boydelrey 19/04/2024
Em ?O Instituto? vemos o cerne da escrita de sucesso de King
Em ?O Instituto? Stephen King coloca em evidência aquilo que é o cerne da sua escrita de sucesso.
No posfácio do livro de contos ?Escuridão Total Sem Estrelas?, Stephen King diz que não escreve sobre pessoas incomuns em situações comuns, mas sim, pessoas comuns em situações incomuns.
Bom, como isso se aplica à O Instituto, que é uma história de crianças com poderes de telecinese ou telepatia, que são sequestradas e submetidas a testes torturantes, para exploração de seus poderes, numa instituição super secreta, perigosa e segura?
Numa certa noite, Luke Ellis acorda durante a madrugada, e vê uma figura humana em seu quarto.
?Mãe?? ele pergunta, antes de ser sequestrado por uma equipe de extração do Instituto.
Nosso protagonista possui o que os médicos do Instituto chamam de TC (telecinese). Porém, a telecinesia de Luke é fraca. Ele só consegue mover pratos, talheres, folhas, e em alguns casos, um pedaço de pizza.
Mas, Luke possui além do seu poder de telecinesia, algo muito mais poderoso e que é subestimado pelos médicos do Instituto: uma inteligência excepcional e muito acima da média, podemos dizer que o garoto é um mini Einstein.
É com essa inteligência que o garoto sobrevive ao Instituto e aos testes.
Cercado de outras crianças iguais a ele, Luke se vê numa situação de alarme, pois o Instituto é divido em três prédios:
a Parte da Frente, que é onde os novatos ficam e são submetidos aos primeiros testes, a Parte de Trás, que é pra onde os residentes com até 1 mês de estadia vão, onde são submetidos à testes psicológicos que os mudam pra sempre, e por fim os levam ao estágio e lugar final: a Parte de Trás da Parte de Trás.
Lá, os residentes não são submetidos à testes, pois com eles só restam uma coisa: o Zumbido.
O que é isso? Não queira saber.
Sabendo disso, Luke sabe que seu tempo é escasso, e com a ajuda de uma faxineira moribunda, amigos rebeldes e um garotinho de 10 anos, Luke vai fazer de tudo pra fugir do Instituto e salvar todos que estão lá.
O Instituto é uma aventura sombria, onde a ansiedade reina, pois estamos em uma corrida contra o tempo pra escapar de um local que opera há mais de 70 anos sem parar.
É uma história recheada, com um misto de sentimentos bons e ruins: amizade, amor, esperança, alegria, medo, tristeza e luto.
Durante as páginas, nos acostumamos ao cotidiano dentro do Instituto, e as vivências ali são tão intrigantes que as vezes nos esquecemos que estamos lendo um livro onde os personagens são, em sua maioria, crianças.
Os únicos adultos são os funcionários do Instituto, e mais alguns heróis que aparecem mais tarde.
Nesse livro é normal se assustar toda vez que ler algo incomum pra uma criança e lembrar: ?caramba, verdade, isso é uma criança?.
Com um final que pode ser considerado agridoce, O Instituto deixa em nossa cabeça uma dúvida: o que vale perder pra ganhar?