DIRCE 20/07/2013
As mulheres dos romances de I. Allende são, antes de tudo, fortes.
Após concluir mais um romance de I. Allende, desta feita "Eva Luna", ouso meio que parafrasear Euclides da Cunha para afirmar as mulheres dos romances de I. Allende são, antes de tudo, fortes. Eva Luna é uma bela amostra dessas mulheres.
Eva Luna,é uma menina analfabeta - fruto dos países subdesenvolvidos -, que consegue fazendo uso do seu dom – contadora de histórias -, transpor a fronteira do "inferno" que parecia estar fadada e chegar a uma espécie de paraíso – um paraíso selvagem, mas, ainda assim, um paraíso:de uma contadora de história analfabeta Eva Luna chega a escritora, e é ela quem nos narra suas memórias. Memórias que nos presenteia com um romance envolvente, haja vista que as personagens são seres que, no confronto dos seus dramas pessoais, tecem "teias" que envolvem Eva para o bem e para o mal.
Eva, órfã na mais tenra idade, é lançada as vicissitudes da vida ainda criança. Após sua madrinha explorá-la por meio de uma espécie de mão de obra escrava, a menina se vê na rua e é "salva" pelo anjo salvador Naranjo, só que, anos depois, ele a envolve em algo, nada menos, que perigoso. Outro anjo salvador e, indiretamente, destruidor que surgiu na vida de Eva foi o bondoso turco Hilabi,pois o drama de sua esposa (Zulema) mais uma vez atinge Eva.
Eva,novamente, se vê sozinha até que se depara com Mimi (o jovem que tem alma de mulher aprisionado em um corpo de homem)e se tornam grandes amigas.
Como todo romance da I.Allende decorre em turbulento cenário político (não daria para ser diferente, claro) é no meio da turbulência que Eva conhece Rolf Carlé – jovem que tem sua história narrada paralelamente a de Eva –,e ambos se apaixonam. Eu, particularmente, apesar da diferença da idade, torcia para um The End feliz de Eva junto com Hilabi, já que Carlé foi muito metido a Don Juan, mas imagina se I. Allende iria abrir mão do erotismo...
Sem dúvida um romance merecedor de 4 estrelas.