Feliz Ano Velho

Feliz Ano Velho Marcelo Rubens Paiva




Resenhas - Feliz Ano Velho


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Rosa 24/09/2015

RESENHA AUTO DESCRITIVA
Aviso: CONTÉM discurso de ÓDIO.

[...] "Até hoje não sei por que comecei a chamar esse crioulo de Ding Dong. Era o nome do percussionista do meu conjunto. só que era branco. Acho que foi uma forma CARINHOSA de chamar um crioulo de KING KONG sem RACISMO." (pág. 19)

[...] "Achei ALTAMENTE SENSUAL duas enfermeiras morando sozinhas nessa cidade moralista. Sei que é um tremendo PRECONCEITO meu imaginar que todas as enfermeiras tendem a ter mais relações sexuais do que outras profissionais. É o mesmo que imaginar que todos os ENFERMEIROS SÃO BICHAS. Mas a minha cabeça sexomaníaca não parava de imaginar: "quando sair daqui vou ficar bastante amigo dessas enfermeiras, para transar com elas". Sacanagem, né? Também acho, mas EU SOU ASSIM MESMO." (pág. 29)

[...] “Foi paixão à primeira vista, mas dizem que ela tinha um namorado pianista em Recife. MEU INSTINTO MACHISTA RESPEITOU O COLEGA HOMEM. Fiquei apaixonado a distância. Tempos depois, brigou com o namorado. Tchan-tchan-tchan-tchan. HOMENS de Campinas preparem-se para um novo ATAQUE. NOVINHA SOLTA NO PASTO. Montem seus cavalos e avante! (Tenho nojo do meu machismo)." (pág. 91)

[...] “Aliás, SOU UM VERDADEIRO IMBECIL COM AS MULHERES. Quando estou “afins” e ela não está, fico mal. Quando não estou “afins” e ela está, faço verdadeiras sacanagens. Com a nana foi assim, é uma fraqueza minha. De tanta insegurança EU TRATO MAL A GAROTA, para que ela desencane de mim, e isso é a pior coisa do mundo. DESPREZO, não cumprimento, verdadeira sujeira. Não tenho o menor RESPEITO com o sentimento alheio. EGOÍSTA, EU SEI. SOU UM FILHO DA PUTA, EU SEI. Por isso sempre digo para todo mundo que se eu fosse mulher nunca transaria comigo, pois ALÉM DE SACANA, SOU EGOCÊNTRICO. Hoje em dia melhorei.” (pág. 91)

[...] “Desfilando pela passarela, menino que amputou a perna por algum motivo desconhecido. Altura, 1 e 12, peso 57 quilos, busto, não tem (era uma ala masculina), PERNA, NO LIXO, SITUAÇÃO DA VIDA, PRETA (ERA PRETO), estado emocional, infantil.(pág. 124)

[...] “Foi falando tudo isso que descobri a minha relação com a Stella. _Você é o meu corpo. Meu cérebro está bom! [...] Você é meus músculos, minhas pernas e mãos. EU É QUE COMANDO. Essa visão me lembra um pouco os ESCRAVOCRATAS que consideravam os crioulos como máquinas. PODE SER ATÉ QUE TENHA RESSUSCITADO UM ESCRAVAGISTA, mas não sou muito de ficar encanado com as coisas que penso. DESCOBRI QUE A LOIROSA ERA MEU CORPO SEM O CÉREBRO, PONTO FINAL.” (pág. 194)

Estes são apenas alguns trechos retirados do livro, na íntegra, mas se você tiver a infelicidade de lê-lo por completo irá deparar-se com uma miríade de outros estereótipos, preconceitos, discriminação com deficiente, machismo, racismo e tudo que diz respeito ao lado podre da burguesia paulistana, mas é claro, “tudo muito bem disfarçado de humor”.
Por fim, faço uso das próprias palavras do autor, descontextualizando o trecho abaixo na tentativa de evidenciar e revidar a escrita chula dessa obra, que independente da década, contexto ou visão, não agrega valor algum à literatura nacional. Pelo contrário, fomenta um discurso pejorativo e nocivo ao ser humano.
[...] “seres humanos que pensam, mas estão de saco cheio de dever obrigações com a sociedade. Estão de saco cheio de representarem um papel, um estereótipo, de serem classificados, de serem cobrados” (pág. 151)

Raiissa 24/11/2016minha estante
Muito obrigada por esse resumo. Li esse livro quando era muito mais nova e não me liguei dessas coisas, na verdade, lembro de ter gostado muito desse livro. Reencontrei hoje e já ia comprar para ler novamente. Mas depois de ler tudo isso, desisti na hora, melhor evitar a fadiga. Às vezes a ignorância é realmente uma benção.


