Reparação

Reparação Ian McEwan




Resenhas - Reparação


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spoiler visualizar
Carolina.Gomes 08/08/2022minha estante
Música triste do Naruto para Ian ????


Alê | @alexandrejjr 09/08/2022minha estante
Eita!! Eu amo o filme e o meu medo é justamente esse: achar o livro ruim.


Eliza.Beth 09/08/2022minha estante
Kkkkkkkkk Carollllll


Eliza.Beth 09/08/2022minha estante
Alê, mas dê uma chance. Talvez vc goste da escrita


Carolina.Gomes 09/08/2022minha estante
Achei q Alê tinha lido.


Jamile.Almeida 15/08/2022minha estante
eu amooo esse livro. hehehe


Jamile.Almeida 15/08/2022minha estante
eu amooo esse livro. heheh.. a casa é muito descritiva pq --- contem spoiler---
foi realmente a historia que eles viveram, achei que a descrição combinou demais com a ideia que o autor quer passar, casou em tudo... o resto ela teve q usar sua criatividade de escritora aprendiz... funcionou super comigo. e a segunda parte é sofrida.. pq foi uma guerra q ela nao viveu.. so imaginou...
Já a Briony esta justamente na fase que muda infancia a adolescencia.. inteligente e cheia de si.. acredita q ja tem maturidade para interpretar o q vê.. e a verdade é que nao.. o sofrimento e a amargura dela, a tentativa frustrada de reparação me convenceram, virei cadelinha do livro! kkkk
Mas é isso mesmo, ainda bem que a diversidade de livros existe para que todos possam ser contemplados! e tem livros q nao vao funcionar conosco e vida que segue! heheh, depois da uma olhada, se te interessar, a resenha da tati feltrin, tive insights muito parecidos com os dela.


Eliza.Beth 15/08/2022minha estante
Jamile, eu te entendo. Quando vejo alguém q não gosta do meu livro favorito, me sinto pessoalmente atingida kkkkkk
Acredito q eu não me conectei com a escrita do Ian e, na minha experiência de leitura, a escrita é a coisa que mais chama minha atenção.
Mas achei muito legal suas percepções e ver o quanto esse livro é especial para você. Obrigada pelo comentário. Estamos aqui para isso mesmo: trocar experiências ?


Bia 06/06/2023minha estante
Eu ri com algumas descrições que você fez, e está certíssima.
Demorei 11 meses pra ler esse livro.
Não achei a escrita dele tudo isso que falam.
Cansativo demais.




Carolina.Gomes 15/06/2021

Avassalador!
Fazia tempo que eu tinha curiosidade de ler esse livro tão aclamado pela crítica e por tantos leitores.

Reparação é uma narrativa envolvente, eletrizante, emocionante e muito bem amarrada que prende o leitor do inicio ao fim.

É angustiante acompanhar o desenrolar dos acontecimentos e os efeitos devastadores de uma ação impensada.

Reparação é tudo isso que dizem e foi uma experiência literária maravilhosa! Recomendadíssimo!
Eliza.Beth 15/06/2021minha estante
Uhulllllll... tbm quero muito ler esse. Em breve


Carolina.Gomes 15/06/2021minha estante
Seria muito lindo uma discussão do nosso grupo sobre esse livro. ?


re.aforiori 16/06/2021minha estante
Maravilha que vc gostou,
Carol! ?
Isso me dá ainda mais vontade de ler esse livro...?
Como havia lhe falado, já o possuo, e pretendo lê-lo em breve... Coloquei na meta para o ano que vem, que pra neste ano não cabe mais nada... ?


Carolina.Gomes 16/06/2021minha estante
Eu sempre coloco uns extras nas minhas metas. ?


Thamiris.Treigher 16/06/2021minha estante
Uau ??????


re.aforiori 16/06/2021minha estante
Ah sim, Carol! Legal! Boa sugestão! ?
Acho que colocarei o ?E o vento levou? como extra, então. ? Você mesma me deixou com ainda mais curiosidade por ele do que pelo ?Reparação?. Mas meu tempo anda meio corrido ultimamente, e já estou com deficit páginas, mesmo com a meta sem extras. ?
No entanto, espero conseguir, arrumar mais tempo para ler... E isso é um objetivo para breve.




Vanessa Vieira 04/02/2017

Reparação - Ian McEwan
O livro Reparação, do autor inglês Ian McEwan, nos traz uma história profunda e trágica que mescla inocência, fantasia e um crime que mudou o rumo de toda uma família e abalou o amor de dois jovens para sempre. Ian McEwan desenvolve uma trama fascinante e intrigante ao redor de Briony Tallis, uma pré-adolescente que sonha em um dia se tornar uma grande escritora e o desenrolar de sua mente fértil, fantasiosa e até mesmo ingênua se tornam o cerne principal do enredo.

