Paty Gazza 04/01/2023Vivian Morris se daria muito bem com Evelyn HugoEu amo histórias centradas nos personagens, ainda mais quando são imperfeitos e não têm vergonha de admitir, e isso Vivian Morris faz muito bem. Ela nos conta sua vida a partir dos 19 anos, quando se muda para Nova York para morar com sua tia, diretora de uma companhia de teatro. Vivian logo se vê enredada na boemia e no glamour nova iorquino da década de 1940, até que comete um erro que pode arruinar sua vida e a vida das pessoas ao seu redor.
Vivian era uma mulher à frente do seu tempo, que viveu de forma considerada controversa para os padrões da época, mas sempre fiel a quem era de verdade e consciente de seus atributos, defeitos e privilégios. Ao olhar para trás e refletir sobre os caminhos que a levaram até ali, ela encara até as partes mais obscuras de sua história e faz as pazes consigo mesma.
O tempo que Vivian passou com a companhia de teatro é uma delícia de ler, ao ponto de parecer que estamos assistindo a uma peça em vez de ler sobre ela. Também temos como pano de fundo o período da Segunda Guerra Mundial e como ela impactou diretamente nossos personagens.
Consigo imaginar Vivian e Evelyn velhinhas, tomando uma xícara de chá e compartilhando mil histórias, das mais dramáticas às mais escandalosas.