À Sombra do Jatobá

À Sombra do Jatobá R. C. Maschio




Resenhas - À Sombra do Jatobá


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Belly 26/03/2022

Simples e profundo
Essa é uma história que fala sobre amor, dor, perdas e luta, muita luta. As vidas de Teodora e Ercilia se passam durante o Brasil pré abolição, onde seres humanos eram comprados, negociados, açoitados e viviam uma vida submetida à todo tipo de exclusão e rejeição.
Teodora e Cândida são filhas de um rico coronoel, que herdou a fazenda de seu pai, um homem perverso, que fazia todo o possível para castigar seus escravos e praticava todo tipo de abusos com as mulheres. Desconfiavam que metade das crianças da senzala, pudesse ser filhos do coronel, vítimas de anos de abuso.
As meninas foram amamentadas e criadas por Ercilia, uma mulher forte, sábia mas que também escondia suas dores e suas perdas, resultado de uma vida marcada desde cedo pela escravidão.
Teodora, desde pequena, questiona a escravidão, questiona porque pessoas são colocadas para servir outras pessoas, ela não entende essa separação das pessoas por conta da cor de sua pele. Suas perguntas incomodam seu pai, ela o desafia com sua postura. Ercilia sempre tenta conter a menina mas desde muito cedo, percebeu que Teodora não poderia ser contida nem suas ideias poderiam ser aprisionadas.
Crescendo nesse ambiente hostil e marcado por dor e lágrimas, um fato decisivo permite que Teodora tenhas as rédeas de sua própria vida, lutando por um espaço onde não era permitido que a mulher ocupasse.
Uma história marcante, que faz a garganta dar um nó e ainda hoje questionarmos como isso pode acontecer, como o racismo ainda pode existir. Vários acontecimentos fazem os olhos encherem de lágrimas e nos dá a certeza que devemos, ainda hoje, lutar para sermos todos irmãos.

"Não sentirei falta de uma vida abastada e rica construída à custa de outras vidas aprisionadas, à custa de suor e sangue de outros seres humanos. Se o preço da abastança deve ser a vida de um irmão, prefiro a pobreza."
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Pam 01/12/2021

Á SOMBRA DO JATOBÁ
Ambientado em uma fazenda canavieira na Bahia, em uma época difícil de Brasil escravocrata, somos apresentados à Ercília: escrava negra e ama de leite da pequena Teodora.

Ercília, uma mulher forte e gentil, que mesmo em sua triste condição de escrava, se mostrava inabalável diante as adversidades da vida, é levada para a fazenda do coronel para tornar-se ama de leite de sua filha: Teodora. Esta última cria um "laço maternal" com a escrava, a quem diz amar mais que sua própria mãe.

Teodora jamais aceitou de bom grado as violências contra os escravos. Transformou-se então, numa moça ousada e corajosa, com ideias e pensamentos à frente de sua época.

Resenha completa em @leituras.da.pam
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Samantha.Baggio @leiturassa 28/09/2020

Confesso que tinha receio de ler sobre o assunto escravidão, por ser um assunto pesado e triste, mas ele foi real então queria saber mais sobre isso.
Achei que demoraria um tempão para ler, mas a verdade é que devorei o livro, a escrita da autora retrata o que acontecia mas com leveza e eu nunca pensei que isso seria possível com um tema como esse.
Ela deu vida a personagens fortes que trazem esperança de dias melhores para o enredo, como a geniosa Teodora que eu amei desde o início, nascida em família que desde sempre acreditou que a escravidão era algo necessário, ela mostra uma visão totalmente diferente dos pais e trata os escravos da fazenda como iguais. Considera Ercília sua ama de leite mais mãe que a própria, por conta de todo o cuidado, carinho e ensinamentos que sua Nanã como a chamava carinhosamente ofereceu. E com tudo isso aprendeu e defendeu que nem mesmo o conforto pode ser aceito a custa do sofrimento de outros.
Com o decorrer do livro conhecemos a história de Ercília e vemos o quanto ela era bondosa apesar de tudo que passou, um exemplo de ser humano que não foi tratada como tal, a brutalidade como os escravos desde adultos a crianças, eram tratados era desumana, é difícil acreditar que um ser humano possa ser tão cruel a ponto de fazer o que faziam com outro ser humano e apesar de a escravidão ter sido abolida o preconceito é algo que ainda é muito presente e destrói a vida de muitos.
Uma leitura que com toda a certeza vale a pena estar em nossa lista.
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CT dos Livros 14/07/2020

