A Rainha do Ignoto

A Rainha do Ignoto Emilia Freitas




Resenhas - A Rainha do Ignoto


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Layla.Ribeiro 20/05/2023

Para quem não conhece, esse foi o primeiro romance de fantasia publicado no Brasil, no final do século XIX por uma mulher, professora e cearense. Um romance que não foi valorizado por seus conterrâneos e que ficou e ainda está esquecido pela literatura e editoras brasileira, confesso que não sou muito de ler elementos pré-textuais de um livro, mas a curiosidade sobre a história desse livro foi tão grande para mim que li tudo e até as notas, quem for ler nessa edição independente recomendo que leia, a introdução, que é muito boa e explicativa, mostra como foi dificultoso para os editores encontrarem essa obra e traze-la para nós leitores adaptando algumas palavras que perderam o uso e para a reforma ortográfica atual, além de mostrar alguns dos comentários da época sobre o livro e o possível motivo de ele ter sido esquecido. O livro conta a estória da misteriosa Rainha de Ignoto que circunda e assombra os moradores de uma pequena cidade do Ceará, na qual um doutor recém instalado nessa cidade se interessa pela narrativa e tenta descobrir quem é essa figura misteriosa. Apesar de não ter uma divisão clara, eu enxerguei a narrativa em duas partes: a primeira que é antes de descobrir quem é a rainha, na qual temos um núcleo de personagens e um enredo secundário que lembra muito um romance da época, a história desse núcleo secundário me prendeu mais ao livro que a estória principal. E a segunda parte que se passa após a descoberta do reino de Ignoto, formado por mulheres, as paladinas, muito delas salva de algum tipo de violência e a partir dai o leitor do século XXI vai perceber o quanto a Emília foi visionária e progressista em sua época, ela aborda temas como igualdade de gênero, abolicionismo, a hipocrisia da religião e desigualdade social, a autora foi brilhante na construção do antagonista de Ignoto, afinal quem seria contra a uma sociedade formada por mulheres independentes e contra o sistema? O defeito do livro para mim foi na rápida finalização dos núcleos e de alguns personagens que achei muito apressado e não condizente com o enredo que ela propõe. Se você é fã de livros de fantasias ou de literatura clássica nacional esse livro é de leitura obrigatória pra você.
Renato375 20/05/2023minha estante
A melhor resenha até agora.


Derso 21/05/2023minha estante
Achei esse livro curioso, já vou colocar na fila de leitura.




Vitor.Luiz 19/10/2020

Emilia Freitas merece mais!
Como é que eu passei 20 anos da minha vida sem nunca ter ouvido falar dessa autora e obra , eu não sei. Bem, eu consigo facilmente imaginar os motivos do porque não ter se popularizado tanto quanto outros livros de outros autores, mas eu não estou para aqui para discutir isso. Vou focar apenas em resenhar mesmo.

Eu não quero perder tempo, então...RECOMENDO ESTE LIVRO PARA TODO MUNDO.

A trama é maravilhosa; os cenários característicos brasileiros é tudo que eu poderia pedir de um livro nacional; os elementos fantásticos são tão bem introduzidos e utilizados durante o decorrer da narrativa, que eu quase fico triste por saber que se trata de um livro único e não tem mais disso. E o que falar sobre as discussões que são apresentadas? Para um romance escrito no final do século XIX, os temas retratados são atuais demais e tornaram esse livro uma das leituras mais ricas que eu já tive. Eu me sinto obrigado a dizer mais uma vez, recomendo muito esse livro para qualquer pessoa que queira uma estória sobre o Brasil, com fantasia, discussões magnificas e episódios que com certeza prendem o leitor de uma forma que muitas outras obras sonham em fazer.

Deu pra perceber que estou meio exaltado e to bajulando muito a autora e esse livro, mas é porque Emilia Freitas merece e mais pessoas deveriam conhecer o trabalho dela.
Deco 21/04/2024minha estante
Me convenceu. Foi para a lista de desejo para 2024. Obg


