Resenhas - Terra Em Chamas

Fernando H. 24/05/2011

Opinião compartilhada.
Pelo que li das demais resenhas, não fui o único a perceber que esse livro foi mais do mesmo. De qualquer forma, é Cornwell e todos os livros dele são assim, e mesmo assim não me canso de ler a mesma história com personagens diferentes.

Apesar dos dramas e tristezas, na minha humilde opinião os Senhores do Norte foi o melhor livro dessa série até agora.

Fiquei com a mão coçando para ver o desenrolar dos próximos capítulos, fiquei sabendo que o próximo está pra sair do forno ainda esse ano!

Afinal, Uthred ainda não é o senhor de Bebamburg (Fortaleza linda por sinal, que existe ainda hoje na Inglaterra).

Maurinho 13/03/2012

O mestre do romance histórico
Ninguém escreve melhor sobre uma batalha medieval como o mestre Bernard Cornwell. Parece que você está presente naquele local com todos os envolvidos, sentindo os mesmos cheiros, vivendo os mesmos temores, as vitórias e derrotas, alegrias e tristezas.
Aqui, é mais um capítulo desta saga, com os elementos já consagrados, de traições, decepções, e sangue derramado por toda a terra. Destaco a fina ironia, o cinismo e o sarcasmo com que ele trata a igreja católica, descendo a lenha nos padres.
Recomendado com 5 estrelas.

prof.vinic 09/03/2013

Ainda não acabou, mas veio com tudo até o final!
Li os quatro primeiros livros de uma vez só, mas isso já faz uns 3 anos. Agora tive a oportunidade de ler mais este. Confesso que já tinha esquecido alguns detalhes da história e tive que procurar algumas informações (leia-se spoilers) das edições anteriores. Mas uma coisa eu lembrava, o enredo é super rápido e te prende do começo ao fim!

Uhtred está mais sábio (ou quase isso) porém continua tão feroz como sempre. O Rei Alfredo está mais carola do que nunca e os dinamarqueses mais ousados! AS batalhas retratadas são repletas de detalhes e ação, característica de Bernard Cornwell extremamente presente em sua coletânea "Crônicas Saxônicas".

Foi um livro de leitura fácil, prazerosa e, infelizmente, rápida. Quando percebi que estava acabando (com uma batalha épica) fiquei muito preocupado com o que iria acontecer com todos aqueles personagens. Com certeza esta coleção é a melhor obra de Cornwell, autor de quem já li várias obras. Recomendo fortemente lê-la!

Bruno Cunha 14/07/2015

Saga fenomenal
Cuidado que pode ter algum spoiler.

site: http://www.brunocunha.com/blog/livro-lido/resenha-cronicas-saxonicas-bernard-cornwell/

Jansen 11/01/2016

Aprender história se divertindo
Muito bom. Padrão Cornwell. Uma aula de história da criação da Inglaterra romanceada.

Uhtred consegue escapar de sua jura ao rei Alfredo e vai para casa do seu amigo Ragnar. Sua família foi assassinada e ele se envolve com uma assassina psicopata (já existia naquela época), de grande beleza. Mas retorna a Mércia para defender a filha do rei, a quem jurara amparar. Guerreiro dos melhores, suas lutas mostram além de grande coragem, liderança, estratégias e táticas de guerra que desnorteavam o inimigo, como por exemplo utilizar abelhas para tumultuar os soldados que defendiam o castelo.

Cássio Ulisses 22/02/2016

Que bela escrita.
Terra Em Chamas - 378 paginas
Crônicas Saxônicas - Livro 5
Bernard Cornwell

Outra resenha que já tinha escrito.

Olá, chego ao fim de mais um livro. Cá estou eu indo para o sexto livro da série. Gostei muito dos livros 3 e 4. Já este é bom, só que os rumos da história me deixaram com raiva. Sim, eu sei, o autor tenta seguir uma linha da história real e por isso, não pode realizar algumas coisas. Para ser justo, o livro esta no mesmo patamar que os livros anteriores, só que ao meu ver, tem uma história mais chatinha. Fazer o que, se eu fosse o Urther, a história seria completamente outra rsrs.

Engraçado que quando o livro é bom, eu não consigo para de ler. Eu estava lendo este livro e ai resolvi cochilar, só que fiquei imaginando a história. Parecia tão real que imaginava que estava lendo o livro. Estranho isso neh rsrs. Jurava que estava lendo, só que estava dormindo. As história mexem tanto comigo que chega a mexer com meu humor. Logo, estou feliz, só que nem tanto rsrs, digo o porque a seguir.

