Reparação

Reparação Ian McEwan




Resenhas - Reparação


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acidrock 04/08/2011

Traídos pelo desejo
Uma menina de 13 anos escreve uma peça de teatro. A obra deveria ser encenada em um jantar de família mais tarde. Por motivos que fogem ao controle do destino, não o foi. Essa garota é Briony Tallis. Esperta demais para sua idade, inteligente demais para pouco tamanho, perspicaz demais para alguém que ainda não saiu dos cueiros, como bem se dizia antigamente.

Briony Tallis é todo escritor. A solidão da página vazia. O barulho da máquina de escrever. A confusão de uma mente inquieta. Briony Tallis, simbolicamente, é aquele que escolheu escrever como meio de vida. Pode ser um jornalista, como eu, um romancista, um cronista e, quem sabe?, até um blogueiro, cibernética figura literária. Briony Tallis é a protagonista de "Reparação". Este livro de Ian McEwan chegou à minha mesa de cabeceira por acaso. Não foi paixão à primeira vista, mas foi eterna – da minha estante ele não deve sair nunca mais.

Em "Reparação", é Briony a responsável pelos acontecimentos descritos durante toda a narrativa. Na Inglaterra dos anos 1930, a garota esperava a visita dos primos – dois meninos, gêmeos, e Lola, um pouco mais velha do que nossa protagonista. A trupe encenaria a peça descrita antes. Curiosa, qualidade de praxe em qualquer criança que se preze, Briony Tallis observava, atenta, o mundo que a rodeava. Em uma tarde de verão, presenciou, por acaso, a uma cena curiosa. Sua irmã, Cecilia, despindo-se para buscar um vaso de estimação derrubado por acidente em uma fonte na propriedade dos Tallis enquanto era observada por Robbie Turner, filho de uma antiga empregada, bem quisto como um membro legítimo desse abastado clã. O olhar de Briony funcionava como faísca na palha seca.

Robbie confessa sua paixão secreta por Cecília somente para si, em seus mais reservados momentos. O desejo o consome. Esta onda de calor, uma luxúria ainda não explícita, toma forma em palavras, e, naqueles acasos que tão bem descrevem o arco do enredo das histórias, chega às mãos de Briony.

É o primeiro passo para a mudança.

Dividido em quatro partes, o livro mostra diferentes pontos de vista para os mesmos fatos, que convergem, mais de 400 páginas depois, em um final emocionante, de arrancar lágrimas e soluços. A escrita de McEwan é primorosa. Detalhista ao extremo, o romancista não economiza páginas e páginas de belas paisagens e sentimentos íntimos.

Não sei onde li certa vez, pode ter sido em peça de Shakespeare, música de Elymar Santos ou em algum filme do Megapix, que nossa vida toda é moldada a partir de dois ou três dias específicos. Aqueles em que um instante muda tudo. Um ato. Uma palavra. Seria assim mesmo? O quanto de controle nós, nessa existência mundana, temos para conseguirmos mudar tantos rumos, tantos destinos? No caso de "Reparação", o poder da literatura, o poder de contar histórias, escondido por todo o livro, explode em seu clímax. Percebemos que somos Briony. Só nós mesmos, ao deitar a cabeça no travesseiro, sabemos os pequenos crimes que carregamos por dentro.
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Helder 01/12/2011minha estante
Ótima resenha. Deu vontade de ler o livro de novo!




Navi 06/02/2011

Lindo.
Um armado complexo preenchido por descrições precisas. Encontra o medo e o belo em nós.
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Paulo 02/01/2011

Resenha sobre Reparação
Leia minha resenha, com um trecho selecionado, no meu blog:

http://beneficio-da-duvida.blogspot.com/2011/01/reparacao-sem-o-desejo.html
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Ricardo 15/03/2009

Uns do melhores livros que já li..sem duvida....o filme não é tão bom...mas o livro excelente..recomendo....
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 28/05/2010

Ian McEwan - Reparação
Ian McEwan foi por três vezes indicado para o Booker Prize, o mais prestigiado prêmio literário britânico e finalmente vencedor da categoria de ficção de 1998 com "Amsterdam" é considerado um dos mais respeitados escritores contemporâneos ingleses.

