Caetés

Caetés Graciliano Ramos




Resenhas - Caetés


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Natalie Lagedo 24/12/2016

João Valério é um guarda-livros da pequena cidade de Palmeira dos Índios, no interior de Alagoas. Vive modestamente na pensão de dona Maria José e anseia escrever um romance histórico, contando sobre os Caetés, tribo canibal que viveu naquela região e foi exterminada a mando de Mem de Sá após terem devorado um bispo. Frequentava reuniões na casa do patrão, regadas a músicas tocadas no piano e boas conversas. Foi nessas visitas que se apaixonou por Luisa, esposa do anfitrião. Após meses de sofrimento por não saber se o sentimento era correspondido e o natural endeusamento da amada, eles finalmente engatam um romance que pensavam ser secreto. No entanto, como geralmente acontece em lugares pacatos, o relacionamento tornou-se alvo de todos os tipos de comentários e foi o estopim para o final trágico criado pelo autor.

A escrita fácil, precisa e, ao contrário do que muitas pessoas dizem pejorativamente, "econômica" de Graciliano que eu já conhecia por Vidas Secas, já estava presente no seu primeiro livro. Caetés é uma obra dramática, mas sem exageros. Consegue dar o contorno ideal da cidade poeirenta e quente do interior nordestino, na qual as pessoas são fortes como tempero de pimenta dedo de moça, mexeriqueiras e, apesar disso, solidárias nos momentos de necessidade.
24/12/2016minha estante
Ótima resenha Natalie. Deu vontade de reler Caetés.


Natalie Lagedo 24/12/2016minha estante
Obrigada, Zé. :D


Emmerson 24/12/2016minha estante
Ótima resenha, como de costume, Natalie :). Ano que vem pretendo ler mais livros do Graciliano Ramos, li somente Vidas Secas e gostei bastante.


Natalie Lagedo 24/12/2016minha estante
Emmerson, apesar de não ter adicionado ainda à minha estante aqui no Skoob já anotei vários que pretendo ler. Ele está se tornando, disparado, meu autor brasileiro preferido.


Mônica 26/12/2016minha estante
Suas resenhas são muito boas. Amo!


Natalie Lagedo 26/12/2016minha estante
Obrigada, Mônica!




Valério 13/04/2016

Drama violento
Caetés é o primeiro romance de Graciliano Ramos. O personagem João Valério, interessado em escrever um livro sobre o povo Caetés (daí o título da obra) se vê envolvido em uma trama digna de novelas atuais. A única diferença é o final do livro, em nada parecida com as novelas, onde todos terminam felizes, só os vilões que se estrepam.
Paixão descontrolada, traição, morte, está tudo ali.
O personagem principal não costuma angariar muita simpatia com os leitores, talvez por ser humano demais.
O fim do livro é melancólico e me deixou com uma sensação angustiante de que não poderia ter sido assim.
O livro criou uma grande expectativa e no fim tomou uma direção bem oposta da esperada. Não que seja ruim. Mas surpreendente e diria também deprimente.
Tanto quanto melhor: A arte imita a vida, aqui.
A edição traz várias críticas de grandes autores à obra. Vale a pena gastar um pouquinho mais nessa edição histórica (Que além de tudo ainda é muito bonita e tem capa dura)
Natalie Lagedo 19/04/2016minha estante
Sou fã de Graciliano. Depois desta resenha, preciso ler Caetés.


Valério 19/04/2016minha estante
Leia, sim, Natalie. E eu, por minha vez, apesar de ter mais alguns livros de Graciliano, só agora li meu primeiro livro dele. Os outros estão lá na minha estante me esperando. Fico feliz que minha resenha tenha tido esse efeito. Era esse mesmo o objetivo. ehhehehe


Natalie Lagedo 19/04/2016minha estante
Vidas Secas é o livro da minha vida. Se ainda não leu, sugiro que o faça. Não irá se arrepender.


Valério 19/04/2016minha estante
Começarei semana que vem, então. Ou essa.




