Resenhas - Capitães da Areia

Thayná 17/10/2020

Atual e necessário
Esse livro deveria ser leitura obrigatória a todos, tamanha beleza, poética e sensibilidade colocada na escrita de Jorge Amado, que para constituir a história, literalmente viveu com os garotos do trapiche. A história é contada de maneira tão simples que torna impossível não se sentir no lugar de cada um deles. Meu livro favorito da vida, que me abriu as portas para esse escritor impecável e muito a frente do seu tempo.

Guilherme Silva 24/09/2021

Resenha top
O livro Capitães da Areia de Jorge Amado apresenta como visão em primeira pessoa da sociedade por parte do grupo de jovens, abordando como tais protagonistas são vistos e vêm a sociedade a qual habitam. Jorge Amado aborda problemas sociais ao mesmo tempo que evolui os seus personagens, tanto fisicamente como moralmente, sempre enaltecendo os problemas enfrentados por eles para conseguir a sua sobrevivência em meio ao mar de discriminacões e preconceito. O escritor fez questão de contribuir para a sociedade atual na forma de "reflexão", já que a trama do livro não muda muito dos tempos atuais, sendo uma forma de lição de moral para as pessoas que não convivem com os problemas sociais no dia a dia,  e possuem uma visão "limitada" da nossa defeituosa sociedade. O livro por ser um tanto atrativo e possuir um caráter que prende o leitor aos personagens criando um laço bem forte, além de ser uma baita livro "atual" eu indicaria sim ele, é tanto que já indiquei à minha irmã para ler!!.

ElisaCazorla 23/11/2022

Emocionante a atual
Este é o meu primeiro contato com a obra de Jorge Amado e não poderia ter sido melhor! O que esperar de um livro cujos personagens principais são meninos de rua? Resposta: um livro emocionante!
Gostaria de dizer já de saída que nos posfácio ficamos sabendo que o autor dormiu com os meninos abandonados e por isso conseguiu tão majestosamente construir personagens vivo que nos tocam profundamente e cenários que saltam das páginas.
Eu me apaixonei por todos os personagens! Estou impressionada com a habilidade do autor em criar personagens cativantes e muito interessantes. Inclusive, alguns aparecem poucas vezes mas ele são gigantes nas poucas linhas que falam deles.
Chorei e me emocionei durante toda a leitura. Torci pelas fugas, me revoltei contra policiais e outras autoridades e, o mais incrível, corri com eles nos seus roubos, torci com eles pelo sucesso de seus crimes. Por que isso? Porque essa tragédia se explica e somos todos culpados! O sistema abandona essas crianças. O Estado ignora esses pequenos cidadãos. O Estado apenas olha para eles quando são jovens que perturbam a ordem do sistema.
Acompanhamos uma conversa dos representantes deste sistema brutal e, sem qualquer surpresa, vemos o quanto o sistema tenta eliminar o problema que ele mesmo causa em vez de procurar soluções pra evitar o problema. Não é eliminando o menino de rua que vamos resolver o problema do abandono. Temos que descobrir por que crianças não têm pra onde ir, entender os motivos que as levaram escolher as ruas e acolher essas crianças.
Impossível para mim não pensar agora no quanto nossa sociedade moralista e hipócrita tem tanto afã para "proteger" um feto e, ao mesmo tempo, o mesmo afã para eliminar crianças que vagam pelas ruas de suas cidades cometendo pequenos furtos ou apenas sujando a bela paisagem urbana. São crianças forçadas a sobreviver como adultos e maltratadas e punidas como criminosos. Uma grande tragédia símbolo de nossa moralidade podre.
Livro lindíssimo, incorrigível e memorável. Recomendadíssimo!