Juliana 04/01/2017minha estante
Vou terminar de ler, apesar de me embrulhar o estômago o machismo e racismo relatado várias vezes ao longo do livro.


Joice Soares 11/07/2017minha estante
Também fiquei enojada com tudo isso. O que mais me revoltou foi o pai dele que depois de quatro filhas nao queria um filho "afeminado" e teria "orgulho do macho que me tornei".


Fê Viveiros 28/10/2017minha estante
Muito obrigadaaa, tava pensando em ler e já me poupou bastante tempo.


Rivelino.Cruz 09/08/2018minha estante
Eu sinceramente discordo o livro foi escrito nos 70/80 a cabeça era outra os costumes idem , nos anos 80 era aceitavel o Didi fazer piada coom cor do mussum hoje não as coisas mudam ,antigamente apelidos em relação a cor da pele era normal , você chamar " o meu crioulo , meu nego sentaaqu ip/ tomar uma cerveja " não era considerado ofensivo ,assim como era normal chamar De Branquelo , e criticar porque ele é machista ? ele mesmo reconhece isso e assume que não é um dos seus melhores facetas e relação ao pai dele achar que uma casa com 5 mulheres ia o deixar afeminado novamente traz ao ponto o pai dele ser de outraépoca aonde se acreditava que ambiente defina sexualidade da pessoa ....


Allana 20/11/2019minha estante
Seu comentário chega a ser um alívio para mim. A primeira vez que li ele mencionar os negros dessa maneira (eu ainda estou bem no começo e estava considerando largar a leitura, e já me decidi por largar) achei muito absurdo e me tirou totalmente da vontade de ler. Procurei algumas resenhas onde vi pessoas mencionar esse livro como um clássico, um livro "obrigatório", e isso me assusta muito considerando o conteúdo desse livro, a significância que deram para ele, enfim, me dá muita revolta e tristeza e trás uma reflexão: As pessoas não perceberam todos esses trechos enquanto liam ou simplesmente ignoraram isso? Não sei o que é mais perturbador, sinceramente.


Gabriel.Lima 17/05/2020minha estante
É, tem horas que o discurso classe média de esquerda dos anos 70 começa a feder. Cheiro parecido com esse purismo inquisitório de twitter da metade da década passada que você destilou nos seus destaques e apontamentos. Para mim, é difícil; me sinto em uma encruzilhada: de um simpático convite a um brinde a tudo que temos de ruim; do outro, uma convocação para unir-me a uma turba de puristas de garfo e tocha. Não queria nem uma coisa nem outra. Queria me manter em dia com minha consciência e com meu senso estético.
O Paiva escreve bem, tem vigor, relembra anseios antigos da nossa literatura. Achei uma obra acima da média, por isso minha nota. Apesar disso, não me sinto a vontade quando me vejo cercado pelo ar convidativo das janelas da casa grande. Fico imaginando que ele nunca pensou que nós, da senzala, teríamos acesso a esses seus papos íntimos. Penso que de lá para cá o autor deve ter revisado alguns pontos de vista, coisa natural de idade e de progresso de discussões sociais; ainda assim, é constrangedor vê-lo sentado na sala de pernas arreganhadas. No entanto, a acidez e o cinismo misantropo, apesar de recursos contemporaneamente infantis, ressoam bem com o restante da obra e não eram tão recorrentes em seu tempo. A obra surge com a abertura política e é natural que, em meio a essa coisa toda, esses excessos entrassem em voga. Penso que não é uma obra que possa causar um prejuízo consistente a nenhuma das classes citadas, só penso que, ao ser indicado se deva destacar que: "o livro deixa claro os preconceitos e as incongruências de uma juventude branca e acadêmica dos tempos de ditadura".


Mariana 05/11/2020minha estante
Nusss. A leitura deve ter sido uma bosta heim. Olha o que o cara escreveu.


Rosa 20/11/2020minha estante
Foi sim kkk e o pior é ir nas resenhas e ver as pessoas aclamando este livro.


Eli 14/07/2022minha estante
Rosa, MUITO OBRIGADO por ter trazido esse pequeno resumo de algo que me incomodou desde o princípio neste livro. Estava pensando se continuava ou não, se valia a pena, se traria algum relato de arrependimento ou sei lá... Mas pra mim só pareceu MUITO o relato de um carinha play boy branco hétero (insira mais privilégios). É isso, livro abandonado.


