Juliete Marçal 05/05/2020
DOIS MAIS DOIS SÃO CINCO
"Era um dia frio e luminoso de abril, e os relógios davam treze horas."
O leitor é apresentado ao solitário e aflito Winston Smith, que vive em uma nação (a Oceânia) feita de opressão absoluta. A Oceânia é governada pelo Partido, um governo totalitário e repressivo que controla todos os aspectos da vida dos seus cidadãos, cujo comando é representado pelo Grande Irmão. Em Oceânia, ter uma mente livre é considerado crime. O governo dessa sociedade baseia-se em falsear a verdade, ao mesmo tempo em que institucionaliza a mentira. Como consequência, as pessoas têm os seus comportamentos, falas e pensamentos controlados e fiscalizados e, caso, elas venham a ter pensamento próprio e contra o Grande Irmão, serão reprimidas e punidas.
"O GRANDE IRMÃO ESTÁ DE OLHO EM VOCÊ."
O protagonista desenvolve pensamentos rebeldes contra a sociedade totalitária na qual vive, além de viver um romance proibido e se envolver em uma sociedade secreta que tem como objetivo derrubar o governo. O ponto de vista é direcionado para Winston, mostrando assim, o que acontece com o indivíduo que foge do controle do Partido.
"ABAIXO O GRANDE IRMÃO."
Como leitora foi desconfortante ter contato com a sociedade criada por Orwell. Ela beira ao terror psicológico de tão real, e dá medo de que a qualquer momento, iremos perceber que estamos dentro dela e já não há mais como sair.
"Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado."
Assim como o seu conteúdo político e a sua semelhança com o mundo atual, aquilo que mais me choca nesse livro é a forma como o autor conclui que as relações humanas podem ser cerceadas pelo regime no qual é submetida. Seja o afeto familiar, ou mesmo o amor entre duas pessoas, nada sobreviveria em um sistema distópico.
Apesar do livro ter uma temática mais pesada e ácida, - que é quase como um soco no estômago -, o autor consegue contrabalançar com uma escrita fluída. É uma história pessimista e que dá para entender o que ela quer dizer. É uma crítica aos sistemas totalitários. Mas será mais pessimista ou realista? Acredito que seja mais realista.
"Liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois são quatro."
Um livro distópico mas que se assemelha bastante com a realidade dos dias atuais. Com certeza, irei reler mais para frente, porquê acho que 1984 é um desses livros que se absorve coisas novas a cada releitura. Todo mundo precisa ler esse livro pelo menos uma vez na vida. Esse não é um livro comum.
Definitivamente uma leitura necessária! Favoritado pra vida!
"Os melhores livros compreendeu, são aqueles que lhe dizem o que você já sabe."
^^