Rubio 14/11/2016

Sempre quis ler Graciliano e sempre achei que estava perdendo algo por ainda não o ter conhecido. Meu erro foi colocar uma alta expectativa na leitura. Estou além da metade do livro e minha vontade é jogar o livro na parede, nada acontece, ninguém interessante, nem uma única frase interessante, pra mim parece um monte de coisa escrita sem sentido de forma desordenada, total ausência de interesse em terminar mas vou seguir enfrente. Talvez eu tente ler ainda o Vidas Secas.
Rubio 14/11/2016minha estante
Mentira...
depois da metade comecei a gostar rs


Filipe Dias (Canal Filiperama) 22/12/2018minha estante
Cara, leia vidas secas e são Bernardo. Muito diferente de caetés. Eu comecei por esses e fiquei encantado. Caetés é o primeiro dele. Dá uma travada as vezes. Não tem o mesmo ritmo e humor. Vale apena tentar os outros.

Abraços




Olga 21/01/2011

Enredo morno, narrativa lenta e uma antipatia minha por João Valério fizeram um livro que parecia tão promissor se transformar em um exercício de paciência e determinação para alcançar o fim. Há momentos interessantes sim, mas são poucos e nada que possamos chamar de extraordinário.

Talvez o que mais tenha incomodado seja o excesso de personagens, alguns quase inexpressivos, e a alternância no modo que Graciliano os identifica (primeiro nome, sobrenome, função, etc.). Só consegui me habituar e reconhecer grande parte do núcleo de Palmeira dos Índios da metade para o final da história.

O que agradou (e não apagou por completo as esperanças de que São Bernardo seja realmente tão bom) foi a naturalidade na hora de expor os sentimentos do protagonista: a inveja, o desejo e o desencantamento, nada mais real.

A edição da Best Bolso trás no posfácio uma análise da importância do romance e destaca alguns trechos que podem passar despercebidos e que realmente ajudam a compreender melhor a o caráter do narrador, foi um bom complemento.
Jana 06/10/2021minha estante
Ótima resenha!!




anarontani 16/02/2024

o começo é meio confuso, muitos personagens?

lá pro meio achei o narrador muito chorão e lembrando as vezes o romântico werther ou quando ele ficava com raiva da amada lembrava madame bovary?

mas o narrador é muito delirante e essa angústia q ele sente, essa vibe deprê e boêmia me pegou algumas vezes?

lendo sobre o expressionismo e sabendo q o autor se inspirou nessa vertente, me fez entender melhor o narrador/sofredor! entender, não gostar ou aceitar ele!!
Costa 25/02/2024minha estante
Lendo aqui agora e tô tendo essa mesma impressão do início, muitos personagens e meio sem entender o porquê de algumas conversas.
Mas vou persistir, por ser curto, mas não tô achando lá essas coisas.




Jonara 15/04/2010

O estilo de Graciliano é simplesmente fantástico. Irônico, sarcástico, com muitas sutilezas nas entrelinhas... a leitura flui deliciosamente! A história é contada por João Valério em primeira pessoa, sobre um período de sua vida em Palmeira dos Índios - AL. Ele está tentando escrever um livro sobre os índios caetés que habitaram anteriormente aquela região. Parece que os índios eram antropófagos e tinham comido o primeiro bispo do Brasil, D. Pero Sardinha, mas João Valério não sabe nada de história e não quer se curvar sobre os livros para estudar, vai tirando informações de sua cabeça, inventando os rituais e maneiras dos índios, enquanto sonha em ser um autor importante e impressionar Luísa. Contando sua história ele fala das pessoas que moram na cidade, seus hábitos e descreve os lugares que frequenta. Os tipos ignorantes e arrogantes, os ricos e mesquinhos, as conversas entre as pessoas... os personagens ganham vida e saltam das páginas! João Valério também analisa sua própria condição de homem, diante da sociedade e da natureza, e tenta traçar um paralelo entre sua existência e a dos índios, o que é muito interessante.
Não vou contar mais porque perde a graça. O livro é uma delicia, mas achei que se perdeu um pouco perto do final. Da metade para o fim a história começa a lembrar muito Eça de Queiroz e o Primo Basílio (até o nome Luísa) e com isso acho que o livro perde um pouco de sua originalidade. Mas não deixa de ser uma excelente leitura E o melhor de tudo é que não vejo a hora de ler os outros livros do Graciliano. Recomendo.
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Gláucia 17/03/2011

