Léia Viana 30/05/2024
Clube de Leitura Tatiana Feltrin e sua Biblioteca - livro de maio.
Ainda não tinha começado a ler quando li algumas discussões quanto ao pacto faustico, na sala do livro. Fiquei perdida ali porque o único pacto que tinha lido, até então, foi entre Derfel e Nimue, na trilogia do Rei Arthur. Quando escutei seu áudio explicando pacto faustico, fiquei parecendo aquele meme da Nazaré Tedesco, então resolvi me afastar um pouco para fazer uma leitura sozinha mesmo. Não enxerguei nenhum pacto. Nada! Na minha modesta opinião de uma simples leitora, o que tem alí é um Basil "emocionado" e cheio de paixão por Dorian, que não o enxerga como ele realmente é, mas que o retrata em sua verdadeira essência: um jovem que só tem beleza e o frescor da juventude, fortemente influenciável e com o ego inflamado por aquilo que mais chama a atenção para si: sua beleza, que em um primeiro momento, ao DJ o quadro para Harry, fica ainda mais evidenciada.
Conversando com a Denise LCB, nossa colega do Clube, concordei com ela ao concluir que o livro é sobre a degeneração moral do Dorian, o quanto ele foi se degradando durante a vida. Na realidade, o livro não é sobre se houve pacto, nem sobre o quadro envelhecer, porque o quadro é uma metáfora, e isso para mim ficou ainda mais nítido ao assistir seu vídeo. Amei, Tati, seus vídeos foram excelentes e a leitura só cresceu após assisti-lo. Muito obrigada ❤️
Clube de Leitura Tatiana Feltrin e sua Biblioteca - livro de maio.
"...todo retrato pintado com sentimento é um retrato do artista, não do modelo. O modelo é meramente uma casualidade, um pretexto. Não é ele que é revelado pelo pintor; é antes o pintor que, na tela colorida, revela a si mesmo. A razão pela qual não vou exibir esse quadro É que temo haver revelado nele o segredo da minha própria alma."
Essa é a primeira vez que leio "O retrato de Dorian Gray ", foi um dos livros que acabei pulando no Reading Club, nem aos vídeos de lá assisti na época, portanto, estava quase às cegas na leitura; o "quase" aqui foi proposital, pois como é o livro do mês de Maio do clube, foi inevitável não ler alguns comentários e ficar ainda mais curiosa, e também temerosa, quanto ao livro.
O temor se dá pela minha "birra" com o livro "Capitu", de Machado de Assis. Toda a discussão sobre traição, quando o livro tem muito mais que isso, me deixa aborrecida, então temia que o livro ficasse resumido apenas a se teve ou não um pacto faustico.
Não enxerguei nenhum pacto. Nada! Na minha modesta opinião de uma simples leitora, o que tem alí é um Basil "emocionado" e cheio de paixão por Dorian, que não o enxerga como ele realmente é, mas que o retrata em sua verdadeira essência: um jovem que só tem beleza e o frescor da juventude, fortemente influenciável e com o ego inflamado por aquilo que mais chama a atenção para si: sua beleza, que em um primeiro momento, ao mostrar o quadro para Harry, fica ainda mais evidenciada.
Conversando com a Denise, nossa colega do Clube, concordei com ela ao concluir que o livro é sobre a degeneração moral do Dorian, o quanto ele foi se degradando durante a vida. Na realidade, o livro não é sobre se houve pacto, nem sobre o quadro envelhecer, porque o quadro é uma metáfora.
Por isso a aversão dele ao quadro, pois Basil o retratou exatamente como ele é, mas Harry enxergou apenas beleza, porque foi envolvido pelas palavras de Basil ao apresentá-lo. Foi somente após seu afastamento de Dorian, e depois o fatídico reencontro é que ele enxergou o quadro exatamente como ele era, sem o véu da beleza que tanto o encantou da primeira vez.
É um baita livro! Daqueles que permanece com você. Que faz pensar, e dependendo do momento / circunstância / ou até mesmo se você conhecer / conviver com pessoas influenciáveis enxergará o livro ali. É daqueles que em uma releitura só irá crescer!
É necessário destacar também o vocabulário, muito elegante e bem escrito.