Ivanhoé

Ivanhoé Sir Walter Scott




Resenhas - Ivanhoé


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z..... 12/02/2019

Coleção Aventuras Grandiosas (Rideel)
Publicação infantojuvenil. O romance é de cunho histórico, no contexto medieval de lutas entre anglo-saxões e normandos, mas a adaptação privilegiou a parte romântica entre Ivanhoé e Rowena nos encontros e desencontros, estabelecidos pelo banimento do jovem, promessa de casamento da moça a outro pretendente, o torneio como desafio para o reencontro, ferimento do cavaleiro e salvamento através de Rebeca, a quem depois retribuiu salvando também.
A parte referente a Robin Hood foi explorada com brevidade (no apoio ao Rei Ricardo Coração de Leão), assim como a atenção para Rebeca. Tenho percepção de ser a personagem mais atrativa, por estar disposta a transceder todas as barreiras daquela sociedade, em disposição de luta na valorização humana, não em determinantes políticos como era o contexto motivacional. Salvou alguém da mesma sociedade que depois lhe condenou, ademais, no contexto das Cruzadas está implícito perseguições a seu povo.
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Angela.Lopes 23/07/2018

Fabuloso.
Acho que não esperava tanto de um livro. Apaixonada pela viagem que ele me proporcionou. Super indico.
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Carlos Nunes 09/07/2018

Clássico da cavalaria
O escocês Walter Scott é considerado o pai do romance histórico, principalmente por causa da sua série de livros sobre a História, o povo, as lendas e costumes escoceses. Foi ele que apresentou a Escócia ao mundo, e praticamente tudo o que nos vem à mente quando falamos de Escócia está nos livros de Scott, particularmente nas obras Waverley e Rob Roy. Mas IVANHOÉ, que é considerado sua obra-prima, não se passa na Escócia e sim na Inglaterra do século XII, durante o reinado de Ricardo Coração de Leão, nume época em que a língua inglesa sequer existia. Nessa época, a nobreza original, saxônica, ainda via com receio a classe dominante, de origem normanda, falante do francês. Só mais tarde, com a miscigenação consolidada, da união dessas duas línguas surgiu o inglês atual. E nesse ambiente temos um típico romance de cavalaria, com liças de cavaleiros, donzelas em perigo, cerco de castelos, traições e reviravoltas mirabolantes. Lendo a obra hoje em dia, principalmente se já lemos as obras de Dumas, podemos até ter a sensação de que os acontecimentos são requentados de outros livros e o romance até um pouco simplório, mas se levarmos em conta que foi escrito bem antes, temos a real dimensão do pioneirismo de Scott. A se destacar aqui, principalmente, a participação mais que especial de Robin Hood e seu bando, com todas as características que moldaram histórias posteriores, como a motivação, os integrantes do bando, sua forma de agir, roupas e costumes, está tudo lá, cerca de 50 anos ANTES de Dumas popularizar a lenda. Fiz uma resenha mais completa em vídeo, convido para assistir, link ai embaixo:

site: https://youtu.be/4paaoAerQc4
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Peterson Boll 29/10/2010

Nada de Novo
mas não por culpa do livro, e sim, porque o tema (cavaleiros, nobres bonzinhos e malvados, donzelas lindíssimas e santíssimas, vilão que quer essa donzela...) foi tão copiado nos últimos 200 anos que se tornou lugar-comum. Mas "Ivanhoé" vale pelo retrato da Inglaterra medieval, do antagonismo saxões X normandos, do anti-semitismo acirrado, da corrupção...
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Fernanda 10/11/2016

