Menino de engenho

Menino de engenho José Lins do Rego
José Lins do Rego




Resenhas - Menino de Engenho


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Flávio 17/03/2022

Menino de engenho, José Lins do Rêgo
Um livro muito bonito, envolve temas muito interessantes como a questão dos engenhos, descentes de escravos e escravos alforriados, dentre outros. Poderia ter um volume 2.
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Renata 13/02/2022

MENINO DE ENGENHO

Obra publicada em 1932, Menino de engenho continua a encantar até hoje. Com uma linguagem própria e inovadora para sua época, José Lins do Rego faz um retrato da cultura do ciclo açucareiro no nordeste.

Contada por Carlos, em primeira pessoa, a narrativa, marcada pelo regionalismo, revela tanto o interior do personagem, em seus pensamentos, como mostra a sequência de fatos vividos por ele no campo, onde passou uma infância feliz ao lado dos moleques de brincadeiras.

Carlinhos, como era chamado, passa a morar no engenho Santa Rosa, com seu avô materno, José Paulino, após a morte da mãe. Chega aos quatro anos de idade e vive lá até os doze, quando é enviado a um colégio interno.

O engenho representa para ele a liberdade, onde ele vivencia os banhos de rio, os passeios a cavalo e de trem, a magia da moenda, a vida em família até a descoberta da sexualidade, de forma precoce. Nesse universo das particularidades da vida rural nordestina, o autor paraibano coloca na trama um quê de autobiografia, devido à semelhança com sua própria história, relatada em seu livro de memórias Meus verdes anos.

O livro, romance de estreia do autor, brinda os leitores com um enredo leve e cativante, que conta as aventuras e desventuras do protagonista, ao mesmo tempo que traz o pano de fundo do nordeste do Brasil no início do século passado, com seus coronéis, suas feiras, os negros que viviam uma situação de semiescravidão, o abismo entre a casa-grande e os terreiros, a cultura do ciclo da cana-de-açúcar.

Eu já havia lido esse livro durante a adolescência, na escola, mas não me recordava muito bem. Motivada por uma viagem recente à região onde se passa o livro, o interior da Paraíba, o coração palpitou pela obra de Zé Lins. Fazia tempo que um livro não me encantava tanto, a ponto de eu ler logo em seguida outros dois em sequência, que formam com ele uma trilogia: Doidinho e Banguê.

Na lista dos clássicos a serem lidos, Menino de engenho não pode faltar.

Recomendo!

Renata Saraiva @falo.leio.escrevo
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juliocsjj 01/02/2022

Com a nostálgica lembrança de algo que nunca vivi
Menino de Engenho foi um livro o qual eu, após muitos anos, decidi reler por conta própria (arrastando a Ariane pra ler junto). Eu lembro da primeira vez na qual eu tive contato com a obra, foi no 6° ano, quando a nossa professora leu para os alunos. Não me recordo se os outros prestavam atenção à leitura, porém eu chegava a me dispersar nos meus pensamentos imaginando as cenas narradas do livro. Os passeios de carneiro, as épocas de chuva e a vida do engenho me faziam sonhar acordado, e me traziam sensações de aconchego e nostalgia de coisas que nunca tive contato.
Lembrar dos capítulos que já havia ouvido enquanto os lia era incrível, me trazendo de novo a sensação de nostalgia que senti muitos anos atrás.
O livro retrata com muitos detalhes como era a vida e o cotidiano num engenho, além de personagens extremamente bem detalhados e vívidos, com suas convicções e defeitos.
Gostei muito da experiência de poder me reencontrar com o menino após muitos anos, e dessa vez me faz pensar que rumo ele levou.
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Ariane 31/01/2022

Menino de engenho
Gente, esse foi o primeiro clássico que li sem muita dificuldade, sempre me embanenei c as palavras difíceis, mas dessa vez não. Além de a história ser muito interessante, gostei bastante.
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Ludmila.Mattos 19/01/2022