A protagonista deste romance de 2001, Briony Tallis, aos treze anos, e iniciando então a descoberta de sua vocação literária, seja por excesso de imaginação ou até mesmo por um ato de pura malícia, acusa injustamente o namorado de sua irmã mais velha de um crime de estupro. Esta acusação terá consequências devastadoras para o futuro de toda a família, inclusive da própria Briony que tentará a partir de então e, por toda a vida, reparar o erro cometido.

A primeira parte do romance narra um dia de verão de 1935 na casa de campo dos Tallis. A narrativa dos mesmos acontecimentos é alternada e repetida do ponto de vista da própria Briony, de sua mãe Emily e do casal formado por Cecilia, sua irmã mais velha, e Robbie Turner, filho da faxineira da casa, mas criado como elemento da família.

Os eventos deste dia, incluindo a visita do irmão de Briony, Leon Tallis, juntamente com seu amigo Paul Marshall, coincidentemente com a mudança para a casa dos três primos, formados pelos gêmeos Jackson e Pierrot de nove anos e da sedutora Lola de quinze anos, vítima do crime de estupro, irão desencadear uma série de equívocos por parte da jovem Briony que concluirão, ao final deste mesmo dia, com a prisão de Robbie Turner.

Na segunda e terceira partes da história, em 1940 durante a grande guerra mundial, encontramos Robbie Turner alistado como soldado raso em troca do cancelamento de sua pena e envolvido no episódio de retirada das tropas inglesas da França. A narrativa, neste ponto, passa a ser francamente ágil, centrada unicamente na personagem de Robbie e em sua luta pela sobrevivência, tendo como pano de fundo o cenário devastador da guerra. McEwan alcança um êxito surpreendente transformando o drama psicológico em um romance histórico de descrições precisas e extremamente envolventes.

Na quarta e última parte do romance, descobrimos que a narrativa é feita pela própria Briony em 1999, aos setenta e sete anos. Ela enfrenta então um processo de debilidade progressiva que a levará à morte. O conceito de reparação é analisado pelo autor, enquanto concluímos. juntamente com Briony, que é impossível fugirmos da responsabilidade por nossos atos, não há reparação possível em nossa consciência.
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Caroline 27/02/2010

É um livro tão interessante, com estrutura diferenciada, que foi o objeto de análise no meu artigo de conclusão da pós-graduação em Estudos Literários.
Preste atenção na descrição das cenas, em especial na primeira parte. O livro só perde o ritmo na segunda parte, mesmo assim, após a leitura, as cenas extensas condizem com o contexto. Recomendo especialmente pelo fato de o livro fazer uma análise literária através dos olhos da personagem Briony. Além disso, acho importante ler sem ter assistido ao filme.
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Tânia Gonzales 04/09/2010minha estante
Concordo com você, Caroline. Ler o livro antes e assistir ao filme depois é perfeito! Eu gostei mais do filme e isso é raro. Aconteceu porque eu achei o livro muito cansativo, mas vale o esforço.




Xxxxxxxx1 15/08/2012

Obra-Prima
Esse livro é maravilhoso! É a obra-prima de Ian McEwan, e Briony Tallis é uma das grandes personagens da literatura.
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Patyk. 09/02/2013

Vi o filme há quase quatro anos. Por ter gostado muito, quis ler o livro, o que só fiz agora, em dois dias de fevereiro de 2013.
Achei especialmente aflitivo ler Reparação depois do filme por já saber o que aconteceria no final. Isso só me fez ter mais ódio de Briony. Mas ao final de tudo me pareceu injusto odiar a Briony de 18 anos (ou a de 77 anos) pelo erro cometido aos 13 anos de idade. Passada a raiva da primeira parte do livro, senti um pouco de pena dela.
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Léia Viana 09/09/2012

Magnífico
Ian McEwan desenvolveu algo que foge completamente do comum, especialmente para os leitores, em sua obra “Reparação”. Meu primeiro contato com esta história foi pelo filme baseado na obra do escritor: “Desejo e Reparação”, que me deixou estupefata. O filme começa de forma interessante, despertando logo em seu início a minha atenção e angústia, pois fica implicita que existe algo em suspenso, prestes a explodir, e o livro conseguiu em mim o mesmo efeito que tive ao assistir o filme, e isso surpreende e muito, pois já tinha conhecimento da história e eu achava improvavel à possibilidade de reviver as mesmas emoções. E eu as revivi lendo o livro.