Duas narrativas.
Já tinha lido Vidas Secas e São Bernardo, magistrais, então criei uma grande expectativa que não foi de todo frustrada nem totalmente correspondida.
Há uma história dentro do romance em si, João Valério vai desfiando a história de uma tribo indígena que acabei achando mais interessante que a vida do moço.
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Wagner 17/05/2012

Eu creio que ainda haja grande preconceito com a literatura brasileira, digamos assim, antiga. Um Machado de Assis ou um José de Alencar forçado pela escola é o suficiente para trazer uma torrente de generalizações a respeito de anos de escrita brasileira. O que seria qualquer um deles perto da magia e grandiosidade mística das obras nacionais contemporâneas? Obras geniais como as de Machado ou qualquer outro gênio da literatura, embora eu as considere atemporais, não mais condizem com a época, no entanto, em seu período de lançamento estavam em perfeita sintonia com o contexto social, e isso é um fator imprescindível para a assimilação e apreciação do livro. Sendo assim, Graciliano Ramos nos prestigia com seu primeiro romance, Caetés: uma obra sem muitos adornos e recursos, direta e simples. O que para muitos, imagino, seja uma qualidade, uma vez que ouve-se muito queixas de que a literatura possui demasiadas figuras que impedem o claro entendimento do texto, sob a alegação de que não é possível adentrar na subjetividade alheia, porém: sim, nós temos acesso à subjetividade do personagem nessa narração em primeira pessoa. O cenário se situa em Alagoas, num município chamado Palmeira dos Índios, e lá o autor cria uma narrativa em primeira pessoa no personagem de João Valério - a quem antipatizei logo de início - um escriturador mercantil que trabalha na empresa dos irmãos Teixeira: Adrião e Vitorino. Valério tem pela esposa daquele uma paixão que já dura três anos, tendo ele frequentado a casa do patrão por cinco e inicia o romance beijando-a duas vezes no pescoço, ao que Luísa reage estupefata e manda-o para fora. Com o desenvolvimento da narrativa, outros muitos personagens vão aparecendo, o que pode confundir o leitor, pois ora são chamados pelo nome ora pelo sobrenome e dificultam a total dominação das personalidades por parte do leitor.
Essa obra, como muitas de caráter semelhante, demonstra uma preocupação social tremenda do indivíduo muito evidente na pessoa de Valério que tenta desempacar um romance sobre índios caetés para obter elevação social e apreciação principalmente de sua amada Luísa, como também o valor de status da união matrimonial e a influência da religião em cada atitude. O herói dessa obra não possui lá nada de religioso, mas também afirma no final, talvez com ironia, que não é ateu. Em total contraste com os tempos atuais, temos a forma de sedução dos cavalheiros da época e o sofrimento causado e suas consequências pelo amor não correspondido e também a tamanha influência do pensamento das pessoas nas atitudes do indivíduo: mais uma preocupação social.
O esboço psicológico que o autor traça do personagem-narrador é repulsivo: chega a desejar a morte de Adrião, em mente que facilitaria seu romance com Luísa. Valério também tem uma espécie de anti-intelectualismo, atribui a instrução aos mais elevados socialmente, como o Dr. Liberato, mas e ao Nazaré? Mero tabelião...
Por fim a obra tem um desfecho não muito surpreendente mas também um tanto inesperado, tendo em vista a fama de "durão" que pousa sobre Adrião durante a narrativa. Eu esperava algo mais como o final de "A cartomante" de Machado de Assis.
Um livro bom para quem não tem contato com literatura brasileira ou tem preconceitos, ou somente quer iniciar o hábito de leitura. Recomendo.
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VAL 30/03/2014

caetés
Graciliano conta-nos a história de João Valério e Luisa que nutrem um amor compartilhado.todavia esse amor é apenas um pano de fundo para o autor trabalhar o psicológico ,principalmente na personagem João Valério. o desfecho é inesperado e não casa com os ideais românticos dos leitores e por isso mesmo o livro é tão atraente.Ótima leitura.Recomendo.
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Teca 07/01/2016