Menino de engenho
Desafio DLL21 um memoriam @bloglivreando
Livro: Menino de Engenho
Autor: José Lins do Rego 
Tema: clássico nacional

Carlinhos, nosso protagonista, quando bem menino ouve assustado um estrondo do seu quarto à noite. No dia seguinte, descobre que seu pai matou sua mãe com um tiro. Ela é enterrada, o pai é preso e ele tem sua vida completamente mudada, sendo levado para morar na casa do avô, junto de suas tias, o tio Juca, os primos e mtos trabalhadores da casa e do engenho de cana de açúcar que pertence ao avô. Carlinhos narra as histórias do seu dia a dia, sua adaptação à nova vida, da falta que tinha da sua mãe, do medo de ser igual ao pai, do apego que teve a irmã da sua mãe e de como foi difícil quando ela se casou e foi embora. Sua vida peço olhar de uma criança, suas emoções, suas experiências com o povo do engenho até seu amadurecimento e sua partida para a escola.

O livro é o primeiro romance escrito pelo autor. Ele mistura a história da jornada de Carlinhos com a da região da Paraíba. Intercalando os acontecimentos ele mostra  a enchente do rio Paraíba, a descoberta da sexualidade de Carlinhos, a partida da tia que considerava uma segunda mãe, a relação com os primos, o sentimento de perdas, as histórias de um povo sofrido, e uma infância repleta de descobertas ...

Um clássico nacional que devia ainda hoje ser leitura obrigatória nas escolas, uma forma de a literatura brasileira ser conhecida e reconhecida pelos nossos jovens.
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Andresa 09/01/2022

Um clássico da literatura nacional
Menino de Engenho é o romance de estreia do escritor José Lins do Rego. Foi publicado pela primeira vez em 1932 e recebeu diversos elogios da crítica, bem como recebeu, no ano seguinte, o prêmio da Fundação Graça Aranha. Em 1965, o livro ganhou uma adaptação para o cinema. Ele marca o primeiro de 5 títulos que compõem a série de livros conhecida como Ciclo da Cana-de-Açúcar.

Feitas as devidas apresentações, o romance, que tem como plano de fundo o Nordeste, nos conta a história de Carlinhos. Aos 4 anos, o menino perdeu a mãe, que foi assassinada pelo próprio marido. Órfão, ele acaba sendo levado para o engenho do coronel José Paulino, seu avô, e encontra na Tia Maria, irmã de sua mãe, uma nova figura materna.

O livro descreve, basicamente, a infância e o início da adolescência de Carlinhos, até os 12 anos, nessa nova vida no engenho. O livro é pequeno, com capítulos curtos, e Zé Lins tem uma escrita gostosa, como alguém a contar histórias. Li a edição de 2020 publicada pelo Grupo Editorial Global, a qual é linda! Tem uma bela ilustração de capa em verde vivo e as lombadas dos 5 livros que compõem a série formam um belo conjunto na estante. As páginas são brancas, de boa grossura, e fontes em ótimo tamanho, o que facilita a leitura. A narrativa é rápida, cheia de acontecimentos, e ocorrem na primeira pessoa, na visão do Carlinhos.

O livro nos apresenta, ao longo de seus capítulos, diversos personagens que entram e saem da vida de Carlinhos, suas preocupações, tristezas e choros, primeiros amores, corações partidos e felicidades, pequenas alegrias que vem e voltam tão rápido quanto chegaram. Mostram também como a vida das crianças no engenho perde rapidamente o encanto e a pureza, com uma iniciação sexual não saudável, que deixa grandes marcas.

Um fato interessante é que a infância do protagonista se assemelha bastante, em certa parte, com a vida do próprio autor, que nasceu no engenho de seu avô materno e, assim como Carlinhos, perdeu a mãe e ficou afastado do pai, sendo criado por sua tia. Ainda, vale destacar que o romance foi tão bem aceito no meio literário que foi publicado na França em 1953, sob o título L'enfant de la plantation.