Resenha do @ctdoslivros !
Obra: Á sombra do Jatobá.
Autora: @romaschio
Gênero: Romance/Drama
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Sinopse: O cenário é uma fazenda de cana-de-açúcar na Bahia, em tempos conturbados de Brasil escravocrata com lampejos de luz libertadora do final do século XIX. Nele temos Ercília (nascida no Brasil, escrava e ama de leite) que se revela aos poucos e se completa, chegando a assumir o protagonismo ao lado de Teodora - menina e moça – cujos anseios, coragem e ações tornam-na uma mulher ímpar para a época.
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Esse livro foi uma bela surpresa desde o princípio. Por se passar no século XIX, a linguagem dele é bem própria da época o que pra mim é maravilhoso, pois amo narrativas com linguagem rebuscada. Mas, se você não curte esse estilo, não tem problema pois a autora consegue mesclar muito bem, deixando o livro com uma narrativa bem fluída e maravilhosa.
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O livro é divido em 2 partes, onde na primeira temos as personagens como crianças e na segunda parte, elas estão mais maduras com um novo olhar e despertas sobre como é a situação social e política do país.
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Todos os personagens são cruciais para história e isso foi um dos pontos que amei no livro. A autora conseguiu amarrar bem a história de uma forma inteligente e sensível. Tanto os personagens secundários quanto os protagonistas, têm um grande peso para narrativa. .
Algo que muito me agradou, foi o grande leque de assuntos abordados nesse livro, tais como: escravidão, liberdade, amor, afeto, ignorância, luta/militância, vida familiar e outros. Temas que precisamos constantemente refletir para causar mudanças em nós e na sociedade.
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Eu como mulher negra e baiana, em muitos momentos da leitura tive que dá uma pausa e respirar, pois o livro tem cenas fortes e que se a gente parar e pensar um pouco, podem ter sido reais e acontecido com algum ancestral meu. E apesar desse ponto ter exigido mais de mim na leitura, foi um dos pontos cruciais para eu ter amado esse livro, pois acho de extrema importância um livro mexer com nossas emoções.
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Se você está a procura de um livro forte e marcante, eu te indico Á sombra do Jatoba, que com certeza está na minha lista de melhores leituras do ano. 💕
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Disponivel para compra na Amazon.
Avaliação: ★★★★★

site: https://www.instagram.com/p/B4NWgQbBFeR/
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Ariany.Moraes 23/05/2020

Uma leitura fabulosa, com a linguagem adequada a época.
O livro chamou minha atenção já pela capa, a acho lindíssima.

Ao dar início a leitura, já se presencia o acontecimento de um fato curioso, a ama de leite das filhas do "coroné" está morrendo e as meninas estão desesperadas para saber o seu paradeiro.

Coronel e sua esposa sinhá, sempre foram muito rígidos com os escravos, não os consideravam gente, assim como os donos de muitas fazendas na época da escravidão.

Mesmo os escravos alimentando e criando as filhas dos "patrões", passando, lavando e cozinhando de GRAÇA, enriquecendo os fazendeiros em troca de nada, não sendo dono de sua própria vida e sendo tratado feito lixo, mesmo assim, os coronéis e suas senhoras, ainda os pisavam e humilhavam.

Os acontecimentos deste livro se passa na Bahia, no final do século XIX. Desde pequena Teodora sempre foi muito curiosa e inteligente, e sua irmã Cândida seguia seus passos, elas foram praticamente criadas por sua ama de leite Ercília, cuja qual viveu escravizada por toda sua vida e lhe teve vidas arrancadas de suas mãos.

Ercília tem um amor gigante pelas sinhazinhas, do mesmo modo que elas também nutri um amor gigante por Ercília. Teodora já na fase adulta, se posiciona contra a escravidão, sonha em um dia ver os negros livres e donos de sua própria vida. Junto com esse sonho, vem o grande passo dado, de contribuir para que tudo se torne realidade, ela conta com a ajuda de um escravo, de Cândida e de Ercília neste missão.

Existe paixão, sofrimento, alegrias e muita superação neste livro!
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Micha 26/04/2020

Mulheres fortes
Retrata o cotidiano de uma fazenda escravocrata, onde o coronel mandava, a sinhá era submissa ao marido, as filhas eram criadas para casar. Mas Teodora, aos 8 anos, já sonhava em ser médica, e ao pegar um pedaço de pau e dar na cabeça de um menino branco para defender uma negra, filha de escravos, mostrou que as coisas seriam diferentes com ela por perto. Sempre acompanhada por Candinha, dois anos mais nova, e que queria ser como a irmã.

