Carla.Parreira 16/01/2024
Hiperfoco (Petê Rissatti). Melhores trechos: "...Direcionar sua atenção ao objeto mais importante de sua escolha – e, em seguida, manter essa atenção – é a decisão mais significativa que você vai tomar durante o dia todo. Somos aquilo em que prestamos atenção... Já está comprovado que o simples fato de observarmos o que está ocupando nosso espaço atencional nos deixa mais produtivos... A qualquer momento, seu espaço atencional deveria conter no máximo duas coisas fundamentais que você estiver processando: o que você pretende realizar e o que está fazendo naquele momento. Isso não é possível 100% do tempo, sobretudo quando você está com a mente imersa em uma tarefa; mas, se estiver consciente de sua intenção, pode ter certeza de que aquilo em que sua mente está imersa de fato é o objetivo que você quer alcançar... A triste verdade é que o cérebro não é constituído para fazer trabalho intelectual – ele é formado para a sobrevivência e a reprodução. Evoluímos para almejar coisas que nos proporcionam aumento de dopamina, o que reforça hábitos e comportamentos que historicamente ajudaram em nossas chances de sobrevivência... Ao permitir que uma tarefa ou um projeto consuma todo seu espaço atencional, esse estado não faz você se sentir estressado nem sobrecarregado. Seu espaço atencional não transborda, e o trabalho não parece tão caótico. Como o hiperfoco é muito mais produtivo, você pode reduzir um pouco a velocidade e ainda realizar uma quantidade incrível de trabalho em um curto período de tempo... No que diz respeito a suas tarefas mais importantes, quanto menos coisas você tiver para prestar atenção, maior será sua produtividade... Atenção sem intenção é desperdício de energia. A intenção deve sempre preceder a atenção – na verdade, as duas ideias casam perfeitamente... Levamos uma média de 25 minutos para voltar a trabalhar em uma atividade depois que somos interrompidos e, antes de retomar essa atividade, trabalhamos com uma média de 2,26 outras tarefas. Ou seja, nós não nos ocupamos simplesmente da distração ou da interrupção e, em seguida, voltamos para a tarefa original – nós nos distraímos uma segunda vez antes de fazê-lo... A tecnologia deveria existir para nossa conveniência, não para a conveniência de quem quer nos interromper. Inúmeras coisas pedem nossa atenção no decorrer do dia... Você vivencia a culpa quando sente uma tensão sobre o passado; se preocupa quando sente a tensão sobre o futuro, e dúvida e estresse quando sente a tensão sobre o momento presente... As pesquisas são claras: a atenção plena e a meditação melhoram praticamente todos os aspectos da forma como você administra sua atenção... Já notei que uma atividade em especial se beneficia do hiperfoco: a conversa. O segredo de conversas profundas e significativas é simples: voltar completamente sua atenção para a pessoa com quem está falando. É possível fazer isso de várias maneiras – por exemplo, permitindo que alguém termine de falar antes de você começar (uma técnica simples, mas bastante subutilizada)... Estou convencido de que o amor nada mais é do que compartilhar atenção de qualidade com alguém... Observe quando você 'não tem tempo' para algo. Você sempre tem tempo – só gasta esse tempo em outras coisas... O hiperfoco pode ser energizante de um jeito estranho: você gasta menos energia regulando seu comportamento quando não precisa resistir continuamente a distrações nem se obrigar a focar no que é importante... Entrar no modo foco disperso é fácil: basta deixar sua mente livre. Assim como você hiperfoca direcionando intencionalmente sua atenção a uma coisa, você terá o foco disperso quando deixar sua mente divagar de propósito. Você adentra esse modo quando deixa espaço atencional livre em torno do que está fazendo no momento – esteja você correndo, andando de bicicleta ou investindo tempo em qualquer coisa que não consuma todo esse espaço. Quando se trata de produtividade e criatividade, o foco disperso permite que você faça três coisas poderosas de uma vez... Talvez você esteja se perguntando: livrar-se do tédio não é uma mudança positiva? Não necessariamente. O tédio é a sensação que experimentamos como transição para um nível inferior de estímulo... O tédio de fato é apenas um foco disperso indesejado... Nossa mente está acostumada a estímulos constantes e tende a procurá-los como se fosse uma coisa universalmente boa. E não é... Tédio não é algo que eu deseje a ninguém, mas sim mais divagação da mente... A mente divaga menos quando se está fazendo algo de que realmente se gosta... Quando descansamos, trocamos nosso tempo por energia. Isso é real, quer estejamos descansando durante uma pausa ou em uma boa noite de sono. Esse investimento de tempo não evapora, e, na realidade, você deveria sentir culpa por não fazer pausas... É curioso que, quanto mais sabemos sobre um assunto, menos espaço atencional essas informações consomem... É assim que funciona a intuição: é o processo de agir segundo as informações de que nos lembramos, mas que não recuperamos conscientemente... Na prática, há pouca diferença entre o pensamento positivo e a autoilusão. Mas o que realmente ajuda a aumentar nosso nível de felicidade? Gastar tempo em coisas que aumentem nosso nível de sentimento positivo, ou seja, que nos fazem sentir bem. Existem diversas pesquisas reais que demonstram que ficar mais feliz nos ajuda a administrar nossa atenção, e sugerem maneiras comprovadas de aumentar nosso nível de felicidade. Curiosamente, quanto mais investimos em nossa felicidade, mais produtivos nos tornamos no modo hiperfoco e mais criativos nos tornamos no modo foco disperso... Vale ressaltar que nossa mente divaga menos quando estamos fazendo amor – e que ficamos significativamente mais felizes fazendo isso do que qualquer outra coisa. Nada chega nem perto..."