BiolaBlues 20/12/2023minha estante
Aviso: Contém lacrador de internet!




Naiara 06/02/2010

Não gostei
O livro é elogiado por muitos devido ao fato de que o autor trata o tema do seu acidente de forma "leve" e nada dramática.
No entanto, a meu ver, isso é feito de uma maneira muito forçada. O Marcelo tenta mostrar-se muito liberal, descontraído e engraçado, mas exagera tanto no seu liberalismo que não dá para acreditar que tudo ocorreu da forma como ele conta.
Não sou conservadora, mas também me desagradou a forma como ele trata alguns temas durante a narrativa. Em certos trechos são colocadas cenas pornográficas com o intuito óbvio de dizer ao leitor "veja como sou legal, eu falo assim de forma natural e sem constrangimentos".

Com exceção do que citei acima, a obra também tem partes boas. Antes dela eu nunca tinha pensado realmente a respeito do cotidiano de um tetraplégico, e através dessa leitura comecei a refletir mais sobre o assunto.
NatBelus 02/02/2016minha estante
Considerando que ele escreveu quando era jovem, acho que ele quis se aproximar de quem era um pouco mais novo que ele, foi um livro para jovens no final das contas.


Silvana.Alves 08/06/2016minha estante
Era ele jovem, contanto sua historia com a alegria de um jovem, o que lhe aconteceu, sobre a fatalidade de se jogar numa piscina, sobre suas dificuldades de quem perdeu um pai para um estado totalitário e de como soube tratar tudo isso em sua cabeça de jovem. Soubemos a pouco tempo que realmente seu pai foi torturado e morto. Li esse livro em sua primeira edição, de capa dura branca. Na época era mais jovem que ele e ele falava minha linguagem. Hoje quem acompanha Marcelo sabe que como o tempo e nós envelhecemos sua opinião sobre política e sociedade é outra. Talvez você tenha lida num momento errado.


Lis Paula 07/06/2020minha estante
Compartilho do seu comentário Silvana! A narrativa é a cara dos anos 80 quando tudo aconteceu e era um jovem da época falando para outros jovens. O contexto histórico é preponderante para a compreensão de uma história!


Narizinha 19/09/2020minha estante
Eu tive que ler esse livro por causa da escola quando eu estava no 8° ano! Olha que absurdo! Lembro que fiquei horrorizada com as cenas e odiei o livro.


Nai 22/02/2021minha estante
Li na época da escola também porque uma professora forçou. Eu lembro que devia ter uns 13 ou 14 anos e odiei esse livro com todas as minhas forças, não por estar sendo obrigada a ler, mas sim em como eu não consegui ter sentimento nenhum pelo Marcelo. Claro, me sensibilizei com o acidente, mas foi só. Ele como pessoa não me agradou em nada na história. Definitivamente o livro não era pra mim e pelos outros comentários eu era o público alvo, certo? Enfim, me identifiquei com sua resenha.


Thais.Infante 27/07/2021minha estante
Tive exatamente a mesma impressão! Gostei do livro e me fez refletir muito mais sobre o assunto, mas tinha partes que parecia bem forçado mesmo.


@Marverosa 23/07/2023minha estante
Concordo, livro com muitos pontos vencidos e delicados.


Fabiana599 10/11/2023minha estante
É estranho, eu li com a mesma idade citada pelas outras pessoas a cima, 13/14 anos e esse livro até hoje é um dos meu favoritos! Linguagem clara e limpa, para sair dos contos de fadas e cair na nossa realidade!




Amanda San 07/09/2010

O Marcelo escreveu o livro na época do acidente mesmo, quando ele tinha 20/21 anos, então a linguagem é bem casual e jovem. Ele mistura relatos do que está acontecendo com ele no hospital, da sua recuperação, de como ele se sente sendo um garoto até então cheio de vida e de sonhos e de vontade, e que de repente não pode mais se mover, com lembranças de sua vida como estudante de Engenharia Agrícola na Unicamp, de sua infância, com o pai capturado pelo governo na época da ditadura, e desaparecido, sem ninguém saber se estava vivo ou morto.

O livro te prende e te emociona de uma maneira incrível, e o Marcelo é o tipo de cara que você desejaria que fosse seu melhor amigo ou seu irmão mais velho.

Quando terminei de ler, e estava conversando sobre o livro com minhas amigas (a dona do livro, inclusive), comentei que estava levemente apaixonada pelo Marcelo uma baita mentira, eu estava perdidamente apaixonada por ele e qual não foi minha surpresa quando todas elas concordaram e disseram Eu também fiquei super apaixonada quando li o livro!.

