Gente pobre

Gente pobre Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Gente Pobre


655 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Fábio 05/12/2011

“Lembre-se de que pobreza não é defeito”

Gente Pobre é primeiro romance de Dostoiévski e como todo gênio, seja o primeiro livro ou o último todos são bons. Mesmo sendo epistolar, conseguimos nos transportar para o cotidiano dos miseráveis, dos pobres, dos humildes em seu dia-a-dia na antiga São Petersburgo. O livro tem poucas páginas, mas com muito conteúdo, principalmente sobre a pobreza que sempre é acompanhada com doenças. Makar e Varvara, os dois personagens principais, tem em comum o bullying. Este sofreu na infância no internato, aquele sofreu no serviço militar.

Como é de praxe, nas obras dostoievskiana, neste livro também encontramos um pouco de filosofia, na qual, Dostoiévski mostra como os pobres são expostos. Em sua visão, os pobres são expostos justamente por serem pobres. Na mente da sociedade o indivíduo pobre não sente vergonha que sua vida seja explorada, verificada, sua casa seja vasculhada, que seu nome esteja na boca de todos que dizem: “Como ele é pobre..., o que ele vai comer no almoço...” isso é mentira, pois o pobre também tem pudor. Para exemplificar, ele diz que, às vezes, por uma pessoa fazer uma doação a um homem pobre, seja em dinheiro ou cesta básica, esse doador pensa que tem direito em vasculhar sua vida e de sair falando de como não encontrou nada na geladeira do miserável. O doador não está fazendo uma doação, mas, pagando para expor a pobreza de outrem. Até a caridade anda confusa, conclui o autor.

Não há como não concordar com essa hipótese até os dias de hoje, veja os inúmeros exemplos que temos na televisão. O Programa do Gugu, em seus quadros de doações, de ajudar o próximo, expõe totalmente a pobreza da pessoa, a miséria em que ela vive, com quem vive, mostra para milhões que assiste o programa, para conseguir unicamente audiência. Chama a cidade inteira pra ir ver a doação, para depois, como em um ato de caridade e bondade ajudá-la, dando casa, roupas, móveis. Isso é caridade? De acordo com esse livro não. O programa está pagando para expor (de uma forma sensacionalista) a vida dos ajudados. Todavia, ninguém que recebe está preocupado com isso, muitas das vezes, as pessoas são tão humildes que acreditam que o próprio Gugu seja o misericordioso, o homem caridoso, não se lembram que ele é apenas o apresentador. O Gugu nunca tirou dinheiro de seu bolso, quem paga é a Record com os patrocinadores, quem escolhe quem vai ser ajudado é a produção e direção do programa, ele apenas e unicamente apresenta o quadro.

Outra hipótese é sobre as roupas novas. Segundo o autor, compramos botas novas para os outros, não para nós, senão houvesse ninguém pra admirar nossas roupas novas, ficaríamos com as velhas. Contudo, como existem as pessoas para verem, se usamos roupas velhas, corremos perigo de perder a honra, de ser mal olhado na rua, de ser mal atendido em algum lugar...

CHEGA! Quanta informação, lições, aprendizado tem em um livro que nada mais é que uma coletânea de cartas. Tem pessoas no mundo que realmente estão a passeio, senão conhecem ou nunca leram nada de Dostoiévski!


Gláucia 05/12/2011minha estante
Nossa, que desabafo. Estava inspirado hein?


Alana Homrich 02/02/2012minha estante
Se eu já consegui aprender com tua resenha, imaginas com o livro? Pretendo lê-lo!


Alessandra 11/03/2012minha estante
Me deu vontade de ler este livro. Irei procurá-lo. :)


Gustavo 15/12/2012minha estante
Excelente comentário! Parabéns!


Laíza 08/05/2013minha estante
Não,não li,mas tua resenha me fez ter certeza que,sem dúvidas,este livro é perfeito!


Matuto 05/06/2018minha estante
Pqp, que resenha. lerei com certeza!


Edy Marques 02/01/2022minha estante
Que resenha foi essa? Muito boa, mano. Vou ler agora esse livro.


