Raissa.Oliveira 09/08/2021
a chama de ember
baguncei o skoob de novo ?
eu amo ler livros que a maioria das pessoas fala mal pra tentar encontrar injustiçados. e até hoje não tive muito sucesso, admito.
já vi tantos comentários ruins sobre esse livro e fiquei tão curiosa sobre ele que quando surgiu a promoção no ano passado eu nem pensei muito antes de me jogar e comprar, pareceu o momento exato de conhecer essa história. e minha opinião é bem simples: é um livro bom e ruim ao mesmo tempo, e a definição disso depende pessoal e unicamente do leitor.
eu, particularmente, não gostei. achei caótico e odioso. mas não é porque o livro é ruim, e sim porque já não é mais o tipo de conteúdo que me cativa. achei bastante infantil (não consigo encarar um livro que tem o bicho papão como monstro com muita seriedade).
a única coisa que me fez continuar esse livro foi que os capítulos são curtos. pelo menos no começo, porque no final eu já queria morrer quando começava um capítulo novo e demorava séculos pra terminar.
o universo mágico criado pela autora é interessante e vale a pena conhecer. o mundo mágico é muito rico e detalhado, diversas criaturas mágicas são retratadas, objetos diferentes são apresentados e a narração faz com que a compreensão de tudo seja bem fácil. porém, do meio pro final, achei muita informação ao mesmo tempo. vi uma mistura de fantasia, romance, ficção científica... acho que algumas coisas ficaram exageradas e difíceis de acompanhar. não precisava de tanto, só desenvolver o que foi apresentado no início já bastava. ficou uma vibe meio salada de frutas.
quanto aos personagens: tão rasos quando uma superfície lisa. não desenvolvi afeição por absolutamente nenhum deles. todos, sem exceção, são estupidamente tontos e chatos. nunca li um livro com personagens tão desprovidos de inteligência quanto esse. e a autora também forçou horrores para que os personagens parecessem interessantes (coisa que eles passaram bem longe de ser). a premissa da sinopse era de uma bruxa determinada e poderosa, um lanterna conhecido por ser impiedoso e um vampiro misterioso e galanteador. eis o que encontrei: uma adolescente ingênua até demais que não tinha qualquer instrução sobre os próprios poderes e mesmo assim fazia de tudo com eles, um lanterna entediante que não fazia sentido algum de tão politicamente correto e controverso, e um vampiro de coração mole e entediantemente cavalheiro. e o pior: nenhum deles foi bem explorado.
a história começa em uma cena aleatória, tem uma linha do tempo super confusa e alguns furos muito mal tapados ao longo do enredo. até agora não sei em que época tudo se passa, não consegui entender se é antigo ou atual. jack se apresenta a ember de uma forma muito sem graça. o início de um casal deveria ter sido cativante, deveria dar vontade de ver mais sobre eles, de ver o desenvolvimento. e que bom que não deu essa vontade, porque nem cativou e nem foi desenvolvido. e o que falar sobre todos os personagens parecerem se apaixonar por ela sem motivo aparente além de carência e fetiche por bruxas? desnecessário e massante. além de que dos três, todo mundo já sabia desde a primeira palavra do livro com quem ela ia ficar. (sem nunca esquecer dos 17 anos que ela tem, ok? se fosse 18 pelo menos eu ficaria um pouco mais feliz. e também mantendo em mente que um deles tem mais de mil e outro aproximadamente quinhentos...)
o romance foi insuportável de chato. uma garota e três pretendentes é uma coisa extremamente difícil de desenvolver de uma forma interessante, e o que aconteceu aqui parece que só a autora queria enxergar, porque não fez sentido nem pros personagens, que estavam bem cientes de tudo.
e o plot também me trouxe 0 surpresas. achei fraco, extremamente previsível e forçado. a única coisa que gostei realmente, além da criatividade do outro mundo, foi de um parágrafo de fala da ember e algumas poucas marcações aleatórias. só. eu queria entender de onde surgiu a história de chama da ember, porque ela só é chamada de brasa o livro inteiro. esperava muitíssimo mais.
mas por que eu não achei inteiramente e desesperadamente ruim? porque eu acho que esse livro funcionaria bem para um leitor mais jovem. a atmosfera dos seres mágicos é bem juvenil e simples, e acho que teria mais magia do que teve pra mim. novamente, o bicho papão já não me cativa muito. eu não conheço bem a lenda do cavaleiro sem cabeça, mas a história tem vários elementos que nós escutamos na infância inteira, então tem um gostinho de nostalgia. tenho certeza de que, para o público alvo, é um bom livro.
não foi uma boa leitura, mas não considerei totalmente perdida. tinha muito potencial e pareceu piorar a cada capítulo. mas, de novo, acho que só detestei assim por já ter muitos outros parâmetros de comparação e outras preferências.
mas é isto, finalmente menos um encalhado na estante.