Morte em Veneza

Morte em Veneza Thomas Mann




Resenhas - Morte em Veneza


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Douglas Finger 15/02/2022

Morte em Veneza
Eu e minha estranha mania de não ler a sinopse antes de iniciar os livros que leio, estava despreparado para a história que estava por vir. Claramente fui influenciado apenas pelo título da obra e, claro, pelo excepcional autor, mas não sabia que esta pequena novela escrita em 1912 traria um caso de amor platônico entre dois homens.
Embora de enredo simples, este livro demonstra a capacidade do autor de descrever e detalhar cada momento de um maneira única. Escrito em um alemão formal e recheado de adjetivos e advérbios, não se trata de uma leitura leve e fluida, mas sim, exige atenção do leitor. Em cada episódio do livro Mann parece dizer sempre muita coisa!
Gostei de ter entrado em contato com a escrita de Thomas Mann atraves desse livro pois foi uma leitura breve e ao mesmo tempo impactante. Ouso compará-la á novela de Tolstoi ?A morte de Ivan Ilitch?, no sentido de ser um opúsculo aparentemente inocente mas que traz em seu cerne um verdadeiro bálsamo de profundidade e erudição. Recomendo a todos!
Carolina.Gomes 23/02/2022minha estante
Recomendam que se inicie Mann por essa novela. Eu gostei muito, mas n recomendaria para um primeiro contato com o autor. Interessante essa sua analogia com a morte de Ivan Ilitch.


anicca 01/03/2022minha estante
qual você recomendaria, carolina?


Carolina.Gomes 01/03/2022minha estante
Os Buddenbrook




Andre.Crespo 16/09/2009

As mazelas e tristezas de uma paixão
Li este livro por um conselho de um amigo meu que falou muito bem dele. Como não custava nada pegá-lo para ler, acabei lendo-o.

O livro conta a história de um escritor, que está passeando por Veneza. Lá, entre tantas pessoas, encontra um menino que lhe parece muito belo e que ele adora desde a primeira vez que o vê. Com o passar do tempo, percebe que ama este menino e que não pode deixar de ficar perto dele. Nada, nem mesmo a peste, que estavam tentando esconder e que ele soube por intermédio de um funcionário, poderiam separá-lo dele.

O final, abrupto demais, foi algo duro e ao mesmo tempo inesperado. Não vou contar, pois assim tira-se a graça do livro. Quem quiser saber, que leia! Mas que é um final forte, isso o é com certeza!

Indo agora mais para um lado pessoal, gostei muito da linguagem do autor, algo sofisticado. Mesmo assim, consegui entender tudo o que o autor queria passar.

Este é um livro onde os diálogos são raros. Tenho medo de livros assim, mas este me surpreendeu. Em algumas partes, os pensamentos do personagem deixaram-me um pouco sonolento, mas, com o passar do tempo, o livro foi ficando muito interessante e eu comecei de verdade a gostar da história. Acabei gostando do livro, mesmo com poucos diálogos.

O único ponto negativo fica pelo fato das partes em que achei um pouco cansativas. Demorou um pouco para que eu me interessasse pelo livro. Todavia, quando comecei a me interessar, não quis mais parar de ler.
Danielle 13/07/2010minha estante
hahahaha....gostei do desprezo...hahahaha!!!




Katia Rodrigues 13/02/2021

Quem consegue decifrar a essência de uma alma de artista!
Essa é uma história complexa e profunda que nos deixa ao término da leitura com a incômoda sensação de que algo ainda permanece oculto, fora do alcance até da leitura mais atenta.
Em um ensaio, Mario Vargas Llosa, na minha opinião, resume bem a questão principal do livro: "(...) como ocorre com ele, essa vontade de restituição da total soberania destruída no indivíduo, em benefício da coexistência social, renasce periodicamente para exigir que a vida não seja semente razão, paz, disciplina, mas também loucura, violência e caos ".
Guilherme.Maia 15/02/2021minha estante
Uaaal


Katia Rodrigues 15/02/2021minha estante
Pois é Guilherme, esse é daqueles livros que vale várias releituras.


Guilherme.Maia 15/02/2021minha estante
Já coloquei na minha lista, muito obrigado.


Katia Rodrigues 15/02/2021minha estante
De nada ?




