Léo 22/04/2020
Leitura gostosa, mas com ressalvas...
Já tinha ouvido falar no nome do livro várias vezes e esse título chamava muito a minha atenção, embora o interesse em ler, de fato, só tenha surgido pouco tempo atrás. Seja como for, finalmente tive a chance de ler Apanhador no Campo de Centeio por causa da faculdade.
A história começa muito bem e, pelo menos no meu caso, me vi gostando do Holden logo de cara. A leitura é gostosa, flui muito, muito bem, mesmo lendo no idioma original (ler em inglês, por mais que se domine a língua, sempre demanda mais tempo e atenção), e você se pega interessado em saber onde a jornada do Holden vai parar. No entanto, chega um momento em que o livro começa a ficar enfadonho. Por causa do Holden. E dos demais personagens. Uma amiga falou uma frase que eu carrego comigo quando se trata desse livro: "eu não gostaria de ser amigo de ninguém ali". Todo mundo é muito chato e até o Holden, que a princípio parecia ser legal, acaba se mostrando uma pessoa chatíssima, que toma várias decisões estúpidas (o que, logicamente, condiz um pouco com a adolescência, então é crível, apesar de irritante) e repete as mesmas coisas a toda hora. Ironicamente, falando assim eu me pego soando exatamente como o Holden. Mas creio que era justamente essa a intenção do Salinger. Ainda assim, admito que apesar desse lado um tanto quanto insuportável do personagem, gosto muito de algumas reflexões que ele faz ao longo da narrativa.
O lado bom é que a escrita do Salinger é tão acessível e gostosa de acompanhar que, mesmo com esses, digamos, contratempos, a leitura não fica arrastada e continua fluindo bem do começo ao final. Acaba sendo um livro bom e divertido para se ler.
No mais, tem um vídeo, no YouTube, da professora Maria Elisa Cevasco discutindo o livro num episódio do quadro Literatura Fundamental, da Univesp. Recomendo muito! E, para fechar, como ela mesma diria, o Holden é uma baita de um babaca!