@blogleiturasdiarias 25/02/2019Resenha | Senhora do FogoTermino A Saga da Conquistadora com uma sensação maravilhosa! Não esperava gostar tanto da série do modo como ocorreu, e acabou que entra para o ranking das minhas queridinhas. Senhora do Fogo termina em alto a história de Lada, Mehmed e Radu.
Lada e Mehmed alcançaram seus objetivos iniciais. Agora tanto ela quanto ele entrarão em um jogo político onde serão inimigos, e apenas um lado pode sair vitorioso. No meio desta briga grande, ainda temos a presença de Radu, que mesmo assombrado pelos acontecimentos em Constantinopla permanece junto de Mehmed. Os três perceberão que os destinos deles estão nas próprias mãos e escolhas. Quem dará o braço a torcer?!
Foi difícil não criar expectativas pois o segundo termina te deixando tensa para o que ocorrerá em seguida. E realmente tudo aquilo que esperava se cumpriu, até indo além. Com um enredo mais dinâmico que os antecessores, praticamente não temos tempo de respirar, muita coisa está em jogo e nossos figuras principais estão nos seus limites emocionais. O desenvolvimento envolve muita aventura, jornada de autoconhecimento, estratégias militares, estratégias políticas e principalmente uma guerra eclodida. Já esperava um embate maior nesse final — ou pelo menos um reencontro do trio principal — pois é algo que cresce ao longo dos volumes. Haverá desdobramentos questionáveis, porém que se encaixarão e conectarão com o final escolhido. Particularmente só tenho elogios.
Sobre os protagonistas, houve uma inversão que nem mesma acreditei que decorreria. Lada é uma pessoa instável que apesar de tomar decisões que discordo, me era aceitável dentro do contexto de empoderamento. Mas aqui, não ocorre. Boa parte das páginas achei que ela escolhia caminhos errados incessantemente, o que gerava atritos que me frustava e que ela poderia evitar — entendo que foi colocando pensando em estremecer a história e em provocação, todavia em alguns momentos a vontade era de entrar e dar uns tapas nela, rs.
"Lada vira o que Mehmed fora capaz de fazer por causa da sua crença inabalável. E viu essa mesma crença roubar dela seu irmão. Fé significava poder. Era impossível não levar a sério algo que proporcionava poder sobre os demais. Ela corrigiu sua postura." pág. 36
Já Radu, a quem sempre desconfiei e achava apático, teve uma participação fenomenal apagando tudo que deixou de "ruim" antes. Coerente com sua personalidade e atitudes, fiquei feliz que pelo menos nesse final tive um acerto leitor e protagonista — consegui apreciar maiormente o seu final. Mehmed foi alguém que passou sem grandes destaques, contudo tinha seus momentos de notoriedade — a relevância é dos irmãos Dragomir.
Tive a sensação que a leitura foi rápida. A escrita da Kiersten White é bem fluida e descritiva. Existe algumas cenas que embrulham o estômago e nos choca em razão da ambientação de disputa territorial deixar isso transcender. Aviso para ter estômago forte porque a autora traz todos os elementos que envolvem esse tipo de universo sangrento — estou falando de cenas de morte, de luta corpo à corpo, mutilações, uso de cadáveres entre outros.
O triângulo amoroso e a temática romântica passa despercebido — haverá seu fechamento para o trio, só que não é o enfoque. Ele é coerente com os embates de ego que víamos constantemente aparecendo, mesmo assim pode não agradar a todos. Fiquei exultante quando notei que o triângulo amoroso deixou de existir. Era o que mais me incomodava, e talvez seja o grande culpado de ter antipatia por certas pessoas. Quando recuado, pode se notar certas características que antes não enxergamos no plano de fundo.
Sobre o final, a medida que as situações se desenrolavam uma possível escolha se desenhava — a qual particularmente não me agradava, entretanto achava inevitável não surgir. É aquele concordo, só não é o que quero. E qual não foi minha surpresa vê-la chegar no epílogo. A autora encerra a narrativa de forma espetacular — pensei que seria pior — no qual gostei. A perspectiva de futuro é trabalhada, principalmente no epílogo, sendo um recurso que vem ganhando força atualmente. Me arrancou lágrimas, e como falei antes: necessário. Irá agradar quem acompanhou a série até agora.
"Era o destino mais cruel possível para Lada. Ele sabia que ela iria preferir morrer lutando. Mas não teria essa opção. Radu sentiu uma resolução aguda e ressentida se cristalizando dentro de si enquanto pensava em como sua irmã ficaria destruída ao se ver impotente e prisioneira outra vez. Ótimo. Que assim seja." pág. 146
De uma forma geral, saio elogiando o exemplar. Foi realmente primoroso, evoluindo de sucessor para sucessor que indico aos fãs de obras épicas! O fundo histórico foi um dos maiores atrativos, e saio positivando o que encontrei. A aventura não fica para trás, finalizando de forma bacana a Saga da Conquistadora! Recomendo demais!
Sobre a parte física, não tenho o que reclamar. Plataforma 21 acertou em manter as capas originais e que trazem uma identificação para a trilogia, além que a diagramação é espaçosa, limpa e com detalhes nos inícios de capítulos. Temos um mapa, glossário, e lista de personagens como itens adicionais. A narrativa é feita em terceira pessoa pelo ponto de vista da Lada e do Radu.
Já temos a primeira série finalizada do ano, o que me deixa contente por dois motivos: primeiro por ter adorado e segundo porque era uma das séries que mais queria finalizar no ano. Aliás, aproveitem que todos os volumes já foram resenhados no blog (; Espero que tenham gostado!
site:
https://diariasleituras.blogspot.com/2019/02/resenha-senhora-do-fogo-kiersten-white-a-saga-da-conquistadora-plataforma-21.html