Lucas1429 31/08/2022

O extravasamento da arte (e do amor)
Tecida em menos de 100 páginas, esta novela sublima o óbvio que permeia qualquer ser humano, a sufocante sentimentalização ao ver-nos afetados de amor – Gustav von Aschenbach sente a manifestação irrefreada sob a estonteante paisagem mediterrânea, sofre pela beleza idealizada num lugar que também materializa a rara beleza. Tema caro ao artista, ele próprio um, a sua discursiva custa refletir sobre as predisposições do mundo; para Thomas Mann, racionalmente são incutidos paralelos geracionais, estéticos, literários, históricos. Eis um estudo societário acrônico.

Vivendo em Munique, laureado em excelência por seu trabalho literário e em meia idade, o escritor Aschenbach permite-se, em inquietude, desapegar-se do cotidiano, sendo tão metódico, e partir para além da Alemanha. Propenso a permanecer na Europa, em desdenho externo personificado no típico cidadão do velho continente, aporta em Veneza, cidade italiana que corriqueiramente o recebe em estações intercaladas. Logo, sua identidade se esvai ao confrontar Tadzio, um jovem polonês hospedado no mesmo hotel, que perturbará sua confiança e o reduzirá à metáfora da decadência.

Ele restitui no garoto a exaltação do belo ao compará-lo em vestígios das personificações gregas, do inalcançável e insuperável. Sua paixão platônica lhe sugere denominá-lo um Goethe moderno, fadado também à tragédia. Proveniente disto, sua decadência se instala no instante recaído os olhos no rapaz; sua tragicidade será deflorada por aspectos filosóficos interpostos por Mann em diversos parágrafos que se constituem em diversas leituras, apresentadas diante das muitas interpretações presumidas. O suposto contexto queer é outra das alegorias ajeitadas para intuir ao leitor uma tentativa canônica de não restrição temática, tanto o afeto de Aschenbach pode direcionar ao romântico quanto ao que a compleição física de Tadzio repercute no deslumbrado.

Enquanto um homem de juízo austero, genioso e intelectualizado, também resvala em si aspectos exprimidos do espírito machista, para ele, o homem detém a completa referência superior às fragilidades humanas, diferente das mulheres: porém, é ele quem, no fim, de opulência profissional, suprime ao desatino dos desejos íntimos. Não só, de se defrontar diante da síntese oposta que se veem a juventude e a velhice, o fútil e o imprescindível, o clássico e o moderno. Mann, representante contemporâneo, discorre as mazelas interiorizadas e extirpadas pela grande roda sistêmica social, a burguesia que se apropria da incoerência postural decaída e se restringe dela, numa subalternidade ao que é fresco, na supervalorização do novo – mesmo este limitado.

Por fim, seria inegável Mann não consumar seu talento de modo intencional num dos modelos artísticos mais expositivos, a literatura. Se na conclusão extinguir o personagem é a solução para seu protagonista em sofrimento, ainda sua morte será eternizada (morte que atinge o aforisma simbólico do título, não apenas físico, mas de sua apreensão infundada). A memória de Aschenbach, na extravagância do amor e do seu legado perante a discutida fixação pessoal e mental, eterniza-se na arte. Morre no enredo, relega sua jornada fatídica pelo impossível para sempre.

"Mesmo sob o prisma pessoal, a arte é uma vida elevada. Ela traz uma felicidade mais profunda e um desgaste mais acelerado. Grava no rosto de seu servidor os traços de aventuras imaginárias e espirituais, e com o tempo, mesmo no caso de uma vida exterior de uma placidez monástica, provoca uma perversão, um refinamento, um cansaço e uma excitação dos nervos, que mesmo uma vida cheia de paixões e prazeres desvairados dificilmente poderia produzir." Página 19.
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Renato Medeiros 25/09/2010

O preço do deslumbramento

Publicado em meados do século XX, A Morte em Veneza, um dos mais conhecidos livros do alemão Thomas Mann, traz a trajetória de declínio de um aclamado escritor de Munique atormentado por amar um jovem que, para ele, era a personificação da beleza ideal.

Gustav von Aschenbach viveu toda a sua vida em função da construção de sua extensa obra literária. Desde muito cedo se dedicou inteiramente a esse propósito e privou-se dos mais comuns prazeres da juventude. Porém, na maturidade, tomado por um impulso desafiador, interrompeu o seu exaustivo trabalho e partiu em viagem pela Europa. Ele só não esperava encontrar em Veneza tudo aquilo que sempre procurou e sempre tentou expressar em sua arte: a forma perfeita e as proporções harmônicas do belo. Foi na figura de Tadzio, garoto polonês de apenas 14 anos, que Aschenbach, rendido à beleza do jovem, inicia um processo gradativo de decadência moral, levando-o a total anulação de alguns de seus mais preservados princípios.