A grande figura da história não é Ivanhoé
Ivanhoé é considerado o precursor do gênero romance histórico na Inglaterra. Escrito no século XIX, conta a história do cavaleiro de Ivanhoé e a sua trajetória; até a reconquista de seu lugar por direito no seio da família e a aceitação do seu amor de infância, a bela Lady Rowena.
Apesar do livro levar o nome de Ivanhoé, o considero pouco digno de tanta importância. É de fato uma figura leal, mas seus atos heroicos provém mais do próprio orgulho e honra, do que de senso de justiça. Vide como o cavaleiro trata os judeus - destaque a judia Rebecca que cuida de seus ferimentos.
Os personagens "grandes" são dotados dos preconceitos da época. Excluindo, em certos momentos, Ricardo Coração-de-Leão. Cedric; os vilões: Rei João Sem-Terra e Reginald Front-de-Boeuf; Athelstane e até mesmo o próprio Ivanhoé são personagens mesquinhos, egoístas, caprichosos e preconceituosos - o que é compreensível devido à época em que se passa o enredo. Porém, as personagens secundárias me conquistaram muito mais, como por exemplo: a generosa, corajosa e fiel Rebecca; o judeu Isaac, pai de Rebecca; os escravos Gurth e Wamba; e Locksley, que possui sua verdadeira identidade revelada após aventuras ocorridas.
Cedric foi um perssonagem que me irritou em particular pela forma como tratou Gurth e Wamba - os grandes e verdadeiros heróis da história em minha humilde opinião. Já Rebecca me conquistou pela coragem diante das adversidades e pela fidelidade aos próprios princípios. A sensatez e orgulho humilde desta figura feminina a tornaram minha personagem favorita do livro. Lady Rowena, apesar de mimada, é uma personagem cativante e bondosa. Gostei dela, apesar de não te uma caráter marcante para despertar minha admiração.
Apreciei muito a leitura e aprendi muitas coisas sobre a cultura da Idade Média. Adorei as batalhas, desafios, mortes, conquistas e cavaleiros. Afinal, quem não gosta de uma boa história medieval de conquistas, donzelas em perigo e cavaleiros heróis. A escrita de Sir Walter Scott é muito gostosa de se ler. Por vezes ele conversa com o leitor de forma muito divertida. Ele escreve com uma ironia sutil e denuncia preconceitos e comportamentos medievais.
Eu desconhecia o forte preconceito e repressão que os judeus viveram até mesmo muito antes do holocausto. Foi triste descobrir que esta raça foi, por tanto tempo, desprezada e injustiçada por povos de crenças divergentes. Mas todo conhecimento adquirido, apesar de triste, é bem vindo.

SPOILER
Encontrei várias pessoas de opinião que Ivanhoé deveria, na verdade, ter ficado com a judia Rebecca invés de lady Rowena. Eu discordo fortemente. Ivanhoé não possui a firmeza de caráter e desprendimento de preconceitos necessário para defendê-la. Assim como Rebecca não adotaria outra religião que não a dos seus pais, Ivanhoé partilha da mesma convicção. Logo seria uma união muito decepcionante e cansativa para ambos. Além da minha opinião pessoal de que Rebecca merece alguém com caráter melhor do que Ivanhoé - que só foi capaz de uma ação que me despertasse admiração genuína nas últimas cem páginas.
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TJAbraão 11/03/2011

Aulinha de história
A História do livro em si é algo bem clichê: O Cavaleiro bonzão, porém desprezado, salva sua[s] donzela[s] das mãos de templários malvados, através de emboscadas, torneios, duelos, lutas, batalhas em massa, etc, etc. Mas isso deve-se relevar, pois na época em que o livro foi escrito, isso ainda não era um clichê, não era tão batida e explorada como hoje em dia.
Mas ainda assim é muito interessante a leitura do livro, pois nos revela muito dos costumes e do modo de vida da antiga ilha da Bretanha medieval: A Rivalidade, submissão (e lealdade, quando servos) dos bretões aos normandos, aspectos linguísticos, o surgimento da língua inglesa, modo de vida, política, dentre vários outros aspectos.

