annikav.a 05/06/2024
Orai pela infeliz Úrsula
No geral, o enredo, embora desesperador, não é inovador. Apresenta-se a princípio um típico romance do Romantismo, talvez da segunda fase. Mas, ao examinarmos mocinhos e vilões - vilão - é impossível ignorar o contundente abolicionismo e o (talvez um tanto oculto?) feminismo na obra, que, em 1859, precedendo até Castro Alves, é muito corajosa, ponta de lança. Este é o primeiro livro publicado por uma mulher no Brasil, "uma maranhense", mulher negra. Apenas por isso já deveria ser leitura obrigatória no E.M e faculdade, ser mais discutido e sobretudo mais estudado, porque sinto que muitos detalhes importantes tem sido perdidos e que o aspecto devocional também deveria ser mais explorado, além de conhecermos relativamente pouco sobre a autora.