DomDom 30/03/2021Sabe aquele momento em que você sente saudades de um determinado autor, e, como por um passe de mágica, ele aparece de mão beijada pra você ler? Foi justamente isso que aconteceu. Stephen King sempre esteve em minha listinha de autores preferidos, e, óbvio, que não iria deixar essa oportunidade passar.
A até então pacata cidade de Castle Rock (cidade fictícia utilizada como cenário de algumas outras obras de Stephen), se vê instigada quando surge uma loja que será inaugurada em breve: Trata-se da "Artigos Indispensáveis". A grande pergunta feita por uma boa parte dos habitantes é: "Quais os produtos que serão vendidos nela?".
A curiosidade começa a ser sanada, quando o proprietário Leland Gaunt começa a vender os objetos de desejos dos seus clientes. Isso mesmo: Os produtos vendidos vão de acordo com os desejos daqueles que entram na loja, que vão desde cards de jogadores de basebol, passando por óculos que provocam encontros sexuais com Elvis Presley, até vara de pescar ou amuletos que aliviam dores físicas.
E o melhor é que os valores financeiros cobrados por Sr. Gaunt são irrisórios. A grande chave são as "peças inofensivas" que os compradores terão que pregar em outros habitantes escolhidos pelo vendedor. Em outras palavras, seria um tipo de pacto. Alguns dias após a inauguração da loja, acontecimentos completamente estranhos começam a pipocar por toda a cidade, chamando a atenção de Alan Pangborn (xerife da cidade), que logo começa a investigar e fazer conexões que levam ao centro dos problemas.
“Isso mesmo, disse Leland Gaunt. Além do mais, qual é o problema? É só uma piadinha inofensiva. E se fosse acontecer uma coisa séria por causa dela - e não vai, claro, mas só imaginando, só pelo bem do argumento, que fosse acontecer -, de quem seria a culpa?” Página 497
Essas "peças inofensivas" foram o estopim para o caos que instalou na tranquila cidade. E quando falo em caos, falo em catástrofe mesmo. Digna da batalha final de "Os Vingadores" (risos). Assassinatos com requintes de crueldade, brigas de gangues, etc.
Mais uma vez, Stephen mostra seu talento em deixar o leitor o mais próximo possível das sensações dos personagens. Em uma determinada passagem, senti a aflição passada por Nettie (quem tem TOC vai se sentir representado nesse trecho). Foram duas páginas relatando o cuidado/dúvida em relação ao fechamento das portas da casa.
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