mari152 13/09/2023

Atemporal.
Demorei algumas horas pra resenhar depois de terminar a leitura, precisei deixar passar um tempo.
a leitura desse livro, pra mim, teve bastantes altos e baixos, e achei que isso ia influenciar no que eu achei dele, mas no final, quando eu peguei o ritmo, ficou tão bom e sentimental e INCRÍVEL que eu tive que dar 5 estrelas e ainda por cima favoritar
geralmente, nas minhas avaliações, eu uso critérios de personagem, quanto aquele livro me prendeu (se eu ficava com vontade de parar de ler, meio com preguiça) ou não, e as vezes, o final é tão bom que não consigo levar o resto dos critérios em consideração. foi isso que aconteceu com capitães da areia.
eu demorei na leitura bem mais do que achei que demoraria, o início meio que implicava que não devia ser um livro lido com pressa, mas eu não podia demorar (foi emprestado da biblioteca da escola)
eu lia um pouquinho de cada vez, até que no início dessa semana o prazo foi ficando meio apertado e resolvi pegar o ritmo. consegui.
as últimas 100 páginas foram uma mistura de choque, humor, tristeza, confusão, tudo junto e foi bom demais, me arrancou lágrimas e risadas, tudo junto.
foi o primeiro clássico brasileiro adulto que eu li e me apaixonei.
entendo o motivo de ter sido censurado, as afrontas ao governo, as ideias comunistas de jorge amado refletidas nos personagens, o que foi algo que me fez gostar ainda mais do livro, por concordar plenamente com elas. era difícil ler as partes em que eles sofriam algo na mão da polícia, ou quando o pedro foi pro reformatório, uma dor misturada com indignação que é inexplicável.
tudo que eles precisavam é de uma mãe pra chamar de sua, pra aconselhar, confidenciar seus segredos (como fez o pirulito sobre querer ser padre), remendar suas camisas direto no corpo com toques carinhosos e maternais (como o gato tanto se alegrou por), e a presença da dora só deixou isso tudo ainda mais claro: se eles tivessem uma família, estariam bem.
os capitães da areia vão morar pra sempre no meu coração.

Pâmela Cristina 19/05/2022

Uau!!! Que livro incrível, definitivamente uma das melhores leituras que fiz na vida. Capitães de Areia é um livro atemporal, que trás uma riqueza de discussões politicas, históricas e sociais muito além de seu tempo.
Escrito em 1937 discute lutas de classe com um olha sócio histórico sobre meninos que vivem em situação de rua e que cometem delitos para viver e sobreviver. Acompanhar o pensamento e as vivencias desses meninos, que apesar de suas atitude permanecem crianças carentes de afeto e compaixão. Deveria ser leitura obrigatório no circulo acadêmico.
Com certeza terá uma releitura!

daviduartefs 02/02/2023

Camarada Pedro Bala
Excelente leitura, que mostra como a desigualdade trás diversos problemas para a sociedade. Grande crítica ao acúmulo de capital.

Marcianeysa 07/02/2023

Primeiro contato com Jorge Amado e só elogios! Apesar de ter sido escrito nos anos 30,o livro é atualíssimo: mostra o abandono,pobreza e dificuldades das crianças desamparadas.

Tai 04/01/2024

Capitães de areia
Meu primeiro livro do Jorge Amado, e que começo maravilhoso! Uma leitura que me deixou com um nó na garganta durante todo a história, crianças que só recebem desprezo da sociedade e respondem com ódio e violência.

Amanda 25/09/2020

Obra belíssima
Esse livro merece sem sobra de dúvida 5 estrela, que belíssima publicação de Jorge Amado, foi o meu primeiro contato com o escritor e amei demais.

Capitães da Areia é tão atual que chega a dar um aperto no coração, é triste ver como a sociedade nada evoluiu de 70 anos pra cá. A autor pintou um belo retrato do que é ser morador de rua na idade desses meninos, todos os conflitos emocionais entre o certo e o errado e fazer o errado por saber se não o fizer poderão morrer de fome, o companheirismo, obra maravilhosa.

Edmar.Michiles 03/02/2022

Um dos melhores que li
Capitães da areia conta a história de um grupo de crianças abandonadas, que vivem na Bahia. Lideradas por Pedro Bala, o grupo comete assaltos, como forma de sobrevivência.
No decorrer do livro conhecemos melhor outros dos Capitães da Areia. Gato, Sem-Pernas, Professor, Pirulito, Volta-Seca... Todos com seus sonhos, planos e características únicas.
Um livro muito atual apesar do tempo.

alice 21/09/2021

Patrimônio cultural
Quando minha professora de português colocou esse livro como leitura obrigatória, minha mãe disse que ele é considerado um patrimônio cultural, eu ri dela e disse que só ia ler por obrigação, nem ia gostar... pois aqui estou eu depois de ler pagando com a boca.
Jorge Amado tem uma escrita propriamente Baiana, ele descreve Salvador de forma vívida, e é aquele famoso "só quem viveu sabe", a sensação de ver sua casa sendo descrita em um livro da magnitude que é capitães da areia. A descrição dos personagens nos faz sentir empatia, ódio e tristeza, nos faz sofrer por eles como se fossem da família, nos faz refletir que essa realidade é tão distante e ao mesmo tempo tão perto da nossa, e que acima de tudo, é a realidade.
Lendo esse livro eu chorei, ri, tremi de ódio, xinguei, fiquei feliz, chorei de novo, fiquei com um quentinho no coração e buraco no mesmo, tudo de uma vez. É um livro pesado, muito pesado, mas ao mesmo tempo leve e rápido de se ler (pelo menos pra mim que sou familiarizada com o jeito de falar e as gírias que fazem parte do vocabulário do livro), é um livro real.