A leitura em si como entretenimento até vale, o livro é legalzinho (Mesmo não sendo aqueeeeela aventura incrível que se espera de um livro 'épico'), mas se você ler com olhos mais críticos, com o pensamento voltado para o contexto da época em que ele se passa e que foi escrito, terá uma grande jóia nas mãos.
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Shaftiel 19/01/2009

É um livro bom, atgé batante interessante, mas há de se entender o contexto da época em que foi escrito. É mais antigo e se aproveita de muitas das lendas da perversidade dos cavaleiros templários. A escrita é muito mais lenta do que ocorre nos romances históricos como Bernard Cornwell ou Pressfield.

É um bom romance, mas é para se ler com cuidado e sem esperar uma aventura alucinante. Até mesmo laguns faots são um tanto ingênuos ao se perceber a Idade Média quando se compara com os livros que lemos hoje em dia, mas Ivanhoé continua sendo um bom clássico.
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Rodrigo S. 29/06/2014

Ivanhoé, de Sir Walter Scott
Esse romance, que é considerado o primeiro de sua linhagem pois foi o precursor do gênero Romances Históricos, é uma deliciosa narrativa dos primórdios da nação britânica. Sir Walter Scott conta-nos através de personagens fictícios, lendários e reais como foi a formação daquele povo.
Temos nesse livro aventura, ideais da Cavalaria, humor, idealização da mulher e costumes que para os nossos dias parecem esquisitos e fantasiosos demais. O ponto alto são as descrições das paisagens, dos costumes e comportamento, além da narrativa envolvente, sem muitos floreios e sóbria na medida certa.
O ponto negativo que nem é um defeito do livro em si nem do autor é o excesso de superstição e discriminação das personagens secundárias -as cenas de anti semitismo e ignorância são explicáveis, já que a história é ambientada na Idade Média, mas esse detalhe incomoda um pouco.
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Wilton 02/08/2013

Romance histórico de qualidade. O autor misturou personagens reais com outras fictícias e relacionou-as com coesão e desenvoltura.
As tradições, os rituais, as superstições foram vivenciados pelas personagens que ganharam vida na trama.
As descrições de ambientes foram de uma beleza plástica indescritível. As paisagens, descritas com mestria, foram o pano de fundo do romance.
Posso dizer que este é um livro inesquecível.
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jmrainho 26/05/2013

Ivanhoé
INVANHOÉ, Walter Scott, Nova Cultural, 478 p.
Biblioteca PG
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Walter Scott, Inglaterra (1771-1832)
Criador do Romance Histórico.
Também autor de Robn Wood, personagem que aparece em Ivanhoé.

Publicado em 1820, Ivanhoé narra a luta entre saxões e normandos e as intrigas de João sem Terra para destronar Ricardo Coração de Leão. É considerado o primeiro romance histórico do romantismo.
A obra surgiu num momento em que se procurava exaltar o nacionalismo, e obteve tamanho sucesso que seu autor foi agraciado com título nobiliárquico. Nele os valores da cavalaria medieval são enaltecidos, assim como o heroísmo inglês.
Embora protagonizado pelo cavaleiro Wilfred de Ivanhoé, são os personagens quase anônimos que encontram maior destaque do que este, a exemplo de Brian de Bois Guilbert, um templário, vilão que engendra várias maldades.1 (Wikipedia)

Filme com Elizabeth Taylor, MGM, 1952
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Fiat voluntas tua!
Faça a tua vontade!
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Saleitura 12/12/2012

Ivanhoé e a minha Idade Média sonhada
A Wikipédia tem uma definição interessante para o Ivanhoé, ela diz que:

"Ivanhoé é um romance do escritor britânico Walter Scott, publicado em 1819. Narra a luta entre saxões e normandos e as intrigas de João sem Terra para destronar Ricardo Coração de Leão. Primeiro romance de enredo histórico. O livro, que conta a história de um cavaleiro da época em que João Sem-Terra havia usurpado o trono do irmão Ricardo Coração de Leão, deu origem a um seriado de televisão, filmado em 1958 e 1959, e exibido no Brasil na década de 1960, cujo personagem principal era interpretado por Roger Moore".