Tadzio se encontrava de férias com a sua família em Veneza e estava hospedado no mesmo hotel que Aschenbach. A comunicação entre os dois é frágil ou praticamente inexistente, exceto por alguns olhares trocados. Porém, eles jamais chegam a se falar. Pouco a pouco, Tadzio vai, indiretamente, seduzindo o escritor que, perturbado, se sujeita às mais ridículas cenas.

A fixação de Aschenbach é o principal ponto de articulação da história, narrada apenas do ponto de vista do protagonista. Entretanto, embora se tenha indícios de que Tadzio também se sente atraído pelo escritor, o leitor não sabe o que se passa na mente do garoto, pois toda a agonia e todas as sensações apresentadas na novela são frutos apenas das observações de Aschenbach. Nada se sabe da natureza de Tadzio, a não ser aquilo que é apresentado pelo seu admirador. Por isso, o leitor pode se perguntar se não houve exagero em certas situações vividas no livro, se não há imaginações exacerbadas de um homem apaixonado.

Muito se fala sobre o caráter autobiográfico de A Morte em Veneza, já que aspectos da vida da personagem principal coincidem com os do autor, como o fato de ele também ter sido um escritor famoso, maduro e bem sucedido. Além disso, há boatos de que Tadzio - certamente um rapaz com outro nome, porém também polonês - teria realmente existido e que Thomas Mann o conhecera durante uma viagem feita à Veneza, em 1911, mais ou menos na mesma época em que se passa a história.

A linguagem de Thomas Mann é tradicional e aparentemente não traz grandes influências das correntes modernistas da época. O texto é cheio de pequenas cenas que, de princípio, parecem estar desvinculadas da história principal e apresentam certo ar profético, mas que no fim ganham sentido para o bom observador. Exemplo disso pode ser percebido quando o gondoleiro clandestino some sem receber o seu dinheiro e sustenta a expressão: "você pagará", porém sem mencionar em qual moeda se fará esse pagamento; ou quando o velho rejuvenescido sofre críticas de Aschenbach durante a viagem à Veneza.

A Morte em Veneza é uma obra curta, completa e fascinante. E mesmo que seu desfecho deixe a desejar, talvez por ter se tornado um pouco óbvio, é capaz de causar sensações, no mínimo, interessantes e curiosas no leitor, o que faz a sua leitura valer a pena.
Eduardo 23/11/2010minha estante
excelente resenha. essa sacada do velho rejuvenescido se choca com a cena de Aschenbach, feliz, sendo maquiado pelo barbeiro do hotel.
E essa do "você pagará", bem observado. terminei de ler hoje, e voltei a esta parte. ambíguo... de um lado é banal, de outro, profética. boa observação.




Mayara 31/07/2022

Essa história me lembrou muito Lolita enquanto lia e depois, no clube de leitura em que debatemos a obra, outras pessoas também tiveram a mesma percepção. A narrativa em si é uma das mais cansativas que já tive a oportunidade de ler, mas no fim das contas, gostei bastante de ter lido.
Devia ter feito a resenha antes, agora depois de uns dois meses que li, me lembro só de elementos que são spoilers hahaha
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Jack 28/06/2020

Excelente
A história é muito sensível e inteligente, discutindo o mito da beleza e da nossa finitude, remete aos gregos e é no mínimo intrigante a forma como ele percebe suas incapacidades e sua impotência; ver o belo sem desejar corrompê-lo.
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Alan kleber 14/02/2024

A paixão a conduzi-lo pela coleira
Morte em Veneza, a novela seminal de Thomas Mann, nos transporta para o cenário místico e decadente de Veneza, onde Gustav von Aschenbach, um escritor de renome, busca rejuvenescimento e inspiração. Contudo, sua jornada transcende o mero turismo cultural quando ele é cativado pela beleza estonteante de Tadzio, um jovem polonês. Essa atração desencadeia uma paixão avassaladora em Aschenbach, levando-o a uma espiral emocional que culmina em uma dolorosa e inevitável autodescoberta.

Em Morte em Veneza, Thomas Mann mergulha nas profundezas da psique humana, tecendo uma narrativa que transcende as fronteiras do tempo e do espaço. A novela é uma obra-prima da literatura que não apenas narra a jornada de um homem em busca de inspiração, mas também explora temas universais como a beleza, a morte e a decadência.

