Bordados

Bordados Marjane Satrapi




Resenhas - Bordados


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Fernando Lafaiete 21/01/2019

Bordados: A "narrativa intimista", feminista e necessária de Marjani Satrapi.
******************************NÃO contém spoiler******************************

Projeto Leitura Conjunta 2019

Tema do Ano: Viagem Literária - País de Janeiro: Irã - Livro do mês: Bordados
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"Não nascemos corajosas, nos tornamos."

A libertação empregada na narrativa intimista construída por Marjani Satrapi em Bordados, é de deixar qualquer um no mínimo surpreso. Diferente do que encontramos em Persépolis, Bordados é algo íntimo, dentro de um contexto narrativo limitado, onde experiências sexuais são compartilhadas. Não me entendam mal; Persépolis é tão íntimo quanto. Não poderia deixar de ser, como qualquer obra autobiográfica. A questão é que vemos em Bordados uma narrativa íntima compartilha (como denomino este tipo de narrativa), onde vemos um grupo de mulheres em um ambiente único, dividindo seus traumas, seus medos e suas experiências sexuais como forma de libertação expressiva; dentro de um contexto histórica e político, onde ser mulher e se expressar era uma dádiva que deveria ser aproveitada.

É importante frisar, que quando cito narrativa intimista, jamais quero dizer que o você irá encontrar nesta HQ é algo parecido com o que Clarice Lispector desenvolvia em suas obras. Não temos aqui um fluxo de consciência unilateral. O que temos é sim um aspecto comum neste tipo de construção narrativa. Um mergulho íntimo em suas psiques, em seus traumas, em suas formas morais de enxergar o mundo e em suas esferas femininas. Mas tudo isso compartilhado uma com outra e obviamente também com o leitor.

Bordados, o título analógico, se refere tanto ao momento em que as mulheres iranianas se reúnem para bordar e conversar abertamente sobre questões sobre suas vidas, quanto ao procedimento cirúrgico de reconstituição do hímen em que muitas se sujeitam, para se readaptarem socialmente e acima de tudo, para serem aceitas por seus futuros maridos. Não casar virgem, não é uma escolha. É uma exigência proveniente de uma sociedade machista, que as oprime de todas as maneiras possíveis.

Persépolis e Bordados: Duas obras que se complementam. Muito parecidas e muito diferentes entre si. A primeira, um desabafo completo, um romance de formação gráfico, que entrega ao leitor uma viagem histórica e psíquica sobre a jornada de Satrapi por culturas e por autodescobertas que viriam a moldá-la como ser-humano, como mulher e como ativista. Já a segunda, uma narrativa bem mais simples, limitada, mas tão importante quanto. Claro que o meu apego emocional com Satrapi, obtido na leitura de Persépolis, colaborou para que eu não me decepcionasse com a leitura desta segunda HQ. Se tivesse lido Bordados primeiro, teria talvez achado tudo raso demais. Mas tendo lido na ordem que citei, a HQ em questão passou de rasa para um complemento intimista necessário e prazeroso.
Patii Macêdo 21/01/2019minha estante
Adorei a resenha! Achei os textos e situações muito semelhantes aos diálogos que ouvi tempos atrás e que vez.ou outra acabo ouvindo ainda hoje... Termina por ser omico apesar de trágico, talvez por conseguir imaginar o tom de algumas conversas, talvez pelas ilustrações tão maravilhosas... Enfim, preciso conhecer Persépolis agora...rs


Fernando Lafaiete 21/01/2019minha estante
Rrsrsr... Vamos conversar muito ainda sobre esta HQ. Já te enviei Persépolis. Se divirta e reflita ainda mais lendo a HQ que consegue ser ainda mais maravilhosa que Bordados. Estas HQs são um soco na cara da sociedade machista que infelizmente fazemos parte. Também adorei e já quero mais Marjani Satrapi na minha vida!


Patii Macêdo 21/01/2019minha estante
Vamos sim, mas agora uma licencinha Persépolis chegou aqui. :*


Fernando Lafaiete 21/01/2019minha estante
Rrsrsr... Boa leitura! ;)


Lãine Dual 21/01/2019minha estante
Adorei. Perfeito.