Bem, eu não tenho uma definição melhor, mas Ivanhoé é um pouco mais que isso, reza a lenda que Walter Scott foi o criador do romance histórico, esse gênero que nos encanta até hoje... Inclusive nosso igualmente clássico José de Alencar me lembra muito os escritos de Scott, e Ivanhoé é um clássico que merecia bem mais que um paragrafo na Wikipédia!

É um trabalho lindo, a partir dele a moderna identidade inglesa começava a ser construída discursivamente, ele narra em suas linhas mais do que as venturas e desventuras do caveleiro deserdado e sim as venturas e desventuras dos que romanticamente falando formariam o povo inglês.

Carregada de romantismo, dos ideais da época em que foi escrita e antes de falar da Idade Média dos homens e mulheres dessa época eu acho que Ivanhoé fala do século XIX e de como a Idade Média era vista nessa época. Ajuda a entender porque esse povo se sentia o último biscoito do pacote, os donos de todos os dons morais e intelectuais, prontos a levar civilização e ordem para os quatro cantos do mundo, se já eram capazes de tão grande nobreza durante os idos tempos medievais o que se diria de suas capacidade durante o glorioso século XIX?

Mas quando eu li Ivanhoé aos nove anos em uma versão adaptada cheias de ilustrações do tipo tapeçaria medieval eu nem sonhava com essas ideias e ele era meu livro favorito e eu adorava todos os personagens, o Cavaleiro Deserdado, tão nobre, o Cavaleiro Negro, Ricardo Coração de Leão, Robin dos Bosques e até aquele cavaleiro templario Brian Gilbert.

Eu imaginava a Idade Média a luz de Ivanhoé, um tempo que se lutava em nome de Deus, da Honra e do Rei, era meu mundo ideal, o mundo dos sonhos dos meus sonhos infantis com homens e mulheres nobres vencendo o mal, ganhando as batalhas no último momento... Um mundo onde o fraco justo vence o forte injusto, onde a pelica vence o aço.

Meu personagem favorito era a júdia Rebeca, ela era apaixonada por Ivanhoé que por sua vez morria de amores por uma loira aguada, a Lady Rowena, mas nem por isso Rebeca deixava de auxiliar Ivanhoé. Uma mulher a frente de seu tempo, nobre, justa, inteligente, destemida, reflexiva e termina solteira, voltando para Jerusalém para trabalhar como enfermeira dos cruzados feridos... Mil vezes aff... Mas, nem por isso Rebeca deixa de ser "A MELHOR!".

Ah, outro personagem pelo qual eu nutria um amor meio que recalcado era Brian de Bois Guilbert, inimigo mortal de Ivanhoé, eu não achava ele muito nobre, justo, ou coisas do gênero, mas eu gostava dele porque ele reconheceu o valor de Rebeca, era apaixonado por ela, mesmo sendo um Cavaleiro Templario... Algumas vezes ele pisa na bola geral, mas ainda assim tem um chame e tanto \o/.

Foi doloroso quando meu professor de história chato, ranzinza e marxista esclareceu a todos nós que durante a Idade Média os nobres cavaleiros de nobres não tinham nada, que eles não tomavam banho, exploravam os camponeses e viviam uma vida de fartura e opulência enquanto os camponeses sofriam a amargura do frio, da penúria e da fome, morrendo de velhice antes dos 30, morando em taperas, vivendo oprimidos e que mesmo as mulheres nobres não passavam bons bocados não... Vigiadas, normalizadas, punidas, Rebecas não teriam sobrevivido ao fogo ou ao claustros. Ele acabou com minha Idade Média em três tempos e tchau para meu castelo medieval onde Brian de Bois Guilbert se redimiam e viviam felizes para sempre com Rebecas que deixavam de ser otárias.