Gustav von Aschenbach emerge como um protagonista complexo e multifacetado, cuja busca pela perfeição estética o leva a confrontar suas próprias fraquezas e desejos mais profundos. Sua obsessão por Tadzio é mais do que uma simples atração; é uma busca desesperada por transcendência e significado em um mundo marcado pela transitoriedade e pela mortalidade.

A cidade de Veneza desempenha um papel central na narrativa, servindo como um espelho distorcido da alma de Aschenbach. Mann habilmente retrata a dualidade da cidade, onde a beleza exuberante coexiste com a decadência e a corrupção. A atmosfera opressiva e claustrofóbica de Veneza reflete a própria jornada emocional de Aschenbach, criando um ambiente tenso e carregado de simbolismo.

A relação entre Aschenbach e Tadzio é o ponto focal da novela, uma dança delicada entre o desejo e a negação, o amor e a morte. Mann explora os matizes dessa conexão de forma magistral, revelando as camadas mais profundas da psique humana e as complexidades do desejo e da identidade.

Morte em Veneza é uma meditação profunda sobre a condição humana e a busca incessante pela beleza e pelo significado. A prosa envolvente de Mann e sua habilidade de capturar a essência da experiência humana fazem desta novela uma leitura essencial para qualquer pessoa interessada na interseção entre arte, desejo e mortalidade. Ao fechar suas páginas, somos deixados com uma sensação de admiração e inquietação, cientes de que testemunhamos algo verdadeiramente extraordinário.

?Pois a beleza, Fedro, grava bem isso, apenas a beleza é simultaneamente divina e visível; ela é, portanto, o caminho do sensível, ela é, meu pequeno Fedro, o caminho pelo qual o artista alcança o espírito. Mas tu crês, meu querido, que aquele que se encaminha ao espiritual pela via dos sentidos pode algum dia alcançar a sabedoria e uma verdadeira dignidade viril? Ou antes acreditaus (tu és livre para decidir) que este é um caminho atraente, conquanto perigoso, na verdade um caminho equívoco e pecaminoso que necessariamente conduz ao erro? Pois é preciso que saibas que nós, poetas, não podemos percorrer o caminho da beleza sem que Eros se interponha, arvorando-se em nosso guia; sim, ainda que sejamos, a nosso modo, heróis e guerreiros disciplinados, somos como mulheres, pois a paixão é nossa sublimação, e nosso anseio não pode deixar de ser amor ? para nossa satisfação e para nossa vergonha. Vês agora que nós, poetas, não podemos ser nem sábios nem dignos?
Que fatalmente incorremos em erro, que fatalmente permanecemos devassos e aventureiros do sentimento? A maestria de nosso estilo é mentira e estupidez;
nossa fama e respeitabilidade, uma farsa; a confiança depositada em nós pela multidão, altamente ridícula; a educação do povo e da juventude pela arte, um empreendimento temerário que devia ser proibido. Pois, como pode servir de educador quem traz em si um pendor inato e incorrigível para o abismo? Bem que gostaríamos de renegá-lo e adquirir dignidade, mas para onde quer que nos voltemos, lá está ele a nos atrair. É assim que renunciamos, por exemplo, ao conhecimento analítico, pois o conhecimento, Fedro, não tem dignidade nem rigor; ele é sábio, compreensivo e indulgente, não tem firmeza nem forma;
simpatiza com o abismo, ele é o abismo. A este rejeitamos, pois, decididamente, e nossa única aspiração passa a ser então a beleza, o que quer dizer simplicidade, grandeza, um novo vigor, a espontaneidade reconquistada e a forma. Mas forma e espontaneidade, Fedro, levam à embriaguez e à cobiça, arriscam levar um coração nobre a cometer um atentado atroz contra o sentimento, atentado que sua própria exigência de austera beleza repudia como infame ? também elas conduzem ao abismo. Digo que elas nos conduzem, a nós poetas, para o abismo, pois não conseguimos elevar-nos, mas apenas exceder-nos. E agora eu me vou, Fedro. Quero que fiques aqui e só quando já não me avistares mais, só então, parte também.?
AndrAa58 17/02/2024minha estante
????? adorei sua resenha!




Will 29/03/2021

Quando assisti ao filme me apaixonei por Tadzio assim como o personagem principal e essa era a única coisa que lembrava. A visão eurocêntrica do belo é posta em palavras de forma tão poética, que me incomodaria com esse endeusamento dos padrões em outras circunstâncias. O fato de Tadzio ser menor de idade também gera certa estranheza mesmo sendo platônico, porém as divagações do escritor me fizeram grifar quase o livro todo por isso não consigo dar uma nota baixa para essa obra.
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Fabiola Hessel 14/06/2021

Busca pela beleza, paixão e morte
Morte em Veneza é uma novela, que começa com um fato inusitado que muda a trajetória do personagem principal e o próprio título já prepara o leitor para o acontecimento principal, o que não sabemos é como vai ser essa morte?