Valarini 07/01/2022minha estante
Perfeito! É mesmo assim a vida?


Natty 09/01/2022minha estante
Melhor resenha que li até hoje.Parabens


Joseana.Moretto 10/01/2022minha estante
Sua resenha foi de grande ajuda para melhor entender esta obra prima, obrigada.


Bruna Gomes 17/01/2022minha estante
Parabéns pela resenha, me fez pensar bastante na minha vida quando minha familia precisava de ajuda pra comer e todos sempre tinham pitacos para dá. fiquei com bastante vontade de ler o livro


Duana Rocha 17/01/2022minha estante
Foi meu primeiro lido de 2022 e concordo com tudo! E como sou da área de saúde oq me chamou muito a atenção foi a relação explícita entre pobreza e doença, seja alteração fisica ou mental. Um reflexão bem importante que até hoje é tão visível na sociedade e é uma das maiores dificuldades do nosso SUS.


Fábio 18/01/2022minha estante
Nossa gente, muito obrigado! Li esse livro e escrevi essa resenha a mais de 10 anos atrás. O Gugu até faleceu nesse tempo. Mas infelizmente ainda está cheio de programas assim. Bom, não vou modificar nada, pois é a impressão que tive quando li. Em tempos de pandemia acabou aparecendo outra desculpa para se vangloriar das doações: (...)precisa mostrar os pobres que estão recebendo, porque são "invisíveis" na sociedade. E, também, (...)preciso mostrar tudo que faço para os miseráveis como forma de incentivar outras pessoas a doares e serem generosas também...


tatiana.bergamaschicosta 12/06/2022minha estante
Maravilhosa resenha! Parabéns e obrigada!


phany 22/12/2022minha estante
bom demais! obrigada


Coelho 28/01/2023minha estante
Estava a passeio até agora kkkkk vou começar minha primeira leitura dele agora mesmo.


GabrielSPRJ 24/04/2023minha estante
Maravilhosa resenha, me pegou no pragmatismo dos dias e das horas. A exemplo de todas as vezes que fui marionete a serviço de uma instituição chamada audiência. Parabéns!! Esse livro expoe a necessidade de termos pudor até mesmo necessitando do mínimo para sobreviver por que privacidade é mais uma das necessidades humanas.


Edson 11/12/2023minha estante
Esse livro é multifacetado. Dá pra explorar tantas coisas nele.


Yasmin.Barbosa 15/02/2024minha estante
Uma resenha de 12 anos me fez não desistir desse livro, que estranhei por ser em formato de carta. Obrigada




Flávia Menezes 15/01/2024

??SE UM DIA OCÊ SE LEMBRAR, ESCREVA UMA CARTA PRA MIM...?
?Gente Pobre? é o primeiro romance do escritor, filósofo e jornalista do Império Russo, Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski, que foi escrito entre os anos de 1844 e 1845, e publicado em janeiro de 1846, quando o autor tinha apenas 24 anos, revelando em suas páginas uma maturidade espantosa.

Com uma narrativa floreada própria da época, o romance é escrito em formato de cartas, onde um funcionário de meia-idade se corresponde com uma jovem costureira que mora próximo a ele, compartilhando um com o outro os pequenos acontecimentos diários de suas vidas sofridas, trazendo reflexões de suas individualidades que a miséria torna tão insignificante.

Dostoiévski era um leitor voraz, e estava tão instigado e envolvido por essa nova tendência literária do realismo russo, que "Gente Pobre" foi considerado umas das primeiras demonstrações do crescente amadurecimento desta tendência, colocando o nome do autor em grande destaque com outros escritores e com Bielínski, um importante crítico da época.

Tendo bebido em grandes fontes como Gógol e Púchkin, porém, acrescendo a escrita um toque especial "à lá Dostô", no qual não se limita a retratar o homem pobre e sem atrativos que tem a sua inteligência e capacidade esmagadas pela crueldade da sua condição social e financeira, Dostoiévski foi muito além de trazer à público sua manifestação em forma de romance social, para se aprofundar e sondar a alma dos seus personagens... o que pensam e o que sentem... estabelecendo com eles um diálogo honesto.