Uma das minhas amigas até contou sobre quando ela encontrou o Marcelo em uma balada na Rua Augusta, em São Paulo, a Studio SP, e que ficou morrendo de vontade de ir lá falar com ele, mas não foi.

Enfim, quero terminar dizendo que Feliz Ano Velho é um livro indispensável em qualquer estante de livros que se preze, que mostra de maneira real e descontraída todas as inseguranças e medos de um jovem que se vê numa situação (bem) complicada, mas que luta pra sair dela.
alanaps 15/02/2012minha estante
Bom saber que fui a única a me apaixonar pelo Marcelo, rsrs.
Deve ser o tal "sorriso bonito" que ele mencionou no livro.


Debora 15/01/2013minha estante
tambem gostei muito do livro tambem me apaixonei por ele


Alexandra 16/12/2013minha estante
Eu simplesmente A-M-E-I esse livro, tanto que já li 8 vezes desde que o ganhei. Me apaixonei pelo Marcelo Rubens Paiva desde a primeira página e vivi com ele durante cada palavra escrita, era como estar lá naquele momento. O livro é muito bom e me fez ler vários outros dele.


Ana Claudia Car 17/01/2014minha estante
Muito bom e foi uns dos primeiros livros que li na vida.


Kesia 06/03/2014minha estante
tbm amei esse livro,foi um dos primeiros que li(ainda no ensino médio).Apesar de algumas partes bem pornográficas o livro é bem escrito,realmente amei.
E tbm me apaixonei por ele :)


Valeriia 19/03/2014minha estante
Eu sou uma delas, fiquei muito apaixonada, tanto, que quanto mais eu lia, mais eu queria ler, agora estou em busca de ler o "E ai, comeu?" Obra dele também .


Silvana.Alves 08/06/2016minha estante
Perfeito!!!


Herbert.Ramos 04/01/2017minha estante
Demais. Linguagem adequada para época. Eu também era mais jovem quando o li. O livro é fantástico.




Beatriz.Linhales 03/04/2021

Contudo... gostei
É difícil dizer que é um livro perfeito, muito por conta das bolas fora que Marcelo da... tem de todos os preconceitos um pouco... ficava agoniada principalmente quando o autor ressaltava que sabia que seus comentários eram problemáticos mas mesmo assim continuava!!
Enfim, como já disse, não acho que diminuiria a qualidade da obra em absoluto se esses comentários não fossem feitos...
Por outro lado, é uma história deliciosa e o cara sabe escrever... ô se sabe...
Você fica preso naquilo e às vezes até esquece dos grupos que ele bota em detrimento de si mesmo em nome de humor ou então honestidade absoluta com o ser equivocado que ele é/era.
Tomara que de 1981 até hoje esses pensamentos já tenham sido modificados e quem sabe nas outras obras dele eu não me incomode como me incomodei nesse livro.
Contudo, gostei. É realmente uma narrativa que eu amo! Autobiográfica com humor e descontração jovem. Indico para que possam criticar e se deliciar com os prós da leitura. ;)
Aline.Rodrigues 08/05/2021minha estante
Não tem como criticar o autor,pois o autor o escreveu em 1982


Beatriz.Linhales 08/05/2021minha estante
Eu entendo essa coisa de época, mas não acho que 1982 seja tão longe assim. Várias pautas já estavam sendo estruturadas e convenhamos que pra ele, nunca faltou o acesso a informação ne? Hahahah enfim, mas entendo mesmo


Aline.Rodrigues 08/05/2021minha estante
Sim.Mas era o pensamento machista da época.Mas mesmo sendo 1982,não acho que lá naquela época o povo era tão a frente do tempo assim não.


Beatriz.Linhales 08/05/2021minha estante
Total...acho que mesmo sendo pouco tempo os avanços cresceram muito rápido, mas ele passa o livro inteiro se autopoliciando quanto a isso, então claramente sabia do que estava falando. Só não entendi o motivo do policiamento parar com um comentário ou outro dizendo "nossa, sou tão machista que me dá nojo" ao invés de só mudar de atitude kkkkkk mt doido




Vinny Britto 19/06/2019

Me Surpreendeu
Achei que não iria gostar, vi muita gente falando da linguagem chula e tal e concordo que realmente ele pega pesado em alguns momentos, principalmente se referindo a negros. Apesar de ser contra os termos pejorativos usados por Marcelo, levo em consideração a época em que se passa, quando isso era meio que ''normal'' digamos assim.