Há, no entanto, partes bastante indigestas na leitura. A época na qual se passa a história é aquela na qual a escravidão já havia sido abolida. Porém, muitos ainda permaneciam trabalhando como criados nas casas-grandes, em troca de comida, um lugar para morar e mantimentos. Logo, ainda há aquela discrepância entre a vida na casa-grande e nas senzalas, que não deixaram de existir. E ainda há a sensação de superioridade dos brancos, principalmente ao referenciar os negros com pronomes possessivos, em trechos que me deram arrepios...

Outros trechos da obra, porém, aparecem para tentar minimizar esse impacto, como a convivência com as pessoas negras de forma constante, dividindo a mesma mesa, o mesmo alimento, frequentando as mesmas festas, superando os mesmos desafios (como as cheias na região). Não deixa de causar, porém, uma inquietação imensa, o que pode despertar alguns gatilhos. Afinal, quem seria feliz vivendo como escravo, sem poder ser dono do próprio caminho, sofrendo com as injustiças sociais?

De forma geral, é uma leitura que vale muito a pena, não só para conhecer esse romance que impactou o cenário da literatura nacional, mas também para conhecer - e reconhecer - o regionalismo brasileiro contido na obra, bem como confrontar com a atualidade as desigualdade sociais vividas na época, para que continuemos a combatê-las.

site: https://blogumdiamelivro.blogspot.com/2022/01/livro-menino-de-engenho-de-jose-lins-do.html
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Diogo 30/12/2021

O Brasil do início do século XX
Menino de Engenho foi uma grata surpresa! Romance de capítulos curtos, do regionalismo de 30, começa a saga do ciclo da cana-de-açúcar, que retrata o fim da República Velha e o modelo do latifúndio. Carlinhos é um menino ingênuo que vai morar no engenho de seu avô, o Santa Rosa. Lá, a vida fez dele homem. Menino de Engenho nos permite pensar as raízes de muitos problemas que enfrentamos hoje, nos coloca em contato com um mundo que nunca teríamos acesso. Acho que essa é a magia dos livros, né não?
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João Vitor 25/12/2021

O livro é bem interessante, principalmente por se passar no engenho na época da abolição, e ver como as coisas ocorriam lá.
E cada capítulo conta uma situação que o menino passa no engenho e as descobertas, aventuras e histórias que são contadas pelos moradores do local.
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Nycole 26/11/2021

"O mundo de um menino solitário é todos os seus desejos."

Menino de Engenho conta a história da infância de Carlinhos, um menino órfão, que após uma tragédia vai morar no engenho de seu avô no interior do Recife. É uma delícia de leitura, toda a trama é ambientada entre casa grande, engenho e senzala e temos contato com todos os acontecimentos da infância até a pré-adolescência de Carlinhos.
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Ziane.Silva 27/10/2021

Muito boa!
Sou suspeita para falar, gosto muito de José Lins do Rego. Já li Pureza, Riacho Doce e agora estou começando com o ciclo da cana de açúcar com Menino de Engenho. Narra a infância do Carlinhos na Casa Grande e no engenho do avô.
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OgaiT 06/10/2021

