Sobre o autoritarismo brasileiro

Sobre o autoritarismo brasileiro Lilia Moritz Schwarcz




Resenhas - Sobre o autoritarismo brasileiro


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Vitor Y. 15/10/2020

Leitura imprescindível
Análise muito interessante sobre a origem do autoritarismo no país, fazendo, por exemplo, uma contraposição à imagem de "brasileiro pacato", tão difundida no imaginário brasileiro. Leitura super recomendável.
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Matheus Gonçalves 03/10/2020

Lilia sendo Lilia
Como sempre, Lilia nos presenteia com uma obra recheada de análises quantitativas bem feitas e pensamentos aprofundandos. Vale a pena ler.
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Matheus Bonfim 30/09/2020

Leitura importante!
A professora Lilia nos brinda com esse excelente livro que traça uma narrativa mostrando que nosso país, infelizmente, sempre teve atitudes autoritárias e que devemos prezar pela democracia.
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Marinho 25/09/2020

Autoritarismo. A herança que vovô nos deixou.
A história pode nos servir a dois propósitos, a princípio, antagônicos: lembrar e esquecer. “Sobre o autoritarismo brasileiro” não é uma grande obra da Lilia, como “Brasil, uma Biografia”, mas possui uma intenção clara, e é bem-sucedido em atingi-la: mostrar em como a humanidade — e apesar de o título do livro ter a palavra “brasileiro”, acredito que isso se aplica a toda a humanidade — “escolhe” determinadas narrativas do nosso passado, e seletivamente “esquece” outras. Pois, escrever a história não se trata apenas de trazer à luz os fatos, mas também de interpretar, tecer uma narrativa a respeito desses acontecimentos. Em tempos de ascensão do autoritarismo em diversos regimes políticos — e, particularmente, no Brasil —, observamos a construção de narrativas que se utilizam da nostalgia para tentar resgatar uma moralidade conservadora, baseada nos valores familiares, na ordem e na hierarquia. A partir do resgate de fatos sobre a violência estrutural que permeou as nossas relações cotidianas desde a época da colonização, Lilia nos expõe que tal passado, de fato, nunca existiu.

A imagem do brasileiro de um povo pacífico, calmo, avesso ao conflito, e tolerante quanto às igualdades de gênero, raça e etnia, não se sustentam a uma análise histórica comprometida com os fatos. Ao longo dos seus oito capítulos do livro, Lilia pontua diversas questões estruturais que consolidam o autoritarismo como um elemento constante na formação da sociedade brasileira: racismo, mandonismo, patrimonialismo, corrupção, desigualdade social, violência, opressão de raça e gênero, e intolerância. Se somos o produto de uma construção histórica, fica fácil compreender porque somos um país tão violento quando partimos para analisar a origem de tais aspectos estruturais.

A violência se inicia no momento em que Cabral e cia. coloca seus pés na areia de Porto Seguro. Pero Vaz escreve no que seria o primeiro documento escrito em terras brasileiras a respeito dos indígenas: “é preciso salvar esta gente”. Começa ali o processo de violência epistêmica que, sob o argumento de uma “missão divina civilizatória”, consolidaria a colonização com base no extermínio e na escravidão. A estratégia utilizada, de uma grande concentração de poder nas mãos de um senhor de vastíssimas terras, na qual este seria a representação da lei e do estado, lançaria as bases de uma sociedade profundamente patriarcal e calcada na subjugação de um indivíduo por outro. Com a delegação de poder fiscalizador e explorador da coroa portuguesa a estes senhores — que é necessário ressaltar, embora seja óbvio: homens brancos heterossexuais cis-gêneros —, decorrem as desigualdades que até hoje, na ausência de políticas públicas adequadas de reparação, permanecem enraizadas.