Assim conhecemos gerações passadas, sonhamos com um futuro melhor. Uma história com dor, sofrimento, esperança, vontade de levantar e fazer a mudança. De uma sensibilidade tremenda, gostosa de ler, apesar de revirar toda a nossa cabeça, não dá para parar de ler até terminar. Já está na lista dos meus favoritos. Recomendo demais.

site: https://www.instagram.com/estantedamicha
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Barbara - @estantedabinha 22/04/2020

Obra prima!
O livro narra a história da escrava Ercília (Nanã), de Teodora e Cândida, filhas de coronel, que foram amamentadas por Nanã. Por meio delas temos acesso ao dia-a-dia de um engenho na Bahia na época da escravidão no Brasil. E vemos que os laços criados pelo leite podem ser muito fortes.

A obra traz um grande apurado sobre o que era a escravidão, o sofrimento dos escravos, a incapacidade da maioria dos brancos de os enxergarem como pessoas, mas também traz à baila um pouco sobre como as mulheres também eram prisioneiras, primeiro de seus pais e depois de seus maridos.

A narrativa é perfeita, forte e muito necessária, acho que este livro deveria ser leitura extra-curricular das escolas, é perfeito para a função!

Nanã é uma personagem que me tocou profundamente, eu podia ver seus olhos na minha mente, porque os olhos são a janela da alma.

Não tenho palavras suficientes para esse livro, é impossível descrevê-lo com precisão, ele precisa ser lido! Gostaria de agradecer a autora pela oportunidade de conhecer a obra e poder aprender com ela, muito obrigada mesmo, por este presente ????????.
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Baianaleitora 19/03/2020

Uma leitura super necessária
"A maioria das pessoas vive apenas como qualquer outra do seu tempo, mas somente umas poucas conseguem viver dentro da verdade de si
- Ercília"

O período escravocrata no Brasil sempre foi muito difícil e delicado de ser discutido, mais difícil ainda e tratar desse assunto de forma tão cuidadosa e respeitadora como a autora fez.

A autora nos apresenta Ercília, nossa protagonista, ama de leite de Teodora e Cândida, mulher negra e escrava. Ercília e bem tem muita consciência da situação em que está, pra ela nunca houve diferença entra ela que morava na casa grande e seus irmãos que viviam lá na senzala, pois todos tiveram o direito mais importante de um ser humano tirado: a sua liberdade.

Do início ao fim da história podemos perceber como a sabedoria de Ercília e importante para o bom funcionamento da fazenda, sempre dando concelhos a todos, tem uma mão cheia na cozinha e um talento incrível utilizando ervas para curar os moradores da casa grande e também seus irmãos que ficavam na senzala.

O livro descreve também o crescimento de Teodora e Cândida, principalmente de Teodora que desde pequena sempre achou errado a escravidão, e quando cresceu isso não mudou nada, apenas intensificou.

Conhecemos também Amália, mãe de Teodora e Cândida, uma mulher seguia as regras e etiquetas da sua época, em que as esposas de donos de escravo tinham apenas que tomar conta dos seus filhos e nunca se intrometer nos negócios do marido, quando um acidente acontece com Teodora por conta do marido, Amália percebe que nunca conheceu a filha de verdade e que aquela escrava que nunca tratou como um ser humano igual a si era mais mãe do que ela.

Apesar do período em que às mulheres não tinham voz nem vez, esse é um livro que fala exclusivamente delas, mulheres fortes e com idéias além do seu tempo.

Pra mim o ponto alto do livro e quando Ercília conta sua história de vida as meninas, a sombra do jatobá, na fazendo em que crescerá, esse jatobá foi testemunha da consumação do amor de Ercília e seu querido Kambami, e também local onde foi enterrado seu bebezinho que assim que nasceu foi retirado dos seu braços e morto a mando do coronel da fazenda em que vivia.

É um livro que me fez refletir bastante não só sobre o passado mas também sobre o presente e o que estamos fazendo para tentar reparar pelo menos um pouco da mancha terrível na nossa história.

site: https://www.instagram.com/p/ByN7SyjjNUm/
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Edna 05/03/2020

Um grito contra a opressão
Essa é a história de outras mulheres tão fortes que mesmo em cativeiros, em um período turvo de nossa história sem direito à senti e, a se expressar foram fortes guerreiras e que necessitamos espalhar.

Não tem como não se emocionar com o enredo, e toda a trajetória de Nanah, e personagens tão bem construídos, uma coragem arrebatadora.

Cenários como de outras histórias como "Um defeito de cor", "A resposta", A cabana do Pai Tomaz e tantos outros, nos impacta

Na Bahia, em uma fazenda de Cana-de-açúcar, conhecemos Ercília, uma escrava comprada após perder o seu filho e o amor da sua vida, agora na casa grande cuida de Cândida e Teodora, como sma de leite.