Deco 21/04/2024minha estante
Me convenceu. Vai para a lista de 2024




hanny.saraiva 20/11/2017

Revolucionário para a época, um caso de estudo para atualidade
A Rainha de Ignoto é um excelente caso de estudo, pois aborda temas revolucionários para a época que o livro foi escrito: uma sociedade de mulheres que ajudam pessoas, que lideram e têm controle sobre si? Acho que não acontecia com frequência em 1899. Todavia, é uma obra datada, que não ultrapassa os séculos. Me senti lendo uma peça de teatro, onde vários personagens entram e saem, com intuito de dar dinâmica à narrativa, senti falta de um aprofundamento dos personagens, pois muitas vezes me sentia confusa com tanta gente na trama. Abordando o espiritismo kardecista, a obra dialoga com o ato de "doar-se", de ajudar àqueles que necessitam, muito parecido com o lema de Kardec. É pra ler para estudar e entender o papel da mulher naquela sociedade. Uma tentativa de quebra de paradigmas.
Dani Leal 30/03/2018minha estante
Hanny.saraiva, Estou em busca deste livro para compra. Você gostaria de vender o seu exemplar?

Somos um grupo de estudos intitulado "Saúde Mental e Gênero" aqui de Brasília que estuda questões principalmente ligadas ao Feminismo. No momento estamos buscando a Obra para trabalhar e ajudar a desenvolver as discussões do grupo. Caso se interesse por vender seu livro, pode enviar um email para fontouradaniele@gmail.com
Grata!




Leituras Da Mih 24/10/2019

Livro fantástico. Emília Freitas a frente de seu tempo
Erudito Principiante 24/10/2019minha estante
A sinopse fala apenas da autora e não da obra em si...




Andynho 25/03/2020

A rainha do Ignoto - Breve resenha.
Emília Freitas é mais uma das escritoras que, infelizmente, o sistema apagou da Historiografia Literária Brasileira, assim como aconteceu com Maria Firmina dos Reis, Júlia Lopes de Almeida ou Carolina Maria de Jesus, dentre tantas outras mulheres que, mesmo com histórias fortes e escrevendo histórias fortes, não são reconhecidas pelo empenho do trabalho com a escrita.
Cearense, abolicionista e professora, Emília enveredou pelo caminho fantástico da Literatura, escrevendo, talvez, o primeiro romance de realismo fantástico do Brasil, A rainha do Ignoto.
A obra narra as aventuras do recém formado em direito Edmundo Lemos que, ao passar pela cidade Passagem das Pedras, descobre um mistério envolvendo uma moça encantada que governa uma sociedade matriarcal subterrânea, O reino do Ignoto.
A Funesta, ou a rainha do Ignoto, ou Vossa Bondade, ou a filha do caçador de Onças ou Diana, a mesma personagem, é sem dúvida a melhor heroína Literária que eu já tive o prazer de ler. Longe de querer empregar de forma errada o termo "heroína", como muitas vezes se usa em algumas personagem femininas, a Rainha do Ignoto, de fato, é digna do termo, uma vez que ela acolhe, governa e salva pessoas em situação de vulnerabilidade, desde de crianças abandonadas à mulheres surradas por maridos violentos e maldosos.
A leitura dessa obra fantástica é fluída, visto a variedade bastante cearense mobilizada no livro. Aos meus alunos que estão estudando Conto fantástico ou Literatura Fantástico, fica a indicação de um ótimo livro BRASILEIRO e CEARENSE, bem como a indicação serve para leitores de Harry Potter ou Percy Jackson, dêem uma chance a Literatura Fantástica produzida em terras Brasileiras, vocês vão adorar.
Daniel.Malaquias 25/05/2020minha estante
Senti-me representado nessa sua crítica. O livro é realmente muito bom, tive o prazer de conhecê-lo através de um seminário de Letras, onde a obra foi mencionada por minha professora da graduação. Não conhecia nada do romance, muito menos de sua autora e olha que sou cearense heheh, todavia a leitura me fascinou e sou bastante grato por ter sido apresentado à essa obra.




Karoline67 18/01/2021

Deus não precisa de templo porque tem por altar o universo
QUE LIVRO FODA! Ainda não tô sabendo lidar com as impressões que a Rainha do Ignoto deixou em mim. É revoltante que uma autora tenha sido brilhante e vanguardista desta forma e tenha ficado no limpo por tanto tempo pelos literatas machistas.
Emília conseguiu misturar abolicionismo, republicanismo, feminismo, espiritismo, hipnose, crítica à Igreja Católica, fantasia e aventura - tudo em um só livro maleável e leve, sem ser rebuscado ou pesado. Amei a leitura, amei conhecer essa nordestina arretada, amei tudo!
Amanda 19/01/2021minha estante
Fiquei com vontade de ler com esse seu comentário