Não gostei nem um pouco na morte da Gisela, achei um duro golpe ao Urther. Seu mundo praticamente acabou. Perdeu seu amor e seu filho junto (o que iria nascer, já que tinha 3 vivos). E ai, sabe o que acontece? O padre que não gostava dele, usou o outro padre que dizia falar a palavra de Deus e falou absurdos e ofendeu a Gisela que não estava mais em vida. O Urther, acabou agindo e numa infelicidade, matou o padre. Quem é que aceitaria que sua mulher que se foi ou mesmo que não tivesse ido, fosse ofendida por qualquer pessoa que seja. E Alfredo, em vez de ficar do lado de Urther, resolveu se aproveitar e solicitou o juramento do Urther novamente para com o filho, assim, iria perdoar ele, em partes, já que o dinheiro e as terras, já tinham sido confiscadas para com a igreja.

A igreja manda muito na vida das pessoas e naquela época, mandava demais da conta. Eu acredito numa entidade superior a nós, mas não acredito que ela seja tão ruim como as religiões pregam. E que se metam em nossas vidas como se alardeiam. E que tem tantos humanos chegando a quase divindade. Acho que tudo não passa de enganação. Por que as igrejas tem que ser tão ricas em sua maioria? E a população vivendo na miséria. Se esse for o ser deles, digo que não é o meu. Deixa o papo de religião pra la, vamos ao livro neh rs.

Eu disse no inicio, se eu fosse Urther, a história real seria outra. Eu jamais seguiria o comando do Alfredo, pois ele nunca foi justo para com o Urther. Este basicamente garantiu todas as vitorias miliares para com Alfredo e ele só sacaneou ele. Fez andar de vestido e se humilhar. E diversas outras coisas. Eu ficaria ao lado no Ragnar, O Jovem. Ficaria ao lado dos dinamarqueses e acabaria com o exercito do Alfredo. Hoje em dia, não existiria Inglaterra, e sim, Império Ulisses rsrsrs. Os juramentos prestados ao Alfredo foram sempre com um tom de ameaça ou algo do gênero, nunca foi feito com inteira vontade por parte do Urther. E posteriormente, ele fez para a filha dele, só que também não foi feito com vontade, mas a base de chantagem. Eu deixaria a garota se danar e ficaria ao lado dos dinamarqueses. Ele só era ofendido por ser pagão pelos saxônicos, para que ficar la? Por causa de uma menina mimada? Um juramento que fora feito por sacanagem dela? Deixaria ela se virar e ficaria na minha.

Urther tem bons amigos de batalha e na vida. Tem o Steapa e o Finam. A muitos outros. E tenho seu irmão de consideração, o Ragnar. Sem isso, ele não era nada e já estaria morto a muito tempo. Na vida, precisamos de pessoas, de bons amigos e amigas. E claro, de um grande amor. Sonho um dia encontrar tão amor.

É isso, tenho que ler o próximo livro, já que a história ficou em aberto.

Boa leitura.

Alexandre663 19/11/2016

Ótimo
Mais um ótimo livro . Durante algum tempo pensei que "Harold cabelo de sangue" fosse "harold cabelo belo" rsrs. Acho que foi uma " trolagem " do Cornwell . Mas sem dúvida foi inspirado no msm , e Haensten que eu jurava que era um personagem fictício é histórico :) .
Obs: Existiram dois vikings conhecidos de no nome " Haensten " , um ( o do livro) fez vários ataques a Inglatera na última decada de Alfredo .Outro era" bhrother " de Bjorn em saques no mar mediterraneo , fizeram ataques na Península Ibérica e até norte da África .

Pablo 23/02/2017

As três fiandeiras estão sempre rindo do destino de Uhtred...
Uhtred consegue mais uma vitória sobre os vikings, porém, após uma tragédia, jura jamais servir o reino saxão. Unido a seu amigo Ragnar, e seu antigo inimigo Haesten, planeja tomar Wessex. Enquanto isso, o rei Alfredo está com a saúde fragilizada e sua filha implora pela ajuda de Uhtred para combater os inimigos que investem na Inglaterra. Uhtred, incapaz de dizer não, toma a frente do exército derrotado da Mércia, rumo a uma batalha inesquecível num campo encharcado de sangue junto ao Tâmisa.

