Emma 05/06/2021O ciclo de apatia de o imitador de homensbookstagram: @livros_paralelos
Ambientado em futuro distópico no ano de 2467, O Imitador de Homens de Walter Tevis é considerado a continuação não oficial de Fahrenheit 451. Em uma sociedade onde a privacidade é o bem mais importante dos habitantes, manter laços emocionais com as pessoas por muito tempo, ler e ter uma família é considerado um crime por ser prejudicial ao sistema
Publicado em 1980, a história é narrada por 3 pontos de vistas. Paul Bentley, Mary Lou, e Bob Spofforth, um robô tipo 9. Aqui a sociedade está um pouco modificada, humanos e robôs coexistem, robôs servem ao estado e os humanos obedecem. Ninguém sabe o que é leitura e algumas outras palavras deixaram de existir porque o seu significado também fora extinto. E é nessa realidade que o professor de privacidade Paul Bentley, ao encontrar uma caixa de livros e filmes infantis, codifica a leitura
Aqui, diferente de Fahrenheit 451 eu pude sentir empatia e realmente acreditar na mudança e nos ideias de Paul. Não achei algo superficial e vi que ele realmente despertou de sua inércia e lutou pra conseguir mudar os trilhos fora dos eixos e quebrar o ciclo de apatia que acometem todos ali.
OIDH é uma critica bem pertinente aos meios de produção, a religião, a formação e manutenção dos vínculos sociais e as necessidades reais de uma pessoa. Apesar de pequenos furos, é envolvente, fluído e não é tedioso.