Neste romance, esse homem ?sem importância? é o mesmo que se tornará um ?homem grandioso? por ser capaz de pensar, sentir e agir da forma mais profunda e humana, ainda que socialmente esteja em uma condição de pobreza. E é nesta situação precária, onde enfrentam tantas privações, que seus personagens revelam a sua máxima sensibilidade e riqueza espiritual, munidos de compaixão um para com o outro (e para com os demais), agradecendo o pouco que recebem, e dividindo o pouco que possuem.

Acompanhar cada uma dessas cartas é algo tão belo, porque é impressionante a habilidade que Dostoiévski tinha de colocar tanta emoção em cada uma das suas palavras (naturalismo sentimental), nos fazendo criar esse vínculo quase que instantâneo com seus personagens.

E em pensar que Dostoiévski era apenas um jovem de 24 anos quando sua primeira tentativa literária foi lançada, e que maestria a dele em nos transportar para uma época e país tão distantes, nos fazendo ver com clareza cada um dos acontecimentos, mesmo com um mínimo de descrição, que nos faz ainda assim compreender tudo aquilo que não nos é dito.

Além disso, preciso confessar que ?Gente pobre? me transportou para um momento do meu passado, onde escrever e receber cartas era parte da nossa comunicação com as pessoas queridas, quando celulares ainda não existiam, e as ligações telefônicas eram muito caras. E como era gostosa essa sensação de ouvir o carteiro passar, e sair correndo só para conferir se havia alguma correspondência de um amigo ou amiga que morava longe!

Por isso não há como não dizer como foi prazeroso reviver essa sensação através das cartas trocadas por Makar Diévúchkin e Várvara Dobrossiélova. Especialmente porque era tão tocante a companhia que faziam um ao outro, mesmo quando não podiam estar perto.

Mas eu sinto que as cartas de antigamente não são iguais às mensagens de Whatsapp? ou Telegram? ou qualquer outro aplicativo de mensagens do momento.

Diferentemente dos nossos tempos atuais, onde é tão frequente a troca de mensagens, as cartas de Makar e Várvara eram tão cheias de honestidade. Não tinham medo de dizer o que sentiam, nem de partilhar cada pensamento, pois mesmo quando era necessário tocar em um assunto mais delicado, tudo era dito com tanto cuidado, que cada mensagem era recebida pelo seu interlocutor com a exatidão dos sentimentos que seu remetente teve ao escrever.

Isso me fez lembrar a época da minha adolescência, e das cartas que eu trocava com amigas que me pediam conselhos (ou vice-versa), em que falávamos de tudo abertamente, porque sabíamos que seríamos ouvidas sem preconceitos, e com a máxima atenção.

Que saudade desta época em que a honestidade era algo tão inerente às relações. Que falar de sentimentos era bom, e os ouvidos que nos escutavam eram tão cheios de carinho e empatia que não tinha como não sair de uma conversa sem se sentir muito mais forte e confiante!

E essas sensações do passado foram o que Dostoiévski mais me despertou com essa obra. E como foi bom relembrar algo tão sincero, tão verdadeiro, de uma época em que era tão corriqueiro escrever cartas. Algo tão distante das facilidades da tecnologia atual que tanto nos aproxima, mas que ao mesmo tempo nos afasta, porque hoje já não somos tão abertos como antes, e muitas vezes isso até nos expõe a mentiras que são ditas como verdades.

E aí eu me pergunto: por que temos que ter tanto medo de sermos honestos uns com os outros? Onde foi que perdemos essa facilidade de falar sobre o que pensamos e sentimos? Por que será que nos tornamos seres tão superficiais? Será que um dia seremos capazes de voltar a ser verdadeiros como antes? Sinceramente? Eu desejo que sim!
Cleber 15/01/2024minha estante
Belíssima resenha!


Flávia Menezes 16/01/2024minha estante
Muito obrigada, Cleber! ?


Núbia Cortinhas 16/01/2024minha estante
Amei a resenha! ???????