Gosto muito de escritores criativos e que narram as suas histórias cheias de complexidades em seus personagens, como foi nesta obra o papel de Briony Tallis, nela, pude perceber que é possível existir o momento onde o real e o imaginário podem se confundir, principalmente se a personalidade de quem conta a história for repleta de obsessão, por manipular a criatividade para transformar a realidade no que ela mesma julga ser o correto, e, foi exatamente isso que constatei em “Reparação”, Ian McEwan escreveu uma história sobre a fragilidade humana em todos os seus sentidos. Uma verdadeira obra de arte que deixa o leitor intrigado e em suspenso.

Reparação narra uma história de amor destruída por uma garota de imaginação fértil, que alimenta o sonho de ser uma escritora. Briony Tallis, aos treze anos, e iniciando então a descoberta de sua vocação literária por excesso de imaginação, acusa injustamente uma pessoa de um crime do qual essa pessoa não cometeu. Esta acusação gera resultados devastadores para o futuro de toda a família, inclusive da própria Briony, que tentará a partir de então e, por toda a vida, reparar o erro cometido, sem se dar conta de que não existe reparação para a nossa consciência, pois ela não perdoa nos julga sem piedade.

McEwan construiu uma verdadeira obra de arte em sua narrativa, pois escreve capítulos em terceira e primeira pessoa, narrando e descrevendo minuciosamente os diferentes ângulos de uma mesma cena, alternando o ponto de vista dos protagonistas envolvidos na trama.

Tanto no filme quanto no livro, achei bacana a maneira como a protagonista carrega a culpa por seu erro e como ela se redime consigo mesma ao fim da história.

Leitura recomendada!
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Carolina 22/10/2012

Briony e Lola, seres de outro planeta!
Não têm como não ler Reparação e não se apaixonar pelos personagens e claro pelo autor. Reparação leva o leitor a decifrar os pensamentos infantis e ao mesmo tempo revelar os segredos do amor, também nos leva a conviver com momentos difíceis que o nosso mundo enfrentou, a Segunda Guerra Mundial, onde o cenário pleno,nos mostra como isso afetou milhares de pessoas.
Ao ler você vive em um mundo de dúvida e suspense, mas ao mesmo tempo de raiva. Se apaixona pelos personagens mas ao mesmo tempo, critica e odeia alguns.
Uma mesma história vista por pontos de vistas diferentes, como uma cena, uma história, um acontecido, pode mudar muitas vidas e acabar com uma grande história de amor. A mocinha, o mocinho, a criança, a indefesa, a madame, estes contam a história e ao mesmo tempo vivenciam-a.
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Lívia 17/12/2012

Magnífico!
Romancistas como Briony Tallis e Ian McEwan deveriam ser imortais para que seus leitores tivessem, para sempre, o consolo de uma póxima história ao fim de cada exemplar!
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Favodemel00 12/05/2024

Fonte dos desejos ocultos
Talvez seja difícil falar sobre esse livro. Porque ele despertou em mim tantas emoções diferentes nas variadas situações que ocorreram ao longo da história.
Eu me deliciei com a tensão sexual entre Cee e Rob. Odiei Briony do início ao fim, não me agradou a personalidade dela, que se manteve forte até o final da história. Senti empatia pelos gêmeos. De Emily, uma tremenda egoísta e invejosa, senti um levíssimo resquício de pena por viver nessa bolha de ilusão da família idealizada, que no final das contas era uma grande mentira.
O cuidado na narrativa e descrição da guerra é de se tirar o chapéu. Mas o que me ganhou nesse livro, com toda certeza, foram as descrições românticas que ocorrerão ao redor do casarão. A beleza desse amor foi poética.
O desfecho da história foi terrivelmente triste e irreparável.
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Carla Reverbel 08/01/2013

Grande finale
O livro é bacana, muito bem escrito, mas sejamos sinceros, o que faz dele grande, e é grande, é o final maravilhoso.
É o tipo de fim que justifica a lida de 400, 500 páginas.
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Sabrina 24/01/2013

Romance psicológico
Por ser um dos nomes mais celebrados da literatura mundial atualmente, e por ter participado da FLIP – Feira Literária Internacional de Paraty (RJ), eu já tinha ouvido falar bastante em Ian McEwan. Querendo descobrir porque ele é tão aclamado, resolvi ler Reparação, um de seus livros mais famosos e que deu origem ao filme Desejo e Reparação (2007). De fato, descobri muito mais de porque ele é tão famoso. Acabei descobrindo na obra uma narrativa deliciosa, inteligente, verossímil, que me deixou grudada na história muito depois de ter terminado a última página.