Daniela742 01/04/2023

Abandonados na Bahia
A cada livro de Jorge Amado fico mais apaixonada pela sua forma de ver o mundo por meio da literatura.

Esse livro me afetou de tantas formas! A solidão, a amizade e coragem desses meninos , tocaram fundo no meu coração. Tudo que eu queria era poder abraçar cada um, cuidar, ser o que eles precisavam para não vê-los sofrer.

Adorei todos os personagens, mas Dora é mais do que especial. Menina que necessita ser mulher tão nova, não por vontade própria, mas pelos outros. A Maria Bonita dos Capitães da Areia.

A história desses meninos ainda se assemelha com a de tantos outros por aí. Acredito que essa história tem o poder de nos sacudir o nosso privilégio para olhar com mais carinhos para o outro.

Gustavo | @guh_santtoos 04/06/2021

Amado? ?
A História se passa em Salvador, onde tem um grupo de meninos de rua que praticam pequenos furtos, além de assustar os moradores da cidade. Esses meninos são conhecidos como ?Capitães da areia? e temos Pedro Bala, que é considerado o chefe do grupo. Além dele outros integrantes vão sendo apresentados pouco a pouco na obra.

Não sou tão chegado em ler Clássicos, ainda mais se for Br! Não é preconceito nem nada, só peguei um certo medo por conta de ?O Guaraní? que li na época da escola e meu Deus, que livro chatoooo. Desde então criei essa barreira em relação a clássicos.

Pelo que andei lendo, o livro chegou a censurado pelo governo do próprio Getúlio Vargas, pelo fato do livro ser tratado como um livro de caráter comunista. E Jorge teria sido preso durante um tempo da Ditadura Militar. Tenso hein (?)

Gostei muito do jeito que o próprio autor vai expondo as aventuras do bando, e aos poucos vai se entendendo que existe uma crítica social presente.

Vale destacar que o autor não tenta justificar os roubos feitos pelo grupo... Apenas deixa claro que sua intenção era mostrar que a condição de vida dos garotos influenciava diretamente em suas decisões. Apesar de fazerem suas traquinagens (não sei de onde surgiu essa palavra antiga no meu cérebro kkkkk) eles são apenas crianças com uma pureza na alma e cheios de sonhos.

O autor meio que desmistifica a visão das pessoas em relação aos que vivem na marginalidade são de certo modo más. Desse jeito o autor conseguiu nos trazer um retrato sensível sobre um dos maiores problemas sociais que estão presentes até hoje em nosso país.

Mas enfim, gostei da escrita, fiquei surpreso como o texto vai se mesclando com págs meio que no estilo de jornal mesmo. Achei que iria me arrastar por conta disso, mas foi bem de boa.

??
?Quando outras crianças só se preocupavam com brincar, estudar livros para aprender a ler, eles se viam envolvidos em acontecimentos que só os homens sabiam resolver. Sempre tinham sido como homens, na sua vida de miséria e aventura, nunca tinham sido perfeitamente crianças.?

Isabella 28/08/2021

Jorge, o Amado.
Ainda me pergunto como passei tanto tempo sem conhecer as obras de Jorge Amado. Capitães da areia é o retrato fidedigno do que encontramos até hoje nas ruas do nosso País. Crianças marginalizadas, fruto de relações sem propósitos, nenhuma base familiar e reféns de um sistema que não recicla, não promove e não recupera. Leitura muito comovente! Leiam! ?

Júlia 02/09/2020

Sinceramente, não queria fazer uma resenha que contivesse os clichês do "É por isso que Jorge é Amado" e sobre o quanto um livro de 1937 é atual. Mas todos esses clichês são absolutamente verdade.

Decidi ler Capitães da Areia por que achei que seria uma leitura fácil e tranquila entre livros teóricos, e não que eu estivesse enganada - a narrativa é linear, a linguagem agradável e a leitura é, de certa forma, fácil - o que não contava era como o livro me conquistaria: é do tipo de livro que se devora, que se vê compulsivamente lendo cada palavra e extremamente curioso sobre o fim da estória.

Pedro Bala é do tipo de protagonista que faz a gente querer dar o nome dele pros filhos, do tipo que te obriga a largar o livro por meio segundo e comemorar suas conquistas (particularmente, quis soltar foguetes na parte do reformatório), do tipo que te faz querer ser como ele. Pirulito e Professor são do tipo que faz seu coração amolecer, te faz querer protegê-los com unhas e dentes. O Gato, do tipo que te conquista e querer ser amigo dele, andar com ele...

Capitães da Areia é, facilmente, meu livro favorito. Jorge tem motivos muito bons para ser Amado e um deles é a genialidade simples e incrivelmente deliciosa de Capitães de Areia.