Eu poderia ter gostado ainda mais da leitura se tivesse focado mais na ditadura e no desaparecimento de seu pai. Em parte li mais interessado nesse acontecimento que foi pouco abordado, focando exclusivamente em sua vida após o acidente e os dolorosos meses de recuperação.

É uma leitura rápida, descompromissada. Acho difícil avaliar biografias.
Ju Zanotti 19/06/2019minha estante
Leia "Ainda estou aqui" do mesmo autor, ele foca na luta da mãe do marcelo pela verdade sobre Rubens Paiva, excelente livro


Vinny Britto 19/06/2019minha estante
Obrigado pela dica. Irei ler.


Lucas 22/10/2019minha estante
Sempre tive interesse em ler esse livro pela capa, não sabia das críticas sobre a linguagem... atento.




Amanda 25/09/2021

Não sou muito de ler biografias mas essa me surpreendeu
Feliz Ano Velho, de Marcelo Paiva, é uma obra autobiográfica que causou impacto nacional, em sua época. Nela, Marcelo conta como sua vida mudou do dia para a noite, após um acidente que o deixou tetraplégico. Narra sobre a força de vontade em se recuperar e o apoio dos amigos.
Marcelo era um jovem de 20 anos que vivia numa república com seus amigos, estudava engenharia na Unicamp e tinha uma vida de farras, com muitas mulheres. Ele também amava música, tinha uma banda, junto com o seu amigo Cassy, e já participara de concursos, a música fazia parte dele.

Sua família era de boa condição e a única memória triste que sempre o acompanhava era a de seu pai, desaparecido em meio a ditadura militar no Brasil. Certo dia a polícia bateu em casa, levou a mãe, o pai, a irmã mais velha e após os questionamentos; apenas o pai não retornou.

No dia 14 de dezembro, poucos dias antes do Natal de 1979, Marcelo Paiva estava bêbado no meio de um festejo com os amigos e, numa brincadeira, disse que iria buscar o tesouro no fundo do lago. 

Pulou em um ?salto do Tio Patinhas?, sem saber que era raso. Seus amigos viram que ele não submergiu rapidamente e que deveria ter sofrido um acidente. Tiraram-no do lago, o colocaram de pé e depois o levaram deitado para um hospital. 

Não se sabe se o fato de logo ter ficado de pé havia agravado a situação, fato é que ele havia fraturado a quinta vértebra cervical e comprimido a medula. Assim, estava tetraplégico, perdera os movimentos abaixo do pescoço.

No hospital, recebia a visita de vários amigos. Havia Nana, com quem já tinha tido uma história, e era uma amiga que morava na mesma república que ele. Agora, no hospital, não o abandonara, dormia lá e lhe dava o jantar.

Também recebia visitas de Marina, uma garota da faculdade que ele tirou a virgindade, e tantas outras assim. Marcelo estava acostumado a viver intensamente sua vida sexual, porém no estado em que estava e com o agravante da sonda no pênis, não sentia tanta necessidade. O que lhe restava era imaginar, principalmente quando via as enfermeiras.

Também havia Veroca, que ia pra lá e ficava lendo um livro para ele. Depois, arrumaram um óculos que o permitia ler deitado e também ver televisão, sozinho. Ainda tinha a mãe, que levava a Folha de São Paulo e danones como forma de carinho.

Já no apartamento, as refeições melhoraram e ele tinha até sobremesa. Deixou a sopinha e as comidas pastosas e passou a comer arroz. Diante do esforço e da vontade de Marcelo, o médico fez planos para o avanço da cura. 

Neste ponto, Marcelo já mexia os braços, mas a sensibilidade dos mamilos para abaixo ainda não tinha voltado. A fisioterapia se intensificava, arrumaram um colete, meteram Marcelo dentro, erguiam a cama cada vez mais e assim ele ia progredindo.

Quando estava apto, foi para cadeira de rodas e voltou a morar na casa da mãe. Ainda assim, os amigos continuavam as visitas e dormiam lá. Com o tempo ele passou a comer sozinho, escrever sozinho e também andar só na cadeira de rodas. Podia descer para piscina, tomar sol, foi ao cinema e até ia a festas.

Foi para um local próprio, já recuperado mas com as sequelas, onde encarava sua nova realidade. Ele adorou o lugar, pois havia pessoas com os mesmos problemas e que poderiam ajudá-lo a responder suas perguntas.

Em uma das festas que foi, encontrou com Bianca, irmã de um amigo. Os dois começaram a namorar e dormiam juntos. Já se completava um ano do acidente. 

