distantes; que, se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma mínima parte dela; que, se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso o que causa a solidão da vida." Pág. 172



site: https://www.instagram.com/li_numlivro/

Igor 18/02/2020

Confesso que o começo não me pegou, assim logo de cara, mas com o passar da obra e entender do que se tratava, eu me apaixonei. Talvez o meu encanto venha da autoindentificação com Drogo, com a sua espera por um dia que o redimiria de toda a renúncia. É inerente do ser humano o desejo da recompensa no final de tudo e de querer que todas as coisas tenham um sentido maior. Me tocou de forma singular.

Igor 18/02/2020

É impossível não se identificar com a espera de Drogo, todos nós em algum momento vivemos a esperança de um dia que nos dará sentindo a todo o resto. Para mim uma obra única e que me tocou de forma singular.

Letuza 16/02/2020

Sobre o desperdício do tempo
O livro foi publicado originalmente em 1940, mas é um livro atemporal!
Conta a história de Giovanni Drogo e traz reflexões profundas e belas sobre o desperdício do nosso tempo, dos nossos anos, fazendo aquilo que não amamos. Sobre o desperdício de vida em cumprir obrigações só por cumprir. Fala sobre o vazio de vidas sem perspectivas, sem objetivos, sem sentido. Descreve a solidão de alguém que deixou-se levar pelas obrigações sem sentido e não viveu os momentos sublimes da amizade, do amor e da cumplicidade. Narra a falta de coragem de dizer o que quer, lutar pelos sonhos e assumir o controle de escolhas!
Recomendo a leitura e a reflexão, pois em muitos momentos de nossas vidas somos um pouco Giovanni Drogo e deixamos, como diz a música ?a vida me levar, vida leva eu..?

Bru_ribs 15/02/2020

De verdade, detestei. Tem uma parte filosófica bem bacana, mas senti que perdi tempo.... :(

Maria 15/02/2020

TEMPO - O DESERTO DOS TÁRTAROS
O tempo corre e às vezes não vemos. Projetamos um futuro e esquecemos de viver o presente. Deixamos oportunidades passarem, porque temos medo. Quando chegamos ao futuro desejado tanto tempo antes, então, percebemos que a vida passou, as oportunidades passaram, e nós, presos àquela ilusão de felicidade, envelhecemos.


O deserto dos Tártaros mostra, de um jeito um pouco monótono e arrastado, como a vida passa.

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