A história é sobre Aschenbach, um escritor renomado que está passando por uma crise criativa. Ele que nunca teve dificuldade para escrever não tem conseguido terminar o seu último manuscrito.

Então ele decide dar uma caminhada em busca de inspiração e avista de longe, na porta do cemitério um homem que que despertar nele um desejo de dugir, uma vontade de viajar pra fugir dele.
O que é meio esquisito porque ele não fala ou se aproxima desse homem, mas só essa visão já causa angústia nele.

Uma série de acontecimentos e imprevistos mudam a rota dele e ele acaba em Veneza, onde se apaixona por Gustav, um jovem belo que vai representar o ideal de beleza, Aschenbach se apaixona por ele de maneira platônica. Mas o livro não é só sobre isso.

O envelhecimento e a morte permeiam toda a novela. Existe muito simbolismo, é um texto filosófico e com várias camadas, eu não achei ele muito óbvio. É uma história sobre paixão, mas também é uma busca filosófica pelo sentido da vida e da morte, tem o viés do artista e do homem de meia idade que percebe que está envelhecendo.

Durante a leitura eu fiquei pensando em como a paixão pode trazer muita dor, no caso de Aschenbach toda a sua racionalidade é subjugada pela paixão, que chega ase tornar uma obsessão. Ele que começa agindo sempre de maneira controlada, acaba em uma situação um tanto quanto ridícula de paixonite, que tira todo o resto de foco, inclusive a inspiração para terminar o livro.

Terminei adorando e fiquei um tempo digerindo esse livro, que é curto, mas muito complexo. Eu já percebi que os livros do Mann são desafiadores para mim, demoro para me conectar com a história em si, gosto durante e quando termino acho que eles vão ser mais gostosos em uma releitura.
O que me ajudou muito a assentar minhas impressões foi assistir o vídeo chamado "Literatura Fundamental 36 - A morte em Veneza - Claudia Dornbusch" no YouTube.
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William LGZ 22/02/2022

Tão profundo que fica arrastado e abstrato demais
Embora seja um livro curto, Morte em Veneza apresenta uma escrita arrastada bastante complexa e recheada de palavras que você pode ter lido ou ouvido alguma vez em sua vida mas desconhece seu significado. E o autor ainda dá bastante ênfase em ir até o fundo do seu vocabulário para descrever da melhor forma possível os sentimentos do protagonista e as situações que ele passa.

Não que isso seja algo ruim, e principalmente para esse tipo de livro o estilo coube como uma luva e foi o fator decisivo para eu dar 3,5 estrelas ao invés de 3, mas não é algo que me agrada tanto. Eu até gosto de leituras filosóficas, mas quando a linguagem fica tão abstrata quanto nessa obra fica difícil para mim conseguir compreender e me conectar realmente.

Apesar de tudo, se você conseguir passar pelo empecilho da escrita rebuscada encontrará uma história profunda com diversas camadas e principalmente: um estudo da obsessão. Não é realmente para todo mundo, porém o recomendo.
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Hofschneider 26/05/2020

final atual
o livro começa com uma narrativa em terceira pessoa que sabe tudo sobre o personagem principal, um escritor famoso e cansado que quer viajar, tudo isso com uma narrativa meio mágica sobre arte. a viagem é para Veneza e lá ele se apaixona perdidamente e platonicamente por um garoto polonês que também é turista.
a história tem várias referencias a mitologia e a arte. o final é de se identificar no contexto em que estamos vivendo hoje em dia.
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Alana413 24/01/2021

Que diabo de livro é esse?
* Thomas Mann : sugere ao invés de dizer explicitamente*

Milton Cardoso disse: "Redenção pela morte"

Eu digo: como isso pode ser considerado um clássico?

Obvio que julgando pelo título desse desfavor fiquei esperando uma morte e houve. Uma morte pálida, sem graça, sem tesão, execrável.
Mas a morte é a última coisa que temos para nos preocupar neste livro. Como disse nada ali é explícito então temos que perceber nas entre linhas o que esta sendo dito. E depois de ler fui procurar críticas e mais críticas. Esperava que estivesse ficando louca, não estava. A minha pergunta é: ele escreve uma 'obra' romantizando um crime perverso e ta tudo bem?
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