Alle_Marques 30/12/2022
"Um pêndulo para os mortos."
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“Talvez fantasmas sempre assombrassem mentes, não lugares. Se quisesse dar um tiro nele, teria de virar o cano contra sua própria testa.”
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Causa arrepios quando tem que causar, dar medo quando tem que dar, prende a atenção quando tem que prender e é engraçado quando dá para ser, a obra transita muito bem entra os gêneros e mescla todos eles de maneira harmoniosa e interessante, é um livro prazeroso de ler, uma história interessante de se acompanhar e personagens fáceis de gostar.
Os protagonistas são muito bem construídos, muito bem desenvolvidos, Jude e Geórgia são únicos e cheios de personalidade, gostei muito mais deles do que imaginei que gostaria a princípio, os secundários não ficam atrás, embora não tenham tantos, ou pelo menos sejam mais citados do que aparecem de fato, todos tem sua originalidade, são todos tão bem construídos quanto poderiam ser, especialmente o “fantasma” e sua família, a escrita, por sua vez, é bem envolvente e imersiva, a história é criativa e original, além de bem conduzida, Joe Hill acertou em cheio no clima da obra, do início ao fim ela se mantém carregada como tem que ser, com a tensão atingindo os picos nas horas certas e sem se tornar nem repetitiva e nem maçante em momento algum, essa foi a primeira leitura que faço de uma obra sua, mas já posso ver que, além de ótimo escritor, ele tem um jeito original de conduzir sua narrativa, administrar sua trama, desenvolver seus personagens.
Porém, mesmo tendo gostando bastante do livro no geral, o final – a “batalha final” na realidade – deixou a desejar, foi meio esquisita, meio bizarra, ali parece que o autor perdeu um pouco a mão, deixou de lado todo o clima de tensão que andava construindo desde a primeira página para trazer uma resolução fraca, estranha, poderia ter sido melhor trabalhada, até diferente, mas não é nada que prejudique a obra como um todo.
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“Os fantasmas sempre nos alcançam, é impossível trancá-los do lado de fora.”
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