Cíntia T. 02/09/2020Conhecer o feminismo te educa social e politicamenteO Livro do Feminismo é uma viagem de bastante bagagem através de pouco mais de 3 séculos de pautas feministas, de forma cronológica e com várias interconexões. Apesar de ser denso de informações, de história, datas e nomes, é bastante organizado e com uma diagramação que torna a leitura mais fluida e flexível, através dos boxes temáticos, gráficos e ilustrações minimalistas. Nele dá para conhecer todas as vertentes do feminismo de forma clara e muito objetiva, separadas ainda nas ditas grandes ondas, que foram quatro, dentro do período que vai de 1700 até 2018.
É um livro que toda e qualquer pessoa deveria ter um contato uma vez na vida. Inclusive, talvez principalmente, homens e pessoas que não têm alguma noção do que seria e do que é o feminismo, ou que simplesmente o refuta sem conhecer. Entender e tomar consciência da magnitude, da complexidade e diversidade dentro do espectro feminista, reconhecendo-o como o amplo espectro que é, se torna essencial para tomar uma posição que melhor lhe represente e com embasamento. É preciso que as pessoas saibam o que é feminismo radical, o que é interseccionalidade, o que é mulherismo, etc. E a partir disso, entender que o Feminismo varia geograficamente, politicamente, culturalmente e historicamente falando.
Talvez a bandeira que você levanta hoje não contemple seus princípios, e você poderá rever isso para ir a um caminho mais coerente. Ou talvez você descubra que nem se encaixa no termo feminista, porque a revolução que te contemplaria ainda não aconteceu.
Esse livro pode ser também uma das ferramentas de pesquisa sobre feminismo e história para quem transita por esse campo, por ser muito rico de referências literárias, jornalísticas e culturais. No entanto, para leitores latino-americanos vai ficar uma lacuna considerável, pois ele foi escrito por um grupo de pesquisadoras inglesas e estadunidenses. O foco maior vai estar nos eventos acontecidos no hemisfério norte, embora cite aspectos de todos os continentes.
Enfim, saí dessa leitura bastante esclarecida, aprendi muita coisa e ao mesmo tempo ganhei uma noção de que tenho muita coisa por aprender também. Ficou o ensejo da busca por mais referências do feminismo latino-americano e afro-brasileiro.