Lilia quebra, através da análise dos fatos, diversos argumentos que se entranharam no senso comum, muito em parte pela tentativa de manutenção dos privilégios dos grupos dominantes. Como, por exemplo, o difundido por Gilberto Freyre de que o Brasil seria uma democracia racial, ou de que, devido à miscigenação observável em nossa sociedade, a escravidão no Brasil teria sido mais “branda” (como se isso fosse possível); o racismo, menos “perverso” (com os índices mostrando o contrário); a convivência entre os gêneros, idílica (também com os casos de feminicídio revelando o oposto); a relação com os indígenas como “amistosas” (mesmo com a queda massiva da população, que podemos considerar como genocídio), e até mesmo que a nossa ditadura militar se tratou de uma “ditabranda”. Para a autora, tais argumentos são tentativas de negar a real dimensão da violência, e tal negação dificulta a discussão profunda dos nossos conflitos. Como resolver um problema que se finge não enxergar?

Em tempos de populismo e de ameaça à integridade democrática e institucional, alguns líderes ascendem com base em discursos “nostálgicos” sobre o nosso passado. Apresenta-o como glorioso, com heróis, com momentos marcantes — revolução democrática de 64 (???) —, mas, seletivamente, “esquece” todo o histórico de violência que marcou com ferro e fogo o legado de nossa população. A história, então, passa a ser objeto de disputa de narrativas, ao passo que esse discurso convence facilmente parcelas da população que se encontram descrentes com a corrupção generalizada da classe política e com os índices de violência. A saída apresentada por este discurso é autoritária: combater violência com violência.

Conclui-se que o buraco é bem "mais embaixo", que a corrupção e a intolerância não pertence apenas à classe política, mas está permeada em todos os setores sociais, e que não existem saídas fáceis para esta crise. A autora, porém, conclui com uma frase acalentadora: “toda crise é capaz de abrir uma fresta, pequena que seja, de esperança”. Por menos que pareça, o nosso fim também pode ser um começo. As soluções aos desafios de nosso tempo não serão nada fáceis, uma vez que estes são produtos de centenas de anos; não é o mesmo que dizer, porém, tempos melhores serão impossíveis.
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Rafaela 20/09/2020

Duro, porém necessário
A autora faz uma varredura, desde a formação do país até os dias de hoje, de temas como racismo, patrimonialismo, desigualdade social, intolerância, etc., explicando como o país lidou e lida com suas questões e problemas estruturais. O livro tem muitos dados e estatísticas sobre os assuntos abordados, o que fornece uma excelente base para o leitor fazer suas próprias reflexões. Por isso, recomendo a todos e vejo como um livro extremamente necessário para entender o momento que estamos vivenciando no país.
obs.: é um bom livro para ter como base para uma redação dissertativa de vestibular.
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Mari 12/09/2020

Necessário
Um livro bastante informativo e com uma abordagem clara sobre como o decorrer da história brasileira é marcado, em diversos âmbitos, por episódios de autoritarismo. Estes muitas vezes sutis e enraizados porém que são carregados e percebidos nos dias atuais.
Douglas 19/03/2021minha estante
Excelente resenha




Bru Angelis 07/09/2020

um livro que me ensinou e me fez refletir muito! Acho que esse é um livro totalmente necessário, principalmente nos dias atuais.
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Jackson60 28/08/2020

A Lilia Schwarcz faz um percurso histórico necessário para compreendermos um pouco mais da nossa conjuntura social e política, sem a pretensão de esgotar os variados temas que aborda. Ótimo livro!
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Tafarel Andrade 11/08/2020

Leitura necessária! 9/10
Esse é um dos livros que vale citar a máxima "O povo que não conhece a sua história, está fadado a repeti-la". Ele é repleto de informações e de dados sobre o autoritarismo desde a época do Brasil colônia. Dentre os vários tópicos do livro que vale ressaltar e, que o tempo todo é citado é o da escravidão. Esse tema é muito recorrente no livro, porque esse foi o pior erro na história da nação. Erro que reflete em todos os campos na nossa sociedade, desde o racismo estrutural que vemos até hoje, a desigualdade social que é o reflexo direto de um abandono dos negros após a abolição, a corrupção e a violência. Leitura necessária para que não revivamos períodos de autoritarismo e saibamos a fundo o que é preciso de fato mudar para que o Brasil seja um país melhor para todos.
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Victoria Nunes 22/07/2020