Que bom ler Graciliano!
Uma crônica de costumes com jeito de O crime do padre Amaro e também um pouco de o Primo Basílio, do mesmo Eça. Foi assim que rotulei Caetés ao início da leitura. Mas, apesar da trama previsível e de um final abrupto, mostrou-se uma leitura deliciosa. Grande Graciliano!
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Mari 13/03/2016

Graciliano? Graci!
Não sou muito de ler livros da literatura brasileira e Caetés foi uma das minhas tentativas pois só leio literatura inglesa i.e ficções e confesso que foi uma boa tentativa..ainda mais uma vez que esse livro do Graciliano estava aqui no meu guarda roupa pegando pó desde que ganhei no último ano letivo do ensino médio. As personagens, o cenário, suas falas, até que são boas e de certo modo engraçadas, entretanto, não me vejo indo para frente com esta leitura porque sua narrativa é muito cansativa, às vezes. Entretanto, foi uma boa tentativa e acredito que até voltarei a lê-lo pois odeio abandonar algum livro. Mas no momento, vai ficar guardadinho aqui!
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wesley.moreiradeandrade 11/01/2017

Na Estante 60: Caetés (Graciliano Ramos)
Caetés foi o primeiro romance publicado de Graciliano Ramos. Nas páginas deste livro já é possível entrever, em sua estreia literária, o mestre da escrita de romances que se notabilizou com a publicação de diversas obras importantes. Ao narrar a estória de João Valério que se envolve com Luísa, a esposa de seu patrão, Graciliano, à maneira de um Eça de Queirós, uma de suas influências, faz um retrato da pequena cidade de Palmeira dos Índios, limitada em sua mediocridade, preocupada com a vida alheia e com situações tacanhas e triviais.
O próprio protagonista é um produto desta região, João Valério pretende escrever um romance histórico onde ele relata o famoso episódio do Bispo Sardinha que foi devorado pelos índios caetés, porém o rapaz não consegue avançar mais do que algumas páginas deste trabalho e o que conseguiu desenvolver ainda não é satisfatório.
Caetés é um romance que possui seus defeitos, Graciliano ainda está preso a uma escrita mais detalhista, talvez por uma influência dos textos realistas com os quais cresceu lendo, e por vezes a insistência em retratar a rotina de poucas novidades dos moradores de Palmeiras dos Índios acabou deixando a leitura um pouco mais arrastada, porém a concisão e uma análise um tanto quanto distanciada e objetiva das personagens se impõem em algumas páginas e movem a trama para a frente tirando o enredo do marasmo.
O debut de Graciliano não chega a ser, então, um clássico como Vidas Secas, Angústia ou São Bernardo, no entanto serve como registro de um artista em desenvolvimento e consciente de seu projeto artístico e anuncia aquele que se tornaria um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.


site: https://escritoswesleymoreira.blogspot.com.br/2016/06/na-estante-60-caetes-graciliano-ramos.html
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Ruan.Mendonca 14/08/2017

Ótimo
História simples e muito interessante pelo fato do contexto histórico! Super Recomendado.
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Julio.Argibay 22/02/2018

Caetes
Este foi o primeiro romance de Graciliano Ramos. Nele o autor retrata o cotidiano de uma pequena comunidade de Alagoas, terra do autor. A estória eh contada de forma simples, realista e sem floreios. Os personagens são aqueles comuns do povo, seus temperamentos combinam com a secura do ambiente onde vivem suas vidas comuns.
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