Ele se lembrava dos momentos ruins, de como se sentia injustiçado, como queria voltar no tempo minutos antes do salto, de como se sentiu amargurado no ano novo? Mas agora entrava numa nova fase, se trataria, teria respostas, iria curtir Bianca e aproveitaria ao máximo o que ainda podia fazer até que a cura chegasse.

Feliz ano velho é o primeiro livro de Marcelo Rubens Paiva, sendo uma autobiografia escrita aos 26 anos, logo após o seu penúltimo tratamento. Diferentemente de algumas pessoas que sofrem algo e se fecham, resumindo-se a isso; Marcelo sente que é preciso lutar. 

Assim, a linguagem do texto expressa a irreverência e a determinação, além da compreensão de que ?o futuro é uma quantidade infinita de incertezas?. A narrativa em primeira pessoa é bastante clara e direta, coloquial, permitindo ao leitor um rápido envolvimento com a trama.

A história não se detém apenas ao aspecto do acidente ocorrido com o personagem, mas também, aborda todas as lembranças e reflexões que são levantadas por ele, trazendo os aspectos externos e internos do humano. Assim, a história tem um teor muito realista, nos direcionando a pensar em nossos próprios valores e questionamentos.

É um livro que dá asas às lembranças e à imaginação, fazendo do trágico uma base para  momentos de humor, ternura e erotismo. Um dos aspectos mais ressaltados além da determinação de Marcelo, é a constante presença e auxílio da amizade.
vic127 25/09/2021minha estante
Mds escreveu uma Bíblia amg


Amanda 25/09/2021minha estante
Aí amg, as vezes eu me animo fazendo resenha kkkkkkk


vic127 25/09/2021minha estante
Eu sou bem assim ent n posso julgar kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk




Thaina Barboza 09/09/2018

Tinha tudo pra ser bom, mas não foi....
O livro tem um contexto bom, mas é ruim. Se passa num Brasil antigo, com Marcelo que tem opiniões fortes e enraizadas deste país pós Ditadura. Traz o dia-a-dia de um recente tetraplégico, o que poderia ser uma bela história com muitas referências e muito a se aprender. PORÉM Marcelo Rubens Paiva é um tremendo pé no saco, machista, preconceituoso, burguês, chato e sem conteúdo. Não consigo sentir empatia por ele em momento algum do livro, o cara é um tremendo idiota, mesmo numa cadeira de rodas. O que mais me irritou durante todo o livro é a forma como a mulher é tratada por ele, como um misero objeto, que quando não lhe servia mais, jogava fora. Cada vez que ele lembrava de alguma história do passado me irritava, pois trazia mais dessa mente machista e pequena. Tinha tudo para ser bom, mas não foi!
Tatiane.Akeny 09/09/2018minha estante
comecei a ler o livro agora :/


Thaina Barboza 09/09/2018minha estante
Leia mesmo assim, talvez você tenha uma impressão diferente.. depois me conta o que achou ?


Bookstan 20/06/2019minha estante
O livro é uma merda




Allana 20/11/2019

Uma decepção literária
Sempre ouvi falar desse livro como um clássico nacional e que mudaria a forma de ver a vida. Realmente mudou a forma que vejo a vida, um livro recheado de racismo e outras situações de embrulhar o estômago, procurei algumas resenhas, mas quase nenhuma (em vídeo) que tratasse disso, até que achei uma com trechos do livro, mais trechos nojentos. E desisti dessa leitura.
Wagner269 22/11/2019minha estante
conseguiu terminar? Eu já desisti dele duas vezes.. tô tentando ainda


Allana 24/11/2019minha estante
Desisti, não terminei, acho que não vale a pena.


Wagner269 24/11/2019minha estante
melhorando no final. Mas nada que impressione tanto pra te fazervoltar a ler




BeatrizViana0 28/08/2017

Que chatice....
Um livro autobiográfico que tinha tudo para ser um emocionado relato de vida, mas não, como sempre acontece com os escritores jovens pós ditadura, o escritor literalmente cagou a história com seu machismo ridículo em só saber falar de peito, bunda e sexo. Ridículo. Nos últimos capítulos a gente até pensa que ele vai ter uma conclusão filosófica, mas é mais do mesmo. Chatice....
rodrigosmrocha 04/09/2017minha estante
Meu deus... Esse livro eh maravilhoso


BeatrizViana0 14/09/2017minha estante
Hehe


Alécio_Faria 08/10/2017minha estante
Olha, acabei de ler o livro e achei tudo muito romantizado...tá tudo muito alegre e feliz. Sinceramente, não penso que seja assim a vida de um cadeirante. Ainda mais no Brasil. É só vc ler algumas reportagens daquela atleta brasileira, Laís Souza... É uma vida de cão. Tudo é caro e vc ainda tem que contar com a benevolência das pessoas. Ela dizia que até para fazer xixi, ela tem que segura as pontas, pois cada ida ao banheiro custa 3 reais. ( A lesão dela foi C3) Sem contar os outros gastos que ela estima em 20 mil mensais. Isso que ela já está nesta luta há mais de três anos e conta com patrocínio e ajuda de alguns atletas. Sei lá....a vida não é tão fácil. Amigo, não é todo dia que vc tem pão quentinho na padaria. Vai por mim.