Em uma tarde de verão de 1935, em sua casa de campo na Inglaterra, Briony avista pela janela uma cena enigmática e incompreensível: Cecília, sua irmã mais velha, se despe e mergulha apenas de calcinha e sutiã na fonte do quintal, sob o olhar do filho da arrumadeira e amigo de infância delas, Robbie. Tal episódio culmina em uma série de equívocos e fazem com que a imaginação fértil e volátil da aprendiz de romancista cometa um crime que marcará para sempre o futuro de toda a família, além de fazer com que Briony passe o resto da vida tentando desfazer todo o mal que causou.

Reparação é considerada por muitos a obra-prima de Ian McEwan e o enredo que nos traz uma mescla de culpa e perdão foi muito bem construído e explora ao máximo a faceta de seus personagens. À primeira vista, é tolamente fácil separar o joio do trigo; o mocinho do vilão, porém, conforme a história vai se descortinando, entendemos os motivos e as atitudes de todos os personagens e como os seus rompantes e erros - por mais visíveis que sejam ao leitor - foram tomados de forma inocente e ingênua, apesar de terem desencadeado um infortúnio sem precedentes. Narrado em primeira e terceira pessoa, de modo bem requintado e algumas vezes até mesmo com uma certa conotação lírica, somos imersos em um enredo primoroso e magistralmente arquitetado, que gira em torno de uma desventura impensada que culminou em uma mentira infundada por pura e simples ingenuidade e fantasia, gerando uma consequência drástica e terrível para todos os envolvidos.

Briony é apenas uma garota de treze anos, porém com uma imaginação bastante fértil quando presencia sua irmã parcialmente nua na companhia do jardineiro e filho da arrumadeira da família. Tal visão fica incrustada em sua memória e tudo o que acontece a partir daquele momento é focado pela jovem sob uma ótica diferente. Quando um crime abala todas as estruturas da família Tallis, ela não hesita em identificar um culpado, agindo sem a menor ponderação e movida completamente pelo impulso. Em seus pensamentos fantasiosos, ela acredita que está salvando todos aqueles que ama, mas acaba tomando uma atitude errônea que acaba por amargar todo o resto de sua existência. Como disse anteriormente, olhando para a trama de uma forma superficial, é notável quem são os mocinhos e os vilões mas a medida que a história começa a se destrinchar aos olhos do leitor percebe-se que não existe o culpado e o inocente e que todos os personagens acabaram por contribuir para o desfecho dos fatos, com atitudes impensadas, tomadas no calor da emoção e realizadas sob o âmbito da ingenuidade. Briony nunca se perdoou pelo o que aconteceu e passou toda a sua existência tentando reparar de alguma forma aquilo que fez. Mesmo sendo uma inveterada romântica, ela se voluntariou como enfermeira durante a guerra com o intuito de ajudar os feridos, numa espécie de expiação por seus pecados. Ela tenta tudo o que pode para contornar a situação, mas um julgamento infeliz e precipitado de infância ocasionou uma tragédia irreparável no seio dos Tallis.

"Como pode uma romancista realizar uma reparação se, com o seu poder absoluto de decidir como a história termina, ela também é Deus? Não há ninguém, nenhuma entidade ou ser mais elevado, a que ela possa apelar, ou com quem possa reconciliar-se, ou que possa perdoá-la. Não há nada fora dela. Na sua imaginação ela determina os limites e as condições. Não há reparação possível para Deus nem mesmo para os romancistas, nem mesmo para os romancistas ateus. Desde o início a tarefa era inviável, e era justamente essa a questão. A tentativa era tudo."

Cecilia agiu por impulso ao mergulhar na fonte com roupas mínimas e com isso acendeu uma fagulha de paixão em Robbie e também o palito de fósforo que juntamente com o combustível lançado por Briony provocou toda a explosão da trama. Sua desventura amorosa comum a todos os jovens se misturou a mente fantasiosa de Briony e também ao caos instaurado na família Tallis, dando margem a um erro cruel e que acabou ceifando toda a felicidade de um proeminente casal. O romance do enredo é profundo, atemporal e mostrou toda a grandeza e caráter de Robbie e Cecilia mesmo diante das adversidades e obstáculos que lhe foram impostos. A perseverança e o espírito de luta deles é admirável, trazendo até mesmo traços shakesperianos para o livro, tamanho o amor puro e latente entre o casal mesmo diante de todas as dificuldades.

"No seco deserto do coração súbita jorre a fonte do perdão."