Vilamarc 15/09/2020

Fantasia cearense
Não vou falar do enredo, já que fantasia nem é meu gênero favorito. Embora seja necessário dizer que o Vale do Jaguaribe até hoje tem sua aura de mistério.
Também não quero me alongar nas credenciais desse livro: romance feminista do século XIX, antiescravista, republicano, precursor da ficção científica dentre muitas outras qualidades.
Quero ressaltar que "A rainha do Ignoto" é um grito desesperançado contra toda a realidade massacrante advinda da descrença nas instituições, políticas, sociais, religiosas, onde só um outro mundo utópico e renovado é possível.
Da mesma forma é preciso falar da poética contida nas páginas de exaltação das belezas naturais do nosso Ceará, da percepção das pequenas e singelas riquezas que só uma observadora sensível é capaz de captar e transformar em letras tão comoventes.
Sim, esse livro tem muitas questões datadas, mas temos muitas outras ainda a extrair de seus temas.
Debora 15/09/2020minha estante
Com esta resenha, já tenho que ler...




Brina 22/04/2024

Um livro de extremamente importante para o Brasil, onde uma mulher escreve no século XIX assuntos importantes como feminismo, abolição da escravidão, críticas as igreja e todo posicionamento de homens e mulheres na sociedade. O livro também aborda habilidades sobrenaturais o que faz desse livro ser o primeiro Realismo Fantástico brasileiro. Ainda há resquícios de uma cultura influenciada pela época nos diálogos, mas nada que não possa ser compreendido por ser escrito em tal época.
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Hellen84 07/06/2020

A Rainha do Ignoto não só encanta os personagens do livro como encanta ainda mais a quem lê.
O mundo criado nessa narrativa bem podia ser real, chega perto de ser o lugar ideal onde bondade e justiça (aquela realmente justa) andam em equilíbrio.
A leitura flui muito rapidamente e é muito gostosa, a única coisa que me fez largar esse livro antes do final, foi o sono AHAHAH

Livro maravilhoso como qualquer outro que a Wish nos traz
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thyarac 12/06/2020

Uma escrita difícil algumas vezes, um cearenses maravilhoso. Uma história incrível de mulheres fortes e destemidas. Cheia de poesia divinamente inserida no enredo. A Emília você é incrível.
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Ohara 13/07/2020

A autora estava muito além de seu tempo, são tantos detalhes em plena época dos grandes avanços cientificos e tecnológicos.

Esse não deveria ser um livro tão negligenciado na nossa literatura. Carrega uma cultura tão rica, com uma linguagem tão cotidiana e fluida (muitas daquelas palavras e expressões são usadas até hoje).

Enfim, eu gostei muito, e realmente espero que ele seja mais valorizado e reconhecido em nosso país.
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Maria4735 31/07/2020

Peculiar eu diria...
Foi uma experiência peculiar eu diria, muito diferente do que eu esperava.
A Rainha do Ignoto é mais uma história sobre o ser humano, sobre nossos sentimentos, mas de uma forma romântica.
Não sei muito o que dizer, apenas que é uma história que vale a pena ser lida e desbravada, e é uma pena que essa história, genuinamente brasileira e feminina, não seja tão conhecida.
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Coruja 15/08/2020

Não me lembro quando foi a primeira vez que ouvi falar em A Rainha do Ignoto, mas foi sempre num tom de elogio e curiosidade por seu pioneirismo no cenário de literatura especulativa cá no Brasil. Assim é que, quando a Wish anunciou que ia lançá-lo numa campanha do Catarse, não tive dúvidas em ir atrás de apoiar. Aí a Andrielle, do Biblioteca Híbrida, anunciou uma leitura coletiva da obra e me empolguei para participar, de forma que o romance de Emília Freitas pulou para a frente da lista de leituras cá no Coruja.

A história é narrada por Edmundo, um jovem bacharel que após desperdiçar sua herança viajando pelo mundo, parte para uma vila no interior cearense, onde lhe restou uma fazenda. Logo ele se insere na sociedade de Passagem das Pedras, com suas pequenas intrigas, bailes e procissões, e também suas lendas, como a da Funesta, uma moça encantada que mora numa gruta próxima da cidade. Após presenciar o espetáculo da moça em sua primeira noite na vila, Edmundo acaba se envolvendo numa trama de mistérios e disfarces, em uma sociedade de mulheres que se intitulam Paladinas do Nevoeiro e que têm por objetivo levar o bem e a justiça aonde quer que se encontrem.

