M. Scheibler 30/09/2012Os dois contos presentes no livro satirizam a Rússia do século XIX. Mostra a real posição das pessoas na sociedade. O autor satiriza o sistema, não perdoando sequer a polícia no primeiro conto, O CAPOTE.
Como a maioria das obras de autores russos, os contos apresentam uma leitura carregada, tanto do lado emocional quanto psicológico, com forte poder crítico. O vocabulário não é rebuscado, mas é necessário paciência para interpretá-lo.
O segundo conto, O RETRATO, é mais monótono, mas não de menor qualidade. Cito abaixo uma passagem interessante desse conto:
"O pintor-criador é tão eloquente no insignificante como no sublime; o ínfimo nele já não é desprezível, pois através dele transparece imperceptivelmente o maravilhoso espírito do que foi criado, e o insignificante recebe uma expressão sublime, pois fluiu pelo purgatório da sua alma".