Daniel
10/05/2021Resenha nº 4433 (mais uma? Prá quê??) – Para ser do contra!Tantas resenhas favoráveis, nota média de 4,7 (em 5!!) dos leitores skoob, “Hum... deve ser bom”. Ledo engano!
A autora Taylor Jenkins Reid repete fórmula manjada de outros livros seus: muitos personagens (mas que parecem todos uma coisa só); muitos diálogos para facilitar ao máximo a vida do leitor (não importando a artificialidade dos mesmos); levanta umas bandeiras aqui e ali (empoderamento feminino, movimento LGBT, antirracismo, etc para angariar simpatias)... mas o resultado final deixa muito a desejar.
A trama é um fiapo. A maior “transgressão” da tal Evelyn Hugo foi ter uma amante secreta do mesmo sexo? Rock Hudson fez isso com muito mais classe nos anos 50... E nada chega aos pés de uma situação real, como a da estrela Lana Turner, que teve o amante esfaqueado pela própria filha (há controvérsias: dizem que a filha acobertou o crime da mãe). Acabou que o maior “segredo” da trama fica por conta de um ex-marido, e não da protagonista! Todos os personagens são rasos, mal caracterizados. A tal Evelyn Hugo, o que tem de extraordinária? Ter se casado sete vezes?? Os sete maridos são definidos com adjetivos no título de cada capítulo e isso é o máximo da caracterização dos mesmos! Todos repetem a formula: se conhecem durante uma filmagem, ou uma festa, e na página seguinte já estão casados, e nas próximo capítulo já se divorciando...
Não há, absolutamente, NENHUMA reconstituição de época. Não há nenhuma referência, nenhuma citação às músicas que estavam tocando na época, aos atores, atrizes, diretores ou produtores... A autora desperdiçou uma ótima oportunidade de recriar a Hollywood dourada e já meio decadente dos anos 50 aos 80... Encheu a trama de personagens e situações fictícias, quando poderia ter pesquisado um pouquinho e colocado referências reais, faria tudo muito mais interessante. Taylor Jenkins Reid não me pega mais.
Fico pensando o que estes leitores de declaram que este livro foi “a melhor coisa que já leram este ano” se depararem com um livro bom de verdade, tipo Torto Arado... Fica a sugestão de leitura.
PS: Um amigo aqui do skoob, muito sensato, ponderou comigo que talvez a quantidade de resenhas positivas se deva ao fato dos leitores - principalmente das leitoras - serem muito jovens... Ele me perguntou: "Se você tivesse lido este livro aos 14, 15 anos, você também não teria adorado??" Tive que concordar.