Flávia Menezes 16/01/2024minha estante
Muito obrigada, Núbia querida! Dostô merece! ???


Gabriela_Sut 16/01/2024minha estante
Adorei a resenha! ? Tenho muito interesse de ler esse!


Flávia Menezes 16/01/2024minha estante
Muito obrigada, Gabi! ?
Leia sim. Você vai gostar. A narrativa é bem gostosa e a história é muito bonita!!!


Fabio.Nunes 16/01/2024minha estante
Ótima resenha, como sempre. Esse livro não funcionou tanto pra mim, mas que bom que vc gostou esse tanto


Flávia Menezes 16/01/2024minha estante
Muito obrigada, Fábio querido! ?
E você não gostou desse? Fiquei curiosa pra saber o que não te agradou! ? Eu ando em um processo de identificação com o Dostô, daí não resisti às 5 estrelas.


Fabio.Nunes 16/01/2024minha estante
Flávia, eu achei uma leitura mais enfadonha, muito válida e revolucionária no momento em que foi publicada. Mas não me cativou tanto. E eu acho Dostô um dos meus autores prediletos. Problema foi eu ter lido Crime e Castigo antes. Aí eleva demais a expectativa rsrs.


Flávia Menezes 16/01/2024minha estante
Aaaah Fábio! Agora eu entendi! Imagino mesmo que ler uma obra dessas tenha te feito ficar menos encantado com ?Gente Pobre?. A magnitude de ?Crime e Castigo? deve ofuscar qualquer outra obra menor! ??


Wesley - @quemleganhamais 19/01/2024minha estante
Gostei da resenha. Foi a primeira obra que li do Dostô e tenho vontade de ler mais. Questões finais são pontos válidos para reflexões.


Flávia Menezes 19/01/2024minha estante
Obrigada, Wesley. ??
E esse foi seu primeiro do Dostô? Puxa! Que ótimo começo! Mas imagino como deva dar vontade de ler mais depois dele, até porque ?Memórias do Subsolo? é um livro que mexe muito e tenho certeza de que vai gostar de ler. ??


Wesley - @quemleganhamais 19/01/2024minha estante
Sim... Depois dele li Noites Brancas e mês que vem começo Crime e Castigo. Memória do Subsolo está na lista de leituras do ano. Dostô é um autor que mexe bastante com as emoções e leva a várias reflexões.


Flávia Menezes 19/01/2024minha estante
Wesley, ?Noites Brancas? foi incrível também! E ?Crime e Castigo? eu não vejo a hora de ler. Vou acompanhar suas impressões então no próximo mês! Dostô é fantástico mesmo! Cada livro dele é uma reflexão diferente, mas sempre profunda!




Wesley - @quemleganhamais 02/05/2023

Vida na Rússia
Esse foi meu primeiro livro de Dostoiévski e já nas primeiras páginas senti que sua escrita era pesada e cheia de informações. Cansava às vezes. Porém isso não tira a satisfação de ter concluído a leitura dessa obra.

Gente Pobre é uma obra composta por cartas escritas entre o senhor Makar e a jovem Varvara. Em meio a essas cartas vamos conhecendo um pouco dos personagens, suas histórias, lutas, anseios e sonhos.

Se tem uma coisa que fica claro aqui é que eles são pobres. E o livro dá uma ideia de como era a vida na Rússia dá época. As coisas não eram fáceis.

A partir das cartas também conhecemos um pouco mais sobre o estilo de vida russo. Achei bem diferente.

É possível refletir sobre a pobreza, sentido da vida, amor, amizade, cuidado, relacionamento, trabalho e família. Se tem uma coisa que aprendi com esse livro, é que Dostoievski acaba trazendo muitas questões em suas linhas.

No começo do livro estressei bastante com Makar, mas no final tive compaixão dele. Despedida e Solidão são coisas ruins demais.

Foi uma boa experiência e em breve lerei mais do autor.
nathaliart 03/05/2023minha estante
Preciso começar a ler Dostoievski, mas ainda falta coragem ?