Sendo uma obra de época e regional, há quem possa estranhar algumas palavras e expressões; essa edição resolve parte do problema com notas de rodapé que esclarecem os termos mais obscuros. De resto, é uma questão de costume - quem gosta de ler clássicos não terá dificuldades com o vocabulário, mas quem não está acostumado pode ter um pouco de dificuldade. O desafio, contudo, vale à pena ser enfrentado. A Rainha do Ignoto tem uma prosa poética, singela, repleta de ritmo. Nesse aspecto, pessoalmente, foi algo que me soou familiar: lembrou-me de noites na calçada da casa da minha avó, ouvindo várias pessoas contando "estórias de trancoso", de moças encantadas, fantasmas vingativos, lobisomens e romances malfadados. Freitas tem a mesma cadência e sotaque desses contadores de estórias com quem tive a sorte de crescer.

Há sim, muito de familiar aqui. Um tanto do humor que graceja na primeira parte lembra comédias de costumes como Memórias de um Sargento de Milícias e A Moreninha; a Ilha do Nevoeiro me fez pensar muito em histórias de náufragos e, em especial, n'A Ilha Misteriosa de Jules Verne (Diana me parece ter muito em comum com o Capitão Nemo, inclusive nos nomes assumidos e em sua visão sobre as injustiças do mundo). Da primeira aparição da Rainha pensei também nas baladas de Tennyson e Keats - A Dama de Shalott e outros do ciclo arturiano me parecem uma clara inspiração, com todo o mistério por trás de Avalon; e La Belle Dame sans Merci é um epíteto que bem poderia ser aplicado à Rainha por Edmundo.

Tal familiaridade, contudo, não tira do fato de que, para quando foi escrito, A Rainha do Ignoto estava muito à frente de seu tempo. Feminista, abolicionista, republicana, anticlerical, quiçá até socialista, com uma forte crítica sobre costumes e classes, Emília Freitas passeia por gêneros, foge do romance padrão e deixa uma mensagem sobre o papel que cada um tem no mundo e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Publicado em 1899, na virada do século, é considerado o primeiro romance de fantasia e ficção científica brasileiro. Pessoalmente, reluto em classificá-lo como fantasia. Há tentativas de explicação para alguns dos fenômenos que ocorrem no enredo: magnetismo, hipnose, a boa e velha manipulação e até mesmo o poder do dinheiro. O conhecimento e a capacidade de ação de Diana/Rainha/Funesta podem ter justificativas racionais, ainda que a falta de respostas definitivas nos façam pensar em algo sobrenatural. Por outro lado, a parte mais mística, com direito a fantasmas e sessões mediúnicas está ligada ao Espiritismo e, se religião é fantasia para alguns, não é para todos.

Se não fantasia, concordo com a classificação de ficção científica. A base principal da história, afinal, é a comunidade secreta construída na Ilha do Nevoeiro, uma perfeita utopia, e como os membros dessa comunidade intervém na sociedade que conhecemos, especialmente no lidar com injustiças e misérias do mundo. Para tanto, as paladinas se espalham, levando dinheiro, remédio, palavras de apoio, libertando escravos, castigando criminosos, tentando fazer o possível mesmo diante das constrições sociais normais que se esperariam da época.

No final das contas, contudo, não há muito interesse em categorizar A Rainha do Ignoto, porque Freitas simplesmente não se restringe para contar sua história. Há elementos de vários gêneros - romance psicológico, comédia de costumes, utopia, aventura - e, dessa forma, desafia rótulos fáceis. Talvez mais próximo seria chamá-lo de uma ficção especulativa e, daí, simplesmente aproveitar a leitura.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2020/08/a-rainha-do-ignoto-uma-romance-frente.html
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Ingrid 23/08/2020

Uma fascinante descoberta da literatura brasileira.
Gostaria de mais detalhes das mulheres resgatas e dos trabalhos na Ilha do Nevoeiro em si. Tirando isso, que incrível ter acesso à essa obra de uma mulher cearense e de uma mulher sem medo. Fui impactada em diversas passagens do livro e não paro de recomendar a todos.
"[...] Pois a mulher superior é a encarnação da indiferença e até do ódio da maior parte dos homens".
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