spoiler visualizarDani Ferraz 12/08/2019
Lágrimas nos cantos dos olhos
Este livro aborda dois temas que mexem com a gente, a morte e o amor e além disso é escrito em formato de cartas, uma belíssima e comovente troca de correspondências entre pai e filho. Tudo se passa em Oslo uma cidade norueguesa onde morava Georg (o filho), sua mãe, seu padrasto e sua meia irmã e esta troca de correspondências começa quando os avós de Georg, um dos narradores da história, encontram uma carta deixa pelo seu pai já falecido há 11 anos, quando ele ainda era um bebê de 3 anos de idade.
O pai de Georg decide contar ao filho apenas uma coisa, uma enigmática, maluca, interessante, apaixonante e comovente história sobre “A garota das laranjas”. E não demora muito para que a gente devore as páginas do livro para querer saber: Quem é aquela garota das laranjas? Por que desde o primeiro encontro com ela em um bonde, o pai de Georg como num conto de fadas ficou encantado e não conseguia mais parar de pensar nela? Procurá-la pela cidade? Imaginar e inventar histórias do porquê ela estava carregada de um saco de laranjas que mal cabiam no seu colo. E o pior, ela sabia o nome dele, Jan Olav (pai) era o seu nome à propósito. Como ela sabia? E porquê em um de seus encontros ela pediu para que ele tivesse paciência e lhe esperasse por mais seis meses? O amor consegue esperar?
Este livro se passa em três tempos, o de Georg - o filho lendo uma carta do pai - o do pai já doente, em fase terminal, gastando seus últimos dias de vida para deixar uma história ao filho que pouco conheceu e também do pai narrando a busca por esta garota.
Georg não demora muito para perceber que esta história deveria ser importante pois fez com que seu pai nos últimos dias de vida escrevesse um extensa história apenas sobre ela. Além do mais, o garoto pôde ver quanta coisa eles tinham em comum reconhecendo na sua escrita estas semelhanças.
Este livro é um enigma para você decifrar, em meio à esta história você ainda consegue aprender sobre o espaço, sobre música, sobre física, de forma também filosófica que é uma das características deste autor, um livro cheio de surpresas do começo até a última página que me levou a gastar uma caixinha de lenço de papel pelas lágrimas que escorriam no canto do olho, principalmente quando ele questiona o filho que se lhe fosse dado o direito de escolha de ter nascido e vivido sem a presença do pai se ele assim mesmo o faria, se gostaria de vir ao mundo novamente ou optaria por não nascer. Além disso no fim ele deixa uma linda mensagem e uma tarefa para nós leitores, para perguntarmos aos nossos pais como eles se conheceram, qual história de amor os envolve e o quanto somos privilegiados de terem nos dado o direito de viver.
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