Deco 22/02/2023
O quão próximo estamos de 1984?
A obra é muito interessante e, ao mesmo tempo, assustadora. Só de pensar que existem paises semelhantes ao de 1984, como é o caso da Coreia do Norte, já me deixa extremamente apreensivo, contudo, o livro é muito mais que isso.
A liberdade é o nosso maior bem, mais importante até que a vida. Quando um poder do estatal começa a censurar as individualidades e os questionamentos usando o AMOR e a PAZ como justificativas, ao meu ver é um sinal claro de que as coisas estão indo por um mal caminho.
O livro é surpreendentemente atual, de varias formas, mas aqui ressalvo 2 aspectos que podem soar bastante familiares.
O primeiro trata-se da configuração dos 4 ministerios deste país fictício: o ministério do AMOR (que combate os crimes de ódio e de "pensamentocrime", ou seja, o crime de questionar), o ministerio da VERDADE (que é a imprensa/propaganda estatal, que manipula as informações oficiais e é "inquestionável"), o ministério da PAZ (que cuida das questões de guerra) e o ministério da PUJANÇA (que administra a miséria do povo).
O segundo aspecto que gostaria de destacar é a importância da criação de uma "nova lingua" para o controle totalitário. A redução do vocabulário e a criação de expressões que simplificam raciciocinios complexos, sem deixar pretextos para discussões e contrariedade de pensamentos.
Palavras como "duplipensamento (acreditar mesmo sabendo que o fato esta errado), pensamentocrime (questionar), dentre outras, poderiam ser equivalentes de "mansplaning" e "apropriação cultural"? Será que o dabate público será reduzida a termos tidos como politicamente corretos e a simples objeção tornar-se-á antiética?
A liberdade é corroida aos poucos, por doses homeopáticas, e por isso, deve ser sempre defendida com o máximo esforço.