Eu lembro bem dessa aula que provalmente meu professor esqueceu na multidão de aulas que ele já deu. Nessa época fiquei com a impressão de que a História é uma dama muito cruel e que não existe compaixão no coração dela, rsrsrs... Hoje já sei que a História não é uma dama cruel, é apenas melancolica e cansada., afinal se detem na tentativa de compreender um mundo que nunca foi um lugar fácil de se viver, não existe Idade de Ouro e Gloria para a História.

Mas, afinal o que é a Glória para que eu a deseje néh? Como já questionava a minha sempre querida Rebeca de seu longínquo lugar em uma Idade Média sonhada, ou mesmo da pena de um autor sonhador do século XIX:

"- Glória?... É ela a ferrugenta armadura pendendo sobre o esquecido e triste túmulo do guerreiro? A inscrição apagada que o monge mal sabe traduzir para o peregrino que o interroga? Serão estes os prêmios, correspondentes ao sacrifício de todas as afeições, para se viver uma vida de sofrimento, fazendo os demais sofrerem? Ou será que há tanto mérito nas toscas limas dos bardos errantes, para se porem de parte amores, afeições, paz e felicidade, para nelas se ser mencionado por menestréis vagabundos, cantando-as em tavernas para os bêbados?"

Resenha de Jaci Clemente - Pandora
Publicada originalmente em:
http://www.skoob.com.br/estante/livro/17132150

Postagem cedida a Saleta de Leitura
http://saletadeleitura.blogspot.com.br/2012/12/resenha-do-livro-ivanhoe-de-walter.html
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Pandora 10/06/2012

Ivanhoé e a minha Idade Média sonhada
A Wikipédia tem uma definição interessante para o Ivanhoé, ela diz que:

"Ivanhoé é um romance do escritor britânico Walter Scott, publicado em 1819. Narra a luta entre saxões e normandos e as intrigas de João sem Terra para destronar Ricardo Coração de Leão. Primeiro romance de enredo histórico. O livro, que conta a história de um cavaleiro da época em que João Sem-Terra havia usurpado o trono do irmão Ricardo Coração de Leão, deu origem a um seriado de televisão, filmado em 1958 e 1959, e exibido no Brasil na década de 1960, cujo personagem principal era interpretado por Roger Moore"

Bem, eu não tenho uma definição melhor, mas Ivanhoé é um pouco mais que isso, reza a lenda que Walter Scott foi o criador do romance histórico, esse gênero que nos encanta até hoje... Inclusive nosso igualmente clássico José de Alencar me lembra muito os escritos de Scott, e Ivanhoé é um clássico que merecia bem mais que um paragrafo na Wikipédia!

É um trabalho lindo, a partir dele a moderna identidade inglesa começava a ser construída discursivamente, ele narra em suas linhas mais do que as venturas e desventuras do caveleiro deserdado e sim as venturas e desventuras dos que romanticamente falando formariam o povo inglês.

Carregada de romantismo, dos ideais da época em que foi escrita e antes de falar da Idade Média dos homens e mulheres dessa época eu acho que Ivanhoé fala do século XIX e de como a Idade Média era vista nessa época. Ajuda a entender porque esse povo se sentia o último biscoito do pacote, os donos de todos os dons morais e intelectuais, prontos a levar civilização e ordem para os quatro cantos do mundo, se já eram capazes de tão grande nobreza durante os idos tempos medievais o que se diria de suas capacidade durante o glorioso século XIX?

Mas quando eu li Ivanhoé aos nove anos em uma versão adaptada cheias de ilustrações do tipo tapeçaria medieval eu nem sonhava com essas ideias e ele era meu livro favorito e eu adorava todos os personagens, o Cavaleiro Deserdado, tão nobre, o Cavaleiro Negro, Ricardo Coração de Leão, Robin dos Bosques e até aquele cavaleiro templario Brian Gilbert.