Sobre o autoritarismo
Livro extremamente necessário para entender os dias nebulosos do atual Brasil.
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Eduarda.Sumie 17/07/2020

Bom
?Historia nao é antídoto para o presente, mas previne doença politica oportunista?
começo a resenha com essa frase da maior e mais reconhecida historiadora do nosso país, Lilia Schwarz. O jeito que ela disserta é de deixar qualquer um com inveja, a retórica que ela utiliza... o vocabulário super simples não torna a leitura cansativa; as comparações do brasil atual com o brasil colonia... sem duvidas o melhor livro ?político? que eu li! no final de cada capítulo a escritora faz uma conclusão do que foi debatido e deixa um gostinho de ?quero mais?
O livro aborda assuntos como corrupção, patrimonialismo,coronealismo, exclusão social... se ao assistir democracia em vertigem você tem uma visão sobre o pt no brasil, ao ler esse livro sua perspectiva muda completamente.
Porém acho que a leitura se torna um pouco cansativa; a autora parece que escreve um texto circular - muitas vezes o mesmo assunto é a abordado num capítulo e depois em um ou dois capítulos posteriores é retratado novamente-

Nota: 9/10
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Laura.Machado 13/07/2020

Um livro para todo brasileiro ler
A maior sensação durante e após essa leitura é a de que Lilia formatou tudo o que acredito em livro. Este é um livro para ser lido por qualquer brasileiro consciente do momento político, em que vivemos. É crítico, mas não cansativo, traz referências históricas relevantes, mas não se torna repetitivo, é denso, mas palatável simultaneamente. Muito interesse a divisão que a autora fez dos capítulos, por temas, me remeteu um pouco ao 21 lições para o século 21, no entanto, não conteve o que me incomodou um pouco na obra de Yuval, que foi a falta de uma conexão entre os temas escolhidos. Em "Sobre o autoritarismo brasileiro" a construção desses temas é conexa, vão sendo somados os conceitos trabalhados até o último que culmina na "Intolerância". O epílogo da autora, para mim, fecha com chave de ouro uma obra que tem muito a ensinar e a revelar sobre o momento difícil pelo qual a política brasileira passa desde 2018, sem, no entanto, finalizar com um ar pessimista, mas reiterando a importância de sermos resilientes para com nossa Democracia e o nosso País. (Um país para todos, verdadeiramente).
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Ana Rabelo 04/07/2020

Sobre o autoritarismo brasileiro
O Brasil tem um enorme passado pela frente - Millôr Fernandes.
Qualquer tempo dedicado às obras de Lili Schwarcz vale a pena. Neste livro, a historiadora e antropóloga conta as raizes do autoritarismo brasileiro. Disserta sobre os pontos fundamentais que permeiam a nossa história: desigualdade, negação do preconceito racial, racismo, mandonismo, patriarcalismo, corrupção, violência, disparidade e intolerância social e de gênero. Recomendo.
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Talita Hanna Cabral 02/07/2020

Nosso presente está repleto de passado
Lilia descreve de maneira certeira as raízes do autoritarismo brasileiro e o quanto ele está enraizado no cotidiano nacional. Leitura obrigatória!
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Neto.Furtado 02/07/2020

Uma boa surpresa
Comprei ele pensando que ele tratava o autoritarismo das instituições políticas, passando pelo positivismo republicano, castilhismo do Estado Novo, ditadura militar e afins... mas na realidade, o livro me entregou uma análise das instituições sociais, analisando a escravidão, o patrimonialismo, a corrupção; e como tudo isso se tornou a violência e a desigualdade social que temos hoje. É de fato muito interessante, e cumpre a missão em que ele se dispôs: com linguagem relativamente simples e resgatando nossa história (desmistificando ela), ele mostra que as mazelas que enfrentamos hoje já decorre de séculos de história.
edu basílio 02/07/2020minha estante
hum... me parece mais "sociológico"/"antropológico" que "meramente histórico" e isso me deixou ainda mais interessado. obrigado por partilhar suas impressões =)




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