Wesley - @quemleganhamais 03/05/2023minha estante
Sei como é... Mas vale a pena quando termina. Sugiro começar por uns mais "fáceis", aí o susto é menor. hehehe


nathaliart 03/05/2023minha estante
Alguma sugestão de título?


Letícia 03/05/2023minha estante
Dostoiévski é maravilhoso, te recomendo muito iniciar a próxima dele no livro "Noites Brancas" é um livro que na minha opinião, reflete o melhor dele, é curtinho e extremamente lindo.


Wesley - @quemleganhamais 03/05/2023minha estante
"Gente Pobre" foi o primeiro livro que ele escreveu. E tem também um outro chamado "Noites Brancas". São curtos e dá pra ter uma noção do autor. Não sei se compensa ler "Crime e Castigo" ou "Os irmãos Karamazov" logo de cara. Sei que existem muitos livros, mas os outros não conheço.


nathaliart 03/05/2023minha estante
Obrigada!!




Alê | @alexandrejjr 31/01/2021

Os selvagens urbanos

O Dostoiévski de "Gente pobre" já é, em doses homeopáticas, o grande escritor de "Crime e castigo" ou "Os irmãos Karamázov". E esse foi só o romance de estreia dele...

Ler Dostoiévski é ler um autor repleto de simbologias. E aqui o objeto de estudo dele são os selvagens urbanos: a gente pobre das cidades, esses corpos que sofrem e conhecem com maior intimidade as asperezas da vida. São as criaturas de Deus que nós, leitores, acompanhamos pelas ruas de São Petersburgo de maneira inacreditavelmente imagética. E o mais incrível: através apenas de cartas, pois temos aqui um romance epistolar.

Entre reverências e diálogos com livros de Gógol e Púchkin, Dostoiévski mostra com este romance, inegavelmente menor dentro da sua pesada obra, que são muitas as questões não resolvidas na humanidade que lhe interessavam e, com a aguçada capacidade que possuía, ele tratou posteriormente. Não temos aqui ainda o profundo escritor que vai antecipar várias questões que permearam o século XX (e permeiam direta ou indiretamente, com certa insistência, nossa existência) como a culpa, a responsabilidade, a ética do mal e do bem, a discussão acerca da ausência de Deus e o sentido da justiça e do perdão.

Em "Gente pobre" Dostoiévski tem, como primeira necessidade, mostrar que o outro existe, e essa busca vai acompanhá-lo gradativamente até o final da sua obra. Ele é um autor que funciona como uma espécie de espelho, pois suas personagens refletiam (e ainda refletem) as doenças sociais de seu tempo - muitas delas seguem até hoje, inclusive, piores do que ele jamais pôde imaginar.

Ah, é claro, leia o romance se tiver a oportunidade. Mas confesso uma coisa: particularmente acredito que "Memórias do subsolo" é uma opção mais vantajosa para fisgar leitores de primeira viagem no rico universo dostoievskiano, mas se a escolha for por este aqui, em nada os leitores perdem.
Alice @leituras_da_alice 31/01/2021minha estante
Eu inventei de ler ?o jogador? e não gostei nada do livro, mas foi vacilo meu não ter dado uma pesquisada antes de por onde começar! Daí fico com receio de ler outros livros dele e não gostar tbm..


Alê | @alexandrejjr 31/01/2021minha estante
Alice, eu aconselho voltar a dar uma chance pra ele. Tenta esse aqui ou o "Memórias do subsolo" e aí parte pros grandes romances, acho que vai rolar.


Aryana 01/02/2021minha estante
Belíssima resenha ??


Alê | @alexandrejjr 01/02/2021minha estante
Eu que agradeço a atenção, Aryana. Já lesse esse?


Aryana 01/02/2021minha estante
Esse ainda não li, mas acabei de acrescentar à lista ?




