Mundo da Vavah 04/07/2019
Quando recebi essa edição do selo @editoraprincipis do grupo @editoracirandacultural eu fiquei super feliz em poder captar imagens de uma história tão atemporal do nosso grande Aluisio Azevedo. O quadrinho está maravilhoso, com figuras bem fiéis ao que fora narrado no livro.
A história nos mostra a busca de João Romão pela riqueza, ele explora os empregados e até rouba se for necessário para chegar aos seus objetivos. João Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza, o ajuda de domingo a domingo, trabalhando sem descanso.
Em oposição a João Romão, temos Miranda, o comerciante bem estabelecido que cria uma disputa acirrada com o taverneiro por um pedaço de terra que deseja comprar para aumentar seu quintal.
Com inveja de Miranda, que possui condição social mais elevada, João Romão trabalha ardorosamente e passa por privações para enriquecer mais que seu oponente. Mas quando Miranda recebe o título de barão, João Romão entende que não basta ganhar dinheiro, é necessário ter status, frequentar ambientes chiques, adquirir roupas finas, ir ao teatro, ler romances, ou seja, participar ativamente da vida burguesa, o que para ele é bem complicado.
No cortiço, paralelamente, estão os moradores menos favorecidos e explorados. Moradores de hábitos peculiares, que trabalham muito e se divertem aos domingos, o dia de descanso. Porém muitas dessas famílias nos mostram a verdeira animalização do ser humano, quando vivenciam brigas, ofensas, traições e situações miseráveis de sobrevivência.
Durante a leitura, vamos acompanhar justamente a evolução do ser humano que busca o status e também o quanto o meio em que se vive pode influenciar em sua cultura, objetivos de vida e decisões desesperadas. Ao mesmo tempo que o cortiço evolui em condições habitáveis, deixando de ser uma situação de vida deplorável, teremos em Bertoleza, uma atitude radical que prova, que o ser humano age em desespero e de forma animalesca.