Jéssica Maria 28/12/2023
Puro suco de determinismo racial
Romance naturalista que se inspira na teoria do determinismo racial por meio da história de três homens portugueses em terras brasileiras. Temos Miranda, português que vive bem, apesar de ter se casado com uma brasileira que não presta e o trai; João Romão, um sujeito de quem tenho ranço e é um grande muquirana, que faz de tudo para ascender na vida, inclusive descartar quem lhe apoiou e esteve com ele nos momentos difíceis, e acaba por ser proprietário do cortiço e; Jerônimo, um português trabalhador e sério, que vai bem até se apaixonar por Rita Baiana e ver sua vida se desgraçar por causa disso.
Os moradores do cortiço são, em grande parte, negros. Eles são descritos de formas terríveis, como pessoas primitivas e basicamente animalizadas.
É certo que o livro foi escrito apenas dois anos depois da abolição da escravidão no país. Logo, temos um retrato do Brasil ainda mais racista. Contudo, não há como relevar isso e "aproveitar a história".
Os personagens negros eram todos desvalorizados. As mulheres eram tolas por homens ruins, quando não lascivas (advinha a cor dessas). Tal hora, a Rita Baiana fala que vai preferir um "homem europeu, mais evoluído, do que o negro". (Sim, eu torci pelo casal errado, apesar de como o Firmo era descrito).
Enfim, passei mais raiva do que gostei, apesar de querer continuar para ver o final. Não indico. Inclusive, tá bom de dar palco para esse tipo de "clássico".