Francisco240 07/06/2020

Quero ler mais livros desse homem
A primeira publicação de Fiódor Dostoiévski, Gente pobre (1846). Um romance epistolar, com as verdadeiras características de escritor renomado; que todas as aflições que teve durante a vida lhe serviram de inspiração para a produção de grandes obras.
O livro se resume a troca de cartas pelas sofridas personagens Makar Alieksiêievitch e Varvara Dobrosiólova. Makar demonstra em suas cartas um amor paternal por Varvara e ela o corresponde como suas preocupações.
Na verdade, o livro se resume em cartas escritas de forma carinhosa relatando as histórias mais cimérias que retratavam a pobreza em que a Rússia se encontra em meio a década de 1840.
Leitura que super recomendo, a leitura não é simples, mas ainda sim é de fácil compreensão.
Ótimo livro! Amei ??
Bia 07/06/2020minha estante
Dostoiévski nos conquista depois dessa leitura. ?


Francisco240 18/06/2020minha estante
Primeiro contato com ele!


Francisco240 18/06/2020minha estante
Já amo sua escrita


Francisco240 18/06/2020minha estante
Não vejo a hora de colocar minhas mãos nos Irmãos Karamázov ou no Crime e Castigo


Bia 18/06/2020minha estante
Dois dos que mais quero conhecer, também!




João 21/11/2021

Gente pobre
Primeiro livro que leio do autor, e que também é a primeira obra de Fiódor Dostoiévski, que me deu na telha de ler todas as obras do mesmo, em ordem cronológica, então vamos lá.

Bem, o enredo do livro o aspecto da narrativa, na forma de cartas, trocadas entre dois personagens, Maka e Barbará, a forma que o autor mostra a perspectiva de focar sua narrativa no interior das pessoas, mostrando os psiques delas, seus problemas, sentimentos e conflitos.

Enfim, valeu a pena a leitura, primeiro livro do autor me agradou ;)
Michela Wakami 21/11/2021minha estante
Dei a mesma nota. Um bom livro. ?


João 21/11/2021minha estante
Simm!! ??


Karol Alencar 22/11/2021minha estante
Arrasou Chicó??????


João 22/11/2021minha estante
? obrigado! Rosinha!


Karol Alencar 22/11/2021minha estante
De nada ????




almeidalewis 26/01/2023

Condição humana
Apesar de ter escrito essa obra aos 24 anos foi uma obra bem madura e profunda tratando de um tema profundo que é a condição humana de pobreza ! Nessa narrativa entre um redator e uma costureira que se comunicam através de cartas trocando suas impressões e experiências diárias dos seus cotidianos. Narram suas circunstâncias sociais assim como a humilhação por eles vivenciais suas perspectivas, frustrações e planos para a vida. Dostoievski não apenas consegue captar como narrar os sentimentos mais profundos do ser humano com bastante clareza através dos seus personagens em sua obra.
Kelly Oliveira Barbosa 26/01/2023minha estante
Tenho uma edição na estante. Vou ler.


almeidalewis 27/01/2023minha estante
Muito bom Kelly, ?. Gostei muito ?


Jamile.Almeida 28/01/2023minha estante
Dostô é king, o resto nadinha!!! heheh


almeidalewis 28/01/2023minha estante
Jamile já lesse os irmãos karamazov ? Eu conheci ( em 2003 ) por uma indicação ( em um livro ) de um ex acessor da casa branca na época de Richard nixon...


Jamile.Almeida 28/01/2023minha estante
Ainda nao! Dele li: uma história desagradável, o homem do subsolo, crime e castigo e estou lendo os demônios. Em breve vou para ele!




GabyyAlmeida 16/11/2021

Gente Pobre
Makar Diévuchkin é funcionário público que tem um amor paternal profundo por sua vizinha Varvara Alieksiêievna que já sofreu muito na vida.
Eles se comunicam principalmente por cartas, são pobres, mas se ajudam com podem.
Compartilham as pequenas alegrias e tristezas do dia a dia, e assim, podemos tomar conhecimento de uma época de muita miséria que a Rússia viveu.