Resumidamente, Reparação é um livro intrigante, bem articulado e meticulosamente inteligente, que envolve a questão da culpa e do perdão em meio aos devaneios da fantasiosa mente humana, além de nos trazer personagens heterogêneos e complexos. O enredo de Ian McEwan ainda nos mostra a relação entre a ética e a estética; entre a ficção e a realidade e faz uma reflexão intrincada a respeito da literatura e de sua natureza, ao mesmo tempo poderosa e cheia de limitações. Em 2007, foi feita uma adaptação cinematográfica da obra intitulada Desejo e Reparação, com os atores Keira Knightley e James McAvoy nos papéis principais e que angariou inclusive o Globo de Ouro por Melhor Filme de Drama e o Oscar de Melhor Trilha Sonora, se mostrando um trabalho majestoso e fielmente retratado do brilhante livro de Ian McEwan. A capa é bonita e nos traz uma das cenas retratadas no filme e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Recomendo, com certeza!

site: http://www.newsnessa.com/2017/02/resenha-reparacao-ian-mcewan.html
Luci Eclipsada 21/02/2017minha estante
Tenho essa edição que ganhei ano passado e até agora não li. Preciso me animar!!!


Vanessa Vieira 21/02/2017minha estante
Eu amei esse livro!


Luci Eclipsada 22/02/2017minha estante
Eu tenho o filme tb, mas assistirei somente quando ler o livro.


Vanessa Vieira 22/02/2017minha estante
Já assisti o filme umas duas vezes


Luci Eclipsada 01/03/2017minha estante
Antes de saber mais sobre o escritor imaginei que o livro tivesse sido escrito no século retrasado. Levei um susto ao saber que o Ian McEwan é bem contemporâneo kkkk


Vanessa Vieira 01/03/2017minha estante
Sim, extremamente contemporâneo...haha




Jéssica Santos 25/06/2018

Drama familiar, que vai encher seu coração de ódio e amor rsrs.
Se passa na Inglaterra numa tradicional família inglesa que gira principalmente em torno de um estupro.... eu só tenho a dizer que tá pra nascer outro vilão/(ã) que me faça ter taaanta raiva, como a desse livro me fez.... terminei o livro bufandoooooooooooo, EEE tenho que dizer que a pessoa que ocasionou toda a infelicidade de certas pessoas, não recebeu meu perdão...
Eu só posso dizer que fui, literalmente, enganada pelo título do livro. Na vida há coisas que não tem reparação :/
A escrita de Iannn dispensa comentários, excelente...
Emidiana 08/07/2018minha estante
O filme é muito bom


Emidiana 08/07/2018minha estante
Não li o livro ainda


Jéssica Santos 16/07/2018minha estante
Ahhh não vi o filme ainda, to querendo assistir, é muuuito bem escrito


selma.martins.146 24/10/2018minha estante
Começando ler hoje. Grande expectativa !


Jéssica Santos 25/10/2018minha estante
Você vai gostar, escrita muito boa.


selma.martins.146 25/10/2018minha estante
Acredito !
Obrigada ?




Nath 21/09/2019

Não há reparação possível para Deus nem para os romancistas, nem mesmo para os romancistas ateus. Desde o início a tarefa era inviável, e era justamente essa a questão. A tentativa era tudo.
Uma das leituras mais incríveis do ano!

Em primeiro lugar, eu devo assumir que o impactante desfecho me levou as lágrimas (mesmo já sabendo o final pela versão cinematográfica!)

É através de obras maravilhosamente bem escritas como essa, que vemos o quanto spoiler nenhum derruba uma boa história. Mesmo quem já assistiu o filme primeiro (e já sabe o final), pode ler sem medo algum, pois aqui o autor esmiúça os sentimentos mais profundos dos personagens de forma ímpar e vai fundo nas emoções.

Essa é uma história extremamente densa e ao mesmo tempo fluida, e por isso mesmo requer uma leitura mais "degustativa", feita aos poucos, para a melhor compreensão do desenrolar e das atitudes dos personagens.

Reparação mostrou-se um drama psicológico magistral, abordando de forma impecável os sentimentos da culpa e do perdão, e a força que a escrita e a literatura podem reparar certos males humanos irreparáveis. Mesmo que algumas dessas atitudes (equivocadas ou não), sejam irreversíveis.. Nesse sentido, a protagonista Briony se mostrou uma das personagens mais complexas que eu já li. Até agora eu não sei quais foram os meus sentimos relativo a ela.. Realmente, uma personagem única!

O filme dirigido pelo Joe Wright, que veio ao Brasil com o título Desejo e Reparação, retratou essa história de forma magnífica! Para mim, este é um dos raros casos que livro e filme se completam de forma perfeita. Ambos são espetaculares! As cenas, os diálogos, os cenários, a fotografia, a paleta de cores e os atores retrataram fielmente o livro do começo ao fim. Um destaque para a brilhante atuação da Keira Knightley e do espetacular James McAvoy, como a Cecilia e o Robbie. Um dos casais literários mais injustiçados da literatura e do cinema, sem dúvida! Não me conformo e NUNCA me conformarei com o desfecho desse casal... Não sei nem o que dizer... Simplesmente, só pode ser a vida..

