José Vitor 18/09/2022
"there are things that only carolina will ever know"
minha experiência com esse livro foi simplesmente espetacular, do início ao fim, assim como o brejo, eu estive ao lado de kya, eu vi ela ser abandonada e ter o coração partido por aqueles que ela amava diversas vezes, mas, diferente do brejo, eu não pude fazer nada, eu vi ela sendo excluída e sofrendo muito mais do que uma criança, ou até mesmo um adulto poderia aguentar, e mesmo assim se mantendo erguida, buscando alento na poesia, nos animais, nas plantas e flores do brejo que a criou.
o livro de começo me pareceu bastante monótono, mas a medida que lia ficava cada vez mais interessado em kya e sua jornada e, como o livro alterna entre passado e presente, o presente não me importava muito (assim como em evelyn hugo que o meu interesse era na história da evelyn e não na monique), mas ao decorrer do livro a autora vai encaminhando para que ambas as histórias se complementem e faça tudo sentido.
meu ponto favorito foi a criação da protagonista, kya, criada na solidão e esperança de que um dia sua "ma" ou irmãos voltariam, tendo que crescer e amadurecer precocemente, descobrindo a paixão e o amor, e também a desilusão e o ódio, nutrindo por uma vontade de querer aprender sobre o brejo em que vive. um brejo que é antropomorfizado e o personagem central da história, brejo que contém as gaivotas, grande paixão de kya, os lagos por onde ela navega seu barco e se esconde, brejo esse onde os pássaros voam e fazem kya rir, folhas de outono flutuam e voam pelo céu, onde se tinha alguém além de kya que compreendia a solidão, era a lua.
um livro que retrata a solidão humana em todos os aspectos, no amor, na sociedade, e principalmente na família, e em como isso tem um reflexo ao longo da vida inteira e intercepta todas as relações posteriores.
em relação ao final, tenho minhas ressalvas, acho que o final após a decisão final do júri seria perfeito, terminando em aberto tanto quanto em relação a morte do chase, quanto ao futuro do relacionamento da kya com o tate, não sou muito fã de salto temporal, mas entendi que ela quis encerrar tudo que começou com um ponto final mesmo.