Johnn. 02/01/2013

Narrativa interessantíssima, mas o que mais me marcou do livro foi a história do pai dele.
Gabi Machi 07/03/2013minha estante
Camila, o pai dele é o ex-deputado Rubens Paiva, que desapareceu e foi torturado durante a Ditadura Militar. Até hoje o corpo dele ainda não foi encontrado.




thaisbohn 26/09/2011

Meu Deus que livro ruim.

O cara se acha o foda.

Não sei como faziam a gente ler isso no colégio, que crime.
Rayane 09/05/2015minha estante
Concordo plenamente!
Achei muito ruim, não consegui nem terminar de ler. Ficava pensando mais pra frente acho que vai melhorar, mas isso nunca acontecia e resolvi parar de ler. Nao me arrependo de ter abandonado, mas me arrependo de um dia ter começado a ler.
Perca de tempo.


Shaiane.Soares 16/08/2020minha estante
Concordo!




Eli 04/05/2011

Atenção, Leitura obrigatória...
Mais um livro que deveria ser incluído no currículo obrigatório de nossos alunos. Principalmente para aqueles que acham que podem ler uma vida inconsequente, sem pensar no amanhã. Marcelo Rubens Paiva nos mostra isso nesse livro simplesmente espetacular. Esse livro foi uma sugestão de uma professora, que disse que isso tinha mudado a sua vida. Foi minha professora do cursinho de inglês, que disse que após a leitura do mesmo, ela havia se transformado. Quando alguém fala de um livro assim perto de mim, é como se eu fosse consumida por uma força, porque não tenho sussego até ler o livro também. Não vou falar mais nada por que se não entrego a trama, mas só para título de curiosidade, encontrei com a minha professora depois de um tempo e ela me disse que tinha criado coragem, e tinha escrito uma carta para o Marcelo Rubens Paiva, na época que ele participava de um programa na TVE. Qual náo foi a surpresa de Ana Claudia (minha professora) ao perceber que ele ia ler um trecho de sua carta. Sabe o que disse depois de ler? Que aquela tinha sido a carta mais rídicula e piegas que ele já tinha lido na vida, e que ela era uma ridícula, por ter escrito a mesma.
Ana Claudia jogou o livro fora depois disso. Até hoje ela guarda mágoa da situação. Acho que é por causa disso que eu nao dou 5 estrelas para ele. Faltou tato e consideração para com o leitor por parte do Marcelo. Mesmo assim, o brilhantismo do livro permanece intacto. Vale conferir.
Jacque 04/05/2011minha estante
Hhahaah
Desculpe mas tive q rir da situação da sua amiga...eu tb ficaria frustradissíma...mas, como a gente ñ viu o tal programa..será q ele ñ tava sendo sarcástico??? Dá pra notar pelo livro que ele é (ou era nos anos 80) bem "porra-loca"...talvez ele tb tenha sido infeliz no comentário dele, ainda mais na televisão né?! Mas...realmente, pelo q me contou...faltou tato e respeito aos leitores.
Tirando isso..realmente concordo contigo sbre ser leitura obrigatória nas escolas...ta faltando obras assim pra 'abrir' a mente e os olhos das nossas crianças...




Drika 03/01/2012

Feliz Ano Velho
Livro lançado em 1982(ano em que eu nasci)escrito por Marcelo Rubens Paiva.
O livro inicia com o relato do que Marcelo Paiva se lembra sobre o acidente que sofreu, dos dias que passou no hospital, da angustia que sentiu, da reação da família e amigos e do seu arrependimento de ter cometido um erro que o levará àquele estado.

O autor transmite com carisma, bom humor e sinceridade, lembranças desse passado não tão distante, e os relatos do pós-acidente. E aqui cabe dizer que, embora o todo possa aparentar um quadro trágico, o livro é extremamente bem humorado, me fazendo rir diversas vezes, com seus casos amorosos, sua carreira musical, sua vida universitária e descrição das coisas, fatos, vida, amigos e família.