Fernando Lafaiete 21/01/2019minha estante
Obrigado Lãine!! :)




Giliade 03/05/2010

Delicioso!
Todo autor que atinge o estrelato, deve de alguma forma, renegar sua obra-prima. Isso porque, acredito, todas as demais obras acabam sendo alvo de comparações muitas vezes desonestas por parte de seus leitores.
Se a obra-prima de Marjane Satrapi é sua auto-biografia Persépolis, não tenho a menor dúvida que desde então, ela tem tentado de tudo pra dizer que a história de sua vida não era a única coisa interessante que tinha pra dizer. Como eu não procuro estabelecer comparações entre as obras que leio, fico sempre com a mente aberta para me divertir e curtir o que me espera a cada dobrar de página. Com isso, quase sempre ganho. Se sobra algum tempo pra fazer comparações, eu espero a obra terminar e só então, faço alguma análise entre a narrativa e busco os elementos que possivelmente existem entre uma obra e outra. Mas é só!
Dessa forma, quando terminei de ler Bordados, eu só tive uma certeza, a de que Marjane Satrapi poderia muito bem ter escrito mais coisas. A facilidade com que narra o cotidiano iraniano é algo absolutamente incrível! Melhor de tudo, é saber que apesar das diferenças, na essência, somos quase sempre bem parecidos. Salve, salve Marjane!
Fabio 04/05/2010minha estante
É verdade. Essa coisa de comparação funciona para o bem e para o mal, mas é sempre ruim. Ou vc compra pq gostou de outro livro do autor, ou vc le e nao gosta pq nao é parecido com o outro. Uma loucura. Bela resenha, como sempre.


Fernando 05/05/2010minha estante
Eu comparo mesmo e sou feliz assim yeah


Greyheart 03/06/2021minha estante
Doses de lucidez pra começar o dia. 6 da manhã e ganhei um novo olhar. Não me percebo fazendo comparações de forma consciente e geralmente vejo que elejo os preferidos preterindo os demais - seja coleção ou mesmo um punhado de contos numa antologia - apenas se forem mesmo gritantemente desagradáveis pra mim.




Maria 12/02/2024

Quem me indicou disse que seria a minha cara, porque sou bordadeira kskssk eu amei.
Ri de nervoso em vários momentos, mas também achei admirável a resiliência daquelas mulheres.
Rimylles.Silva 12/02/2024minha estante
Amei demais, dei tanta risada!


Maria 12/02/2024minha estante
É muito divertido, são situações tão inusitadas as vezes. Muito bom saber o porquê bordados! Kksks




Laiza0 07/02/2022

Bordados
Falar sobre sexualidade feminina é um tabu para as mulheres do ocidente, afirmo isso porque acredito que é um tema que ainda precisa ser desconstruido.

Agora imagina como esse tema é tratado entre as mulheres do Irã. Após o almoço as mulheres da família Satrapi e amigas se reunem para tomar um chá e o assunto é a sexualidade feminina.

O papo começa descontraído mas vai até lugares imagináveis e curiosos. Você sabe o que é prepúcio? É casada, tem quatro filhas e nunca viu um pinto?

A HQ é sensacional, a diagramação é incrível e foge do padrão conhecido tanto pela organização das tirinhas quanto pela letra utilizada.

Ler Satrapi é saber que uma nova barreira será quebrada, sempre é satisfatório! Não preciso dizer mais nada apenas leiam.
Nicki 07/02/2022minha estante
Fiquei curiosa pra ler


Laiza0 07/02/2022minha estante
É maravilhoso, acredito que vc vai gostar!




Inspirações Literárias 16/02/2024

Recomendadíssimo!
Mais uma HQ dessa grandiosa e esplêndida quadrinista iraniana.

Em uma conversa que teve bordados entre as vidas acompanhamos as conversas entre mulheres de gerações diferentes que narram suas experiências amorosos, afetivas e sexuais frente a sociedade ocidental e, principalmente, iraniana.
Lethy_21 16/02/2024minha estante
livro interessante, vou ver




Paloma 23/06/2020

Queria conhecer essas mulheres...
Foi tão bom reencontrar a Marjane depois de tantos anos que li Persepolis. Ela conta tudo de uma forma muito engraçada, mesmo as histórias das mulheres da família que são envoltas em machismo e tragédias para nós do século 21 ocidental. Como? Com muito talento pra escrever e desenhar.
Além disso, neste livro, Marjane não é protagonista, e o protagonismo fica todo para as mulheres mais velhas com histórias maravilhosas da família dela. Esse livro é demais, recomendo muito a leitura.
Bruno.Costa 23/06/2020minha estante
Excelente resenha! Deu até vontade de ler. Muito obrigado. Vou ver se encontro um Bordados para ler também




