spoiler visualizarellyssmt 01/05/2024
Eu chorei ta
Como uma mulher que gosta de mulheres, esse foi o primeiro livro sáfico que li. Por conviver em uma família homofóbica e ainda não ter autonomia para comprar meus próprios livros, nunca tive oportunidade, então sempre li manhwas/manhuas/mangás em sites piratas ou livros baixados em pdf, mas nada se compara a ler um livro físico. Esse ano comecei a estudar em uma escola que realmente abraça as diversidades, e tem uma biblioteca decente, por isso finalmente pude tê-lo em mãos.
Apesar de lê-lo no meu quarto de madrugada apenas com a luz do celular iluminando para que meus pais não descobrissem, foi uma ótima experiência.
Talvez eu esteja naqueles momentos em que tenho preguiça de ler, mas faz algum tempo desde que eu sinto excitação em ler um livro. Aquela vontade de lê-lo independente da hora e do lugar. Senti uma leitura meio arrastada. A curiosidade de saber como a trama iria se desenrolar não era das maiores, mas algumas partes tocaram na ferida e acredito que tenha sido isso que tenha me impulsionado a continuar lendo.
Tanto o conflito familiar da Ayla, quanto o medo de se assumir da Raíssa foram as partes que eu mais me identifiquei. Aguentar tudo calada é difícil, uma hora você explode. Queria ter a coragem da Ayla de ser sincera com seus pais e finalmente "tirar o elefante da sala", mas compreendo que foi uma longa caminhada e eu não estou nem na metade do caminho.
Também queria poder me assumir para os meus pais, mas saber que as palavras do pai de Raíssa jamais seriam proferidas pelo meu pai ou pela minha mãe me dói. A comparação com a lembrança de infância também me pegou, mas acho que eu estava sensível demais no momento kkkk.
No geral, eu gostei do desenvolvimento e achei elas muito fofas, mas ainda prefiro livros em que o casal não começa a namorar no final.
E sobre a obsessão com a Kristen Stewart pós-Crepúsculo, eu confirmo, é tudo verdade.