Em nenhum momento ele tenta se tornar um exemplo, um herói, não tenta passar nenhuma lição. Parece até que quer mostrar seus defeitos, fraquezas.

Dessa forma, ele consegue transmitir as dificuldades que uma pessoa com deficiência passa para conseguir se inserir na sociedade, para recuperar um pouco de sua antiga vida, para enfrentar os problemas e o medo dessa nova situação, mas sem ficar com aquela de “eu sou um coitado, mas eu vou vencer”.

Gostei do livro e recomendo!!!
pedrobbsi 04/01/2012minha estante
Gostei da sua resenha sobre o livro, como quero comprar, agora que li, farei isso parabéns!


Giulia 08/09/2012minha estante
Adorei a resenha e quero acrescentar a genialidade das opiniões e relatos do livro. O Rubens me ganhou com os pensamentos sobre religião e sociedade e achei a história do seu pai incrível, sofrida, mas incrível!




20/04/2020

Leitura boa, mas cuidado
Sou estudante de Fisioterapia e foi uma leitura muito válida, me mostrou uma perspectiva diferente. Entender a visão do paciente é muito importante. Porém o problema que eu encontro é nas falas contraditórias do Marcelo. Muitas falas machistas, racistas e gordofóbicas, mesmo ele pregando não ser preconceituoso em muito trechos.
Paula Justi 21/04/2020minha estante
Ah é difícil, né? Ler um livro e se separar com esse tipo de preconceito. Mas lembre-se que é um livro escrito num Brasil dos anos 80, onde esse tipo de comportamento era -infelizmente- normalizado. Mas o interessante de ler livros antigos é justamente ver como se pensava na época da publicação. Todo livro é um portal do tempo! O importante é perceber isso, como você fez!


08/05/2020minha estante
sim, Dé, a cada frase que eu lia era como se eu estivesse em um corda bamba. Porque ao mesmo tempo que ele traz o sentimento, impacto nas suas palavras, outras já sao carregadas de um preconceito que é de revirar os olhos (literalmente fiz isso kkk). Continuava, e quando lia as partes preconceituosas só mexia meus olhos e ignorava. Isso me fez parar pra pensar o quanto que aparentemente um humano é bom, mas que outros pensamentos, outras morais preconceituosas estão lado a lado do ser humano bom em pensamento.




@falavaleria | Valéria Martins 10/02/2016

Esperava mais, tive mais do mesmo.
Esperava bem mais do livro de tanto que ouvi falar bem dele. Pra mim seria aquele livro capaz de mudar a forma como você vê o mundo, mas serviu apenas para reforçar pensamentos que eu já tinha: a burguesia é a burguesia e nada mais importa a ela.
Uma boa definição para o Marcelo é chama-lo de "esquerda DCE", burgueses que se dizem preocupados com a luta de classes mas que em momento algum reavaliam seus privilégios, pelo contrário, em muitos momentos se utiliza deles para benefício próprio.
Não vou dar desconto pela idade pois também tenho 21 anos, e mesmo que os tempos sejam outros, um cara que se intitula " socialista" deveria ter mais consciência de classe, e inclusive saber que a luta de classes não se desassocia da luta feminista e anti racista.
A história em si é interessante e traz a tona o debate sobre o qual frágil é a vida humana e o quanto estamos despreparados para uma mudança desse porte em nossas vidas. Vivemos preparados apenas para o padrão, o "certo", e por isso nossas portas são pequenas, nossas calçadas não tem degraus. E se foi difícil para o Marcelo, que possuía condições para tratamento e uma vida confortável, imagina para quem não tem?
O fato dele não romancear muito a sua história também ajuda na leitura, porém sua prepotência deixa a leitura enfadonha. Levei quase 3 meses para terminar esse livro de tanto que o abandonei.
Enfim, não gostei.
Juliana 07/01/2017minha estante
Valéria, concordo absolutamente com tudo o que você escreveu! Apesar do texto tratar de superação, o que seria dele se não fosse rico, branco e homem heterossexual? Ao ler as palavras: bicha e crioulo tive vontade de fechar o livro. Quando ele xinga sua enfermeira de imbecil, se eu tinha dúvidas de que não valia a pena a leitura, elas morreram ali. Ele nunca foi a favor da igualdade, apenas da manutenção das vantagens de sua classe e raça.


Joice Soares 11/07/2017minha estante
Tive a mesma sensação, gostei por levar a reflexão sobre o quão frágil é a vida e tals. Mas por outro lado era um babaca machista, elitista e racista.




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