Maria19642 15/01/2024
"Vamos à História dos Subúrbios"
Um protagonista carismático, educado, inteligente e engraçado, o qual todos gostam. Esse perfil poderia se encaixar em qualquer outro personagem, mas não no Bentinho Santiago. Meu Senhor, que homem chato, arrogante, mesquinho, maluco da cabeça, esquisito e tantos outros adjetivos. Na maioria dos livros, eu fui gostando mais do protagonista com a continuidade da obra, nesse, eu fui me aborrecendo cada vez mais dele.
Embora, isso não signifique que o livro é chato. Pelo contrário, Machado de Assis me prendeu a uma trama tão rica e cheia de detalhes e mistérios que me fez continuar a narrativa, apesar do Bentinho. Na verdade, me deu um gosto maior para ter mais curiosidade sobre o fim dele.
Por falar sobre o fim das coisas, eu vou usar as palavras de Jó: “eu ouvia falar sobre você, mas não te conheci até agora.”, porque sim, eu acho que a maioria dos brasileiros sabe da história (pelo menos a grande polêmica dela), assim como eu sabia também, mas ler, de fato, ler as palavras que estão escritas aqui me atingiu de uma maneira diferente. É engraçado como essa obra mostra que não existem personagens passivos (e nem totalmente bons) em Machado de Assis, apenas personagens apassivados pelas circunstâncias.
Eu gostei muito da obra, que mostrou mais uma vez que nem todo clássico é chato, e recomendaria a qualquer leitor, incluindo adolescentes, que já tivesse um bom relacionamento com a leitura e estivesse disposto a ampliar o vocabulário, já que, como é um livro escrito dois séculos atrás, é necessário uma preparação linguística. (mas bem pouca)
Ah, e sobre a Capitu, eu fico com as palavras de Bentinho: “Capitu era Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem.”
Não, não traiu.