O quinto livro das Crônicas Saxônicas é o mais fraco até o momento. Não chega a ser um livro ruim, muito pelo contrário, é um livro muito bom. Porém não possui o mesmo frescor dos quatro primeiros. Alguns dos acontecimentos parecem apenas repetições de ocorridos anteriores, o que faz com que a série perca um pouco do fôlego. Não chega a ser um defeito tão gritante, por se tratar apenas de alguns acontecimentos na primeira metade do livro, mas ainda causam alguma frustração considerando a qualidade inegável dos livros anteriores.
Apesar desses problemas, é um livro muito bom e termina de uma maneira muito legal, com possibilidades fantásticas para as continuações.

site: https://www.instagram.com/opablogimenez/

Antonio Curi 07/03/2017

LIDO.
LIDO.

DanielFurtado 12/02/2018

Uhtred e suas escolhas...
O livro começa com Uhtred sendo abrigado em um mosteiro em Mércia com seus guerreiros e queimando pergaminhos escritos por religiosos que descreviam falsamente vitórias de AEthelred quando na verdade as batalhas foram lideradas pelo protagonista.

Retorna-se à data dos fatos: passados cinco anos dos acontecimentos do livro anterior, Uhtred era o senhor responsável pelo patrulhamento do Temis e já contava com aproximadamente 35 anos (idade avançada no século XI). Era o governador militar de Lundene.

Haesten, que agora era chamado de jarl Haesten, tinha ganho fama e dinheiro com saques na Frankia e possuía considerável frota, de 80 navios e mais guerreiros.

Havia uma ameaça ainda maior, o jarl Harald Cabelo de Sangue (o nome é fictício, mas este líder teria existido) com mais de 200 navios.

Alfredo estava velho e doente e as tropas eram comandadas por seu genro AEthelred e seu filho Eduardo, mas ambos estavam temerosos de atacar as hordas dinamarquesas.

Uhtred fora negociar com Haesten um valor para que este saísse de Wessex a mando do debilitado Alfredo e fechou um acordo com um pagamento de muita prata. O rei sabia que não podia enfrentar as duas hordas juntas e Haesten queria que Wessex e Harold se enfraquecem lutando entre si para depois tomar Mércia e seguir para Wessex.

Wessex seguiu para atacar Harald. Uhtred tomou Skade, mulher de Harald, como refém, mas entregou-a a Harald para que ele não matasse cerca de 50 mulheres e crianças saxãs reféns. Skade era tida como uma feiticeira maligna e o amaldiçoou.

O plano era levar a luta para Fearnhamme, um lugar distante e não destacado, atraindo o exército inimigo inteiro para lá, fazendo-os acreditar que Alfredo lá estava e com poucos guerreiros.

Entretanto, lá seria o ponto de encontro entre as forças de Wessex, lideradas por Steapa, Eduardo e AEthelred, as forças de Mércia lideradas por Aldhelm, braço direito de AEthelred, e os guerreiros treinados de Uhtred.

Após as forças de Steapa atacarem pela retaguarda do exército nórdico, houve grande matança, paredes de escudos e Wessex foi vencedora. Harald conseguiu fugir. Skade feita prisioneira.

Pouco após a batalha, Cerdic, um guerreiro de Uhtred, o informou que sua mulher Gisela morreu ao dar a luz, juntamente com o bebê.

Em uma festa promovida por Alfredo, um monge meio débil começou a ofender a falecida mulher de Uhtred, Gisela, e a ele próprio. Destemperado, Uhtred o matou acidentalmente com golpes com o punho., causando grande perplexidade exigência de que o protagonista fosse morto por parte dos religiosos.

Alfredo, através do padre Beocca, mandou a Uhtred que este se humilhasse com penitente, entregasse a sua escrava pagã Skade, além de pagar a igreja uma indenização pela morte do monge, de ter suas terras confiscadas, fazer um juramento de servidão ao filho de Alfredo e ainda ter os seus filhos como reféns.

Uhtred decidiu abandonar Wessex e ir para o norte. Deu a escolha a seus guerreiros de ficar com Alfredo ou se aventurar com ele. 43 guerreiros e 26 esposas. Saíram de barco. Assim, Uhtred tornava-se um viking e quebrava seu juramento a Alfredo. Além da fuga, também acabava se envolvendo com Skade, embora os dois acabassem mesmo era se odiando.

Foi até a Nortumbia e encontrou seu grande amigo e irmão de criação Ragnar, que era earl mais respeitado da região e quem comandava o lugar na prática, embora Guthred fosse o rei.

