Heitor172 27/04/2024
Um reflexo sobre a ética e a modalidade
"O Retrato de Dorian Gray", escrito por Oscar Wilde em 1890, é uma obra fantástica sobre a valorização da beleza e da juventude nas sociedades. Para fazer isso, Dorian Gray, um puro e belo jovem é manipulado por Lorde Henry, um senhor considerado por muitos como promíscuo, a mergulhar nas profanidades da humanidade com o objetivo de encontrar uma realização. Entretanto, isso tem um efeito em sua essência, sua alma, que acaba não afetando sua beleza e juventude, e sim o retrato feito de seu corpo pelo pintor Basil Hallward, que tem Dorian como principal inspiração. Quanto mais grotesca a alma do jovem fica, mais feio o retrato se torna.
Um livro completamente reflexivo, cada página oferece novos detalhes para serem refletidos. A escrita é muito fluída, e consegue ser um tanto diferente para a época, especialmente com os indícios da sexualidade dos personagens, algo que na época fez, infelizmente, com que o livro fosse mal visto.
Apesar disso, devido a ser um livro antigo, algumas partes da história são machistas. Por mais que seja uma diferença de mentalidade de acordo com as datas de lançamento, é muito importante não ignorar esse tipo de assunto, pois pode gerar discussões muito relevantes.
Este livro me prendeu, me encantei pela escrita de Wilde e me surpreendi com o quão cruel Dorian se tornou. Recomendo muito, todos precisam refletir sobre como a beleza e a juventude não dizem respeito ao caráter, e creio que uma obra como essa possa ser a base de debates como esse.