Vamos viver as perdas, as tristezas e humilhaçoes e opressão das senzalas no Seculo XIX, e em meio à tanta crueldade o vínculo que nasceu entre elas é o ponto alto do livro.

Quatro #mulheres em situações diferentes e ligadas por um único destino opressor: Ercilia; Amália; Teodora e Cândida, unidas em prol da mesma Liberdade que ainda gritamos hoje.

"Como pode permite-se essa entrega sabendo que suas vidas ñ lhes pertenciam?"

#Bagagemliteraria
#Resenhaednagalindo
#Euleionacional
#nascionaldomes
#lendomulheres
#bookstagram
#amoler
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Gisele280 23/02/2020

Emocionante incrível
Confesso que estava sem muitas esperanças para o livro, por não ser muito o meu gênero, mas, ao ter o contato direto com a obra, foi arrebata para o sofrimento de anos atrás de uma maneira inexplicável. A autora está de parabéns por trazer esse tema com tanta propriedade, onde a verdade do que acontecia nos tempos escravo é revelada sem arrodeios e sem romantismo. Não tem como não se emocionar com o desenrolar da história, e o final, nos traz uma força que eu sinceramente não sei de onde vem, talvez seja da coragem e bravura das personagens tão bem construídos, que assim como nos mais lindos livros servem como espelho para nossa vida.
Recomendo sem medo!
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Marcia.Santos 28/12/2019

A porta estava aberta. Mas como saia?
A autora propõe questões pertinentes ao tempo em que vivemos em um livro ambientado nos fins do séc XIX, com isto podem esperar uma explosão de sentimentos durante a leitura.
O recorte da sociedade que nos é apresentada é um reflexo de nossa atualidade. Esta afirmação faço ao compreender que os anseios de liberdade dos escravos e mulheres na obra é retratado por pessoas que lutam por liberdade em todos os sentidos, não somente das correntes das senzalas e das amarras das famílias, e de uma vida onde o dinheiro/poder é a mola propulsora; nada muito diferente de hoje.
A autora deixou meu coração inquieto e a meditar nos equívocos cometidos em nome do bem estar, nas escolhas e no quanto é difícil desfazer uma ação equivocada. Sim fiquei dias analisando cada palavra que li ... e com isto percebi que este é o verdadeiro papel de uma obra literária, causar inquietação e levar o leitor integrar-se a ela através da analise e aprofundamento da temática.
A linguagem bem acessível o que torna a leitura fluida, a diagramação e ilustração do livro ajuda, pois é impecável. Posso garantir que você começa ler e não quer parar.
Recomendo!

site: https://www.instagram.com/p/B2-zwifjz46/?utm_source=ig_web_copy_link
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@livrodores 19/12/2019

À Sombra do Jatobá
Quando comecei a ver resenha dessa obra rolando por aí eu não imaginava o quanto iria gostar tanto, vocês já sabem o quando eu amo histórias emocionantes, daquelas que toca em nosso coração, né?! Então essa é exatamente assim, que chega de mansinho e com toda trama bem elaborada acaba nos enchendo de ensinamentos!
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Eu me apaixonei pela escrita da autora, adoro quando o autor sabe conduzir bem a história e aqui temos uma ambientação incrível, realmente foi escrito com maestria onde foi fácil ser inserida dentro de cana cena cruel da época!
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A personagem central dessa história é a escrava Ercília, vamos acompanhando sua trajetória de vida, de como se tornou ama de leite das irmãs Teodora e Cândida, duas jovenzinhas corajosas, rebeldes e completamente apaixonadas por sua nanã! E eu ameeei acompanhar essa relação entre elas, era um amor tão profundo e real, para as meninas não importava a cor da pele de Ercília, elas a respeitavam, a amavam.
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É preciso falar também sobre a crueldade que envolvia os negros, são tantas passagens tão dolorosas, que nos aprofundam ainda mais pela escrita detalhada com elementos da época. Sentia muitas vezes os pesares do escravos, que foram aprisionados e tiveram seus sonhos roubados.
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Preciso repetir que essa história é linda? Eu me vi muitas vezes emocionada com as revelações que Ercília, fiquei impressionada com a coragem das filhas de a protegerem e enfrentarem o coronel, pai delas!
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São tantas mensagens incríveis, mas a principal que ficou marcada em mim foi a de que pessoas boas, de luz nos inspiram com suas energias, elas nos tornam melhores e nunca irá importar a cor da pele dessa pessoa, seu coração e as coisas boas que ela fez é que realmente importarão!
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Mandha 01/12/2019

