João 16/07/2021
Hipercultura
Este é o primeiro livro que leio do autor e, pelo que li, é bem diferente de sua mais famosa obra, A sociedade do cansaço. De fato, é um livro entruncado, com bastante referências a conceitos filosóficos (exigindo uma bagagem filosófica) e, por vezes, parece ser propositalmente difícil, havendo explicações no meio das frases, conceitos específicos de outros autores, uma escrita estilizada (com hífens separando alguns sufixos para criar um diálogo da escrita com o texto), entre outros.
No entanto, Han traz conceitos muito interessantes. Muito baseado nos pensamentos de Heidegger, Nietzsche e Bhabha, ele pontua que a proposta de cultura não nasceu no extremo oriente, mas foi apropriada por ele. Desenvolve ideias intrigantes, principalmente nos capítulos de "a cultura como pátria" e "o peregrino e o turista". Fala sobre o impacto da globalização, da mídia e da internet na cultura, aborda a cultura através da alimentação e as diferenças entre multi, trans e hiperculturalidade, chegando a pontuar a dinâmica da hipercultura como uma "justaposição densa de diferentes representações, signos, símbolos, imagens e sons", sendo pois como um "tipo de hipertexto".
É uma obra bem interessante para quem se interessa por filosofia contemporânea, cultura e globalização.