Gabriella 23/04/2021O livro é o primeiro - e mais famoso - romance da autora e traz a história de três gerações da família Trueba, tendo como personagens principais Clara (a matriarca clarividente), Blanca (a filha), Alba (a neta) e Esteban (o marido de Clara). A história se passa em um país latino-americano não definido pela autora. Contudo, após algumas passagens, é possível perceber que se trata do Chile.
Em A casa dos espíritos, temos um misto de romance histórico com drama familiar e toques de realismo mágico, que tornam a história muito rica. A construção dos personagens é incrível e, assim como em A amiga genial, tive sentimentos antagônicos em vários momentos. Acho que isso ajudou a tornar tudo tão real!
O cenário político descrito definitivamente é um dos pontos fortes da narrativa. Durante a leitura, acompanhamos os acontecimentos que levaram ao golpe de Estado que tirou Salvador Allende do poder, além da instauração da ditadura militar chilena. Apesar de ser um livro de ficção, a história é autobiográfica e baseada na família da autora, já que Isabel era sobrinha de Salvador.
Algo que pode tornar a leitura um pouco mais lenta (como foi pra mim) é o fato de não ter tantos diálogos e de a autora ser bem descritiva. Vale ressaltar que essa foi uma dificuldade que senti no início da história e depois que me acostumei, a leitura fluiu bastante.
No geral, é um livro super rico e que aborda uma infinidade de temas. Dentre eles destaco luta de classes, revolução, ideologias, submissão e machismo. Fiquei encantada com as personagens femininas que, apesar das opressões, se mantiveram fortes na medida do possível. O final foi muito emocionante e teve um gostinho de redenção. Penso que não poderia ter acabado de forma melhor.
O livro pode abordar temas sensíveis para alguns leitores, como violência contra crianças e contra a mulher, abuso e tortura.
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