Maria Eduarda Martins 02/05/2024
Circe
Circe, na mitologia grega, foi uma deusa feiticeira, filha de Hélio e Perseis. Da leitura de alguns contos e descrições da deusa é possível compreender seu poder, paixão e até mesmo sedução.
Contudo, na releitura de Madeleine Miller, temos uma personagem muito mais incrível do que a descrita na mitologia. No início do livro, com Circe ainda jovem, nos deparamos com uma protagonista ingênua, solitária, que ainda não percebeu seu valor e não encontrou seu lugar no mundo.
Em seu processo de amadurecimento, Circe erra, sofre punições, mas guarda uma bondade dentro de si que não esmaece.
Ao longo do livro, esta personagem cresce em coragem e inteligência, sendo capaz de desafiar os maiores deuses com perspicácia e feitiçaria. O mais interessante do livro, no entanto, é como a autora desenvolve o amor de Circe por mortais. É claro que há medo e desconfiança, mas é entre os mortais que Circe floresce, se encontra e é mais feliz.
Alguns momentos do livro são muito dolorosos, principalmente para quem é mulher. Contudo, a forma como a protagonista se defende e se impõe são poderosas e inspiradoras.
Foi uma ótima experiência de leitura e se tornou um livro favorito.