QUE LIVRO, QUE LIVRO!
Francisco240 16/11/2021minha estante
Fico feliz que tenha gostado


Francisco240 16/11/2021minha estante
Pegarei os que estão contigo e te emprestarei mais


Francisco240 16/11/2021minha estante
Pegarei os que estão contigo e te emprestarei mais


GabyyAlmeida 16/11/2021minha estante
Obrigada amigo




trizisreading 07/11/2023

Gente Pobre
Esse foi o primeiro romance de Fiódor Dostoiévski, e já com a publicação dessa obra logrou grande sucesso e reconhecimento, sobretudo pela crítica positiva de um dos críticos literários mais importantes da época, Vissarion Belinski.

A narrativa desta obra é feita por meio de uma troca de cartas entre os dois personagens principais: um funcionário público, Makar Diévúchkin, que tem a função de copista e trabalha em uma repartição pública de São Petersburgo, e Várvara Dobrossiélova, uma jovem adolescente.

Nessas cartas relatam experiências do dia a dia de angústia, felicidade, desespero, ou simplesmente relatos de acontecimentos que querem se manter a par. Ambos passam por uma situação de pobreza, embora Várvara tenha tido uma infância abastada, mas que no decorrer de sua vida acabou se tornando pobre também.

Em diversos momentos da narrativa me senti tocada pelos relatos de ambos os personagens, como no relato que Várvara faz de quando vivia com sua mãe e um amigo, ou então de quando Makar relata o momento em que, em um gesto de bondade, seu superior dá a ele uma nota de cem rublos, e embora esse dinheiro fosse uma enorme necessidade para Makar, o que realmente o deixa tão feliz foi o gesto de seu superior segurar sua mão (nesse momento me lembrei do filme "Parasita", pois rico não toca em pobre), e assim, ele diz que toda a vergonha que sentia sumiu, que se sentiu como um igual.

É possível também, perceber que existe uma afeição muito grande entre os personagens, pois mesmo que passem por grandes necessidades, estão sempre pensando em agradar o outro. Mesmo quando não possuem dinheiro, tentam de alguma forma lhes ser útil de algum modo.

mirianbezerra 08/11/2023minha estante
adoro suas resenhas amg, você escreve muito bem!


trizisreading 08/11/2023minha estante
@mirianbezerra muito obrigada, seu comentário fez meu dia feliz!


Sr. Paixão 09/11/2023minha estante
É de se admirar uma resenha assim.




Catia 05/05/2021

Gente pobre
Essa história e contada a maior parte através de cartas.onde mostra as dificuldade financeira e que muitas vezes precisam recorrer a ajuda de outras pessoas
Roberto 22/05/2021minha estante
E vale a pena a leitura?


Catia 23/05/2021minha estante
Eu achei bem mais ou menos


Roberto 23/05/2021minha estante
Obrigado ??




Rosangela Max 04/04/2022

Interessante forma de representar a miséria humana.
Resumidamente, é a história de dois personagens pobres que, no intuito de tentarem se ajudar mutuamente, se tornam ainda mais miseráveis.
Dostoiévski, com sua especialidade no tema, mais uma vez retratou muito bem o estado da pobreza e a solidariedade dos pobres. Mesmo vivendo no infortúnio, ainda tentam ajudar uns aos outros. Seja com apoio financeiro ou com apoio moral.
Recomendo a leitura.
Carolina 04/04/2022minha estante
Eu entendo que o protagonista é sim financeiramente pobre, mas sua maior carência é a de amor. Ele se põe nessa situação de tentar ajudar a "prima" muito além das suas condições, pelo prazer de ter um laço afetuoso com alguém, para não estar sozinho.


Rosangela Max 05/04/2022minha estante
Isso vale para os dois protagonistas. Eles tentam se suprir emocionalmente também, na medida do possível. ??


JurúMontalvao 05/04/2022minha estante
?interessante. já add na minha wishlist ?




Fernando Lafaiete 14/03/2019

Gente Pobre: Um romance que emociona pela simplicidade.
******************************NÃO contém spoiler******************************

Através de uma narrativa epistolar, Dostoiévski apresenta em "Gente Pobre", seu primeiro romance publicado em 1846, uma narrativa sensível que mostra a interação de dois personagens que ocupam um espaço social paupérrimo.