Eu imaginava a Idade Média a luz de Ivanhoé, um tempo que se lutava em nome de Deus, da Honra e do Rei, era meu mundo ideal, o mundo dos sonhos dos meus sonhos infantis com homens e mulheres nobres vencendo o mal, ganhando as batalhas no último momento... Um mundo onde o fraco justo vence o forte injusto, onde a pelica vence o aço.

Meu personagem favorito era a júdia Rebeca, ela era apaixonada por Ivanhoé que por sua vez morria de amores por uma loira aguada, a Lady Rowena, mas nem por isso Rebeca deixava de auxiliar Ivanhoé. Uma mulher a frente de seu tempo, nobre, justa, inteligente, destemida, reflexiva e termina solteira, voltando para Jerusalém para trabalhar como enfermeira dos cruzados feridos... Mil vezes aff... Mas, nem por isso Rebeca deixa de ser "A MELHOR!".

Ah, outro personagem pelo qual eu nutria um amor meio que recalcado era Brian de Bois Guilbert, inimigo mortal de Ivanhoé, eu não achava ele muito nobre, justo, ou coisas do gênero, mas eu gostava dele porque ele reconheceu o valor de Rebeca, era apaixonado por ela, mesmo sendo um Cavaleiro Templario... Algumas vezes ele pisa na bola geral, mas ainda assim tem um chame e tanto \o/.

Foi doloroso quando meu professor de história chato, ranzinza e marxista esclareceu a todos nós que durante a Idade Média os nobres cavaleiros de nobres não tinham nada, que eles não tomavam banho, exploravam os camponeses e viviam uma vida de fartura e opulência enquanto os camponeses sofriam a amargura do frio, da penúria e da fome, morrendo de velhice antes dos 30, morando em taperas, vivendo oprimidos e que mesmo as mulheres nobres não passavam bons bocados não... Vigiadas, normalizadas, punidas, Rebecas não teriam sobrevivido ao fogo ou ao claustros. Ele acabou com minha Idade Média em três tempos e tchau para meu castelo medieval onde Brian de Bois Guilbert se redimiam e viviam felizes para sempre com Rebecas que deixavam de ser otárias.

Eu lembro bem dessa aula que provalmente meu professor esqueceu na multidão de aulas que ele já deu. Nessa época fiquei com a impressão de que a História é uma dama muito cruel e que não existe compaixão no coração dela, rsrsrs... Hoje já sei que a História não é uma dama cruel, é apenas melancolica e cansada., afinal se detem na tentativa de compreender um mundo que nunca foi um lugar fácil de se viver, não existe Idade de Ouro e Gloria para a História.

Mas, afinal o que é a Glória para que eu a deseje néh? Como já questionava a minha sempre querida Rebeca de seu longínquo lugar em uma Idade Média sonhada, ou mesmo da pena de um autor sonhador do século XIX:

"- Glória?... É ela a ferrugenta armadura pendendo sobre o esquecido e triste túmulo do guerreiro? A inscrição apagada que o monge mal sabe traduzir para o peregrino que o interroga? Serão estes os prêmios, correspondentes ao sacrifício de todas as afeições, para se viver uma vida de sofrimento, fazendo os demais sofrerem? Ou será que há tanto mérito nas toscas limas dos bardos errantes, para se porem de parte amores, afeições, paz e felicidade, para nelas se ser mencionado por menestréis vagabundos, cantando-as em tavernas para os bêbados?"
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Cervethion 17/04/2012

A leitura deste clássico é imprescindível para os que apreciam os romances históricos que abrangem o contexto da cavalaria medieval!
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HARRY BOSCH 21/11/2011

Ivanhoé
Ivanhoé é um Romance Historico que detalha a inimizade politica e cultural entre os Saxões subjugados e seus dominadores Normando-Franceses durante o reinado de Ricardo Coração de Leao no Seculo XII.
Tive uma certa dificuldade durante a leitura devido ao meus pouco conhecimento em historia,mas a obra estimula esta busca.
Essa Ficção alem de empolgar os leitores com o passado medieval,também foi pioneira do gênero do romance Historico.
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