@vcdisselivros 08/04/2020A graphic novel que irá te surpreenderQuem lê O conto da Aia não imagina que o livro foi escrito em 1985, mais de 30 anos atrás, por Margaret Atwood. A transcendência da autora revela uma distopia doentia, na medida que assusta por conter traços da realidade.
Na trama, sob o pretexto de que o antigo mundo estava envenenado pelo modo de viver da maioria, religiosos fundamentalistas derrubam o governo na América e estabelecem um novo estilo de vida na chamada República de Gilead.
Os Filhos de Jacó, cujo nome faz referência ao antigo testamento, acreditam que um sistema mais rígido irá corrigir a infertilidade mundial e aplicam um controle de gênero no qual as mulheres são uma classe secundária, probidas até mesmo de ler A bíblia.
Com isso, as contas bancárias e os bens de todas as mulheres são congelados e repassados ao homem mais próximo da família. Os empregos também são revogados, então todas são demitidas.
DIVISÃO DA REPÚBLICA DE GILEAD
Esposas: Mulheres casadas com comandantes.
Econoesposas:
Mulheres casadas com trabalhadores;
Tias: Atuam como vigilantes para ver se todas estão seguindo os preceitos;
Marthas: Empregadas nas casas dos comandantes;
Aias: Mulheres férteis que de algum modo não se encaixam nos grupos acima;
Jezebels: Mulheres destinadas a prostituição.
MÁQUINA REPRODUTORA
No novo formato, mulheres que viviam em pecado passam a ser classificadas como ?fecundas? ou estéreis.
As do primeiro grupo são enviadas a um local, onde sob a tutela de ?Tias? treinam para se tornar Aias.
Em Gilead, as Aias são destinadas ao caráter reprodutivo, ou seja, são elas as responsáveis por gerar os filhos das nobres famílias. A cerimônia/estupro ocorre de modo chocante sob pretextos bíblicos, na presença dos comandantes e suas esposas.
A protagonista da graphic novel é a Offred (que significa ?do Fred ? nome do comandante que ela foi destinada). É pela perspectiva dela que iremos acompanhar como uma mulher que antes era independente, casada e com uma filha foi separa da família e forçada a se tornar Aia.
SHOW DE CORES.
A arte e adaptação de Renée Nault se mostra rica mesmo para quem acompanha a série. O vermelho vivo e o tom de azul das ilustrações revelam a essência da obra, bem como uma sensação de depressão.
Como curiosidade, encontrei mais de 10 diferenças entre a série adaptada pela Hulu e a Graphic novel da Rocco, então se atente aos detalhes.