Brida, mulher de Ragnar e amiga de Uhtred, planejava destruir Wessex, para que a ?ameaça cristã ? não destruísse os dinamarqueses e suas crenças e cultura no futuro.

Uhtred queria dinheiro para formar seu exército e tomar Bebbanburg do seu tio usurpador. Planejava atacar Skirnir, antigo marido de Skade, na Frísia. O saque a Skimir fora vitorioso, mas o tesouro não era tão grande quanto o alardeado e ele nada deu a Skade, que esperava metade do tesouro.

Chegou a Dunhol a notícia da morte de Alfredo. Os dinamarqueses se animaram com a oportunidade de atacar Wessex. Alfredo ainda não tinha morrido, mas estava debilitado.

Ragnar fez um acordo com Constantino, príncipe de um reino da Escócia, em que este ficaria 12 meses sem atacar as suas terras na Nortumbia, o que oportunizaria um ataque a Wessex e Mércia sem que as terras no norte fossem incomodadas pelos escoceses.

Planejou-se que Haesten , agora com Skade, seria rei da Mércia, Sigurd, de Wessex, e Cnut, da Nortúmbria (após a morte de Guthred). Sigurd e Cnut eram, junto à Ragnar, os maiores senhores da Nortúmbia.

O padre Pyrlig, antigo amigo de batalhas, foi até Dunholm e lembrou Uhtred que ele havia feito um juramento a AEthelflaed também e não só a Alfredo. Com dor no coração, Uhtred deixou Ragnar, mais uma vez indo se juntar aos saxões.

Brida, sua amiga de infância e mulher de Ragnar, ficou magoadíssismo e cogitou até mesmo matá-lo por traição, o que Ragnar não permitiu.

Assim, Uhtred foi para Mércia encontrar e proteger AEthelflaed, que também estava cuidando dos filhos do protagonista. Agora, Uhtred estava planejando como vencer Haesten, que se preparava para a guerra em que pretendia tomar Mércia e se tornar rei.

Tomado pelo pessimismo, por não ter homens suficientes a comandar, Uhtred lembrou da profecia de Iseut, de que Alfredo lhe daria uma mulher dourada e muitos homens para comandar. Naquele momento, caiu nos braços de AEltheflaed, que naquela altura já não vivia mais maritalmente com AEltheted.

No dia seguinte, Steapa chegou a mando de Alfredo, que destacou 1200 homens para serem comandados por Eduardo, que deveria ser orientado por Uhtred.

Em um ataque impensado, Uhtred quase foi derrotado, mas graças a Steapa e seus comandados conseguiu tomar a antiga fortaleza de Beonflot. Mas o mais difícil seria tomar a outra restante, estrategicamente mais próxima ao mar para deixar os barcos em segurança.

Uhtred instigou Eduardo, que assumiu papel de liderança junto à tropa para a difícil batalha de Beanfleot que estava por vir.

A tomada de Beanfleot teve contornos épicos, como subidas de escadas feitas de madeira e tecido de vela e o uso de colmeias de abelhas contra os dinamarqueses.

Skade, que agora era a amante de Haesten, liderava os dinamarqueses e foi morta por Harald Cabelo de Sangue, que fora reduzido a um simples aleijado e desprezado pela ex-amante por ter perdido a sua batalha contra Wessex e não a ter tornando rainha. Estava abrigado junto aos dinamarqueses, mas não possuía mais poder.

Eduardo determinou que a fortaleza fosse queimada. A mulher de Haesten, seus dois filhos e mais quarenta foram tomados como reféns.

A batalha foi vencida e Uhtred rumou para Lundene com AEthelflaed. Beonflet, onde as fortalezas protegiam as tropas de Haesten foi desmantelada, enfraquecendo-o. Isso fora realmente um fato histórico e Haesten existiu. Ele e seus guerreiros ainda estavam assolando Mércia com suas tropas interiorizadas em seu território, mas perdiam seu quartel-general.

O livro possui momentos interessantes e destaca batalhas importantes para a contenção do ímpeto conquistador nórdico, a saber: 1) Farnham (Fearnhamme); 2) Benfleet (Beanfleot).

Como leitor, me senti mal com a escolha de Uhtred de deixar Ragnar. Seu amigo se apresentou como uma grande pessoa e um grande líder, que queria apenas viver bem em suas terras e cultivar seus deuses.