O nascimento de um homem
Obra inaugural dos romances do ciclo da cana de açúcar de José Lins do Rego, Menino do engenho adota Carlinhos, criado em Recife e marcado por uma tragédia familiar que o leva ao cenário rural do nordeste, como grande narrador.
O grande barato desse romance é justamente esse narrador que se surpreende pela simplicidade, pela brutalidade e toxicidade masculina de um Brasil ainda medieval embora estejam em uma época em que os engenhos começam a perder a sua força para dar espaço as usinas de açúcar.
É esse cenário, marcado pelo patriarcalismo, responsável pela transição do menino tímido e asmático, que descobre o amor e a sofrência prematuramente, ao libertino de 12 anos que, além do sexo, descobri as consequências oriundas da prática:
"Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais velha que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompeia, entrava no internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio". (p. 141).
Outro ponto a ser refletido sobre esse romance é a situação dos ex-escravizados, que assim como em Água Negra (Torto Arado), em Santa Rosa, vivem uma situação análoga ao feudalismo, dada a negligência da sociedade aos negros 'libertados' da escravidão.
Há inclusive uma passagem da narrativa que mostra a diferença das classes sociais e sua fragilidade perante um ambiente regido pelas ações climáticas:
“Eram umas duas famílias, com seus meninos, os seus porcos, as suas panelas, as suas galinhas. Nós, os da casa-grande, estávamos ali reunidos no mesmo medo, com aquela pobre gente do eito. E com eles bebemos o mesmo café com açúcar bruto e comemos a mesma batata-doce do velho Amâncio. E almoçamos com eles a boa carne de ceará com farofa”. (p. 50)
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Pedro Evânio 03/10/2021

A naturalização de práticas nefastas.
A escrita do livro é agradável e o autor demonstra uma certa sensibilidade social. Porém em diversos momentos a sensação que tive foi de uma romantização e naturalização da exploração que em alguns momentos não se diferenciam da escravização na prática. Como o título sugere é uma realidade vista dos olhos de um "menino de engenho" e não de um "moleque de engenho", pois o último não teve sua versão contada a não ser através das do menino de engenho que ganhava a palmatória do professor para punir seus "colegas" e posteriores (e presentes) subalternos.
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Betânia 20/09/2021

Menino de engenho
No livro é narrada a vida de Carlos que após alguns acontecimentos vai morar no engenho do avô desde muito novo. O ambiente rural é bem retratado no livro assim como os diversos casos e personagens que compõe a obra. Não foi um livro que me marcou muito, mas não deixa de ser um bom clássico regionalista.
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Joalison 03/09/2021

Menino de Engenho
   "Eu tinha quatro anos no dia em que minha mãe morreu. "
   
   As primeiras linhas de Menino de Engenho ditam o tom dos capítulos que se seguem, sem preâmbulos, mostrando que toda a inocência do livro está apenas no "menino" do título. Assim Zé Lins nos introduz a história de Carlinhos, em meio a tragédia, e, através dela, a inevitável mudança do menino para o engenho do avô.

   A história não segue a estrutura habitual de Personagem-Objetivo-Conflito. É contada através de capítulos curtos, cada qual tendo assuntos e tons diferentes que, dependendo de sua importância, são enfatizados uma e outra vez ao longo do livro. O enfoque principal do autor é nos mostrar os contrastes sociais da época, o duro cotidiano dos trabalhadores e a tumultuada vida dos mais abastados, na maioria das vezes narrando de forma despojada com a visão indiferente do protagonista. Os mais diversos temas são abordados, incluindo o luto, solidão, inveja, raiva, desejo e perda da inocência até temas mais próprios da época como escravidão, a servidão que se seguiu, o cangaço, entre outros, enquanto pequenos detalhes ao longo da trama vão expondo as marcas que o assassinato da mãe e a prisão do pai pelo crime deixaram na infância do protagonista.

   "Era um menino triste. Gostava de saltar com os meus primos e fazer tudo o que eles faziam. Metia-me com moleques por toda parte. Mas, no fundo, era um menino triste. "

   Pontos negativos que poderiam ser destacados, embora seja uma marca distinta do autor, é o uso excessivo de regionalismos-linguagem coloquial, que pode levar a repetitivas consultas ao glossário, e o caráter introdutório da obra que pode afastar aqueles leitores que buscam um senso de finalidade, por menor que seja.

   O livro é interessante e cumpre seu papel introdutório para o que Zé Lins veio a nomear o Ciclo da cana-de-açúcar. Os sucessos melancólico e autodestrutivo que envolvem os primeiros anos de Carlinhos, justificados nas cento e poucas páginas (dependendo da edição do livro), fazem valer a leitura e ainda criam o desejo de saber o que acontece com o protagonista após Menino de Engenho.
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