Reparação conta a história de como a jovem Briony Talles, dona de uma grande imaginação, acaba confundindo uma série de fatos que ocorrem entre sua irmã, Cecilia, e o filho da caseira, Robbie Turner. Assim, ela passa a acreditar, sem entender o contexto, que Robbie é um psicopata. Quando um incidente muito grave ocorre com a prima de Briony, ela não titubeia em acusar o rapaz, mesmo não tendo identificado claramente o agressor na noite escura.

Somente esse enredo já produziria uma grande história, mas o livro possui ainda uma segunda parte. Para escapar das consequências do crime do qual foi acusado, Robbie se vê obrigado a partir para a França para lutar pela Inglaterra na Segunda Guerra Mundial. Concomitantemente, o autor continua contando a história de Cecilia, que ainda está apaixonada por Robbie, e de Briony, que começa a perceber o terrível erro que cometeu e tenta encontrar uma forma de reparação.

O narrador é onipresente nessa obra, e sabe tão bem o que sentem seus personagens que nos parecem plausíveis todas as suas observações. O calor modorrento que deixa os pensamentos lentos, as confusões, as incompreensões de cenas. Tudo muito bem explicado, com um cenário por vezes detalhista demais. Demais mesmo, como quando usa quase um paragrafo para descrever o aspecto das batatas ao saírem do forno. O psicológico de seus personagens também é habilmente construído, e assim o escritor deixa claro as contradições existentes em todo ser humano.

Na verdade, Reparação é um romance psicológico. As infâncias são constantemente evocadas para justificar o comportamento adulto dos personagens. As referências a Freud e os deslizes inconscientes que conduzem a história e explicam os acontecimentos também fazem ligação com uma construção cuidadosa da mente de seus personagens.

Personagens estes que são muito complexos. Para todos eles, McEwan apresenta as razoes de seus comportamentos, e todas elas parecem tão plausíveis que é difícil escolher um lado, não é simples julgá-los. Tal como na vida real.

Ian McEwan não utiliza palavras chulas sem um motivo. Quando as usa, o faz com maestria, para dar a real dimensão do que se passa com seu personagem, e também para chocar o leitor e para chocar, em um nível muito maior, outros personagens do próprio enredo. Um exemplo de como ele não usa esses vocábulos inapropriados à toa é na cena de sexo entre dois personagens, na qual não há palavras de baixo calão. Existe, isso sim, uma descrição perfeita da cena e da intensidade dos sentimentos em jogo, mas sem apelação. Uma cena muito bonita, que não serve apenas para preencher o velho clichê comercial de que deve ter cenas picantes nos romances. Além de linda, a cena contada comedidamente dá ainda mais força à historia elaborada por McEwan.

Nem tudo é perfeito na obra. O escritor descreve com muitos detalhes os ambientes - mas isso faz o cenário se tornar mais real e bonito. O problema é que algumas cenas são narradas longamente, mas outros fatos, que seriam ainda mais importantes para a trama, ele não conta, deixando o leitor antever e adivinhar de acordo com a fala ou pensamento de algum personagem. Talvez isso seja proposital, para deixar perguntas depois do término do livro, fazendo com que o leitor revisite a história e tente entender todos os pormenores que não foram ditos. Mesmo que seja de propósito, algumas cenas mereciam uma descrição mais detalhada.

A falta de referências históricas a respeito da Segunda Guerra Mundial também podem deixar o leitor um pouco perdido, já que não ha uma explicação dos acontecimentos em nível de pais. Mas os detalhes que são acrescidos, os horrores que seus personagens testemunham, são muito instrutivos.

Reparação vale a leitura. É um livro que conseguiu unir de uma forma incrível o marasmo e a ação, e a trama psicológica, aliada ao suspense, fazem valer cada minuto dedicado às suas paginas.
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Gabriela 24/01/2013

Peguei o livro que uma amiga estava lendo... li a primeira frase e só pude devolver quando terminei. É lindo, emocionante e triste.
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