O livro agora entrou para os meus favoritos da vida (assim como o filme). E eu já estou absolutamente ansiosa para fazer a leitura dos próximos livros do Ian McEwan. Um autor contemporâneo que definitivamente vale á pena conhecer.
Ari Phanie 21/09/2019minha estante
Fico feliz que tu tenha gostado tanto. Eu me lembro do quão melancólica fiquei com o final kkk. Esse foi um daqueles raros livros que quebrou meu coração, mas tbm me ganhou completamente. Olha, eu tbm fui seca ler o próximo livro dele, mas foi ir do topo ao fundo do poço. Fiz uma péssimo escolha e fui com mta sede ao pote. Vai com calma, sem esperar outro Reparação, pq esse foio masterpiece do Ian.


Nath 21/09/2019minha estante
Eu também estou com o meu coração partido até agora. E olha que para partir o meu coração a coisa tem q ser destruidora mesmo.. hahaha O Ian McEwan não brinca em serviço não, vou te contar! Que desfecho triste! Muito triste! Aliás, eu achei o detalhe da cena final da família reunida no livro, muito mais impactante seguida do plot twist da Cecilia e do Robbie, do que no filme.. E obrigada pelo aviso, Ari. Eu já tinha ouvido falar que os outros livros do McEwan não chega aos pés desse. Mas eu já estou com o Na Praia dele esperando na estante. Acho q farei a leitura no próximo ano.


Ari Phanie 22/09/2019minha estante
E eu qro ler o Amsterdam. Espero que ambos sejam boas leituras.


Nath 22/09/2019minha estante
Também espero! Não conhecia o Amsterdam. Vou adiciona-lo na meta junto com o Na Praia.


Craotchky 06/08/2021minha estante
"a escrita e a literatura podem reparar certos males humanos irreparáveis."
Não! Podem não! (Meu lado de monitor de lógica clama por uma intervenção)
Aristóteles se contorce com essa contradição conceitual!
A própria definição do conceito "irreparável" exclui a possibilidade de reparação! Se é irreparável nada pode reparar. Caso uma reparação seja possível, isso quer dizer que a situação desde o início era reparável! Agora reparar o irreparável é absurdo!
Hahaahahahahahha, beijo, gata




Renata CCS 27/08/2014

Será que todas as injustiças são reparáveis?

"A primeira glória é a reparação dos erros." (Machado de Assis)

Muitos são os caminhos e armadilhas da arte de saber contar histórias. E se a personalidade de quem conta a história for de uma jovem impressionável, repleta de criatividade e trazendo na bagagem os ciúmes, egoísmo e dissimulação, pode haver o momento em que o real e o imaginário se confundem na mente de quem só vê o que quer como lhe for conveniente. Protegida sob o manto sagrado de um futuro talento literário mesclado com seus olhos de criança inocente em seus treze anos, Briony Tallis é a inconsequente vilã de REPARAÇÃO que deriva da imaturidade, da precipitação de ser a detentora da verdade, e de ser imaculada por sua família, vulneráveis pela sua notável inocência.

Inglaterra, verão de 1935, Briony, então com treze anos, estava deixando o universo infantil com a ambição de se tornar uma escritora de sucesso, fazendo uso de sua mente engenhosa e muito imaginativa. Embora fascinada com a própria desenvoltura em retratar histórias das mais diversas, são desastrosas as conseqüências ao interpretar fatos do universo amoroso adulto, com base em seu repertório ainda infantil e visão de mundo limitada. Briony presenciou cenas que não podia julgar, cometeu o pecado de abrir uma carta destinada à outra pessoa e leu sobre um assunto que ainda não entendia.

As intervenções de Briony provocam desdobramentos dramáticos para todos os envolvidos. Sendo ela a única testemunha da atração entre Cecília, sua irmã mais velha, e Robbie, o filho da empregada e protegido da família, será justamente uma ação dela a definir o futuro dos dois.

O livro se desenrola por três idades de Briony: da jovem impressionável que imagina ter visto alguma coisa; da adulta, embora ainda não madura, que quer reparar a injustiça cometida com seu testemunho de criança; e da idosa, quando encontra na literatura uma possibilidade, mesmo que tardia e inútil, de redenção.

REPARAÇÃO é um desses livros que te deixam grudado nas páginas. É um retrato sensível e dilacerante do amor, de abismos sociais, das consequências de nossos atos e, principalmente, sobre a culpa e o arrependimento, a necessidade de reparar os erros e os limites do perdão. É um romance sobre a fragilidade humana em todos os aspectos.

São poucos os autores que conseguem reproduzir em palavras o ato de observar. Em cada ação de seus personagens, Ian McEwan nos apresenta um universo de vontades e intenções camufladas e narradas passo a passo ao leitor, e sua narrativa possui imagens tão certeiras que nos fazem entrar na história para presenciar tudo de muito perto. O autor claramente valoriza os detalhes, as caracterizações e a vida interior de cada personagem. Sua capacidade de escrever sobre a alma humana, suas emoções e conflitos me encantou!

Com uma escrita clara e aguda, McEwan fez de sua narrativa uma obra de arte, narrando minuciosamente, em primeira e terceira pessoas, os diferentes ângulos de uma mesma cena, alternando a visão particular de cada um dos protagonistas, dando todo um contraste de intenções e detalhes de cada um deles, e que não acontecem gratuitamente nesta obra incrível.

Um livro impecavelmente escrito e extremamente envolvente sobre o perigo e a vulnerabilidade humana, competente na exploração do mundo interior do ser humano, trazendo um final avassalador e perfeito.

Volte sempre, McEwan!
Clara K 29/08/2014minha estante
Reparação é um romance, mas acima de tudo é um drama bastante humano e psicológico, vemos pessoas e atos reais e refletimos um pouco sobre nós mesmos.


Maria Luísa 01/09/2014minha estante
McEwan conta, em "Reparação", uma história extraordinária, mas o modo como a relata, com personagens "manipulados" pelo meio e pelas próprias personagens, ou por uma delas, é que torna o romance interessante. Fica-se com a impressão de que há duas histórias: o que é e o que poderia ter sido.


Felipe 10/11/2014minha estante
O final...para arrebentar


skuser02844 03/10/2023minha estante
Excelente sua resenha! O livro é de tirar o fôlego. Ainda refletindo sobre a história




Rodrigo1001 25/01/2018

Reparação ou Crueldade? (Sem Spoilers)
10 constatações sobre Reparação, de Ian McEwan:

1. É um livro muito mais complexo e ambicioso do que Enclausurado, primeiro livro que li deste mesmo autor. Enclausurado é um romance pós-moderno, provocativo, divertido e irônico. Reparação é profundo, vitoriano e emocionalmente pesado;

2. Dividido em quatro partes bem distintas, talvez Reparação não vá te prender desde o início, mas certamente vai te fazer grudar nas páginas já no fim da primeira parte, após a super-hiper-mega detalhista apresentação dos personagens e suas psiquês, da época e do ambiente onde vivem e onde tudo se desenrola;

3. Reparação segue uma cadência que envolve o leitor. É como um voo: decola e vai subindo, subindo... até atingir o clímax, no último capítulo. O livro fala sobre vidas transformadas por um acontecimento súbito, provocado por uma criança. Percebe-se uma escrita com alma e uma necessidade de fazer o leitor compreender os dois sentimentos que mais permeiam a obra: a culpa e o (pseudo) arrependimento;

4. A grande estrela da obra, na minha visão, é a antagonista Briony Tallis. Com toda certeza, essa menina vai me acompanhar ao longo da vida. McEwan só revela ao leitor quem ela verdadeiramente é após a leitura completa de Reparação. Este é um dos grandes méritos deste livro;

5. Reparação apresenta uma estrutura diferenciada dos romances do século XIX. O autor preocupou-se em mostrar vários pontos de vista de um mesmo fato em cada capítulo, tornando cada personagem central da trama protagonista de uma cena, mesmo com narrador em terceira pessoa;

6. Reparação é simultaneamente um romance sobre literatura e um romance sobre o ser humano, explorando o poder da arte e os limites do perdão;

7. Gostei da maneira como o autor brincou com o nome do livro. Em inglês, a obra é intitulada Atonement, que significa reparação e expiação, mas também pode significar reconciliação ou redenção. Seria mesmo uma reparação o objetivo de Briony?

8. Como meu primeiro contato com McEwan foi através de Enclausurado, eu não estava preparado para um nível de detalhismo tão profundo. Embora as partes 2, 3 e 4 me fizeram entender a razão pela qual o autor foi tão detalhista quanto a natureza dos personagens e do ambiente na primeira parte, foi um pouco monótono acompanhar todos pela lente de um microscópio sem ter essa noção. De qualquer forma o desenvolvimento fantástico do livro apagou toda a monotonia do início. Para o detalhismo inicial de McEwan, a reparação vem da metade em diante. E foi uma baita reparação!

9. Reparação alcançou grande sucesso mundial e foi escolhido como o melhor romance de 2002 pela revista Time, indicado ao Prêmio Booker de Ficção e ao Prêmio Whitbread e vencedor do Prêmio Literário W. H. Smith. Adaptado para o cinema em 2007 sob o título ?Desejo e Reparação?, teve sete indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme.

10. Se você gosta de livros com personagens profundos, gosta de psicologia, Jane Austen e obras no estilo de Orgulho e Preconceito, então vai gostar deste livro... assim como eu!

Leva 5 estrelas de 5 estrelas.
edu basílio 25/01/2018minha estante
... eu avisei rsrsrs


Rodrigo1001 26/01/2018minha estante
Sim, você avisou. E nem em sonho eu teria imaginado um desfecho daqueles! A propósito, acabei de assistir ao filme. Esplêndido, mesmo que um tiquinho reducionista.


edu basílio 27/01/2018minha estante
tem uma cena da guerra, em plano-sequência, de uns 10 minutos, cuja lembrança ainda me causa arrepios... e você querendo mudar o título do livro no meio da leitura... rsrsrs... o 'soltador de spoilers' em mim teve que morder os dedos para ficar quieto.


Daniel 22/02/2018minha estante
Este livro é um dos meus favoritos. Maravilhoso.




Rinaldo.Sousa 14/07/2018

Livro que merece estar entre os grandes clássicos da literatura mundial.
Rose 15/07/2018minha estante
Gostei de todos os livros dele que li, tenho esse e pretendo ler em breve.


Rinaldo.Sousa 15/07/2018minha estante
O livro é muito bom, Rose!


Rose 15/07/2018minha estante
Com certeza.


selma.martins.146 24/10/2018minha estante
Começando ler hoje . Expectativa grande !




Helder 19/01/2010

Literatura de alto nivel no fim do século XX
Li este livro antes de saber que existia o filme, e ainda não tive a chance de assisti-lo, mas pelos comentários abaixo, acho que vou gostar bastante.
Li este livro por ver o autor em diversas listas de recomendados. E não me arrependi nem um pouco. Realmente é um grande escritor. O livro é difícil de ler, pois estamos acostumados a literatura voraz estilo filme de Hollywood. Mas para quem curte literatura, este é um exemplo de alta literatura feita no século XX. Li abaixo alguém que disse que no livro não acontece nada, mas para mim o sentimento era outro. Parecia um livro de suspense. O autor vai te preparando num crescente e no fim te dá um banho, quase como um puxão de tapete. E te faz pensar em como o mundo é cruel, e como devemos ter cuidado com nossas decisões, pois muitas coisas são irreparáveis.
Conta a estória de uma menina que vive num mundo de fantasias, onde adora contar estórias. Certo dia, ela fantasia que algo tenha acontecido, e isso toma uma dimensão que sai fora do controle, mudando a vida de pessoas muito próximas e queridas a ela. E ao perceber seu erro, ela sai em busca de redenção e da reparação do titulo. Mas será que todo mal causado pode ser reparado? Temos estas rédeas em nossas mãos?
Leia com calma e deixe-se envolver pelo talento deste livro, mas não espere sair feliz. No final, me senti com um nó na garganta. Infelizmente não podemos deixar o mundo cor de rosa como gostaríamos. Seria ótimo se pudéssemos simplesmente reescrever nossas vidas. E fica difícil saber quem sofreu mais devido aos erros cometidos, os que foram atingidos diretamente ou a menina que teve que conviver sua vida toda com todo este remorso? Difícil não se colocar no lugar dos personagens. Recomendo esta leitura para quem curte literatura. Não é um mero passatempo. Mas vale o esforço.
Karla 08/07/2010minha estante
Eu concordo plenamente com sua resenha, você resumiu de forma brilhante todos os meus sentimentos ao ler o livro. Chorei como criança ao ler o final.


Tânia Gonzales 04/09/2010minha estante
"...me senti com um nó na garganta", foi como me senti também Helder. Assista ao filme pois é ótimo!


Wania Cris 25/10/2022minha estante
Análise perfeita. Terminei agora há pouco e estou com esse nó na garganta, aperto no peito, uma vontade sair correndo e, ao mesmo tempo, sentar e chorar. Concordo com a análise e a nota.


Helder 25/10/2022minha estante
Wania, bem vinda ao clube!!




Jamile.Almeida 28/04/2022

O limiar da inocência
Ensaiei muito para escrever essa resenha, porque esse foi um livro que mexeu comigo, não pela história da reparação, mas pela complexidade e densidade psicológica dos seus personagens. Ian Mcwean disseca o cérebro deles, te apresenta por dentro, no mais íntimo escondido de suas mentes, com sentimentos e pensamentos que jamais seriam revelados publicamente.

Lógico que não são todos os personagens que nos são apresentados assim, mas os principais, a Briony... o que falar dela? O autor conhecia demais ela, muito mais do que os outros e fiquei me questionando o quanto a Briony era aquela menina ou um reflexo algo autobriográfico do autor do livro. Ele conhecia ela por inteiro e profundamente demais para não serem fundidos na mesma pessoas. Fiquei intrigada com isso durante toda a leitura da primeira e terceira parte... e por fim entendi o porque disso ter me chamado tanta atenção.

O livro não tem ponto sem nó... tudo que é descrito tem um porque, cada movimento dos personagens tem muito apelo visual, descobri depois que ele é roteirista de várias filmes e fez todo sentido. Como alguém consegue descrever um dia completo, de 24h de duração em metade do livro sem que você perceba que os dias não mudaram? Brilhante.

A segunda parte do livro é mais monótona, maçante.. é a guerra, não tem como ser diferente... é um purgatório injusto... penoso. E mais uma vez, para mim isso foi maestral do autor.

A terceira parte, poderia ser dividida em Briony adulta e idosa, na sua luta incessante de reparação pelo seu erro, não vou contar para vocês se ela conseguiu ou não, leia e seja perspicaz, quem ler correndo pode se perder e tirar uma conclusão errada. Quem conhece o autor sabe que ele gosta de criar crianças malvadas e macabras. Mas tenho para mim que Briony foi inocente porem inconsequente. Não acredito que o que ela fez tenha tido maldade, acredito que a transformação da vida infantil para adulta embaçou seus pensamentos e seus olhos. E quando ela notou o que fez, as consequências já eram grandes demais para conseguir voltar atrás.

O autor esbanja conhecimento literário e põe diversas referências ao longo do livro. Virou um dos meus livros preferidos da vida, bem escrito, bem amarrado, limpo, perfeito, só tenho elogios.
almeidalewis 28/04/2022minha estante
Parabéns ??? pela resenha jamili ???


Jamile.Almeida 28/04/2022minha estante
Amei esse livro!


almeidalewis 28/04/2022minha estante
Deu pra notar, ??????




San... 13/04/2015

Considero que um livro deva ter pelo menos uma de três finalidades: ensinar algo, trazer um colorido de fantasia ao dia a dia, ou suscitar emoções. Embora a narrativa passe um pouco dos limites quanto à descrições, curvando-se em alguns trechos a uma minúcia de detalhes que podem ser considerados desnecessários, o fato é que este livro desperta emoções fortes e já estava na hora de encontrar um livro que me falasse ao coração com maior profundidade. O desfecho também esteve coerente com a narrativa, não me decepcionando. Muito bom. Recomendo.
DIRCE 13/04/2015minha estante
Eu amei esse livro, San


Silvana 06/06/2015minha estante
San, você resumiu de forma simples e perfeita o que penso em relação aos livros!! Pelo menos uma dessas finalidades o livro deve ter. E essa percepção do que é bom ou não em um livro, do que gostamos ou não, é extremamente pessoal.Já li resenhas aqui no Skoob sobre as "mentiras" escritas em relação a algumas personagens e críticas negativas justamente pelos fatos praticamente impossíveis de acontecerem. Mas não me incomodam quando a leitura é agradável e me prende a atenção! Pelo contrário, adoro personagens que só existem nos livros...longe de se tornarem reais..."fantasia ao dia a dia". Belas palavras e resenha! Já foi para a minha estante!


Thomás 17/04/2017minha estante
Sua resenha diz o que eu gostaria de dizer sobre o livro!




Bruno 20/10/2009

leia o livro antes de ver o filme
Nunca havia lido algo tão arrebatador quanto "Reparação". Embora tenha achado que a narrativa perca um pouco de ritmo na sua segunda parte, a primeira e a terceira parte são formidáveis. Mas é o arremate contido no epílogo que faz com que "Reparação" deixe de ser um belíssimo exemplar de boa literatura para tornar-se uma obra-prima, um clássico instantâneo.

Para quem ainda não assistiu "Desejo e Reparação", recomendo que resista à tentação e leia o livro antes. O filme é belíssimo, a trilha sonora é magnífica, mas não consegue mostrar - e nem teria como fazer isso - o que realmente move cada um de seus personagens.

Imagino que a leitura também perca muito, em termos de impacto, para quem já viu o filme. Depois de ter lido o livro, fiquei pelo menos umas duas horas completamente atordoado. Imagino que isso não teria acontecido se já tivesse uma ideia de como fosse o seu final, ainda que no filme o final seja bastante diferente.

O ponto forte do filme, para mim, é justamente aquele que corresponde à segunda parte do livro, cuja impecável fotografia me conduziu com maior intensidade ao cenário descrito por Ian McEwan. Mas se o filme foi capaz de produzir cenas de tamanha beleza, é porque procurou reproduzir com o máximo de fidelidade possível a narrativa elaborada pelo formidável escritor britânico.
Tânia Gonzales 20/12/2009minha estante
Concordo com você Bruno: É recomendável ler o livro primeiro; mesmo que ele seja um pouco difícil de ler pelo fato do autor ser muito detalhista, vale a pena o esforço. Eu assisti ao filme ontem e confesso que gostei mais do filme, mas o fato de ter lido o livro antes fez toda a diferença.É uma bela e triste história que nos faz refletir bastante. Lendo eu fiquei com mais raiva de Briony do que assistindo. Consegui até ter um pouquinho de dó dela pelo remorso que ela sentiu. Viver todos os anos da sua vida lamentando um erro do passado é terrível.


*Carina* 11/08/2010minha estante
Adorei sua resenha, Bruno. "Reparação" é um dos meus livros favoritos, tipo "top 5" e sua resenha me trouxe de volta um pouco do que senti ao lê-lo. E concordo que quem puder ler o livro antes do filme (que também é absolutamente lindo) é mais do que recomendado.
Um beijo.


Julyana. 27/01/2011minha estante
Bela resenha, Bruno. Mas abe que gostei mais da segunda parte que da terceira. Achei belíssima a descrição da retirada de Dunquerque. Mas a melhor parte é a primeira. É perfeita, não carece de nenhum reparo.

Beijo, sumido!




Cleber 26/09/2023

LC no canal literature-se
Gostei muito da leitura. A parte do hospital durante a guerra foi angustiante ver o sofrimento e o estado dos soldados que chegavam. Gostei da forma como a história é contada e espero ler mais livros do autor. Agora é esperar para o encontro na LC.
Já quero ver o filme também.
Vania.Cristina 26/09/2023minha estante
Quero muito ler esse


isisfy 26/09/2023minha estante
Acho que não darei conta até a discussão. ?


Cleber 27/09/2023minha estante
Bora ler tbm :)




Etiene ~ @antologiapessoal 27/01/2021

Inesquecível leitura!
É, eu preciso encarar o fim.

O fim do amor, da vida, de um ciclo, o fim - também - de um livro. Passei bons quinze dias evitando pensar em Briony, Cecília e Robbie, evitando reviver essa história, evitando novamente senti-la e sofrê-la. Eu acho que é um pouco como a dor da metamorfose, sabe? Aquilo que se altera, tende a doer no processo. Recordar minhas convicções antes de ser tocada por essa obra e pensar nelas depois, percebendo como me tornei analítica, é sucumbir ao poder transformador dos livros .

Reparação, escrito mais famoso de Ian McEwan, é construído em torno de uma criança que deseja ser escritora e desemboca num drama de amores impossíveis extremamente sensível e envolvente. Nunca briguei tanto com um livro! Um dos melhores detalhes da narrativa é a troca de perspectivas entre os personagens: a história vai sendo contada linearmente, mas fragmentada sob a ótica de cada um. É mágico ver tudo se encaixando onde a cena anterior termina e a seguinte começa. O livro, dividido em partes, carrega na terceira momentos vívidos da Segunda Guerra Mundial. Aqui comprovei como a arte escrita tem potência para ser inclusive sensorial. Mesmo agora, relembrando, consigo sentir os cheiros, as cores, os sons de cada palavra lida. Algumas páginas me marcarão eternamente.

Comecei essa leitura de modo inocente: fui enlaçada por um romance apaixonante nos anos 30, pela revolução que causa o primeiro amor numa garota de berço. Termino com a sensação de ter vivido o terror e o desamparo de uma guerra e de ter vivido um amor avassalador e inabalável, um amor com o poder de trazer de volta o que tinha que ser seu. Mas, minha gente, nada poderia ter me preparado pro rebuliço causado por esse final. Chorei feito um bebê, mais de uma vez. Devo ter chorado por motivos clandestinos, que esperavam essa fresta pra jorrar. Doloroso alívio então? Não sei.

Logo eu, dada a grifos e pausas em leituras, entrei nestas derradeiras páginas precisando apenas dar vazão aos sentimentos no meu peito: tristeza, indignação, impotência, raiva! Se meu papel aqui é deixar impressões e recomendar livros, reitero que Reparação é daqueles que definem um momento do leitor e que ficam para sempre na memória.

"A partir desse ponto de vista novo e íntimo, ela aprendeu uma coisa simples e óbvia que sempre soubera, e que todos sabiam: uma pessoa é, acima de tudo, uma coisa material, fácil de danificar e difícil de consertar."
Danni 31/01/2021minha estante
Me convenceu a lê-lo


Etiene ~ @antologiapessoal 31/01/2021minha estante
Vc vai adorar, amiga!


Damiris 07/04/2022minha estante
Por um instante, eu quis que o final fosse aberto, que houvesse dubiedade. Mas logo percebi que o autor foi claro demais quanto ao final dos amantes sofredores.




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