O romance com AEltheflaed também acabou sendo um ponto de destaque, que deve ser mais explorado nos próximos, uma vez que ela ainda é casada com AEthelred.

Renato.Vasconcellos 17/07/2018

Mais um livro, mais reviravoltas divertidas. Impressionante como o autor consegue manter a história interessante mesmo depois de 5 livros longos. E ainda resta muitas cronicas saxonicas pela frente. Aqui Uthred começa enfrentando o líder viking Harald e acaba ficando com sua esposa "bruxa" Skade. Depois de sua esposa morrer no parto, ele passa a se relacionar com Skade, o que não é bem visto pela cristandade e cai na armadilha dos padres, sendo expulso de Ludena e virando finalmente um viking como sempre desejou. Depois de um saque mal sucedido, ele volta pra Nortumbria para ficar junto com seu irmão de criação Ragnar. Mas o destino é inexorável e Uthred se vê mais uma vez entrelaçado com o saxões e volta para Mércia a fim de cumprir seu juramento com Aethelfaed. o livro fecha com a grande batalha de Beamfleot onde Eduardo, o filho de Alfredo, começa a se mostrar como o sucessor digno da coroa de Wesex.

Amauri 20/02/2019

Detalhes na dose certa!
O quinto livro dessa saga é cheio de ação, do início ao fim!
Cornwell como sempre oferece detalhes na dose certa, sem tornar a leitura cansativa ou arrastada.
A sequência de acontecimentos e algumas reviravoltas, faz com a vontade de continuar lendo não acabe. Fiquei sempre querendo saber o que aconteceria na sequência.
Neste livro, Uhtred é descrito como um guerreiro um pouco mais velho, mas ainda assim implacável e com uma mancha em sua honra, por ter quebrado um juramento realizado.

Fabiana 09/01/2022

Pegando fogo
Realizar a releitura dessa série foi a melhor escolha que poderia ter feito, iniciar o ano com essa série que tem um quentinho no meu coração é tudo de bom.

Livros da Julie 15/02/2022

Uhtred coloca em xeque a sua fama de herói
-----
"As pessoas contam aos filhos que o sucesso está em trabalhar duro e ser frugal, mas (...) O caminho para a riqueza é se tornar bispo cristão ou abade de mosteiro, e assim ser imbuído com a permissão do céu para mentir, enganar e roubar, abrindo caminho para o luxo."
-
"Não somos marionetes nas mãos de Deus. Somos seus instrumentos. Fazemos por merecer nosso destino."
-
"A maioria dos pecados é doce. O diabo os faz assim."
-
"A inteligência é uma arma de gume afiado e longo alcance."
-
"As três fiandeiras veem nosso futuro. O presente dos deuses à humanidade é não podermos ver aonde os fios irão."
-
"Todos os anais de nosso tempo são escritos por monges e padres, e um homem pode ter fugido de uma centena de batalhas, (...) mas desde que dê dinheiro à Igreja será descrito como um herói."
-
"Quando um homem jura lealdade a mim ele se torna mais próximo do que um irmão. Minha vida é dele, assim como a dele é minha"
-
"os juramentos são a tentativa dos homens para determinar o destino. (...) é como estabelecer um curso, mas se os ventos e as marés do destino forem fortes demais, o leme perde seu poder."
-
"uma tripulação trabalha melhor quando acredita que seu senhor é justo."
-
"Para ganhar tudo, o homem precisa arriscar tudo."
-
"A prata costuma alcançar o que o aço não consegue."
-
"Nós buscamos o futuro. Olhamos sua névoa e esperamos ver algum marco que leve o destino a fazer sentido."
-
"Nenhuma coisa grandiosa é feita sem risco."
-
"tentou fazer leis que tornassem o pecado ilegal. Era o mesmo que tentar moldar a água na forma de bola."
-
"jamais acreditei que possamos melhorar o mundo, mas apenas sobreviver enquanto ele desliza para o caos."
-
"É estranho como sabemos imediatamente se gostamos ou não das pessoas"
-
"Todos somos pecadores (...) mas até a Igreja reconhece que uns pecados são piores do que outros."
-
"Alguns juramentos são feitos por amor, e esses não podemos violar."
-
"todos os guerreiros querem ser comandados por um homem que lhes traga sucesso."
-
"Presságios e sinais, vivemos segundo eles."
-----
Terra em chamas é o quinto livro da série Crônicas Saxônicas, lido com as @mafaguifinhos e @nleituras.