Ghi 25/02/2018

HQ da revanche
Uma delícia de ler. Sabe aquela hora que as amigas se juntam pra falar besteira e rir muito? Pra compartilhar as experiências íntimas? Essa HQ trata disso. Momento do chá das mulheres enquanto os homens tiram a soneca. Ao mesmo tempo que é triste a forma como os homens tratam as mulheres e sendo outra cultura temos muitas coisas em comum. Somos mulheres e me parece que é uma condição universal de opressao, em vários níveis.
Ana K 30/01/2019minha estante
Li ontem! amei! :) rsrs




Camila_Andrade 07/06/2010

Para rir e refletir.

Sabe-se que as mulheres muçulmanas, ao menos aos olhos das ocidentais, têm sua liberdade tolhida o tempo todo.
O livro levanta dúvidas a respeito disso: o que é esta repressão? Será que pode ser medida, avaliada? Trocando em miúdos: será que no ocidente a tão falada liberdade feminina existe de fato?

Além disso, sabendo que as mulheres são seres humanos - para alguns, que ousadia pensar assim! - , percebe-se que são plenamente capazes de se desenvolver dentro do espaço que têm, abrangendo o mundo todo mesmo que seja a partir da pouca liberdade. Ou você acha que as mulheres não dão um jeitinho de dobrar o mundo (que é masculinho, muito masculino!) aos seus desejos?

Claro que dão! E aqui "foram pegas" fazendo exatamente isso, no espaço do Irã, ao redor de um samovar, usando a matéria histórica que estava disponível pra elas... Mas não é isso o que todo mundo faz???
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Manoela138 28/04/2024

Bordados
Já havia lido Persepólis e amei, então imediatamente quis ler Bordados também.
Gostei bastante desse livro, o humor da Marjane Satrapi é ótimo, realmente te faz ter uma visão diferente da cultura iraniana. O livro foca nas mulheres e suas experiências com sexo e casamento.
Recomendo pra quem quer uma leitura leve, curta e engraçada.
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Flavia 17/02/2014

Adorei o livro! Muito divertido!!!
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Francielle 21/05/2014

Dos livros de Marjane, o pior. Não é um livro ruim mas caminha num anticlimax decepcionante. O início do livro não nega o jeito Satrapi de escrita: engraçado, leve, ingênuo porém engajado. No decorrer da história vai ficando pesado e as histórias se entrelaçam de uma forma inconveniente, de modo a tornar a volta dificultosa caso se pare por um tempo de ler o livro ou ainda a lembrança fique difícil ao passar por sua última página.
Nada que faça de Marjane menos linda mas enaltece o porquê de Persépolis ser sua obra-prima e Frango com Ameixas ser a leitura subsequente à série, em vez de Bordados.
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Nanda Lima 25/06/2015

A cabeça da mulher iraniana não é muito diferente da minha...
MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA

A iraniana Marjane Satrapi, autora das excelentes graphic novels ‘Persépolis’ e ‘Frango com ameixas’, realmente não decepciona. Completei a leitura de tudo o que saiu da autora aqui no Brasil (foram apenas três obras) e só tenho elogios e mais elogios a tecer sobre sua incrível capacidade narrativa e sobre seus desenhos simples, estilizados e extremamente expressivos.

‘Bordados’ é um quadrinho curto (li em cerca de 1 hora, e com calma) e muito simples. Mas seu pequeno tamanho e simplicidade não diminuem seu valor como obra. É muito interessante ver como as mulheres iranianas, apesar das profundas diferenças culturais se as compararmos conosco, possuem muitas das nossas angústias e preocupações no que se refere à vida amorosa. Imagino que tenha sido uma das intenções de Satrapi, ao fazer essa HQ, mostrar às mulheres – e homens – ao redor do mundo que, não importa de que lugar você venha, as grandes questões da existência ou mesmo do dia-a-dia são basicamente as mesmas.

A história se passa em uma reunião informal na casa da avó de Satrapi, que é costume no Irã: as mulheres se reúnem após o almoço para conversar, geralmente sobre suas vidas amorosas. O papo vai desde a vida sexual umas das outras até questões sentimentais. Dei boas gargalhadas, me identifiquei e simpatizei com aquelas mulheres. E o mais bacana de tudo é que aquelas personagens existem de verdade, afinal é um relato autobiográfico – como as outras obras da autora.

