spoiler visualizarKimelly Guimarães 24/01/2023
Melancia
Melancia é um romance sobre a arte de manter o bom humor mesmo nos momentos mais adversos. Com 29 anos, uma filha recém-nascida e um marido que acabou de confessar um caso de mais de seis meses com a vizinha também casada, Claire se resume a um coração partido, um corpo inteiramente redondo, aparentando uma melancia, e os efeitos colaterais de gravidez, como, digamos, um canal de nascimento dez vezes maior que seu tamanho normal! Nada tendo em vista que a anime, Claire volta a morar com sua excêntrica família: duas irmãs, uma delas obcecada pelo oculto, e a outra, uma demolidora de corações; a mãe viciada em telenovelas e com fobia de cozinha; e o pai, à beira de um ataque de nervos. Após passar alguns dias em depressão, bebendo e chorando, Claire decide avaliar os prós e os contras de um casamento de três anos. É justamente nessa hora que James, seu ex-marido, reaparece. Claire irá recebê-lo, mas lhe reservará uma bela surpresa.
Depressão pós parto: Claire precisa aprender a lidar com a sua nova situação, mas o choque de ser abandonada pelo marido foi muito devastador para ela. Claire se questiona o tempo todo porque o marido foi embora e teve coragem de traí-la, não consegue sair de casa, negligencia até os cuidados com a filha, passa os dias dormindo ou bebendo muito, não consegue nem ao menos ter forças para tomar banho. A depressão pós parto aliada ao choque da traição e abandono do marido deixaram marcas profundas em Claire, tanto que ela demora muito tempo para escolher o nome de sua filha, Kate, que todos os nomes que pensara, remetiam aos momentos que tivera com o marido, e aquilo era muito doloroso para Claire.
Anna Walsh: irmã mais nova de Claire, acredita em forças ocultas e raramente ara em casa ou em qualquer emprego fixo.
Helen Walsh: irmã mais nova de Claire, estudante, linda e a destruidora de corações, é petulante, a “cri-cri” da família, tudo tem que ser do seu jeito, e todos devem se moldar às suas vontades. Mas no fim gera muitas risadas ao longo da história.
Jack Walsh: o pai da família,responsável por limpar a casa e dar todo o apoio às filhas e à esposa, mesmo que às mulheres da sua vida o deixa com os nervos à flor da pele. Tem um papel super importante na crise de Claire.
Mary Walsh: a mãe da família, viciada em novelas, não tem nenhum talento para a cozinha e mantém sua família alimentada à base de comidas congeladas. Super católica, acredita no casamento e na importância da mulher de ter um homem.
Adam: amigo de faculdade de Helen, causa o “efeito Adam” em todas as mulheres à sua volta.
Algumas questões da cultura irlandesa me chamaram muito à atenção e pesquisando sobre o país descobri o site E-Dublin que aborda várias curiosidades:
religião: A Constituição, que entrou em vigor em 29 de dezembro de 1937 é um grande marco dos anseios de Eamon de Valera, na época líder parlamentar em Dublin. O objetivo era tornar a Irlanda um país agrário e católico, com um estilo de vida pautado pela Bíblia. Esta Constituição, aprovada por um plebiscito, teve como características a proibição ao divórcio e o impedimento da mulher à atividade doméstica.
Isso explica o porquê da mãe da família Walsh não se sentir na obrigação de cumprir as atividades domésticas, além da sua religião.
divórcio: o livro foi escritem em 1993, e em uma das passagens Claire afirma que mesmo se James quisessem eles não poderiam se separar porque o divórcio era proibido. No ano de 1986 uma proposta para eliminar a proibição constitucional do divórcio foi submetida a um referendo, entretanto, a proposta foi rejeitada. Apenas no ano de 1995, uma emenda removeu a proibição constitucional, mantendo algumas restrições, como a necessidade do casal estar separado por pelo menos quatro anos para requerer o divórcio legal. Apesar de legalizar a separação, a Irlanda ainda possui o segundo menor índice de divórcio da União Europeia.