Envelhecido e debilitado, Alfredo tenta fazer o possível para evitar novas guerras e deixar o reino intacto para seu filho Eduardo, mas a paz nem sempre pode ser comprada com prata. As terras inglesas são boas demais para serem ignoradas pelos vikings e a todo momento surge um novo e poderoso chefe guerreiro para ameaçar a tranquilidade de Wessex.

Assim, Uhtred nunca se livra das batalhas. Ele sonha com o dia em que poderá se ver liberado do seu juramento ao rei e ir de vez para Nortúmbria, e uma inesperada tragédia parece ser o sinal para que ele persiga seu objetivo. Recuperar Bebbanburg pode se tornar realidade.

Porém, as fiandeiras não facilitam o caminho do nosso (anti-?)herói e tecem seu destino de forma tortuosa. Ele se vê obrigado a atender o pedido de auxílio da filha de Alfredo e novamente coloca sua vida a serviço dos saxões.

Dessa vez o autor nos conduz por uma grande viagem pela Inglaterra: do oeste de Wessex à Ânglia Oriental; da costa sul, passando pela Mércia, até a fronteira com a Escócia, onde somos apresentados à Constantino; e de volta ao mar, chegando até o litoral da Frísia.

No período retratado no livro, a História está prestes a atingir um ponto de inflexão e há um clima de virada de chave. A hegemonia de Wessex está por um fio e Alfredo, sempre um visionário, percebe que seu filho ainda não está devidamente preparado para assumir as responsabilidades do cargo. O futuro rei precisará de ajuda para continuar combatendo os invasores à espreita e ninguém melhor do que Uhtred para estar ao seu lado.

Nosso protagonista sofre um grande baque na trama, mas também cumpre uma profecia há muito anunciada e aguardada. As mulheres que cruzam o caminho de Uhtred, e que afetam boa parte de suas decisões, podem representar dádivas ou infortúnios. Embora extremamente autoconfiante, em um nível que beira a arrogância, ele por vezes se deixa impressionar por maus presságios e supostas maldições, o que reforça a ambiguidade de sua personalidade e o poder da influência mística de uma era tão orientada por crenças e religiões.

De caráter forte e perfil cativante, as certezas de Uhtred vivem lado a lado com suas inseguranças. As crises de consciência, as dúvidas que o mantêm acordado, todos os incessantes conflitos existenciais fazem o leitor se identificar e se solidarizar. Por mais guerreiro e poderoso que seja, ele não é completamente livre. Ninguém é. Temos apenas a ilusão de termos escolhas, mas sabemos de antemão quais faremos. Nossa liberdade e, por consequência, nosso destino, são limitados por rédeas curtas. A família, o amor, a amizade, a lealdade aos deveres e aos princípios ditam o rumo, sem dar chance a grandes fugas.

Além do fardo das escolhas, o livro nos faz refletir sobre o peso das penas aplicadas, consideradas os meios mais eficazes de coibir determinadas ações e, acessoriamente, impor respeito e manter uma reputação. Alinhados à sua mentalidade medieval, os antigos faziam o possível para que a desobediência às regras não compensasse, lógica que se mantém até hoje. Contudo, a dosimetria e a devida aplicação das penalidades ainda são questões não resolvidas. Com as incongruências normativas, a burocracia processual e a corrupção intrínseca ao sistema, as instituições são desacreditadas e a criminalidade é incentivada.

Porém, a vida é pintada em tons de cinza. O autor continuamente nos confronta com situações, falas e ações em que a tênue linha que separa o certo e o errado se desvanece. O que era considerado justo e ético dependia da tradição, de quem detinha o poder e, principalmente, dos interesses. As regras, geralmente, só servem para os outros. Foi desse modo que a Igreja começou a moldar mentes e costumes.

Em adição a todas as ótimas críticas e reflexões sobre o mundo dos deuses e o dos homens e como conciliar as vontades de ambos os lados, Bernard nos dá uma aula de como escrever uma história grandiosa, envolvente e sem um único segundo de monotonia. A cada livro o autor nos surpreende e nos deixa ainda mais fisgados por essa excelente saga.

site: https://www.instagram.com/p/CZzec-AuBgu/

Daniel.Lopes @encontrameulivro 28/03/2022

Cornwell e suas batalhas sujas e muito bem descritas, um espetáculo. Terra em Chamas mantém o padrão e entrega uma trama objetiva e tranquila de acompanhar e confesso que já estou ansioso para ler ao próximo livro da empreitada de Uhtred.