natália rocha 21/01/2021Quando eu peguei esse livro nas mãos, eu não fazia ideia do seu assunto nem do contexto em que a fábula se insere. Apesar de curto, é um livro emocionante, triste e com uma mensagem muito bonita sobre o amor.
Um casal de lenhadores muito pobres vive em uma floresta, e todo dia observam a passagem de um trem pela ferrovia ali perto. A mulher, ingênua, questiona o destino daquele trem e o motivo de nunca conseguir ver seus passageiros: nem uma palavra, um aceno. Na verdade, eram trens abarrotados de judeus sendo deportados para os campos de concentrações nazistas.
‘’Os dias se sucederam aos dias, os trens aos trens. Em seus vagões chumbados, agonizava a humanidade. E a humanidade fingia ignorá-lo. ’’
Paralelo a história dessa lenhadora, há a história de um pai a caminho do campo de concentração, no trem tão observado, com sua esposa e dois filhos gêmeos. Num ato de desespero, o pai decide salvar um de seus filhos e o atira para fora da veiculo.
No lado de fora, a lenhadora observava. Essa mulher desejava um filho mais que tudo. Naquele dia, ela acreditou ter suas preces ouvidas: recebeu do trem a mercadoria mais preciosa.
A história dessa fábula gira em torno de duas famílias que lutam para proteger os seus sem medir esforços. Escolhas difíceis, coragem, esperança e recomeços estão presentes em todas as páginas.
Além disso, o livro fala sobre o amor e sobre a compaixão. Sobre aprender a amar em um meio tão hostil.
‘’O amor que faz com que, apesar de tudo o que existe, e de tudo o que não existe, o amor que faz com que a vida continue. ’’
Depois de ler toda a história, que já nos tira o fôlego, o livro nos fornece um epílogo mais emocionante ainda. É um livro bem curto (75 páginas), mas muito denso já que trata de um evento histórico tão terrível.