DESENHOS

Gosto demais do traço de Satrapi. Como eu mencionei acima, é limpo, simples, mas muito expressivo. A expressão corporal e facial das personagens é impactante e ao mesmo tempo sutil, como deve ser.

VEREDITO

‘Bordados’ é uma obra de muita qualidade, como tudo o que a Satrapi faz. Para quem é fã da autora, como eu, é leitura indispensável. Também recomendo para aqueles que já HQs e querem sair daquele eixo Marvel-DC. Ler algo diferente, principalmente quando se trata de culturas diferentes, é sempre muito bom. Mas a minha principal indicação é para aqueles que nunca leram um quadrinho na vida (ou só leram ‘Turma da Mônica’ na infância). Esta é uma oportunidade de adentrar esse mundo apreciando um material super bacana.

Recomendada!

5/5

site: www.umaleitoraassidua.blogspot.com
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Ana 16/07/2016

bom 3.5
depois de Persépolis confesso que esperava mais!!entretanto, vale muito a leitura!! recomendo.
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Paula 04/09/2016

Esperava mais.
Bordados trata-se de uma Graphic Novel, cujo título faz alusão tanto à cirurgia de reconstituição do hímen quanto às conversas/mexericos/fofocas das mulheres durante o samovar (uma espécie de bule de chá, costumeiramente realizado pelas mulheres após as principais refeições).
Nesse livro, assim como em Persepolis, Marjane parte de experiências pessoais para descrever a vida das mulheres tanto de sua família como de amigas da família.
A história toda se passa durante o samovar, enquanto tomam o chá as mulheres começam relatar experiências e opiniões pessoais ou de conhecidas, de forma sutilmente engraçada, irônica e descontraída a escritora usa esses diálogos para trazer à tona assuntos bem mais complexos como a liberdade sexual feminina, virgindade antes do casamento, o machismo enraizado na cultura iraniana, homossexualismo, além de mencionar algumas diferenças culturais entre ocidente e oriente.
Enfim, é uma leitura válida, nos faz refletir sobre muitas questões feministas, mas acredito que li Bordados esperando encontrar algo parecido com Persépolis, portanto acabei me decepcionando um pouco com a história.
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Raffafust 27/09/2016

Sim, corri atrás de tudo que a maravilhosa Marjane já escreveu depois de me apaixonar por Persépolis. Mas infelizmente descobri que ela tem somente 3 livros publicados e um deles está esgotado.
Com Bordados na mão, iniciei mais uma prazerosa leitura sobre o mundo iraniano islâmico onde mulheres tem poucos direitos e homens são tratados somo seres supremos. Contado também no formato de quadrinhos, o livro pode ser lido em apenas um dia, dessa vez a autora nos leva ao mundo da avó dela, que sempre reunia as mulheres para " tricotar", só que lá são chamados de "bordados", daí o título ao livro. Enquanto após o jantar as mulheres lavam a louça, os homens descansam...mas há sempre tempo para as histórias engraçadas e escondidas ás vezes as sete chaves de seus maridos.
Agora, Marjane é mais uma coadjuvante, deixando para a avó e suas amigas serem as protagonistas que irão nos contar casos bem bizarros aos olhos de nós brasileiros por exemplo, como o de ter que fingir que ainda é virgem, o de casar com um porta-retrato...ali o que sentem de verdade é exposto uma à outra e somos " mosquinhas" que entramos na vida delas através dos bem feitos quadrinhos de Marjane.
É como se os homens compactuassem com o governo e ditassem as regras machistas e as mulheres quando mais velhas somente se sentissem libertas de toda essa opressão que de forma alguma é escolha delas.
O sonho de muitas é casar com um europeu e fugir da rotina de cama, mesa e banho que são fadadas pelo visto da vida só para satisfazerem seus maridos.
Há , claro, as que caem em ciladas por irem com sede ao pote atrás do sonho e isso gera histórias maravilhosas que nos fazem dar boas gargalhadas, mesmo que as vezes eu tenha achado que eu estava rindo da desgraça alheia.
Marjane tem um jeito único de nos inserir no mundo de seu país de origem, e quando você tiver tempo de ver algo, vai perceber que o livro acabou e que você queria muito mais.

site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2016/09/resenha-bordados-cialetras.html
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