Um presente em forma de livro
O livro é ambientado em uma fazenda no sul da Bahia na era escravocrata. Conta a história de Ercília (Nanã), negra, escrava e mãe de leite das sinhazinhas, Teodora e Cândida.
Traz assuntos super relevantes como: escravidão, exploração, preconceito, patriarcado, fé e religião, depressão dentre vários outros fortes assuntos. No entanto o livro não é pesado, apesar de ter cenas fortes.
A escrita me pareceu tão poética, dá pra perceber que a autora estudou e pesquisou muito para embasar historicamente essa história, os diálogos e o perfil dos personagens. Eu me encantei com toda essa construção.
????????????
Eu não vou da spoilers nem falar muito mais sobre a história, vocês só precisam saber que o protagonismo é dividido entre a Ama Nanã e as doces meninas brancas que ela cria.
As meninas crescem muito durante o passar do livro, tanto em idade quanto em personalidade. É lindo de ver, como somos tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidos em nossa essência.
????????????
Amei esse presente em forma de livro. Foi muito especial essa leitura!
Obrigada por esse livro lindo que você entregou ao mundo e parabéns!! Ele é incrível!
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Grey Borges 30/11/2019

À Sombra do Jatobá
À Sombra do Jatobá - R.C. Maschio
novembro 30, 2019


Uma obra que aborda um tema tão relevante, que às vezes parecemos esquecer: Escravidão. Se não fosse as correrias com a faculdade teria sido uma leitura de poucas horas. Envolvente, emocionante e necessário.
Ambientada no final do século XIX, iniciamos conhecendo a Ama de Leite, Nanã. A qual, cuidou de duas meninas Teodora e Candida, filhas dos senhores da casa grande, totalmente escravocratas. Mas, existe um elo grande entre as três que não permite que elas vejam Nanã como uma escrava, e mesmo, sendo elas brancas não entendem a diferença que existe entre um negro e um branco.
Mas agora, Nanã foi devolvida para a senzala por estar muito doente e não ter mais utilidade para seus donos, independente do quanto ela tem sido devota às meninas, que ela ama como se fossem suas.
Porém, elas não aceitam e querem sua Ama de volta. Como o pai não presta respeito a Nanã, que tanto fez por sua família? Não, isso não pode terminar dessa maneira.



A figura central, Teodora, desde pequena tem muita curiosidade por tudo, visão revolucionária e uma veia um tanto feminista para a época. Não aceita tudo calada, e se impõe em vários momentos.
No desenrolar da trama percebe-se que o pai torna-se cada vez mais autoritário e inflexível, trazendo à tona muitos conflitos entre eles. A mãe, também demonstra forte aversão aos escravos.


Nesse contexto, com pais escravagistas e filhas com pensamentos abolicionistas se desenvolve uma narrativa que prende a atenção do leitor de uma maneira surpreendente.


"...Nenhuma mulher é médica, menina, Muito menos uma negra como eu."

"Pois acreditas que mesmo sendo um negro o menino poderá aprender?"

"Afinal, meu Deus, sinto em meu coração que sou feita também por suas mãos.
Então, por que permite que o branco trate nós de pele preta com toda essa maldade?"

Algumas coisas, foram difíceis ler e não pude contar as lágrimas que insistiam em cair. Às vezes, parece que esquecemos que tudo isso aconteceu e que era completamente normal os escravos serem tratados como uma cadeira ou uma mesa.

Em uma cena as crianças brancas usam as crianças negras como cavalinhos para brincar. Não sei expressar o quanto isso me incomodou só de imaginar.
Impossível ler e não sentir dor e rever aquilo que pensamos sobre a escravidão. Acredito que nos distanciamos tanto desses fatos, muitas vezes, sabemos que de fato foi real, porém, esquecemos a intensidade com que ocorreu.

O machismo é trabalhado de uma maneira que constatamos toda a opressão que a mulher sofreu, durante tantos anos, sem poder fazer faculdade, trabalhar, ou fazer qualquer coisa além de cuidar de uma casa, marido e filhos.
Os novos tempos chegaram até nós devido o desejo por liberdade das classes menos favorecidas e daqueles que tiveram a coragem para conquistar com o próprio sangue o que temos hoje.

Recomendo a leitura desse livro que fará com que você reflita em tantas questões. É aquele tipo de leitura que você termina diferente de quanto começou e que quer indicar para todo mundo. Comigo foi assim, e tenho certeza que será com você também.
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