Betinha 11/07/2021
"O passado é uma roupa velha que já não serve mais"
Acho que perdi a inocência ou/e não tinha noção como Marian Keyes não me animar e confortar mais como há dez anos atrás.
Aliás meu último Keyes foi em 2016 e simplesmente amei aquela sensação de atordoamento e açúcar, de impossível isso dar certo e o final ser perfeitinho e deixar o coração quentinho!
Esse livro é de 2004, ou seja, muitas coisas mudaram de lá para cá, incluindo o meu senso crítico, problematizador e sensibilidade. Aliás livros estilo "escapismo" não são mais tão atraentes assim.
Outros problema:
1°Eu não lembrava, dessa divisão de capítulos por personagens, e achei péssimo, cortando e cansando a narrativa!
2°Não sei se me tornei mais criteriosa quanto a esteriótipos femininos, falas machistas reproduzidas por mulheres para outras mulheres, só acho que não são mais toleráveis e nem passam despercebidas.
3°Constatei que livros fofinhos de aquecer o coração provocam tédio e mais ceticismo em mim (além da dose normalmente assumida).
4°Completamente descartáveis as narrativas longas sobre Lily e Anton.
5°Ou os boys são lixos ou salvadores da pátria e isso é um pouco irritante!
6?Pouquíssimo desenvolvimento da personagem mais interessante: Gemma (apesar do relacionamento abusivo com a mãe que nos choca logo nas primeiras páginas).
Não sei se porque mudei (amadureci) ou se minha amada Keys se perdeu estendendo a estória de outros personagens para termos um livro gigantesco, mas com muito pouco da personagem que realmente é interessante, achei uma leitura tensa, pois minha mente não parava de soar o alerta: machismo, sexismo, esteriótipos ...
O livro é de 2004, não se o suficiente para justificar o excesso de falas machistas reproduzidas de mulheres para outras mulheres na narrativa da estória, ou a verdade que o coração não fica mais quentinho como esperava, os clichês não provocam tantas risadas e achei muitos, muitos e muitos pontos problemáticos. Vou sempre amar a Marian Keyes que conseguia animar a Elisabete de quase dez anos atrás, ainda não li nada novo dela para "julgar" os pontos problemáticos aqui apontados.