A relação de ambos não fica muito clara para os leitores e as descrições narrativas são quase nulas, o que não torna o romance fraco e superficial. Já fica claro toda a genialidade do autor, que nos encanta e nos faz refletir sobre diversos aspectos sociais; além de nos agraciar com características que viriam a marcar seu modo de narrar.

Temos o ambiente exercendo uma influência incontrolável nas decisões tomadas pelos personagens e "diálogos" profundos que emocionam e nos revoltam. Mostram a pressão de quem pode mais sobre aqueles que quase nada possuem. Vemos a busca incansável de se encaixar socialmente aceitando determinados situações como válvulas de escape. Não achei um livro espetacular e ainda não caí de amores por Dostoiévski, mas considero "Gente Pobre" um livro incrível, que tocou em algumas feridas e que me fez perceber que um autor que já começa sua carreira com um livro como esse, não poderia não se tornar um dos maiores gênios da literatura, como ele veio a se tornar.

"Há ricos que não querem ouvir os pobres queixarem-se do seu infortúnio. ­"— São a vergonha da sociedade e uns importunos. — dizem." Dar-se-á o caso de os lamentos dos esfomeados não deixarem dormir os que estão fartos?"­­­­­­­­­­­­
Calebe.Ferraz 06/07/2019minha estante
Leia crime e castigo e cairá de amor por Dostoéivski


Fernando Lafaiete 06/07/2019minha estante
Então Calebe, já li e achei bom, mas não excepcional. :/


Calebe.Ferraz 06/07/2019minha estante
Acontece meu amigo




Lis 10/10/2022

Gostaria de saber o que aconteceu depois da última carta
O romance descreve com precisão os sentimentos, as pequenas glorias e as dificuldades vividas pelos personagens. Torci pelo Bem de Varvara e Makar, Mas a obra é realista e não resta espaço para finais felizes.
Me conquistou antes mesmo de começar a leitura, apor ser um romance epistolar.
Ana 10/10/2022minha estante
Em relação a escrita, é difícil de ler? Estou com ele no meu carrinho, tenho vontade de comprar, mas receio ser difícil de compreender, não conheço a escrita do autor.


Lis 10/10/2022minha estante
Não achei difícil não, talvez um pouco maçante por ser repetitivo. Se nunca tiver lido autor antes recomendo Noites Brancas


Ana 10/10/2022minha estante
Tá. Obrigada.




Kethely.Karol 10/03/2023

Realidade
O livro se passa ao longo das cartas trocadas entre Várvara e Makar, que na minha percepção, tem uma relação de pai e filha, cada um com sua história e vida sofrida.

Várvara, ao longo da vida, perdeu àqueles que amava. Já Makar, nunca encontrou algo que o prendesse e o fizesse se sentir em casa, e ali eles se encontram e se identificam, cada um na sua realidade, tristeza e pobreza.

Como conversava com uma amiga, os dois são inconstantes e incertos, ora dizem uma coisa e fazem outra, ora mudam as decisões...mas acho que isso é a vida mesmo, especialmente dependendo das circunstâncias - e a pobreza, muito bem retratada no livro - é um fator decisivo para muitas decisões na vida.

A crítica social e o relato da pobreza feito pelo autor, de fato, são muito fiéis e verdadeiros. É possível se imaginar nas cenas e se inserir na realidade dos dois.

Ao longo do livro, sentimos alegria, tristeza, remorso, raiva, pena e vários outros sentimentos e questionamentos.

Dostoiévski é um autor complexo e é capaz de nos trazer diversos questionamentos e sentimentos, o que é muito bom!

Em resumo, é uma boa leitura, que traz boas reflexões.
debs 10/03/2023minha estante
Amei sua resenha! Expressou muito bem o que senti quando terminei


MaywormIsa 10/03/2023minha estante
Muito boa resenha! Este está na minha lista de espera. Só não entendi bem se as personagens se conhecem e como começam a trocar essas cartas?


Kethely.Karol 10/03/2023minha estante
Muito obrigada, meninas!

Isa, sobre o livro, eles são vizinhos e eles se conhecem sim.




655 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR