Izzy.lizzy08 23/01/2024
Bizarro
"Bizarro" com certeza é a palavra que descreve esse livro. A história em si já é totalmente perturbadora, uma sociedade onde mulheres só servem para a reprodução e, se não servirem, são descartadas, levadas para trabalhar em lugares com alta radioatividade, por exemplo. Como se não bastasse isso, também existem cenas bem estranhas, como a do ato da reprodução e a do parto.
Primeiramente, eu gostei bastante da ideia de tudo isso ser narrado por uma Aia, já que assim conseguimos entender o lado dela e seu ponto de vista. O fato da narrativa misturar bastante presente e passado dificultou um pouco a leitura no início, mas acredito que depois se tornou algo interessante. Confesso que a escrita não me prendeu muito, até porque não tem algo grande a ser revelado, é mais centrado no relato de vida da Aia mesmo.
Li algumas resenhas de pessoas que não gostaram da protagonista, acharam que ela só pensava em si mesma, que era desinteressante e que cometia erros fúteis. De certa forma eu concordo, mas, na situação dela, não é como se pudéssemos julgar muito. No fundo, parece que ela queria mesmo era poder amar e ser amada, o que, claro, era rigidamente proibido.
Uma personagem que eu gostaria que tivesse tido mais destaque é a Moira. Acredito que ela é uma personagem muito interessante e muito forte, sempre lutando contra tudo o que é imposto. Fiquei um pouco decepcionada com a mínima aparição dela, seria interessante se existissem mais cenas dela.
Por último, gostaria de comentar a respeito do final. Ficou em aberto, mas eu sinceramente gostei. Porém, o que eu gostaria de destacar aqui são as notas históricas. Gostei muito desse "epílogo". Ele faz toda uma análise do conto e faz tudo parecer real, além de que ele mostra muita incerteza, já que é só uma gravação, então ninguém sabe ao certo o que realmente aconteceu e como foi gravado. Era como se eu tivesse lendo uma análise sobre um período da história que realmente aconteceu, o que é bem bizarro se pararmos para pensar.